No sítio na Internet do jornal Folha Nacional está,
a partir de hoje, o meu artigo «Uma causa “fraturante”». Um excerto: «A
introdução do AO90 em Portugal começou, é certo, com Cavaco Silva, mas a
verdade é que a sua imposição só aconteceu de facto com José Sócrates... e com
Lula da Silva. É por isso que é contraditório e descredibilizador, para
qualquer partido e qualquer político, criticar e condenar aqueles dois
presidiários irresponsáveis usando, ao mesmo tempo, a infame ortografia que os
dois energúmenos protagonizaram e promoveram.» (Transcrição n'O Lugar da Língua Portuguesa.)
segunda-feira, março 04, 2024
sexta-feira, fevereiro 23, 2024
Outros: Textos seleccionados (Parte 6)
«Livrarias perdidas», Maria do Rosário Pedreira; «O que há de religioso na tensão no Médio Oriente? (Quase) tudo», Filipe d’Avillez; «Desmontar equívocos nas artes contemporâneas»,
Manuel Augusto Araújo; «O último soldado da velha guarda», Daniel Santos Sousa;
«Vícios privados, públicas virtudes», Sérgio de Almeida Correia; «Manifestações»,
José Meireles Graça; «A República Velhíssima», João Gonçalves; «Damião de Góis», Rui Passos Rocha; «Capicrua», João Pedro Graça; «Os partidos políticos,
que vão a eleições, continuam a fazer-se de cegos, surdos e mudos à gravíssima “Questão
da Língua” que está a conduzir Portugal para o “pântano brasileiro”, com a
cumplicidade dos média», Isabel A. Ferreira; «Carros eléctricos e fascismo»,
Telmo Azevedo Fernandes; «Maria Ondina Braga, páginas angolanas», José António
Barreiros; «As sanguessugas do tempo», David Soares; «A imprensa, as eleições e nós», Henrique Pereira dos Santos; «Alergia à realidade», José Miguel Roque
Martins; «Carta de Bruxelas», João Tiago Proença; «Chegaram os saldos políticos»,
Cristina Miranda; «As lágrimas de Pedro Nuno», Miguel A. Baptista; «O futuro depois dos primeiros cinquenta anos», Paulo Sousa; «O tal debate», João Afonso Machado;
«A bolha», João Távora; «O outro», José Mendonça da Cruz; «A língua portuguesa, a campanha e a São(ta) ignorância»; Nuno Pacheco.
terça-feira, janeiro 16, 2024
Ocorrência: «Abusos toponímicos» em VFX
No sítio na Internet do jornal (quinzenário
regional) Voz Ribatejana está – desde 12 de Janeiro último, e transcrevendo e
adaptando a que fora publicada na edição em papel Nº 333, de 3 de Janeiro de
2024 – a notícia «Sucessão de “avenidas” na antiga EN 10 revolta moradores», na
qual o autor, Jorge Talixa (também director do VR) incluiu um depoimento que
lhe enviei. Uma chamada de atenção para, e uma denúncia de, mais um exemplo de
desrespeito e de incompetência por parte do Partido Socialista em relação aos
cidadãos, neste caso ao nível autárquico.
domingo, dezembro 31, 2023
Olhos e Orelhas: Terceiro Quadrimestre de 2023
A literatura: «Três Filhas de Sua Mãe», Pierre-Félix Louys; «Sobre Cinema», José de Almada Negreiros; «O elevador que desceu até ao Inferno», Par Lagerkvist; «Homenagem à Catalunha», George Orwell (pseudónimo de Eric Blair); «Adentro da vida nocturna», Henry Miller; «Quatro Quartetos», T. S. Eliot; «Os Quatro Cantos do Tempo», David Mourão Ferreira; «No Tempo Dividido», Sophia de Mello Breyner Andresen; «A ira da Ferreirinha», Carlos Eduardo Silva; «Um espelho para os fantasmas», David Soares.
A música: «Coincidências», Sérgio Godinho; «Girl At Her Volcano», Rickie Lee Jones; «Under A Blood Red Sky», U2; «Francesco Zappa», Frank Zappa; «Love», Cult; «Sob Escuta», GNR; «Mellow Gold», Beck; «Voodoo Lounge», Rolling Stones; «Live!», Police; «Mirror Ball», Neil Young; «Mário Laginha Bernardo Sassetti», Bernardo Sassetti e Mário Laginha; «Frank», Amy Winehouse; «Room On Fire», Strokes; «Funeral», Arcade Fire; «Reise, Reise», Rammstein; «Fados Meus (E Algumas Canções) Para Amigos Meus», Daniel Gouveia; «Lotario», George Frideric Handel (por Hillary Summers, Sara Mingardo, Simone Kermes, Sonia Prima, Steve Davislim e Vito Priante, com o Complesso Barocco dirigido por Alan Curtis); «Klaviertrios (Nº's 24, 25, 26, 27)», Joseph Haydn (pelo Beaux Arts Trio).
O cinema: «Jigajoga Espacial - Um Novo Legado», Malcolm D. Lee; «Bestas Fantásticas - Os Segredos de Dumbledore», David Yates; «O GGA (Grande Gigante Amigável)», Steven Spielberg; «Três Mil Anos de Anseio», George Miller; «Rompedores do Dia», Michael Spierig e Peter Spierig; «Eu Acuso», Roman Polanski; «Mata Hari», Curtis Harrington; «A Guerra em Baixo», J. P. Watts; «Sr. Jones», Agnieszka Holland; «A Esposa do Tratador do Jardim Zoológico», Niki Caro; «Onoda», Arthur Harari; «Reflexos num Olho Dourado», John Huston; «Algum Tipo de Belo», Tom Vaughan; «Ela Odiar-me», Spike Lee; «Homem das Entregas», Ken Scott; «Gabriel», Nuno Bernardo; «Punidor - Zona de Guerra», Lexi Alexander; «O Esquadrão Suicida», James Gunn; «Liga da Justiça (versão longa)», Zack Snyder; «Quatro Fantásticos», Josh Trank; «As Aventuras de Spirou e Fantasio», Alexandre Coffre; «Bófia em Brasa», Edgar Wright; «Sem Tempo Para Morrer», Cary Joji Fukunaga; «F9 - A Saga dos Rápidos», Justin Lin.
E ainda...: Câmara Municipal de Estremoz/Museu Municipal - Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz + exposição de artesanato «Irmãs Flores - 50 anos em 50 de bonecos» + exposição fotográfica de Carmen Serejo «In Limbo»; Museu Berardo Estremoz; Igreja de São Francisco de Évora - Núcleo Museológico + Colecção de Presépios; RTP - «Visita Guiada - Banhos Islâmicos de Loulé»; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - exposição «Vila Franca - Imagens em movimento» (Celeiro da Patriarcal) + exposição «Gravura - A matriz de uma colecção» (Museu Municipal) + exposição «Objectos intemporais, delicadas intimidades - João Duarte, 45 anos de escultura» (Biblioteca Municipal de VFX/Fábrica das Palavras); Museu do Neo-Realismo - exposição «Querubim Lapa, uma poética neo-realista» + exposição «Sidónio Muralha - Caminhada insubmissa»; «Now And Then», (vídeo musical dos) Beatles; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Olisipógrafos - Os cronistas de Lisboa» + exposição «Marcas de água e caligrafias em papel de música - Os manuscritos do Fundo do Conde de Redondo»; Canal História - «Alienígenas Antigos - Encontros Próximos do Quinto Grau».
A música: «Coincidências», Sérgio Godinho; «Girl At Her Volcano», Rickie Lee Jones; «Under A Blood Red Sky», U2; «Francesco Zappa», Frank Zappa; «Love», Cult; «Sob Escuta», GNR; «Mellow Gold», Beck; «Voodoo Lounge», Rolling Stones; «Live!», Police; «Mirror Ball», Neil Young; «Mário Laginha Bernardo Sassetti», Bernardo Sassetti e Mário Laginha; «Frank», Amy Winehouse; «Room On Fire», Strokes; «Funeral», Arcade Fire; «Reise, Reise», Rammstein; «Fados Meus (E Algumas Canções) Para Amigos Meus», Daniel Gouveia; «Lotario», George Frideric Handel (por Hillary Summers, Sara Mingardo, Simone Kermes, Sonia Prima, Steve Davislim e Vito Priante, com o Complesso Barocco dirigido por Alan Curtis); «Klaviertrios (Nº's 24, 25, 26, 27)», Joseph Haydn (pelo Beaux Arts Trio).
O cinema: «Jigajoga Espacial - Um Novo Legado», Malcolm D. Lee; «Bestas Fantásticas - Os Segredos de Dumbledore», David Yates; «O GGA (Grande Gigante Amigável)», Steven Spielberg; «Três Mil Anos de Anseio», George Miller; «Rompedores do Dia», Michael Spierig e Peter Spierig; «Eu Acuso», Roman Polanski; «Mata Hari», Curtis Harrington; «A Guerra em Baixo», J. P. Watts; «Sr. Jones», Agnieszka Holland; «A Esposa do Tratador do Jardim Zoológico», Niki Caro; «Onoda», Arthur Harari; «Reflexos num Olho Dourado», John Huston; «Algum Tipo de Belo», Tom Vaughan; «Ela Odiar-me», Spike Lee; «Homem das Entregas», Ken Scott; «Gabriel», Nuno Bernardo; «Punidor - Zona de Guerra», Lexi Alexander; «O Esquadrão Suicida», James Gunn; «Liga da Justiça (versão longa)», Zack Snyder; «Quatro Fantásticos», Josh Trank; «As Aventuras de Spirou e Fantasio», Alexandre Coffre; «Bófia em Brasa», Edgar Wright; «Sem Tempo Para Morrer», Cary Joji Fukunaga; «F9 - A Saga dos Rápidos», Justin Lin.
E ainda...: Câmara Municipal de Estremoz/Museu Municipal - Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz + exposição de artesanato «Irmãs Flores - 50 anos em 50 de bonecos» + exposição fotográfica de Carmen Serejo «In Limbo»; Museu Berardo Estremoz; Igreja de São Francisco de Évora - Núcleo Museológico + Colecção de Presépios; RTP - «Visita Guiada - Banhos Islâmicos de Loulé»; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - exposição «Vila Franca - Imagens em movimento» (Celeiro da Patriarcal) + exposição «Gravura - A matriz de uma colecção» (Museu Municipal) + exposição «Objectos intemporais, delicadas intimidades - João Duarte, 45 anos de escultura» (Biblioteca Municipal de VFX/Fábrica das Palavras); Museu do Neo-Realismo - exposição «Querubim Lapa, uma poética neo-realista» + exposição «Sidónio Muralha - Caminhada insubmissa»; «Now And Then», (vídeo musical dos) Beatles; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Olisipógrafos - Os cronistas de Lisboa» + exposição «Marcas de água e caligrafias em papel de música - Os manuscritos do Fundo do Conde de Redondo»; Canal História - «Alienígenas Antigos - Encontros Próximos do Quinto Grau».
sexta-feira, dezembro 08, 2023
Outros: Comentários meus contra o AO (Parte 11)...
