terça-feira, novembro 25, 2014

Observação: O Natal mais cedo

(DUAS adendas no final deste texto.)
Hoje está-se a um mês do Natal, mas, sinceramente, sinto desde este último fim-de-semana – e não serei certamente a única pessoa nessa situação – que a quadra festiva veio (um mês) mais cedo. E porquê? Sendo eu um homem directo, não hipócrita e sem rodeios, a explicação é óbvia e inevitável: a detenção, o interrogatório e a prisão preventiva de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, que constitui(u) para mim um motivo de muita alegria e de grande celebração. Que grande «prenda» antecipada caiu nos «sapatinhos» de todos nós!
Quem me acompanha regularmente aqui no Octanas, quem lê (já leu) os textos que eu escrevi sobre a actualidade política em Portugal, a maior parte dos quais incluídos no meu livro «Um Novo Portugal», sabe que este era o desfecho que eu há vários anos aguardava, e ansiava, para a carreira de um dos homens mais vis, revoltantes e indignos que tiveram acesso às mais altas instâncias de poder neste país no último meio século. As acusações de crimes de branqueamento de capitais, corrupção e fraude fiscal de que ele está indiciado estão em consonância com os muitos rumores, as muitas suspeitas, que há desde há muito circulavam, e resultantes dos diversos casos, e escândalos, político-jurídico-financeiros que têm agitado esta ridícula terceira república.
E mesmo que José Sócrates venha a ser ilibado em tribunal – o que eu não acredito e não quero – ele mereceria sempre este opróbrio porque, indiscutivelmente, tornou – com a cumplicidade de camaradas e comparsas do Partido Socialista, que deveriam igualmente prestar contas à Justiça – esta nação mais pobre devido à sua governação deliberadamente ruinosa, que aliás ele viria a admitir com a célebre afirmação «a dívida não é para se pagar, é para se gerir». Só por isso – e já seria muito! – ele merecia ficar preso, e por muito tempo. E também, para cúmulo, por, durante os (nefastos) seis anos em que foi primeiro-ministro, ter imposto – sem ratificação por voto popular, como normalmente se exigiria – a aberração cultural do «acordo ortográfico», além de outras de cariz «social».
Quase tão bom como gozar a agonia do «Grande Só-Cretino» é desfrutar da desilusão, e até do choque, dos seus apoiantes, que, hipocritamente, não hesitam em lançar insinuações conspirativas sobre polícias, procuradores e juízes. E é inevitável para mim lembrar-me – eu não tenho memória curta – mais uma vez do que aconteceu entre 2004 e 2005, quando o actual «cliente» Nº 44 do Estabelecimento Prisional de Évora se tornou chefe de governo e se cuspiram as atoardas mais inacreditáveis sobre o seu antecessor, Pedro Santana Lopes. As voltas que a vida dá… Enfim, não se deve esquecer nunca o nome daquele que é o primeiro culpado pelo que aconteceu a partir daí: Jorge Sampaio.
(Adenda – Em Vila Franca de Xira há, compreensivelmente, a preocupação com as prováveis (más) consequências, para a imagem – e para a economia – do concelho, do recente surto de legionella. Porém, apesar de muito grave, de ter causado (uma dezena de) mortes e (centenas) de hospitalizações, a infecção por aquela bactéria não foi o resultado de uma acção deliberada mas sim da incompetência de certas pessoas em certas empresas. Pelo contrário, algo que também prejudicou, e muito, a imagem de Vila Franca de Xira, e que resultou da decisão voluntária de muitos que nele residem, foi o facto de o concelho ter sido um dos poucos do país - de facto, não foram assim tantos - onde, em 2011, o PS ainda liderado por José Sócrates venceu as eleições legislativas daquele ano – envergonhando os (aparentemente) minoritários cidadãos sensatos que habitam naquele município junto ao Tejo.)
(Segunda adenda - Convém recordar que, em finais de Julho, já se prenunciava o que viria a acontecer em finais de Novembro.    

sábado, novembro 22, 2014

Orientação: Saúde-se o Sporting, no ILCAO

Apesar de ser benfiquista – mas «desiludido» - não tenho qualquer problema em reconhecer algum bom trabalho e/ou alguma boa iniciativa de outra instituição desportiva. Como é o caso do Sporting Clube de Portugal, cuja decisão, tomada este ano, de rejeitar oficialmente o AO90 eu recordo e reforço em texto, publicado hoje, no sítio da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico.

segunda-feira, novembro 17, 2014

Outros: «Espíritos…» que perduram

Foi publicada há exactamente um ano, e só há cerca de um mês a descobri: uma recensão ao meu livro «Espíritos das Luzes» feita por Rui Martins no seu blog Orfiário
… E em que se afirma que, naquela obra, «o jornalista Octávio dos Santos elabora uma desconstrução alegórica e fantástica do ambiente e cenário da época, misturando História e ficção científica, figuras reais com personagens de ficção, surpreendendo assim as expectativas do público leitor, visto que esta é uma obra de largo espectro capaz de agradar não só aos amantes do romance histórico, mas também aos fãs mais acérrimos da literatura fantástica.»
Este meu livro, publicado em 2009 pela Gailivro na colecção «1001 Mundos» mas que concluí antes, em 2005, com o objectivo de ser lançado aquando da evocação dos 250 anos do terramoto de 1755, foi igualmente incluído numa lista de 20 – ficção e não-ficção – de leitura recomendada sobre aquele tema. Porém, o seu âmbito é maior e mais diversificado do que a da grande catástrofe do século XVIII, mesmo que «reimaginada» numa dimensão, espaço e tempo, alternativos. São «espíritos» e das «luzes», mas, no que depender de mim, perduram. (Também no Simetria.)

