quinta-feira, setembro 27, 2012

Observação: nAO a PSL

Coloquei no blog de Pedro Santana Lopes, no passado dia 25 de Setembro, um comentário que, na verdade, era – é – mais uma mensagem, não sobre o que ele escreveu mas sim sobre como ele escreveu. O ex-presidente do PSD, ex-primeiro ministro, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ex-secretário de Estado da Cultura, ex-presidente do Sporting e ex-deputado não o publicou (até agora), nem é de esperar que o faça…    
… Porque foi isto o que lhe escrevi: «”Atuais”?! “Objetivos”?! Finalmente rendeu-se ao «aborto pornortográfico», essa abjecção ilegítima, ilegal, ridícula e inútil, que Aníbal Cavaco Silva, esse “portento” de “coragem”, “cultura” e “sensatez” não só não desautorizou como, pelo contrário, apoiou? E que nesse processo se serviu de si como “moço de recados”? O mesmo Cavaco que lhe deu, depois, tantas demonstrações de desprezo e de ingratidão? Porém, noto que, no jornal Sol, o senhor continua a escrever em Português Normal, Decente e Correcto. Afinal, como é? Creio que se está no momento de se decidir... definitivamente. De optar pela dignidade… ou prescindir dela.»
Desde 2004 foram várias as vezes em que, em conversas com outras pessoas, em mensagens que enviei, e em artigos que escrevi, defendi o actual Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, alvo da mais infame e mais injusta (tentativa de) destruição de carácter que já se viu neste país depois do 25 de Abril de 1974. Eu não tenho memória curta: ao sucessor de José Manuel Durão Barroso à frente do governo foram apontados quase todos os defeitos – e atirados quase todos os insultos – possíveis e imaginários… e isto antes de todo o Portugal saber, sem qualquer dúvida (a mim não me surpreendeu, pois sabia, e avisei, do que ele era capaz), o que José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa foi e é, o que fez e o que não fez.
Porém, há sempre um ponto a partir do qual alguém pára de merecer o nosso (neste caso, o meu) empenho. Esse nec plus ultra é, para mim, o AO90, que qualquer português digno desse nome – e em especial um político – tem o dever de rejeitar e de combater incansável e incondicionalmente. Pedro Santana Lopes juntou-se aos desistentes e aos colaboracionistas. Estou desiludido? Sim. Estou surpreendido? Não.
(Adenda - Afinal, publicou hoje (sábado, 29 de Setembro) o meu comentário. No entanto, não espero que se arrependa e que volte a escrever correCtamente.)  

terça-feira, setembro 18, 2012

Observação: Carroças sim, carros não!

«Sociedade Civil», na RTP2, mais do que um programa de televisão, é uma acção contínua, diária, de propaganda às grandes «causas» do chamado «politicamente (e socialmente, e culturalmente…) correcto»; tal só é novidade para os que não o costumam ver, ou, vendo-o, são distraídos. E a emissão de ontem, subordinada ao tema – e à pergunta - «cidades sem carros, para quando?», teve como convidados: Ana Santos, da Associação para a Mobilidade Urbana em Bicicleta; Fernando Nunes da Silva, da Câmara Municipal de Lisboa; Mafalda Sousa, da Quercus; e Mercês Ferreira, da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Porém, um debate como este não deveria ter também um representante do Automóvel Clube de Portugal?
Numa iniciativa informativa que de facto se orientasse por critérios jornalísticos, que procurasse realmente o equilíbrio, que tentasse abranger o máximo de opiniões possível, sem dúvida que não poderia deixar de estar presente, por interposta pessoa, uma instituição que, para mais, é a que tem o maior número de associados em Portugal. Sim, normalmente seria assim. Mas o «Sociedade Civil» não é… normal. E nem é a primeira vez que faz uma destas. Na verdade, já assinalou o centenário da República… sem monárquicos; já abordou (por mais de uma vez) o AO90 sem opositores do dito cujo – nomeadamente da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico, que, ela sim, representa um movimento genuíno da (autêntica) sociedade civil. E, no que terá sido talvez um dos poucos «descuidos» da equipa que produz o programa, a emissão do dia 22 de Setembro de 2009, que teve como pretexto o filme «A Era da Estupidez», contou, como um dos convidados, com o saudoso Rui Moura, que não perdeu tempo a denunciar e a desmascarar a teoria do «aquecimento global antropogénico» deixando, ao mesmo tempo, quase sem palavras, Francisco Ferreira, Filipe Duarte Santos … e a própria Fernanda Freitas, todos apologistas da atoarda das «alterações climáticas». Digamos que ficou demonstrado que a «estupidez» não era de quem estavam à espera. Um momento notável, inolvidável, para quem, como eu, a ele assistiu.
A ausência de um representante do ACP na emissão de ontem foi, no entanto, censurável – embora previsível – por um outro motivo: é que Fernando Nunes da Silva – professor de Urbanismo e Transportes no Instituto Superior Técnico! – é, na CML, o vereador com o pelouro da «Mobilidade»… e 17 de Setembro, segunda-feira, foi igualmente o dia em que se começaram a sentir, a sério, as consequências da mais recente ideia irresponsável do actual, e incompetente, presidente da edilidade da capital: as alterações ao trânsito na Praça do Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade, em especial o conceito de «segunda rotunda». Ironicamente, na «Semana Europeia da Mobilidade»… aumenta-se a imobilidade, o «engarrafamento» de tráfego, a poluição – quando o motivo invocado para esta mudança é, precisamente, e por imposição da União Europeia, a melhoria da qualidade do ar naquela zona da cidade. Não era, pois, «conveniente» confrontar o senhor vereador com questões controversas e incómodas… e denunciar, em simultâneo, a megalomania patética de António Costa, que, invejoso, quer deixar uma «marca» maior (e «superior» à) do que a – essa sim, comprovadamente positiva, relevante, útil – deixada por Pedro Santana Lopes com o «Túnel do Marquês».   
Por este andar, qualquer dia, e além das bicicletas, só as carroças serão permitidas à superfície… Até lá, os cidadãos têm de suportar as consequências desta «experiência» (mais uma) que custou «apenas» 750 mil euros – verba que, para Nunes da Silva, «não é astronómica». É de perguntar se todo esse dinheiro não seria melhor aproveitado, por exemplo, na limpeza e na recuperação dos edifícios de Lisboa, e não só aqueles que constituem património arquitectónico e histórico. (Também no Esquinas (131) e no MILhafre (65).

