sábado, fevereiro 08, 2020

Outros: Steiner, Bloom… e Leiria

Entre os (não muitos) sítios na Internet, incluindo blogs, que consulto e leio regularmente, e até diariamente, está o Horas Extraordinárias de Maria do Rosário Pedreira. A editora da LeYa escreve e publica invariavelmente textos interessantes e até frequentemente com informações relevantes, e o facto de ela ter rejeitado continuar a ler – e, logo, também publicar – o meu segundo romance após 30 páginas por não ter sentido «empatia» não diminuiu (muito) o meu apreço pelo seu profissionalismo, apesar de a concepção de «literatura séria» que tem ser algo questionável… em especial quando decidiu aprovar o lançamento de uma obra que é, como ela própria admitiu, escatológica. Lá faço ocasionalmente comentários…
… E o mais recente foi ontem, a propósito de uma evocação feita por MRP de George Steiner, falecido no passado dia 3 de Fevereiro. Achei oportuno deixar expresso que assisti à notável conferência dada pelo notável ensaísta em 2002 na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em que consegui que ele assinasse o meu exemplar de «No Castelo do Barba Azul». E ocorreu-me que faria sentido acrescentar que tivera uma experiência semelhante com outro respeitado e influente estudioso da literatura mundial, igualmente e infelizmente falecido recentemente (a 14 de Outubro de 2019), que, aquando de uma sua visita a Portugal em 2001, autografou os meus exemplares de «O Cânone Ocidental» e «Como Ler e Porquê»: Harold Bloom. Ambos conheciam e elogiavam autores portugueses, tanto ancestrais como contemporâneos, entre os quais Luís de Camões, Fernando Pessoa, José Saramago…
… Mas não, creio, Mário-Henrique Leiria. Contudo, o criador dos «contos do gin» é justamente admirado ainda hoje por muitos e dedicados leitores. Eu sou um deles, e evoquei-o em Janeiro último no Simetria a propósito de um livro de que foi co-tradutor: «Lua Ano Um», uma relíquia da ficção científica… e da propaganda comunista soviética, que merece, porém, ser (re)descoberta. Tal como, aliás, a obra completa de MHL, que a E-Primatur, numa acção que é de louvar, decidiu publicar.