sábado, novembro 08, 2014

Observação: Não foram queimados

Não é apenas por preconceito, e até por receio, em relação à Ficção Científica e Fantástico e à sua indubitável superioridade e (maior) relevância enquanto género literário e artístico, que intervenientes privilegiados no campo cultural – jornalistas, críticos, editores, jurados de prémios, políticos e funcionários públicos com responsabilidades naquele – a desvalorizam e tentam subalternizar, prejudicando assim as suas possibilidades de alcançar um público (mais) alargado. Também é, frequentemente, por ignorância. Dois casos recentes, e quase coincidentes, disso mesmo merecem ser aqui relatados.
O primeiro foi protagonizado por Eduardo Pitta, que escreveu no seu blog Da Literatura que «infelizmente, (Ray) Bradbury não tem tido fortuna na edição portuguesa, estando embora traduzidos os dois ou três livros mais conhecidos»; o que motivou uma resposta por parte de… uma certa pessoa no seu blog A Lâmpada Mágica, que esclareceu o «literato» colaborador das revistas Ler e Sábado que, na verdade, do autor de «Fahrenheit 451» foram publicados no nosso país quase 20 livros; é evidente a desilusão do militante do Bloco de Esquerda em relação ao apoiante do Partido Socialista, mais concretamente pela «desinformação algo grotesca» - na verdade, desconhecimento, desinteresse e desleixo – demonstrada pelo segundo ; e tanto deve ter custado ao primeiro escrever a «posta», pois, afinal, é tão grande a proximidade ideológica entre os dois…
O segundo caso foi protagonizado por Nuno Galopim, que escreveu no seu blog Sound + Vision - em que tem João Lopes como parceiro – que dois livros de Arthur C. Clarke, «2061 – A Terceira Odisseia» e «3001 – A Odisseia Final», nunca foram traduzidos e editados em Portugal; só que… foram mesmo, e eu enviei uma mensagem (até agora sem resposta) a dar essa informação, acrecentando que aquelas duas obras integra(ra)m a colecção «Nébula» das Publicações Europa-América, a primeira (que, aliás, eu possuo, numa 2ª edição de 1988) com o número 25 e a segunda com o número 63; apesar de, insolitamente, tal facto não constar actualmente no sítio na Internet das PEA, a «prova» pode encontrar-se, por exemplo, no índice da colecção incluído na edição portuguesa de «Roma Eterna» de Robert Silverberg - livro extraordinário que eu também tenho, que foi o meu «destaque na literatura» do segundo quadrimestre de 2006, e que constituiu ainda, como revelei na introdução, uma influência decisiva na concepção de «A República Nunca Existiu!»
Enfim, é igualmente de referir que tanto o Da Literatura como o Sound + Vision não permitem a inserção de comentários. O que não obsta, como se vê, a que existam sempre meios de repor «a(s) verdade(s) a que (todos) temos direito». Que, neste caso, é a de que aqueles livros existem, ou existiram, em Português; não foram enviados ao espaço, não foram queimados. ;-) (Também no Simetria.)    

domingo, novembro 02, 2014

Oráculo: Um dos «Mensageiros», outra vez

A terceira edição – ou «Episódio III» - do colóquio «Mensageiros das Estrelas», cuja realização foi anunciada pela primeira vez em Abril último, já tem o seu programa disponível. E eu tenho o privilégio, também pela terceira vez, de ser um dos oradores convidados nacionais – ou national guests – do encontro organizado pelo Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa: no dia 19 de Novembro, o primeiro dos três do evento, entre as 17.45 e as 18.45 horas, no anfiteatro 3 da FLUL, participarei na mesa-redonda/debate «Ficção Científica e Crise», com João Barreiros, Luís Filipe Silva e Telmo Marçal, e moderação de Margarida Vale de Gato.
Obviamente, outros temas interessantes e outros intervenientes qualificados integram o programa do «Mensageiros das Estrelas» de 2014.  A primeira sessão plenária abordará a «Literatura de fantasia e a Idade Média», e seguir-se-ão comunicações e análises sobre «Heróis, vilões e monstros», «Utopia e distopia», «Ficção científica e História», «Imagens do sobrenatural e do corpo», «Videojogos, imaginário e ficção», «Zombies e performance», «A mulher na ficção científica» e «Mundos possíveis», entre demais tópicos. A lista de oradores inclui Adelaide Serras, Angélica Varandas, David Klein Martins, João Félix, Mick Greer, Nelson Zagalo, Rachel Haywood Ferreira e Susana Valdez, entre demais participantes.
Como nas duas edições anteriores (em 2010 e em 2012) do «Mensageiros das Estrelas», haverá livros à venda no espaço do (e adequados ao) colóquio. E um deles será, inevitavelmente, a antologia «Mensageiros das Estrelas», apresentada pela primeira vez há dois anos. Uma nova oportunidade, um novo pretexto, para quem ainda não o fez a adquirir. (Também no Simetria.)