..
Escritos e publicados, desde 9 de Janeiro de 2023, nos seguintes blogs: Porta
da Loja (um, dois); Corta-Fitas (um, dois, três, quatro); Horas Extraordinárias
(um, dois, três); Apartado 53; O Lugar da Língua Portuguesa. E que aborda(ra)m,
entre outros subtemas: o Expresso não é o melhor jornal nacional, e não só
porque também se sujeitou à «acordização»; a culpa principal pela generalizada
aceitação passiva do AO90 recai – salvaguardando sempre, como é óbvio, honrosas
excepções – em juristas, jornalistas e professores, e estes em particular não merecem
grande respeito, façam eles as greves e as manifestações que fizerem; correcção
de erros ortográficos ridículos em comentários... de outros comentadores; alterar
constantemente a ortografia sempre foi uma obsessão dos «republicanistas» dos
dois lados do Atlântico; de pouco ou nada serve, num texto, a excelência do
conteúdo se a forma for bizarra; a reescrita «politicamente correcta» de livros
também pode incluir, em Portugal, a «acordização» de obras antigas, incluindo
as de autores que eram contra o AO90; o «acordês» como uma das causas possíveis
do aumento da venda de livros em Inglês; Francisco Vale ainda e sempre um
cobarde e um mentiroso; respostas exemplares a comentários agressivos e
ignorantes de brasileiros ingratos (dos quais, infelizmente, há muitos).
segunda-feira, novembro 13, 2023
Ocorrência: Duas décadas de «Visões»
Hoje,
13 de Novembro de 2023, passam exactamente 20 anos desde a apresentação e o
lançamento, em Lisboa (na Biblioteca Municipal do Palácio Galveias, ao Campo Pequeno),
de «Visões», o meu primeiro livro a ser editado (com data de Outubro de 2003).
Não há
muito a acrescentar ou a alterar em relação ao que escrevi aqui há dez anos. A não
ser, e compreensivelmente, que nesta década que decorreu faleceu António de Macedo, o principal responsável por aquele meu livro ter sido publicado. E também
que um dos contos que o integra ter sido referido por dois investigadores universitários espanhóis no âmbito de trabalhos que realizaram sobre a ficção científica e o
fantástico nas literaturas dos dois países ibéricos. Em 2013
escrevi igualmente que pretendia começar a escrever em 2014 «”Visões 2”, já
planeado, imaginado, estruturado». Na verdade, e infelizmente, tal não
aconteceu, e por uma questão de (falta de) motivação, decorrente do facto de o
meu segundo romance, concluído há nove anos, ainda não ter sido publicado.
Independentemente do que foi, é, obteve e representa,
«Visões» constitui(u) o início do meu percurso enquanto interveniente activo e
permanente – como criador e como divulgador – na Ficção Científica e Fantástico
em Português, percurso esse que teve como um dos momentos mais marcantes a participação
– como orador – na primeira Conferência Internacional de História Mundial «E Se?..», que
teve lugar no Porto em 2019. Este ano, entre 22 e 24 de Novembro, decorrerá a terceira edição, e, uma vez mais, integro o Comité Científico Honorário desta
iniciativa.
domingo, outubro 15, 2023
Observação: Sobre o alegado «3º Congresso Eça»
Está marcada para amanhã, 16 de Outubro de 2023, na Biblioteca Nacional de Portugal, a realização do «3º Congresso Internacional Eça de Queiroz 150 Anos»... ou do «3º Encontro Internacional Eça de Queiroz 150 Anos». Afinal, é «congresso» ou «encontro»? Nesta divergência entre as entidades principais que promovem o evento fica desde logo aparente que algo não estará bem com aquele. E, efectivamente, assim é. Apesar de supostamente ser a terceira edição de uma iniciativa que eu concebi e cujas duas primeiras edições decorreram, com a minhas co-organização e participação, em 2019 e em 2021, na verdade aquela não tem legitimidade enquanto tal. Desautorizo, repudio, o ajuntamento agendado para amanhã na BNP. E, obviamente, desta vez não estarei presente...
... Porque a forma e o conteúdo do que está agendado não corresponde de modo algum ao que eu defini em Abril de 2022, em mensagem que então enviei ao Presidente da Direcção do Movimento Internacional Lusófono e co-organizador nas duas edições anteriores: «um terceiro congresso dedicado a Eça de Queiroz nos 150 anos do início da sua actividade enquanto diplomata, mais concretamente como cônsul em Havana, com alusões inevitáveis às suas viagens aos Estados Unidos e ao Canadá, e ainda ao início da escrita, nesse período, de “Singularidades de uma Rapariga Loira” (...) e de “O Crime do Padre Amaro”. O evento poderia ter como subtítulo, ou “mote”, “José Maria na América” (...); alargar igualmente o seu âmbito à recepção da obra de EdQ no Brasil». Definido o mês de Outubro de 2023 como período de concretização, anunciei aqui em Janeiro e em Fevereiro últimos a realização do congresso e a data limite para inscrições e envio de comunicações. Porém, no início de Setembro era inegável que não estavam reunidas as condições mínimas para a concretização satisfatória do projecto, e disso dei conta ao meu interlocutor habitual: um evento que decorra apenas num dia, e, pior, em metade de um dia, não merece a designação de «congresso», e fica aquém, nesse aspecto, das duas edições anteriores; é fundamental a qualidade dos oradores e das suas intervenções, mas a quantidade não deve ser menosprezada; também para não quebrar o «padrão» estabelecido em 2019 (Sociedade de Geografia de Lisboa) e em 2021 (Palácio Valenças, em Sintra), este ano o evento deveria decorrer igualmente num segundo local, e nesse sentido sugeri a Casa da América Latina em Lisboa; a «pequenez» do «EdQ 3» é agravada pela realização simultânea (a 13, 17 e 20 de Outubro, respectivamente no Porto, Lisboa e Coimbra) do congresso do centenário (da morte) de Guerra Junqueiro, contemporâneo e amigo de Eça; enfim, o terceiro «congresso queirosiano» merece um novo cartaz e não a re-utilização, ou repetição, daquele que serviu para divulgar o segundo. Depois de apresentar estes factos e argumentos ao Presidente da Direcção do MIL propus, se não o cancelamento definitivo, pelo menos o adiamento da iniciativa para 2024; no entanto, a minha proposta foi recusada, pelo que a minha reacção não poderia ser outra que não aquela que agora revelo.
Não é, todavia, este fracasso que diminui o sucesso dos congressos de 2019 e de 2021 e a minha contribuição para eles, e estarei sempre interessado e disponível para colaborar na evocação do grande artista que foi Eça de Queiroz. Não que tal seja necessário, evidentemente: o autor de «Os Maias» está sempre presente nas nossas consciência e memória colectivas e raramente passa muito tempo sem que a sua vida e/ou a sua obra fiquem em destaque por qualquer motivo, positivo ou negativo. Um exemplo recente disso é a controvérsia sobre a trasladação dos seus restos mortais para o Panteão Nacional, e a minha opinião sobre aquela é inequivocamente desfavorável.
quinta-feira, outubro 05, 2023
Opinião: Sob um segundo «PREC»
Eis-nos em mais um dia 5 de Outubro. E a cada ano
que passa é cada vez mais difícil, se não impossível, contrabalançar, atenuar,
a desgraça da implantação da república em 1910 com a glória da assinatura do Tratado
de Zamora em 1143, em que foi reconhecida pela primeira vez a independência de
Portugal. Celebrar esta, hoje, reveste-se porém de uma acrescida ironia, porque
ontem a FIFA anunciou que a organização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2030 caberá não só ao nosso país mas também a Espanha e a Marrocos! Nações que,
como se sabe, ao longo da História muito «contribuíram» para a nossa auto-determinação
e para a nossa identidade. Os republicanos portugueses conseguiram finalmente o
que sempre almejaram, uma «união ibérica», mesmo que meramente desportiva, no
caso futebolística, e com umas «pitadas» de islamismo.
Esta é apenas, no entanto, a instância mais recente
em que os «descendentes» de Afonso Costa demonstram a sua perene falta de
patriotismo, o seu profundo desprezo por este país, a sua prolongada negligência
perante a verdadeira valorização que se deve fazer dele, a modernização e o desenvolvimento
de que este recanto da Europa tanto carece, o que implica principalmente, ou
primeiramente, o respeito pela cultura e a afirmação da dignidade nacionais, e não
só ao nível institucional. Todavia, nada disto existiu, aconteceu, de uma forma
significativa durante «a longa noite socialista» que começou a 25 de Abril de
1974, e, apesar de o período mais negro ter sido, indubitavelmente, aquele em
que José Sócrates foi primeiro-ministro, estes últimos quase dez anos
protagonizados pela «dupla» Marcelo Rebelo de Sousa & António Costa têm proporcionado
muitos, demasiados, momentos constrangedores, embaraçosos, ridículos,
vergonhosos; ambos adoram fazer longas viagens de avião para assistirem a jogos de futebol; ambos se subjugaram, como muitos outros, ao «aborto
pornortográfico», pelo que até nem foi surpreendente que tanto um como o outro elogiassem - e prefiram - o sotaque brasileiro, nem que recebessem de braços abertos Luís Inácio «Lula»
da Silva, comunista criminoso cadastrado que reocupou a presidência da
república do Brasil graças à tirania judicial e à fraude eleitoral; bem
acolhido em Lisboa foi também Miguel Díaz-Canel, actual ditador de Cuba e
herdeiro dos irmãos Castro. E, não, Marcelo a comentar decotes nem é o pior que
ele tem feito... A situação já seria suficientemente má unicamente pela
corrupção e pela ineptitude crónicas, que possibilitam que, hoje, a «comemoração»
da república seja também a da nossa ultrapassagem pela Roménia em indicadores
económico-sociais e a da existência de mais de 30 hospitais em diferentes níveis de «desespero»; sucedem-se as greves, não só no sector da saúde mas
também nos da justiça e da educação, embora, como é típico de uma sociedade
estatizada, a prioridade seja dada aos que prestam os serviços e não aos que
«beneficiam» daqueles, mais consumidores (insatisfeitos) do que cidadãos (interventivos)...
... Que, em última análise, são em grande parte
culpados do que acontece. Sem dúvida que o governo de António Costa – não
apenas a actual «versão» mas sim desde que aquele se tornou, ilegitimamente,
primeiro-ministro – é caracterizado, na sua actuação, por «maldade, podridão e perversão», por uma generalizada incompetência e um desavergonhado nepotismo.
