segunda-feira, julho 28, 2014

Observação: De volta aos velhos «descobrimentos»

(Uma adenda no final deste texto.)
Foi em Dili, capital de Timor, cidade e país que assistiram a demasiadas atrocidades até há não muito tempo, terras de um povo subjugado por um regime, e um país estrangeiro, invasor, ditatorial, criminoso, autoritário, quase genocida, que na semana passada a Comunidade de Países de Língua Portuguesa se assumiu, em mais uma das suas cimeiras, como uma organização internacional que contemporiza com, e que até promove, a repressão totalitarizante, não democrática…
… E não só por causa da admissão, como membro de pleno direito, da Guiné Equatorial, país liderado por Teodoro Obiang desde 1979, onde não vigora uma democracia minimamente digna desse nome, onde ainda existem presos políticos, aplica-se a pena de morte e não há liberdade de expressão – e escusam de vir com o caso de (e a comparação com) Angola, país que de facto tem a língua portuguesa como idioma oficial (na GE é o espanhol) e onde as conquistas democráticas, apesar de ainda não completas, são inegáveis: também por causa da aceitação e da imposição dessa aberração inútil, prejudicial, neofascista e neocolonialista que é o «Acordo Ortográfico de 1990». Creio que os timorenses mereciam mais e melhor…   
… E não era isto que eu e Luís Ferreira Lopes tínhamos em mente quando criámos o conceito de «Os Novos Descobrimentos», e o desenvolvemos e o divulgámos, primeiro num artigo publicado pela primeira vez em 1987 e a seguir no nosso livro com o mesmo título, editado em 2006 precisamente e propositadamente aquando da celebração do décimo aniversário da CPLP. Adriano Moreira, uma das individualidades que então aceitou o nosso convite para estar presente no lançamento da nossa obra e para a apresentar, agora resumiu bem os motivos que deveriam ter levado à rejeição deste «alargamento» da Comunidade, ao nível político e ao nível cultural…
… «Alargamento» esse que foi decidido, note-se, não numa votação mas sim a partir de um «consenso generalizado»! É inegável a humilhação a que Portugal, por culpa dos seus levianos (ir)responsáveis políticos, foi sujeito, e a perda de autoridade moral (não que ela fosse muita antes…) que o nosso país sofre no contexto internacional. Em última instância, está-se perante (mais) um resultado de um pragmatismo perverso, da teoria e da práctica da «ética republicana»… de uma república das bananas e dos bananas. (Também no MILhafre (95).)
(Adenda - Escrevi comentários sobre este tema no Delito de Opinião e no MILhafre.)

sexta-feira, julho 18, 2014

Orientação: Sobre o Farrobo, no Público

Na edição de hoje (Nº 8862) do jornal Público, e na página 46, está o meu artigo «Farrobo, arroubo, roubo». Um excerto: «Quantos neste país sabem da existência deste autêntico “irmão mais velho” do Teatro D. Maria II, há décadas em ruínas, quase completamente destruído e deixado ao abandono? Que após o 25 de Abril foi alvo de um roubo colectivo dos seus materiais e objectos, a ponto de hoje só restarem as paredes? Por aquilo que foi, por aquilo que significou, pelas pessoas que o mandaram construir e que nele passaram muitos dias e muitas noites, pela época histórica em que foi erigido, plena de acontecimentos marcantes e de mudanças significativas em Portugal, este edifício merece ser recuperado e devolvido, tanto quanto possível, à sua antiga glória… mas boas intenções expressas em disposições testamentárias têm, ironicamente, atrasado, e até impedido, esse desiderato.» (Também no MILhafre (94).       

domingo, julho 13, 2014

Orientação: No Obamatório pode também ler-se…

… Entre os vários textos que tenho escrito e publicado naquele meu outro blog, e em especial neste ano de 2014: que o New York Times não é – nunca foi – um «jornal de referência», e não tem – nunca teve - credibilidade; que Barack Obama parece estar a aprender para ser ditador, que provavelmente foi «substituído» por um sósia, e que para prevenir e evitar mais problemas (que ele causa) já deveria ter apresentado a sua demissão; que Bill de Blasio, mayor (presidente da câmara) de Nova Iorque é, essencialmente, um comunista; que Hillary Clinton é um «ídolo com pés (e não só) de barro»; que o enfraquecimento deliberado da política externa e das forças armadas norte-americanas está a possibilitar o ressurgimento de terroristas e a pôr Israel em perigo; que nem a NASA escapa à degradação provocada pelo «obamismo»; que o 4 de Julho parece ser cada vez mais o «Dia da Dependência»… Enfim, muitos factos, e muitas opiniões baseadas em factos, que nunca ou raramente se encontram na «isenta» comunicação social portuguesa, e numa grande parte da blogosfera. De que o Obamatório é – continua a ser – uma excepção.       

quarta-feira, julho 02, 2014

Ocorrência: Apresentei queixa na PSP…

… Ontem, mais especificamente na esquadra da Polícia de Segurança Pública da minha área de residência, contra desconhecido(s), que causaram danos na minha casa – mais concretamente, desenharam tags, graffitis, numa das paredes daquela. Apesar de ser pouco provável que os culpados venham a ser descobertos, acusados, julgados e condenados, e de não ser de facto um crime (muito) grave, denunciei o caso às autoridades por uma questão de princípio, de coerência; não faria sentido não o fazer depois de, no meu artigo «Terra queimada», me ter insurgido também contra a permissividade que existe em Portugal, principalmente em Lisboa mas não só, relativamente ao que são, objectivamente, actos, mais do que de desrespeito, de destruição de propriedade alheia, tanto pública como privada.