sexta-feira, setembro 14, 2012

Outros: Onde comprar «Um Novo Portugal»

O meu novo livro, «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País», editado pela Fronteira do Caos, está à venda, tal como previamente informei, principalmente nas lojas Bertrand e FNAC, mas não só. Pode também ser adquirido, por exemplo, na Apolo 70, Culturminho, Sítio do Livro, Tiraqui, Universidade Católica Portuguesa e Wook. E ainda no El Corte Inglés (apesar de não dispor da correspondente página electrónica). Outras referências: Gazeta de Viseu, Nova Águia, O Relógio Avariado de Deus e Real Família Portuguesa

sábado, setembro 08, 2012

Observação: A Restauração já começou?

No meu artigo «Um Presidente por um Rei», publicado no jornal Público a 8 de Junho último, e que está incluído (páginas 260-262) no meu novo livro «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País», afirmo – escrevo – que «a primeira iniciativa indispensável num restaurado Reino de Portugal – e até, se possível, prévio a este – seria a ilegalização e a dissolução total e, preferencialmente, definitiva do Grande Oriente Lusitano, complementada pela divulgação dos nomes de todos os seus membros, passados e presentes.» Porque, a 1 de Agosto, foi publicada, como comentário num blog, uma (primeira, e incompleta) lista de membros do GOL, pode-se deduzir que a Restauração já começou?
Não tenho motivos para especular, e para concluir, que a iniciativa do «António José» tenha constituído como que uma resposta ao meu «repto». De qualquer forma, considero que a mesma tem mais vantagens do que desvantagens, mais méritos do que deméritos. E, previsivelmente, originou uma larga gama de reacções, das quais aqui e agora apenas me vou referir à de João Gonçalves pelo respeito que lhe tenho. O homem do (blog) Portugal dos Pequeninos também está naquela lista, embora a sua (breve) passagem pelos «aventaleiros» não constitua uma novidade – ele próprio já a revelara, em Janeiro deste ano, no PdP. Sobre a divulgação deste «rol» - com quase 1500 nomes! – esclarece que «é-me indiferente a divulgação desta espécie de index paranóico para consolo onanista de uns quantos "assangezinhos" de trazer por casa.»
Faz muito bem João Gonçalves em não dar (demasiada) importância ao «incidente». «Quem não deve não teme», e eu nunca pensei, disse e/ou escrevi que todo e qualquer maçon, membro do GOL ou de outra «confraria» similar, é, à partida, um indivíduo de carácter duvidoso ou até mesmo um criminoso. Pelo menos, será ingénuo… Porém, não me parece correcto, e justo, comparar o «António José» ao fundador do WikiLeaks. Julian Assange procedeu à divulgação ilegal, ilegítima, injustificada e indiscriminada de informações pertencentes a instituições de países democráticos cuja existência e actividade são (podem ser) controladas e reguladas por entidades políticas, judiciais e administrativas, pela comunicação social e – por último mas não o menos importante – pelos cidadãos eleitores. Neste tema também faço minhas as palavras de João Afonso Machado: as lojas maçónicas não se inscrevem naquela categoria; a natureza do seu objecto não é clara, embora não faltem suposições – suspeições – mais ou menos (bem) fundamentadas; não merecem ter «direito à privacidade» porque não são verdadeiras famílias. E note-se que, desta vez, apenas foram divulgados nomes; se tivessem sido mensagens, aí sim é que seria interessante… (Também no Esquinas (130) e no MILhafre (64).)