Porém, há que nunca esquecer que os principais (ir)responsáveis pela existência
do dito cujo são todos aqueles que vota(ra)m no PS, em especial nas mais
recentes eleições legislativas, que proporcionaram aos «súcia-listas» (mais)
uma maioria absoluta. Que não haja ilusões: em Portugal estamos mesmo, desde
que José Sócrates tomou o poder, sob um autêntico, segundo, «Processo
Revolucionário em Curso», pior do que o de 74-76 porque imposto com a acrítica
passividade de uma larga faixa (a maioria?) da população, e que o breve
interregno liderado por Pedro Passos Coelho não conseguiu – ou não quis –
reverter no essencial. Não se duvide de que estamos em mais um «tempo infame» à
conta da extrema-esquerda, e nesta passou a estar incluído o PS após a ascensão
do «engenheiro de domingo». Este segundo «PREC» até tem os seus próprios,
novos, «ocupas», não de herdades no Alentejo mas sim de estradas e ruas, os
terroristas «melancia» da Climáximo («verdinhos» por fora mas «vermelhões» por dentro), estúpidos, irresponsáveis, manipulados, m*erd*s*s
agressores de pessoas e de património, que contam, no entanto, com a
condescendência das autoridades e a cumplicidade da comunicação social propagandista, «fracturante» e activista.
Aos que se lamentam e que afirmam que «não há esperança, não há saída à vista desta mediocridade de regime», pode-se e deve-se
contrapor, perguntar: porque não dedicar também parte dos tempos livres – em
especial o das pessoas que supostamente têm essa função por terem cargos de
direcção em determinadas organizações – a acções de «agit-prop» com impacto a
favor da mudança de regime? Mais do que «matar simbolicamente o socialismo», é
preciso matá-lo literalmente, bem como à República. Logo, acabar com o
preâmbulo da Constituição não chega: toda ela deve ser rasgada, mandada para o
lixo, e substituída por outra. Quanto à pergunta sobre «onde estão os novos
capitães (e quiçá outros oficiais, e soldados) indignados para levar a cabo tal
empreitada» (de mudança de regime), eu responderia que estão nos quartéis e nas
bases, furiosos com a falta e/ou a insuficiência de material e de condições de
trabalho – que faz com que, por exemplo, não tenham um navio capaz de vigiar o
que russos andam a fazer no nosso espaço marítimo – e ainda com a facilidade
com que os paióis neste país são assaltados.
Enfim, e para que a
primeira semana de Outubro seja menos deprimente do que o habitual, encontre-se
contentamento no casamento, depois de amanhã, dia 7 de Outubro de 2023, de
Maria Francisca de Bragança, no Convento de Mafra, uma casa construída por um
seu antepassado. Todos sabem, compreendem, que a cerimónia representa(rá) mais
do que um simples matrimónio, pelo que seria de esperar que alguns ressabiados
revelassem o seu desagrado pelo enlace; nessa circunstância, nada melhor a
fazer do que reduzi-los à sua insignificância porque «os cães ladram e a caravana passa». Parabéns aos noivos, e ficam os votos que os filhos deles e os nossos possam viver num restaurado Reino de Portugal.
domingo, outubro 01, 2023
Orientação: SimSon com 900!
Hoje,
1 de Outubro de 2023, celebra-se mais um Dia Mundial da Música, o que
significa também, no sítio da Simetria, a publicação de uma nova
edição do projecto Simetria Sonora. E, tal como em edições anteriores, a esta
grande lista foram adicionados 50 discos por mim considerados de ficção
científica e de fantástico: são agora 900 no total. Como ilustração está a
imagem da capa do álbum dos Delfins «Ser Maior – Uma História Natural», lançado
originalmente em 1993 – ou seja, há 30 anos. A ouvir… e a descobrir. Tudo, e
sempre!
sábado, setembro 16, 2023
Outros: Textos seleccionados (Parte 5)
«Polícias do gosto e do ódio», Telmo Azevedo
Fernandes; «Querubim Lapa, um artista dos novos tempos», Manuel Augusto Araújo;
«A agenda Woke quer “esterilizar” o Ocidente», Cristina Miranda; «Sobre a amizade», David Soares; «Natália e o espectro», Pedro Piedade Marques; «Chega de confusões», José Meireles Graça; «Honra a Hipólito Raposo», Daniel Santos
Sousa; «A mitologia lusófona», João Gonçalves; «Esta é de topete», João Afonso
Machado; «Voltamos à “recepção”? Mas afinal que país é este, hã?», Nuno
Pacheco; «Creches privadas, escolas privadas, hospitais privados, transportes privados, casas privadas, o mesmo padrão», Henrique Pereira dos Santos; «E nós, calamo-nos?», João Pedro George; «”Festa do Livro (acordizado)” em Belém – Da entrevista de Marcelo Rebelo de Sousa à TVI ficou-nos a ideia claríssima do seu desprezo pela Língua Portuguesa, dando primazia à Variante Brasileira do Português», Isabel A. Ferreira; «O mauzão do tempo», José Mendonça da Cruz; «Guilherme»,
João Pedro Graça; «Besteira mesmo», Sérgio de Almeida Correia; «Grandes bibliotecários», Maria do Rosário Pedreira; «É mais fácil lutar contra as estátuas que contra palermas», Paulo Sousa.
quinta-feira, agosto 31, 2023
Olhos e Orelhas: Segundo Quadrimestre de 2023
A literatura: «Mitos Gregos - O Triunfo dos Deuses e Outras Histórias», «Mitos Gregos - Perseu e Outros Heróis» e «Eternamente Dante - Em Busca dos Infernos», Sérgio Franclim; «Valérian e Laureline - O Embaixador das Sombras», Jean-Claude Mézières e Pierre Christin; «O Terceiro Chega em Maio», António de Macedo; «Escala em Pharagonescia», Moebius (pseudónimo de Jean Giraud); «Terrarium - Um Romance em Mosaicos», João Barreiros e Luís Filipe Silva; «Memórias d'Além Espaço - Histórias Curtas 1974/1977», Enki Bilal.
A música: «Canoas Do Tejo», Carlos do Carmo; «Aladdin Sane», David Bowie; «Has Anyone Here Seen Sigfried?», Pavlov's Dog; «Blues For Allah», Grateful Dead; «Minstrel In The Gallery», Jethro Tull; «Ao Vivo», Rui Veloso; «Jazz Time», Herbie Hancock; «Ragged Glory», Neil Young; «The Best Band You Never Heard In Your Life», Frank Zappa; «Dry», P. J. Harvey; «Lupa», Sérgio Godinho; «Modern Times», Bob Dylan; «Dead Again», Type O Negative; «Echoes, Silence, Patience & Grace», Foo Fighters; «Sawdust», Killers; «Alessandro», George Frideric Handel (por Guy de Mey, Isabelle Poulenard, Jean Nirouet, René Jacobs, Ria Bollen, Sophie Boulin e Stephen Varcoe, com La Petite Bande dirigida por Sigiswald Kuijken); «Cellokonzerte Nr. 1 & 2», Joseph Haydn (por Anne Gastinel com os Solisty Ie Moskva dirigidos por Yuri Bashmet).
O cinema: «Ruas Rivais», Márcio Loureiro; «História do Lado Oeste», Jerome Robbins e Robert Wise; «Evita», Alan Parker; «Os Miseráveis», Tom Hooper; «Adentro do Bosque», Rob Marshall; «O Feiticeiro e a Serpente Branca», Siu-Tung Ching; «Duna - Parte Um», Denis Villeneuve; «Terra dos Perdidos», Brad Silberling; «Os Gonídios», Richard Donner; «Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo», Daniel Kwan e Daniel Scheinert; «R. A. I. D. de Doidos», Dany Boon; «Comboio Bala», David Leitch; «Casa de Sonho», Jim Sheridan; «Um Ano Mais Violento», J. C. Chandor; «Os Gajos Simpáticos», Shane Black; «De Gaulle», Gabriel Le Bomin; «Homem-Foguete», Dexter Fletcher; «O Duque», Roger Michell; «Minamata», Andrew Levitas; «Eu, Tonya», Craig Gillespie; «Marx Pode Esperar», Marco Bellocchio; «Os Fablemans», Steven Spielberg; «Casa de Gucci», Ridley Scott; «Rei Richard», Reinaldo Marcus Green; «Um Belo Dia na Vizinhança», Marielle Heller; «Futuro», Mamoru Hosoda; «Conheça Joe Black», Martin Brest.
A música: «Canoas Do Tejo», Carlos do Carmo; «Aladdin Sane», David Bowie; «Has Anyone Here Seen Sigfried?», Pavlov's Dog; «Blues For Allah», Grateful Dead; «Minstrel In The Gallery», Jethro Tull; «Ao Vivo», Rui Veloso; «Jazz Time», Herbie Hancock; «Ragged Glory», Neil Young; «The Best Band You Never Heard In Your Life», Frank Zappa; «Dry», P. J. Harvey; «Lupa», Sérgio Godinho; «Modern Times», Bob Dylan; «Dead Again», Type O Negative; «Echoes, Silence, Patience & Grace», Foo Fighters; «Sawdust», Killers; «Alessandro», George Frideric Handel (por Guy de Mey, Isabelle Poulenard, Jean Nirouet, René Jacobs, Ria Bollen, Sophie Boulin e Stephen Varcoe, com La Petite Bande dirigida por Sigiswald Kuijken); «Cellokonzerte Nr. 1 & 2», Joseph Haydn (por Anne Gastinel com os Solisty Ie Moskva dirigidos por Yuri Bashmet).
O cinema: «Ruas Rivais», Márcio Loureiro; «História do Lado Oeste», Jerome Robbins e Robert Wise; «Evita», Alan Parker; «Os Miseráveis», Tom Hooper; «Adentro do Bosque», Rob Marshall; «O Feiticeiro e a Serpente Branca», Siu-Tung Ching; «Duna - Parte Um», Denis Villeneuve; «Terra dos Perdidos», Brad Silberling; «Os Gonídios», Richard Donner; «Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo», Daniel Kwan e Daniel Scheinert; «R. A. I. D. de Doidos», Dany Boon; «Comboio Bala», David Leitch; «Casa de Sonho», Jim Sheridan; «Um Ano Mais Violento», J. C. Chandor; «Os Gajos Simpáticos», Shane Black; «De Gaulle», Gabriel Le Bomin; «Homem-Foguete», Dexter Fletcher; «O Duque», Roger Michell; «Minamata», Andrew Levitas; «Eu, Tonya», Craig Gillespie; «Marx Pode Esperar», Marco Bellocchio; «Os Fablemans», Steven Spielberg; «Casa de Gucci», Ridley Scott; «Rei Richard», Reinaldo Marcus Green; «Um Belo Dia na Vizinhança», Marielle Heller; «Futuro», Mamoru Hosoda; «Conheça Joe Black», Martin Brest.
