Eis-nos em mais um dia 5 de Outubro. E a cada ano
que passa é cada vez mais difícil, se não impossível, contrabalançar, atenuar,
a desgraça da implantação da república em 1910 com a glória da assinatura do Tratado
de Zamora em 1143, em que foi reconhecida pela primeira vez a independência de
Portugal. Celebrar esta, hoje, reveste-se porém de uma acrescida ironia, porque
ontem a FIFA anunciou que a organização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2030 caberá não só ao nosso país mas também a Espanha e a Marrocos! Nações que,
como se sabe, ao longo da História muito «contribuíram» para a nossa auto-determinação
e para a nossa identidade. Os republicanos portugueses conseguiram finalmente o
que sempre almejaram, uma «união ibérica», mesmo que meramente desportiva, no
caso futebolística, e com umas «pitadas» de islamismo.
Esta é apenas, no entanto, a instância mais recente
em que os «descendentes» de Afonso Costa demonstram a sua perene falta de
patriotismo, o seu profundo desprezo por este país, a sua prolongada negligência
perante a verdadeira valorização que se deve fazer dele, a modernização e o desenvolvimento
de que este recanto da Europa tanto carece, o que implica principalmente, ou
primeiramente, o respeito pela cultura e a afirmação da dignidade nacionais, e não
só ao nível institucional. Todavia, nada disto existiu, aconteceu, de uma forma
significativa durante «a longa noite socialista» que começou a 25 de Abril de
1974, e, apesar de o período mais negro ter sido, indubitavelmente, aquele em
que José Sócrates foi primeiro-ministro, estes últimos quase dez anos
protagonizados pela «dupla» Marcelo Rebelo de Sousa & António Costa têm proporcionado
muitos, demasiados, momentos constrangedores, embaraçosos, ridículos,
vergonhosos; ambos adoram fazer longas viagens de avião para assistirem a jogos de futebol; ambos se subjugaram, como muitos outros, ao «aborto
pornortográfico», pelo que até nem foi surpreendente que tanto um como o outro elogiassem - e prefiram - o sotaque brasileiro, nem que recebessem de braços abertos Luís Inácio «Lula»
da Silva, comunista criminoso cadastrado que reocupou a presidência da
república do Brasil graças à tirania judicial e à fraude eleitoral; bem
acolhido em Lisboa foi também Miguel Díaz-Canel, actual ditador de Cuba e
herdeiro dos irmãos Castro. E, não, Marcelo a comentar decotes nem é o pior que
ele tem feito... A situação já seria suficientemente má unicamente pela
corrupção e pela ineptitude crónicas, que possibilitam que, hoje, a «comemoração»
da república seja também a da nossa ultrapassagem pela Roménia em indicadores
económico-sociais e a da existência de mais de 30 hospitais em diferentes níveis de «desespero»; sucedem-se as greves, não só no sector da saúde mas
também nos da justiça e da educação, embora, como é típico de uma sociedade
estatizada, a prioridade seja dada aos que prestam os serviços e não aos que
«beneficiam» daqueles, mais consumidores (insatisfeitos) do que cidadãos (interventivos)...
... Que, em última análise, são em grande parte
culpados do que acontece. Sem dúvida que o governo de António Costa – não
apenas a actual «versão» mas sim desde que aquele se tornou, ilegitimamente,
primeiro-ministro – é caracterizado, na sua actuação, por «maldade, podridão e perversão», por uma generalizada incompetência e um desavergonhado nepotismo.
Porém, há que nunca esquecer que os principais (ir)responsáveis pela existência
do dito cujo são todos aqueles que vota(ra)m no PS, em especial nas mais
recentes eleições legislativas, que proporcionaram aos «súcia-listas» (mais)
uma maioria absoluta. Que não haja ilusões: em Portugal estamos mesmo, desde
que José Sócrates tomou o poder, sob um autêntico, segundo, «Processo
Revolucionário em Curso», pior do que o de 74-76 porque imposto com a acrítica
passividade de uma larga faixa (a maioria?) da população, e que o breve
interregno liderado por Pedro Passos Coelho não conseguiu – ou não quis –
reverter no essencial. Não se duvide de que estamos em mais um «tempo infame» à
conta da extrema-esquerda, e nesta passou a estar incluído o PS após a ascensão
do «engenheiro de domingo». Este segundo «PREC» até tem os seus próprios,
novos, «ocupas», não de herdades no Alentejo mas sim de estradas e ruas, os
terroristas «melancia» da Climáximo («verdinhos» por fora mas «vermelhões» por dentro), estúpidos, irresponsáveis, manipulados, m*erd*s*s
agressores de pessoas e de património, que contam, no entanto, com a
condescendência das autoridades e a cumplicidade da comunicação social propagandista, «fracturante» e activista.
Aos que se lamentam e que afirmam que «não há esperança, não há saída à vista desta mediocridade de regime», pode-se e deve-se
contrapor, perguntar: porque não dedicar também parte dos tempos livres – em
especial o das pessoas que supostamente têm essa função por terem cargos de
direcção em determinadas organizações – a acções de «agit-prop» com impacto a
favor da mudança de regime? Mais do que «matar simbolicamente o socialismo», é
preciso matá-lo literalmente, bem como à República. Logo, acabar com o
preâmbulo da Constituição não chega: toda ela deve ser rasgada, mandada para o
lixo, e substituída por outra. Quanto à pergunta sobre «onde estão os novos
capitães (e quiçá outros oficiais, e soldados) indignados para levar a cabo tal
empreitada» (de mudança de regime), eu responderia que estão nos quartéis e nas
bases, furiosos com a falta e/ou a insuficiência de material e de condições de
trabalho – que faz com que, por exemplo, não tenham um navio capaz de vigiar o
que russos andam a fazer no nosso espaço marítimo – e ainda com a facilidade
com que os paióis neste país são assaltados.
Enfim, e para que a
primeira semana de Outubro seja menos deprimente do que o habitual, encontre-se
contentamento no casamento, depois de amanhã, dia 7 de Outubro de 2023, de
Maria Francisca de Bragança, no Convento de Mafra, uma casa construída por um
seu antepassado. Todos sabem, compreendem, que a cerimónia representa(rá) mais
do que um simples matrimónio, pelo que seria de esperar que alguns ressabiados
revelassem o seu desagrado pelo enlace; nessa circunstância, nada melhor a
fazer do que reduzi-los à sua insignificância porque «os cães ladram e a caravana passa». Parabéns aos noivos, e ficam os votos que os filhos deles e os nossos possam viver num restaurado Reino de Portugal.
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