E ainda...: RTP - (documentário) «Visita Guiada - Museu do Neo-Realismo», Paula Moura Pinheiro; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «O Tempo das Imagens IV - Edições recentes do Centro Português de Serigrafia» + exposição «Descubra as diferenças - Variação na literatura portuguesa desde a Idade Média até anteontem» + exposição «Manuscritos musicais do Mosteiro de Belém - Uma tradição desconhecida» + exposição «Terra mineral, terra vegetal - Fotografias de Duarte Belo» + exposição «17 rostos de acção» + exposição «Ruy Belo - Inesgotável rosto» + exposição «O que é a vida e o que é a morte - Centenário do nascimento de Ilda Reis» + mostra «Continuo a ser aquilo que ninguém espera - Mário Henrique Leiria (1923-1980)» + mostra «De Loreto a Spartacus - 250 anos do nascimento de José Liberato Freire de Carvalho»; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - CartoonXira 2023/Cartoons do ano 2022-50 Anos de Humor/Angeli (Celeiro da Patriarcal); Everything Is New/Bob Dylan - Rough and Rowdy Ways Tour - Campo Pequeno, Lisboa, 2023/6/4; Câmara Municipal de Loulé/Galeria de Arte da Praça do Mar de Quarteira - exposição de Bruno Grilo, Luís Marques e Rúben Gonçalves «Coppertone - A livre exposição solar».
quinta-feira, agosto 03, 2023
Outros: Textos com «estampido»
Desde que o primeiro número – mais concretamente, o
Nº 0 – da revista Bang! foi lançado, em Agosto de 2005, outros trinta e três
saíram para as bancas – o mais recente, o Nº 33, precisamente, tem data de Maio
deste ano de 2023. O principal objectivo da publicação sempre foi, como se
compreende e seria de esperar, a apresentação, a divulgação e a valorização dos
livros editados pela Saída de Emergência. Porém, uma grande parte das páginas
da Bang! tem sido reservada desde o início para artigos de autores –
ficcionistas, ensaístas, cronistas – portugueses sobre diferentes aspectos da
ficção científica, da fantasia e do terror, com destaque para a(s) sua(s)
história(s), tendências, convergências e divergências, ligações, e, claro, os
seus protagonistas.
Alguns desses textos mais significativos dos últimos
18 anos têm sido como que relançados nos últimos 12 meses no sítio da revista. É
de destacar «Literatura erudita vs. literatura popular» por António de Macedo,
David Soares e João Seixas, «Fantasia urbana ou romance paranormal? As características
e os segredos dos dois géneros que tomaram conta dos tops» de Safaa Dib, «Sobre o fantástico na literatura portuguesa» e «Fantasia e realidade – Os pais da ficção científica» de David Soares, «Nova vaga, novas capas – Quando a ficção científica ousou não se parecer com ficção científica» de Pedro Piedade Marques, «José Saramago – O Nobel da Ficção Científica» de José Candeias, «Ao sol de Newton –
a FC “hard”, oitenta anos depois» de João Seixas, «Livros míticos ou a biblioteca (quase) invisível» de António de Macedo e «História do breve cinema de terror português» de João Monteiro.
Mais recentemente ainda, no passado mês de Junho,
duas emissões consecutivas do Bangcast – esta e esta, com Bruno Martins Soares, Luís Corte
Real e Luís Filipe Silva – foram dedicadas à selecção e à
revelação de quais poderão ter sido os 20 livros mais importantes (juntamente
com algumas «menções honrosas») da colecção «Bang!», no ano em que se celebram as
duas décadas daquela colecção. Entre as obras mencionadas podem encontrar-se «A
Sombra Sobre Lisboa», «Lisboa no Ano 2000» «Os Anos de Ouro da Pulp Fiction
Portuguesa», «O Evangelho do Enforcado» e «Terrarium – Um Romance em Mosaicos».
De referir que «A República Nunca Existiu!» não fez parte das escolhas, mas foi
mencionado (embora sem alusão ao criador e organizador daquela antologia) a
propósito de outro livro. (Também no Simetria.)
quarta-feira, julho 05, 2023
Ocorrência: Nem em Maio nem em outro mês
Hoje celebra-se – deve celebrar-se – mais um
aniversário do nascimento de António de Macedo. Que, se ainda fosse vivo, completaria
92 anos. Guardá-lo connosco, na nossa memória, pode ser alcançado vendo os seus
filmes e lendo os seus livros. Quanto a estes, poucos me faltam para adquirir
e/ou ler, e um deles era (mas já não é) «O Terceiro Chega em Maio», editado em
Agosto de 2020 pela Editorial Divergência, e que «é uma obra póstuma (...) que
reúne vários contos da sua autoria, por si (isto é, e alegadamente, pelo
próprio António, antes de falecer) seleccionados e organizados
cronologicamente, de 1997 e 2012».
Dos oito contos incluídos nesta obra só dois - «Uma
história romântica» e «Teia de enganos» - são verdadeiramente inéditos, ou
seja, a sua primeira publicação é feita neste volume. Os restantes seis foram
previamente publicados em outras obras, e é precisamente neste aspecto que se
encontra um problema que, para mim pelo menos, não pode ser ignorado ou
desvalorizado. Sobre os dois que saíram originalmente no Brasil - «Sereia dum
mar sem fim» e «A 2ª mão esquerda de Deus» - nem eu nem a Simetria temos
autoridade, legitimidade, para comentar, mas o mesmo já não acontece quanto aos
outros quatro. Os três primeiros - «Efeitos de maré», «Entre horizontes» e «A
condessa preguiçosa» - tiveram a sua estreia respectivamente em 1997, 1998 e
1999 em antologias lançadas pela nossa associação intituladas «Efeitos
Secundários», «Fronteiras» e «Pecar a Sete»; ao contrário do que é referido num
dos índices (um erro entre outros, como se verá mais adiante), «Entre
horizontes» está não em «Pecar a Sete» mas sim em «Fronteiras», que aliás nem é
mencionada. Porém, ninguém da Editorial Divergência nem algum dos dois filhos
de António de Macedo (que nos conhecem, que sabem da nossa existência) nos
contactou informando-nos deste projecto e pedindo a nossa autorização para a
reedição dos contos. Porque aquelas edições da Simetria estão há muitos anos
esgotadas, fora de circulação, poder-se-ia talvez compreender, desculpar, esta
ausência de contacto, esta falta de consideração, de cortesia...
... Mas tal «tolerância» já não é possível, de modo algum, em relação ao conto intitulado «A conjura», publicado originalmente em
2012 na antologia colectiva «Mensageiros das Estrelas», que eu concebi e que
organizei, e que continua, 11 anos depois, em distribuição e em circulação. Nem
eu nem a editora Fronteira do Caos fomos contactados pela Divergência antes de
esta autêntica sobreposição ter ocorrido; nunca nos chegou qualquer mensagem,
nem em Maio nem em outro mês. Pelo que uma acção judicial justificar-se-ia
certamente, mas o bom carácter e a generosidade de Victor Raquel, o meu editor
nesta colectânea e também no meu livro «Um Novo Portugal», publicado
previamente no mesmo ano, foram o que impediram que este caso se tornasse num
conflito desagradável e que não deixaria de manchar, indirecta e injustamente,
o nome e a memória de António de Macedo. E o desrespeito pela fonte original
não se ficou por aqui: o livro é identificado num dos índices como «Mensageiro
da estrelas» - sim, três erros em três palavras – e a FdC como uma editora
sediada em Lisboa, quando, na verdade, é do Porto. Todavia, não são estas as
únicas falhas de revisão que podem ser
encontradas neste livro: um dos «s» que faltou no título da minha antologia
terá «viajado» para a página 57 e «colado-se» ao apelido de um dos mais famosos
cientistas de sempre, ficando Stephen «Hawkings», e isto numa alusão a um
artigo que, por sua vez, tem dois erros, no título – é «spacetime» e não «space
time» - e no ano de publicação – 1984 e não 1989; ao longo do livro é também
frequente a não mudança de parágrafo (dezenas de ocorrências!) ao passar-se de
discurso directo para discurso indirecto. Na ficha técnica lê-se que duas
pessoas fizeram a revisão... mas, claramente, não foram competentes nesse trabalho.
A partir de certo momento
a juventude e a inexperiência deixam de ser desculpas e atenuantes. Esta é a
terceira vez que a Editorial Divergência – e, concretamente, o seu fundador –
toma uma atitude ofensiva, para mim e para pessoas com quem colaborei. Primeiro
foi o projecto de uma antologia de contos em Inglês sabotado por uma exigência ridícula, e, depois, a constatação de que o Prémio António de Macedo tem sido
organizado de uma forma deficiente, e quiçá fraudulenta, o que muito
provavelmente torna todas as edições nulas e todos os «vencedores» ilegítimos.
Decididamente, o Mestre merecia mais e melhor. E pensar que fui eu quem lhe
sugeriu que enviasse o seu (literalmente) último romance, «Lovesenda ou o Enigma das Oito Portas de Cristal», a
uma então nova editora que apostava exclusivamente em FC & F de autores
portugueses... (Também no Simetria.)
domingo, junho 25, 2023
Ocorrência: 1903, 1948, «1984»
Hoje, 25 de Junho de 2023, passam 120 anos sobre o
nascimento de Eric Arthur Blair, que ficou famoso mundialmente através do seu pseudónimo
literário George Orwell. Tal como acontece com muitas outras pessoas, não é, ou
não seria, necessária uma efeméride especial – e esta que agora se assinala é
como que uma «composta», cem mais vinte – para se evocar e celebrar a vida e a
obra do autor de «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro». Porém, vários têm sido os
factos ocorridos na última década, e em especial desde o início desta década,
que mais vieram reforçar a pertinência, a permanente actualidade e relevância
do seu mais famoso romance. Que, aliás, celebra este ano (a 4 de Dezembro) os
75 da sua conclusão e no próximo (a 8 de Junho) os 75 da sua primeira edição.
Não faltam exemplos que confirmam que a ficção se
tornou facto, em especial – o que é mais inquietante – na Grã-Bretanha e em
outros países anglófonos com forte ligação política e/ou cultural àquela, como
o Canadá (onde Pierre Trudeau se revelou um quase ditador, mantendo-se como
primeiro-ministro no momento em que escrevemos), a Irlanda, a Austrália, a Nova Zelândia (onde Jacinda Arden se revelou uma quase ditadora, tendo entretanto,
e, felizmente, deixado de ser primeira-ministra), e, obviamente, os Estados
Unidos da América após a (ilegítima) ocupação da Casa Branca por Joe Biden. Na
verdade, certas pulsões, ou tendências, totalitárias – em especial a
predisposição para a censura e para a punição por parte de certas
individualidades e entidades contra outras consideradas «inimigas» – que já se
notavam antes naquelas nações foram grandemente agravadas pela eclosão da
pandemia do vírus Covid-19...
... E a consequente repressão exercida por um Estado
sobre uma população não se verificou apenas em países com ditaduras duradouras
ou com fracas tradições democráticas. O «modelo chinês» foi como que «exportado»,
adoptado em quase todo o Mundo, tendo-se multiplicado os casos de cidadãos
detidos pelos motivos mais absurdos – como o de estarem sózinhos na rua em vez
de fechados em casa – ou punidos por emitirem e/ou partilharem «teorias da
conspiração» e «acções de desinformação» que, em última análise, vieram a
comprovar-se correctas: o vírus teve origem num laboratório, só é perigoso para
segmentos demográficos diminutos, e as vacinas contra o mesmo não tiveram
qualquer resultado na redução das infecções e das transmissões e comportaram
efeitos secundários perigosos e até fatais; quarentenas, máscaras e
confinamentos não proporcionaram quaisquer benefícios assinaláveis.
Nunca até então se havia assistido a uma tal
operação repressiva à escala planetária, protagonizada não por um mas sim por
vários «Grandes Irmãos». A liderá-la estava a OMS, ou, em Inglês (e numa
designação provavelmente mais apropriada a uma organização criminosa
internacional), a WHO. Que actuou como um autêntico «apêndice» propagandístico
de Pequim, quase como uma câmara de ressonância das posições do Partido
Comunista Chinês, atitude tanto mais reprovável, condenável, porque a agência
da Organização das Nações Unidas para a saúde deveria ter sido, ser,
equidistante em relação a todo e qualquer país membro. Porém, há que reconhecer
que a actuação de Tedros Ghebreyesus e dos seus «camaradas» acabou por se
revelar bastante consentânea com o que tem sido o panorama geral na ONU durante
as últimas décadas, em que várias ditaduras – em especial as muçulmanas –
conseguem ser eleitas para integrarem agências e comités (porque é «normal» ter
o Irão a pontificar sobre direitos das mulheres), nessas campanhas aproveitando,
com o maior descaramento, para aumentar ainda mais a pressão sobre Israel com
sucessivas e revoltantes moções condenatórias. Tudo isto quando é secretário-geral
um António Guterres cada vez mais ridículo, histérico e execrável, agora uma
personificação não nacional mas internacional do «pântano», expelindo
intervenções públicas e oficiais que alternam entre o catastrofismo climático –
e que, não se duvide, incitam os actos praticamente terroristas de «activistas»
como o bloqueio de ruas e de estradas e o vandalismo de obras de arte – e o
apelo constante ao alargamento da censura sob o pretexto do
combate à «desinformação e ao «discurso do ódio», este tendo ou não «dois minutos»
de duração.
Com tais exemplos vindos de «cima», não é de
surpreender que irrupções de loucura «orwelliana» aconteçam um pouco por todo o
Mundo. Recorde-se aquela que é, muito provavelmente, a mais famosa passagem de «Mil
Novecentos e Oitenta e Quatro: «Todos os registos foram destruídos ou
falsificados, todos os livros reescritos, todas as imagens foram repintadas,
todas as estátuas e edifícios receberam novos nomes, todas as datas foram
alteradas. E o processo continua dia após dia e minuto após minuto. A história
parou. Nada existe excepto um presente infindável em que o Partido está sempre
certo». A China destruiu os registos referentes ao início da pandemia, e as
falsificações quanto àquela foram, são, muitas; registos são também os textos e
vídeos sobre este e outros assuntos que os operacionais do Facebook, do Twitter
(pré-Elon Musk) e do YouTube têm apagado, e não só os produzidos e publicados
por norte-americanos, e a montagem selectiva («repintar»?) de gravações de som
e imagem é algo que há muito se pratica. Vários livros têm de facto sido
reescritos, reeditados com alterações, recentemente, como os de Agatha Christie, Ian Fleming e Roald Dahl, porque originalmente continham palavras
agora tidas como «ofensivas», e há quem queira fazer o mesmo a Eça de Queiroz.
Nos EUA assistiu-se também, desde os motins em 2020 que tiveram como pretexto a
morte de George Floyd, a um movimento de remoção de estátuas em diversas
cidades, não só de esclavagistas mas também de abolicionistas como Abraham Lincoln (!) e de outras figuras históricas que, seria de pensar, são, eram,
progressistas consensuais como Theodore Roosevelt, enquanto escolas, quartéis e
outras infra-estruturas públicas foram «rebaptizadas»; já em Portugal a estátua do Padre António Vieira e o Padrão dos Descobrimentos foram alvos de vandalismo.
Quanto a datas, surgiu nos EUA uma corrente que advoga o ano de 1619, e não o
de 1789, como o da «fundação» do país, e, no Brasil, mantém-se a tendência, por
parte de alguns, de culpar os «tugas» por tudo o que de mau aconteceu depois da
independência em 1822, mas não se hesita em atribuir a uma nação de Vera Cruz,
ainda não existente formalmente, certos feitos que, na verdade, se deveram à metrópole.
«Grande Irmão» não é a única expressão inventada por
George Orwell que foi tornada realidade muitas e muitas vezes nos anos
seguintes. «Memory hole»? A comunicação social «tradicional», em especial nos
EUA mas não só, muito se tem esforçado em ignorar, em fazer desaparecer,
notícias negativas para as individualidades e as entidades que prefere, todas
invariavelmente à esquerda do espectro político. «Groupthink»? Uma vez mais,
repare-se nos milhares de pessoas, formando como que um «culto», os «fiéis» que
continuam a acreditar nas aldrabices dos alarmistas climáticos apesar das consecutivas
«profecias» apocalípticas que nunca se concretizaram. «Ministério da Verdade»?
Alguém por Joe Biden (porque este não tem capacidade para tal) tentou
oficialmente criar (pelo menos) um. «Thought crimes» cujos respectivos
«culpados» são detidos por uma «Polícia do Pensamento»? Dos dois lados do
Atlântico casos desse tipo sucedem-se, com várias pessoas a (poderem) ser
presas pelo que dizem, escrevem e até,
literalmente, pensam (!!). «Newspeak»? O AO90 em Portugal, e as «justificações»
dadas pelos seus indignos impulsionadores, podem preencher os «requisitos»
daquela denominação, mas, no entanto, ficam muito aquém das loucuras lexicais
dos fanáticos, totalitários integrantes das hordas LGBTQ+, decididos a
substituírem as palavras, e designações, mais normais por alternativas retorcidas e ofensivas, inclusive para «mulher». Na sociedade norte-americana,
aliás, o panorama é de tal modo degradante e inquietante que, num julgamento em
que vários sectores do governo federal são acusados de acções de censura
generalizada em conluio com empresas tecnológicas, o juíz perguntou aos
representantes daqueles se alguma vez haviam lido «Mil Novecentos e Oitenta e
Quatro»!
George Orwell morreu
prematuramente, antes de completar 47 anos, e apesar de breve e difícil a sua
vida foi intensa, plena de acontecimentos e de momentos significativos,
individual e colectivamente. As suas experiências e as reflexões que delas
retirou permitiram-lhe antecipar o futuro. E beneficiou igualmente de estar
inserido num meio cultural, literário, muito mais receptivo à diferença, à
inovação, à subversão. Se ele tivesse sido português muito provavelmente esta
sua obra-prima nunca teria sido publicada, porque receberia repetidas respostas
negativas com a «justificação» de que ela não se integrava no plano editorial
ou que este já estava fechado. (Também no Obamatório e no Simetria.)
segunda-feira, maio 22, 2023
Ocorrência: Há 25 anos a Expo 98 começou
Completam-se hoje precisamente 25 anos: a 22 de Maio
de 1998 abriu as portas a Exposição Mundial de Lisboa, iniciativa que, dedicada
ao tema «Os oceanos, um património para o futuro», teve como pretexto a
celebração dos 500 anos da viagem de Vasco da Gama até à Índia, e que serviu
ainda para a reabilitação urbana da zona oriental da capital. Tal como milhares
de pessoas, fui visita do certame, e mais do que uma vez...
... E, pouco mais de um ano depois, a 8 de Setembro
de 1999, publiquei, no jornal Vida Ribatejana, um artigo intitulado «Expo dos
pequeninos?», que inclui no meu livro (editado em 2012) «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País», no qual, apesar de reconhecer vários méritos ao
projecto, não pude deixar de apontar o que me pareceu serem algumas, e graves, falhas.
Um excerto: «(...) A Expo 98 deveria ter
constituído a oportunidade e o pretexto para uma gigantesca campanha de
publicidade ao nosso país a nível mundial. (...) Não estava em questão fazer
com que todo o Mundo viesse à Expo, mas sim de lhe dar a conhecer que ela
existia, o que tinha e significava. De que serve construir um evento desta
dimensão se mais ninguém, além de nós, fica a saber disso? Foi apenas para
levantar o moral nacional, para aumentar o orgulho colectivo? Se sim, haveria
de certeza formas menos caras de o conseguir. Que ninguém tenha dúvidas: a Expo
98, enquanto grande “encontro mundial de povos e culturas” do ano passado, foi
largamente superada, se não mesmo esmagada, pelo Campeonato do Mundo de Futebol
realizado em França. (...) Esta nossa secular incapacidade de dar a conhecer a
nossa versão dos acontecimentos, o nosso “lado da História”, só tem servido os
interesses da Espanha, à qual convém que sejam mantidas todas estas
ambiguidades, confusões e equívocos, de modo a que os nossos feitos possam ser
atribuídos... a eles. (...)»
Previsível e
compreensivelmente, a efeméride foi hoje evocada por vários órgãos de comunicação
social – de referir Correio da Manhã, Diário de Notícias, Expresso, Forbes, Jornal de Notícias, M80,
Público, RTP, TSF e Visão. O que já não é compreensível nem tolerável é que António Mega Ferreira seja lembrado e homenageado como único «autor» da Expo 98 quando
na verdade houve outro, que parece estar a ser como que (deliberadamente?)
esquecido, «apagado da fotografia»: Vasco Graça Moura.
domingo, abril 30, 2023
Olhos e Orelhas: Primeiro Quadrimestre de 2023
A literatura: «Europa à Vista?!», Michael Kountouris; «O Grande Livro dos Lofts», Alessandro Orsi, Mireia Casanovas Soley e Simone Schleifer; «Desenho de Logos», Julius Wiedemann (Paul Middleton, intro.); «XXL», Tom of Finland (pseudónimo de Touko Laaksonen) (Dian Hanson, org.); «1000 Capas de Discos», Michael Ochs; «Flores de Pedra», Gisela Monteiro, Sandra Mesquita e Sara Gonçalves; «Cartoons 1969-1975», João Abel Manta (José Cardoso Pires, intro.).
A música: «O Melhor De...», Alfredo Marceneiro; «200 Motels», Frank Zappa; «Made In Japan», Deep Purple; «Crystal Silence», Chick Corea & Gary Burton; «Seven», Soft Machine; «Almada 79», UHF; «Technique», New Order; «Sonic Temple», Cult; «The Stone Roses», Stone Roses; «Flying Cowboys», Rickie Lee Jones; «Mosquito», GNR; «13», Blur; «Nightlife», Pet Shop Boys; «Midnite Vultures», Beck; «S & M», Metallica; «Rodalinda», George Frideric Handel (por Barbara Schlick, Claudia Schubert, Christoph Prégardien, David Cordier, Gotthold Schwarz e Kai Wessel, com La Stagione dirigida por Michael Schneider); «Die Sieben Letzten Worte Unseres Erlosers Am Kreuze», Joseph Haydn (por Andreas Schmidt, Ingeborg Danz, Pamela Coburn e Uwe Heilmann, com o Bach-Collegium e o Gachinger Kantorei de Estugarda dirigidos por Helmuth Rilling).
O cinema: «Os Croods - Uma Nova Idade», Joel Crawford; «Imortais», Tarsem Singh; «O Cavaleiro Verde», David Lowery; «Febre das Túlipas», Justin Chadwick; «Um Pequeno Caos», Alan Rickman; «Casanova», Federico Fellini; «Engenhos Mortais», Christian Rivers; «A Estrada», John Hillcoat; «A Hospedeira», Andrew Niccol; «Mamã», Andy Muschietti; «Jane por Charlotte», Charlotte Gainsbourg; «Psico», Alfred Hitchcock; «Aço Azul», Kathryn Bigelow; «Senhora Sloane», John Madden; «Caçador da Noite», David Raymond; «Titânio», Julia Ducournau; «A Matriz - Ressurreições», Lana Wachowski; «Estado Cativo», Rupert Wyatt; «Um Monstro Chama», J. A. Bayona; «Histórias Assustadoras para Contar no Escuro», Andre Ovredal; «Um Filme em Forma de Assim», João Botelho; «Guarda-Costas da Esposa do Assassino», Patrick Hughes; «Espia», Paul Feig; «Vizinhos», Nicholas Stoller; «Mais Um», Andrew Rhymer e Jeff Chan; «Os Anos Parecem Flores», Wong Kar-Wai.
E ainda...: «Lux Eterna», (vídeo musical dos) Metallica; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Tutankhamon em Portugal - Relatos na imprensa portuguesa 1922-1939» + exposição «A biblioteca de Gaspar Frutuoso» + exposição «Pedro da Silveira - Centenário 1922-2003» + exposição «(Re)Descobrir Teresa Sousa - Gravura, 60 anos depois» + mostra «Vítor Ramos - Uma trajectória no exílio»; Museu do Neo-Realismo - exposição de fotografias de Luísa Ferreira «A Ciência cura» + exposição de fotografias «A Família Humana - Erika Stone e Ingeborg Lippmann»; Canal História - (documentário) «Theodore Roosevelt»; FNAC - exposição de fotografias de Carlos Pereira «Wabi Sabi» (Chiado); Edições Colibri/Casa do Alentejo - apresentação em Lisboa do livro de Francisca Lopes Bicho «Gente da Nossa Terra - Memórias de Cuba»; Federação Internacional do Automóvel/Autódromo Internacional do Algarve - 6 Horas de Portimão (corrida do Campeonato do Mundo de Resistência 2023); Museu Municipal de VFX (Núcleo de Alverca) - comunicação por Anabela Ferreira «Património Cemiterial do Concelho de Vila Franca de Xira».
A música: «O Melhor De...», Alfredo Marceneiro; «200 Motels», Frank Zappa; «Made In Japan», Deep Purple; «Crystal Silence», Chick Corea & Gary Burton; «Seven», Soft Machine; «Almada 79», UHF; «Technique», New Order; «Sonic Temple», Cult; «The Stone Roses», Stone Roses; «Flying Cowboys», Rickie Lee Jones; «Mosquito», GNR; «13», Blur; «Nightlife», Pet Shop Boys; «Midnite Vultures», Beck; «S & M», Metallica; «Rodalinda», George Frideric Handel (por Barbara Schlick, Claudia Schubert, Christoph Prégardien, David Cordier, Gotthold Schwarz e Kai Wessel, com La Stagione dirigida por Michael Schneider); «Die Sieben Letzten Worte Unseres Erlosers Am Kreuze», Joseph Haydn (por Andreas Schmidt, Ingeborg Danz, Pamela Coburn e Uwe Heilmann, com o Bach-Collegium e o Gachinger Kantorei de Estugarda dirigidos por Helmuth Rilling).
O cinema: «Os Croods - Uma Nova Idade», Joel Crawford; «Imortais», Tarsem Singh; «O Cavaleiro Verde», David Lowery; «Febre das Túlipas», Justin Chadwick; «Um Pequeno Caos», Alan Rickman; «Casanova», Federico Fellini; «Engenhos Mortais», Christian Rivers; «A Estrada», John Hillcoat; «A Hospedeira», Andrew Niccol; «Mamã», Andy Muschietti; «Jane por Charlotte», Charlotte Gainsbourg; «Psico», Alfred Hitchcock; «Aço Azul», Kathryn Bigelow; «Senhora Sloane», John Madden; «Caçador da Noite», David Raymond; «Titânio», Julia Ducournau; «A Matriz - Ressurreições», Lana Wachowski; «Estado Cativo», Rupert Wyatt; «Um Monstro Chama», J. A. Bayona; «Histórias Assustadoras para Contar no Escuro», Andre Ovredal; «Um Filme em Forma de Assim», João Botelho; «Guarda-Costas da Esposa do Assassino», Patrick Hughes; «Espia», Paul Feig; «Vizinhos», Nicholas Stoller; «Mais Um», Andrew Rhymer e Jeff Chan; «Os Anos Parecem Flores», Wong Kar-Wai.
E ainda...: «Lux Eterna», (vídeo musical dos) Metallica; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Tutankhamon em Portugal - Relatos na imprensa portuguesa 1922-1939» + exposição «A biblioteca de Gaspar Frutuoso» + exposição «Pedro da Silveira - Centenário 1922-2003» + exposição «(Re)Descobrir Teresa Sousa - Gravura, 60 anos depois» + mostra «Vítor Ramos - Uma trajectória no exílio»; Museu do Neo-Realismo - exposição de fotografias de Luísa Ferreira «A Ciência cura» + exposição de fotografias «A Família Humana - Erika Stone e Ingeborg Lippmann»; Canal História - (documentário) «Theodore Roosevelt»; FNAC - exposição de fotografias de Carlos Pereira «Wabi Sabi» (Chiado); Edições Colibri/Casa do Alentejo - apresentação em Lisboa do livro de Francisca Lopes Bicho «Gente da Nossa Terra - Memórias de Cuba»; Federação Internacional do Automóvel/Autódromo Internacional do Algarve - 6 Horas de Portimão (corrida do Campeonato do Mundo de Resistência 2023); Museu Municipal de VFX (Núcleo de Alverca) - comunicação por Anabela Ferreira «Património Cemiterial do Concelho de Vila Franca de Xira».
terça-feira, abril 25, 2023
Ocorrência: Subscrevi o Apelo em Defesa da Língua
A convite, que obviamente e de imediato aceitei, de
Isabel A. Ferreira, subscrevi o «Apelo de cidadãos portugueses ao Presidente da
República em defesa da língua portuguesa e contra o Acordo Ortográfico de 1990».
Na lista de nomes em anexo sou o Nº 98. O texto foi publicado no blog O Lugar
da Língua Portuguesa a 18 de Abril último, tendo sido antes, e no mesmo dia, enviado
ao Palácio de Belém. Eis um excerto:
«Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico - a Língua Portuguesa - da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados. Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos
consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes
conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção,
defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa. Apelamos a Vossa Excelência
que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de
História. Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses
da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz
acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e
ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de
1943.»
Esta iniciativa, honrosa e meritória, é mais uma que
demonstra que muitos são os portugueses que continuam – e continuarão –
inconformados e indignados com a degradação e a destruição que a nossa
ortografia em particular, e a nossa cultura em geral, têm sofrido desde que, há
mais de 30 anos, alguns politicos de inferior intelecto e diminuta decência
decidiram submeter, subalternizar, Portugal aos interesses egoístas de certos sectores do Brasil. Marcelo Rebelo
de Sousa, o destinatário deste apelo agora emitido, é sem dúvida um membro de
pleno direito desse grupo infame, e há factos que sugerem que no caso dele tal também
se deve a motivos pessoais e familiares.
Enfim, este apelo
constitui uma excepção no panorama desolador que a Terceira República actualmente proporciona; é um regime em tão acentuado estado de decomposição que as suas mais «altas» figuras decidiram comemorar o dia de hoje convidando para uma sessão
solene um criminoso, corrupto e ladrão, um chefe de Estado ilegítimo que é amigo
e admirador de terroristas e de ditadores. O que demonstra que «a longa noite socialista» pode sempre ficar mais tenebrosa.
domingo, abril 16, 2023
Oráculo: Sobre as «sete vidas» de Agostinho
Na próxima terça-feira, 18 de Abril, às 15 horas e
n(a sala D. Antão de Almada d)o Palácio da Independência (sito no Largo de S.
Domingos, 11, em Lisboa, ao lado do Teatro D. Maria II), Renato Epifânio,
Presidente da Direcção do Movimento Internacional Lusófono, dará a primeira de
sete aulas de um curso de Filosofia e Cultura Lusófona com o tema «As sete vidas de Agostinho da Silva», aula essa com o título «Até meados dos anos
40». Seguir-se-ão no mesmo local: «Até finais dos anos 60», a 2 de Maio; «Até
meados do anos 80», a 9 de Maio; «Até às “Conversas Vadias”», a 16 de Maio; «Os
últimos anos de vida», a 23 de Maio; «Os anos após a sua morte», a 30 de Maio;
«Os anos mais recentes», a 6 de Junho.
A realização deste ciclo de palestras é uma
iniciativa louvável e meritória por ser mais um contributo para manter na
memória colectiva o nome, a vida e a obra de um homem que muito fez para a
melhoria e o desenvolvimento das relações entre os países e os povos de língua
portuguesa. Aliás, pode dizer-se que Agostinho da Silva terá sido o primeiro inspirador da criação da CPLP e também do próprio Movimento Internacional
Lusófono. E a evocação e a invocação da sua figura e da sua personalidade têm sempre para mim um
significado especial porque eu tive a honra e o privilégio de o conhecer
pessoalmente, em 1984, e de ser visita frequente na sua casa. Dessa experiência
fiz um relato, e um retrato, no meu artigo «Mestre, Profeta, Santo», publicado em
2004, dez anos depois da sua morte, e incluído no meu livro «Um Novo Portugal».
Agostinho da Silva viveu muitos anos no Brasil e lá
fez um trabalho notável ao nível do ensino universitário, leccionando em diversas
universidades e ajudando a criar outras. Não duvido de que muito o desgostaria
saber que, 200 anos depois da independência, naquele país «não irmão mas sim filho» ainda há quem acuse e culpe Portugal pelos problemas que a ex-colónia ainda
enfrenta, e também que muitos portugueses, alguns ocupando cargos e/ou
desempenhando funções da maior relevância, parecem dispostos e resignados a submeterem-se a posições subalternas perante as ambições e os interesses de
certos sectores na Terra de Vera Cruz.
segunda-feira, março 13, 2023
Oráculo: Em Lisboa a 18 de Março
No próximo sábado, 18 de Março de 2023, e a partir das 15.30, vai decorrer em Lisboa, mais concretamente na (biblioteca da) Casa do
Alentejo, a apresentação na capital de «Gente da Nossa Terra – Memórias de Cuba», de Francisca Bicho. Este será, na verdade, o segundo lançamento da obra:
a primeira apresentação da mesma teve lugar na referida vila alentejana, no
passado dia 3 de Dezembro, e no Museu Literário Casa Fialho de Almeida. A autora
é, aliás, Presidente da Direcção da Associação Cultural Fialho de Almeida, e
foi nessa qualidade que a conheci pessoalmente em 2019 aquando de uma visita a
Cuba e àquele museu, motivada e justificada pelas duas iniciativas evocativas
da vida e da obra do grande escritor que organizei em 2007 e em 2011. Posteriormente,
e logicamente, tornei-me membro da associação e colaborei no respectivo
boletim.
sexta-feira, fevereiro 17, 2023
Oráculo: Propostas até 30 de Abril
No mês passado anunciei pela primeira vez, aqui no
Octanas, que o Movimento Internacional Lusófono vai organizar, neste ano de
2023 e novamente por ideia e iniciativa minhas, o 3º Congresso Internacional «Eça de
Queiroz, 150 Anos», depois dos outros dois, realizados em 2019 e em 2021. Entretanto, e tal como fora prometido, mais informações sobre o evento foram já divulgadas...
... Nos blogs Nova Águia e Queiroz150, mais concretamente
as datas daquela, o local e o âmbito. O congresso está marcado para 16 e 17 de
Outubro próximos, e para já apenas na Biblioteca Nacional de Portugal, embora
ainda seja possível que, tal como aconteceu com os anteriores (Sociedade de
Geografia de Lisboa no primeiro, Palácio Valenças de Sintra no segundo), outro
espaço seja utilizado. E os temas principais, prioritários (mas não únicos), e motivos
de efemérides, serão: o começo, em 1873, como cônsul
em Havana, da carreira diplomática de José Maria de Eça de Queiroz, e as viagens
que fez nesse período aos Estados Unidos da América e ao Canadá; o começo da
escrita do conto «Singularidades de uma Rapariga Loira», publicado inicialmente
no Diário de Notícias, e também do romance (o seu primeiro a «solo», e recentemente
objecto de mais uma adaptação audiovisual) «O Crime do Padre Amaro», publicado
inicialmente (em fascículos) na Revista Ocidental; as primeiras leituras dos –
e reacções aos – textos dele no Brasil.
Quem pretender participar neste congresso deverá enviar
uma proposta – com título e resumo da comunicação – até 30 de Abril próximo,
para o endereço de correio electrónico info@movimentolusofono.org
segunda-feira, janeiro 16, 2023
Oráculo: 2023 será outro «Ano Queiroz»
Motivado por um facto infeliz (o falecimento
recente de Alfredo Campos Matos), o anúncio já foi feito por Renato Epifânio,
Presidente da Direcção do Movimento Internacional Lusófono, no passado dia 6 de
Janeiro, tanto no blog MILhafre como no blog Queiroz150: haverá em 2023 um
terceiro congresso «Eça de Queiroz 150 Anos»...
... Que, tal como os dois anteriores, resulta de uma
ideia e de uma proposta da minha autoria
e terá como objectivo principal a evocação, a análise e a discussão de
acontecimentos fundamentais na vida e na obra do autor de «Os Maias» que
ocorreram um século e meio antes. Em 2019 foi a comemoração dos 150 anos da
inauguração do Canal do Suez, a que Queiroz assistiu, parte de uma viagem pelo
Médio Oriente que lhe proporcionou inspiração e material para muitos trabalhos
posteriores. Em 2021 foi a celebração dos 150 anos não só da edição do seu primeiro romance - «O Mistério da Estrada de Sintra» - mas também do início da publicação de As Farpas, igualmente em colaboração com Ramalho Ortigão, e ainda da realização das (e da sua colaboração
nas) Conferências do Casino. Este ano
não faltarão igualmente várias efemérides importantes para assinalar, e as
informações relativas à organização da iniciativa e ao modo de nela participar
serão divulgadas em datas oportunas pelos canais habituais – conhecidos dos que
costumam acompanhar as actividades do MIL.
Entretanto, e não que tal fosse necessário,
continuam a aparecer regularmente provas de que a importância e a influência de
Eça de Queiroz nas culturas de língua portuguesa se mantêm intactas. Exemplo
mais recente disso é a estreia, hoje, de uma nova série televisiva baseada em «O Crime do Padre Amaro».
sábado, dezembro 31, 2022
Olhos e Orelhas: Terceiro Quadrimestre de 2022
A literatura: «Os Benefícios de Dar Peidos Explicados, ou a Causa Fundamental dos Episódios de Indisposição do Belo Sexo Investigada», Jonathan Swift; «Milton, um Poema em Dois Livros», William Blake; «O Livro dos Snobs», William M. Thackeray; «De Profundis», Oscar Wilde; «Manual de Civilidade para Jovens Meninas a Usar em Casas de Educação», Pierre-Félix Louys; «Uma família sentada à volta de uma mesa», Isidore Ducasse Comte de Lautréamont.
A música: «Lágrima», Amália Rodrigues; «Power, Corruption & Lies», New Order; «Nocturne», Siouxsie & The Banshees; «The Works», Queen; «Thing-Fish», Frank Zappa; «O Despertar Dos Alquimistas», Fausto; «Trompe Le Monde», Pixies; «Human Touch» e «Lucky Town», Bruce Springsteen; «Very», Pet Shop Boys; «Danças», Maria João & Mário Laginha; «Bloodflowers», Cure; «Machina - The Machines Of God», Smashing Pumpkins; «Stories From The City, Stories From The Sea», P. J. Harvey; «Is This It», Strokes; «Tamerlano», George Frideric Handel (por Gregory Reinhart, Henri Ledroit, Isabelle Poulenard, John Elwes, Mieke van der Sluis e René Jacobs, com La Grande Écurie et La Chambre du Roy dirigida por Jean-Claude Malgoire); «Missa Cellensis In Honorem Beatissimae Virginis Mariae», Joseph Haydn (por Marga Hoffgen, Maria Stader, Josef Greindl e Richard Holm, com o Coro e a Orquestra da Rádio Bávara dirigidos por Eugen Jochum).
O cinema: «O Testamento do Dr. Mabuse», Fritz Lang; «Kong - Ilha Caveira», Jordan Vogt-Roberts; «Homem-Formiga», Peyton Reed; «O Fim do Mundo», Edgar Wright; «Planeta Terror», Robert Rodriguez; «Este Obscuro Objecto do Desejo», Luis Buñuel; «Calígula», Tinto Brass; «Quo Vadis», Mervyn LeRoy; «Pompeia», Paul W. S. Anderson; «A Águia», Kevin Macdonald; «Querido Diário», Nanni Moretti; «Não Outro Filme de Adolescentes», Joel Gallen; «Noite Áspera», Lucia Aniello; «Coisas Muito Más», Peter Berg; «O Jogo de Odiar», Peter Hutchings; «Lá Fora», Fernando Lopes; «Bobby», Emilio Estevez; «Sacrifício do Peão», Edward Zwick; «Homem Negro do Clã», Spike Lee; «Frost/Nixon», Ron Howard; «Peter Rabbit 2 - O Fugitivo», Will Gluck; «Mulher Maravilha 1984», Patty Jenkins; «Caça-Fantasmas - Pós Vida», Jason Reitman; «Veneno - Que Haja Carnificina», Andy Serkis; «Homem-Aranha - Nenhum Caminho Para Casa», Jon Watts; «Artur Natal», Sarah Smith; «A Sociedade Literária e da Tarte de Cascas de Batata de Guernsey», Mike Newell.
E ainda...: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - exposição «A (re)afirmação de um elemento identitário - 70 anos da Ponte Marechal Carmona» (Museu Municipal) + exposição de pintura e desenho de Ana Cristina Dias «Da crisálida ao mundo maravilhoso» (galeria do Palácio da Quinta da Piedade) + exposição «Bienal de Fotografia 2022» (Celeiro da Patriarcal, Museu Municipal e Fábrica das Palavras); Museu do Neo-Realismo - exposição «Voltar - Mário Sacramento, a hora do ensaio»; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Rituais públicos no império português (1640-1821)» + exposição «A Biblioteca Cosmos e a propagação das luzes» + exposição «A oficina de Saramago» + mostra «Restauração e a fortificação moderna - Nicolau de Langres e as praças no Alentejo» + mostra «Un mirabile Inferno - Dante ilustrado por Amos Nattini» + colóquio «Pinharanda Gomes, historiador do pensamento português»; FNAC - exposição de fotografias de António Faria «A água e o livro» (Chiado); Universidade Católica Portuguesa/Pavilhão Carlos Lopes - Cerimónia de graduação de Mestres pela Escola de Negócios e Economia do ano 2022; Canal História - (documentário) «A Verdadeira Caça ao Outubro Vermelho» + (documentário) «O dia que abalou o pensamento»; Plataforma de Associações da Sociedade Civil - 2ª sessão do ciclo «O Esplendor Caótico do Mundo» - «Brasil contra Brasil»; EuroSport - (documentário) «Sétimo Céu».
A música: «Lágrima», Amália Rodrigues; «Power, Corruption & Lies», New Order; «Nocturne», Siouxsie & The Banshees; «The Works», Queen; «Thing-Fish», Frank Zappa; «O Despertar Dos Alquimistas», Fausto; «Trompe Le Monde», Pixies; «Human Touch» e «Lucky Town», Bruce Springsteen; «Very», Pet Shop Boys; «Danças», Maria João & Mário Laginha; «Bloodflowers», Cure; «Machina - The Machines Of God», Smashing Pumpkins; «Stories From The City, Stories From The Sea», P. J. Harvey; «Is This It», Strokes; «Tamerlano», George Frideric Handel (por Gregory Reinhart, Henri Ledroit, Isabelle Poulenard, John Elwes, Mieke van der Sluis e René Jacobs, com La Grande Écurie et La Chambre du Roy dirigida por Jean-Claude Malgoire); «Missa Cellensis In Honorem Beatissimae Virginis Mariae», Joseph Haydn (por Marga Hoffgen, Maria Stader, Josef Greindl e Richard Holm, com o Coro e a Orquestra da Rádio Bávara dirigidos por Eugen Jochum).
O cinema: «O Testamento do Dr. Mabuse», Fritz Lang; «Kong - Ilha Caveira», Jordan Vogt-Roberts; «Homem-Formiga», Peyton Reed; «O Fim do Mundo», Edgar Wright; «Planeta Terror», Robert Rodriguez; «Este Obscuro Objecto do Desejo», Luis Buñuel; «Calígula», Tinto Brass; «Quo Vadis», Mervyn LeRoy; «Pompeia», Paul W. S. Anderson; «A Águia», Kevin Macdonald; «Querido Diário», Nanni Moretti; «Não Outro Filme de Adolescentes», Joel Gallen; «Noite Áspera», Lucia Aniello; «Coisas Muito Más», Peter Berg; «O Jogo de Odiar», Peter Hutchings; «Lá Fora», Fernando Lopes; «Bobby», Emilio Estevez; «Sacrifício do Peão», Edward Zwick; «Homem Negro do Clã», Spike Lee; «Frost/Nixon», Ron Howard; «Peter Rabbit 2 - O Fugitivo», Will Gluck; «Mulher Maravilha 1984», Patty Jenkins; «Caça-Fantasmas - Pós Vida», Jason Reitman; «Veneno - Que Haja Carnificina», Andy Serkis; «Homem-Aranha - Nenhum Caminho Para Casa», Jon Watts; «Artur Natal», Sarah Smith; «A Sociedade Literária e da Tarte de Cascas de Batata de Guernsey», Mike Newell.
E ainda...: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - exposição «A (re)afirmação de um elemento identitário - 70 anos da Ponte Marechal Carmona» (Museu Municipal) + exposição de pintura e desenho de Ana Cristina Dias «Da crisálida ao mundo maravilhoso» (galeria do Palácio da Quinta da Piedade) + exposição «Bienal de Fotografia 2022» (Celeiro da Patriarcal, Museu Municipal e Fábrica das Palavras); Museu do Neo-Realismo - exposição «Voltar - Mário Sacramento, a hora do ensaio»; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Rituais públicos no império português (1640-1821)» + exposição «A Biblioteca Cosmos e a propagação das luzes» + exposição «A oficina de Saramago» + mostra «Restauração e a fortificação moderna - Nicolau de Langres e as praças no Alentejo» + mostra «Un mirabile Inferno - Dante ilustrado por Amos Nattini» + colóquio «Pinharanda Gomes, historiador do pensamento português»; FNAC - exposição de fotografias de António Faria «A água e o livro» (Chiado); Universidade Católica Portuguesa/Pavilhão Carlos Lopes - Cerimónia de graduação de Mestres pela Escola de Negócios e Economia do ano 2022; Canal História - (documentário) «A Verdadeira Caça ao Outubro Vermelho» + (documentário) «O dia que abalou o pensamento»; Plataforma de Associações da Sociedade Civil - 2ª sessão do ciclo «O Esplendor Caótico do Mundo» - «Brasil contra Brasil»; EuroSport - (documentário) «Sétimo Céu».
quinta-feira, dezembro 15, 2022
Ocorrência: Alternativa, mas concreta
Pode a Cidade Invicta reclamar para si,
definitivamente ou quase, o título de capital nacional da ficção especulativa
em Portugal, isto no sentido de ter os mais importantes eventos e iniciativas
regulares do género no nosso país? Se Lisboa dispõe do MoteLx (no Verão) e do
Fórum Fantástico (no Outono), o Porto dispõe, há muitos anos (mais de 40), do
FantasPorto (na Primavera), e, mais recentemente (há quatro anos), da What If
(Outono), ou, mais correcta e completamente, e na sua designação original em
Inglês, Conference of «What If» World History. Esta conferência anual dedicada
à história alternativa, com efeito, teve neste ano de 2022, entre 22 e 25 de Novembro, a sua quarta edição, que foi simultaneamente a segunda internacional.
Na verdade, e para além de convidados estrangeiros, dos três pólos do programa
dois situaram-se na metrópole do Douro e um em Puebla, no México...
... Mais concretamente na Universidade Popular Autónoma do Estado de Puebla, onde se realizou, logo no primeiro dia da
conferência, a Primeira Oficina Internacional de Gestão de Hipóteses e
Económicas, com ligação virtual em directo para o outro lado do Atlântico.
Neste, e na Universidade do Porto, os restantes dois pólos foram especificamente:
a Casa Comum (da Reitoria daquela), onde as actividades incluíram o Salão
Literário da Bela Época da Vinoterapia, «O “Museu da Falso” – Uma proposta de
modelo para a criação de uma Paisagem Mental Patrimonial» por Rui Macário, «Na
década de 20 do século passado» com DJ Sardão, e a (inauguração da) exposição
«Catastrophe Honorável» com curadoria de Sílvia Simões e Ana da Silveira Moura;
e a Casa dos Livros, designação «popular» do Centro de Estudos da Cultura em
Portugal da UP, localizado no Palacete Burmester, onde as actividades incluíram
as comunicações «E se o 25 de Abril de 1974 (Revolução dos Cravos) não tivesse
acontecido?» por Irene Pimentel, «Os Naga na história indiana antiga – Budismo
e Brahmanismo» por Daipayan Paul, «Ser ou não ser – identidade, história e
desenlaces sociais alternativos na arte contemporânea brasileira» por Pedro
Pousada e Vera Araújo, e «E se estivéssemos a viver no mundo distópico de “Mil
Novecentos e Oitenta e Quatro?» por Iren Boyarkina.
Nunca é de mais recordar,
reconhecer, reiterar que a «cabeça» e o «coração» deste acontecimento anual, a
sua grande força impulsionadora, dinamizadora (constitui como que um autêntico
«dínamo», uma fonte de energia individual) é Ana da Silveira Moura, talvez mais
conhecida pelo seu pseudónimo literário AMP Rodriguez, que, lembro novamente,
generosamente me convidou para ser um dos participantes, oradores, na primeira
edição do encontro, em 2019, o que levou igualmente a que eu fizesse parte do Comité Científico Honorífico permanente para as edições subsequentes. Ela é
também, claro, a principal autora e organizadora do projecto literário de
história alternativa «Winepunk», de que se aguarda com alguma expectativa a
publicação do segundo volume. Um empreendimento cultural multifacetado cuja
capacidade criadora é bem concreta. (Também no Simetria.)
quarta-feira, novembro 30, 2022
Ocorrência: Os «Mensageiros» partiram há 10 anos
Há exactamente uma década, a 30 de Novembro de 2012,
a antologia de contos de ficção científica e fantástico «Mensageiros das Estrelas» teve a sua primeira apresentação. Foi na Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, aquando do segundo colóquio com o mesmo nome, uma
iniciativa organizada pelo Centro de Estudos Anglísticos daquela universidade.
Porque fui convidado a participar enquanto orador no primeiro colóquio, em 2010, ocorreu-me propor ao CEA como agradecimento a
realização de uma colectânea colectiva que reflectisse o âmbito do evento, e
que servisse de «amostra» do talento e da diversidade dos autores nacionais de
FC & F. Eu fui um desses autores, e convidei a juntarem-se-me Ana Cristina
Luz, António de Macedo, António Pedro Saraiva, Cristina Flora, Isabel Cristina
Pires, João Afonso Machado, João Seixas, José António Barreiros, Luísa Marques
da Silva, Luís Filipe Silva, Maria de Menezes, Miguel Garcia, Nuno Fonseca,
Ozias Filho, Pedro Manuel Calvete, Sacha Andrade Ramos e Sérgio Franclim. Foram
co-organizadores Adelaide Meira Serras e Duarte Patarra, e a publicação foi
assegurada pela Fronteira do Caos, que antes, ainda em 2012, editara o meu livro «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País». O excelente – e mesmo
extraordinário – trabalho de desenho e de paginação do livro esteve a cargo de
Pedro Piedade Marques, que já colaborara comigo em «Poemas» de Alfred Tennyson
e em «Um Novo Portugal». E foi por causa de PPM que «Mensageiros das Estrelas» foi
mostrada na Amazing Stories, como um dos exemplos da sua criatividade e
capacidade, a propósito de uma entrevista a ele feita, e incluída numa edição
(digital) de 2015 daquela histórica revista. Dois anos depois, «MdE» apareceu
numa outra revista histórica da especialidade, a Locus, como uma das ilustrações de um artigo de Luís Filipe Silva sobre a FC & F em Portugal.
A seguir à primeira apresentação em Lisboa, e no que
foi outro momento muito especial, «Mensageiros das Estrelas» teve a sua segunda
apresentação: foi na Cidade Invicta, no cinema Rivoli, aquando da edição de 2013 do
Festival Internacional de Cinema do Porto; a co-fundadora e co-organizadora do
FantasPorto, Beatriz Pacheco Pereira, deu as boas vindas a mim e a Ana Cristina
Luz, representando os autores, e ainda a Victor Raquel, editor da Fronteira do
Caos, que explanámos e explicámos a origem, as características e os objectivos
do projecto. No mesmo ano os «Mensageiros...» proporcionaram outra experiência
inolvidável: na Feira do Livro de Lisboa alguns dos seus autores reuniram-se
junto do espaço da editora Gradiva – que então distribuía os livros publicados
pela FdC – para uma sessão de autógrafos e de agradável convívio. Em contraste previsível,
foi muito desagradável a «recensão», ou série de «recensões», de Jorge Candeias
aos contos que integram o livro. Inevitavelmente, respondi aos ataques
indecorosos do «tormento do Barlavento», tanto a um nível geral como a um nível
particular, aqui respeitante, obviamente, ao meu conto «Segundo Ultimatum
Futurista», que o «poltrão de Portimão» se atreveu a (des)classificar
ridiculamente, imagine-se, de «fascista». Entretanto, uma das «previsões»
contidas no meu trabalho parece ter encontrado como que uma «confirmação» em 2014; porém, em 2017, ano em que a acção do mesmo se desenrola, praticamente (e
felizmente?) nada do que eu tinha «antecipado» se tinha concretizado.
Enfim, e no que acabou
por constituir também uma consequência, gratificante e assaz inesperada, da
elaboração e da edição de «Mensageiros das Estrelas», eu e Luís Filipe Silva
fomos convidados pelo Centro de Estudos Anglísticos para dar uma aula (cada um)
aos alunos da licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas do ano lectivo 2016-2017
da Faculdade de Letras; a do Luís, dada a 4 de Abril, teve como tema
«Steampunk», e a minha, dada a 11 do mesmo mês, teve como tema «O fantástico é
o género dominante na literatura portuguesa», e aproveitei-a para reafirmar e
desenvolver a tese que propus no meu artigo com idêntico tema publicado no
Público em 2011. Então como hoje, sempre, há que aproveitar toda e qualquer
oportunidade para espalhar a «mensagem» da qualidade, relevância e
superioridade da FC & F. (Também no Simetria.)
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