quarta-feira, dezembro 31, 2014

Olhos e Orelhas: Terceiro Quadrimestre de 2014

A literatura: «Descrição da Cidade de Lisboa», Damião de Góis; «Fervor de Buenos Aires», «Lua Defronte» e «Caderno San Martín», Jorge Luis Borges; «O Trono do Altíssimo» e «O Jardim das Delícias», João Aguiar; «Canção de Kali», Dan Simmons; «Palmas Para o Esquilo», David Soares e Pedro Serpa; «Super-Homem - Filho Vermelho», Dave Johnson e Mark Millar; «Tsubaki», Bruno Martins Soares; «As moças do campo», Telmo Marçal.
A música: «Portraits (So Long Ago, So Clear)», Vangelis; «Alessandro Safina», Alessandro Safina; «Seasons In The Abyss», Slayer; «Lusitana», Dulce Pontes; «Blue Train», John Coltrane; «Tuba Jazz», Ray Draper Quintet; «In Chicago», Cannonball Adderley Quintet; «Dog Man Star», Suede; «Parklife», Blur; «Badmotorfinger», Soundgarden; «Simply Christmas - Festive Songs, Carols And Christmas Classics - 01/Christmas Crooners», Bing Crosby, Frank Sinatra, Nat King Cole, Perry Como, e outros.
O cinema: «O Filme Lego», Christopher Miller e Phil Lord; «Eragon», Stefen Fangmeier; «A Rapariga com a Tatuagem de Dragão», David Fincher; «Eu Sou o Amor», Luca Guadagnino; «Amigos com Benefícios», Will Gluck; «Jogo de Ripley», Liliana Cavani; «O Dilema», Ron Howard; «Ira de Titãs», Jonathan Liebesman; «Os Homens da Companhia», John Wells; «Mal Residente - Pós-Vida», Paul W. S. Anderson; «50/50», Jonathan Levine; «Sombras Escuras», Tim Burton; «RPG», David Rebordão e Tino Navarro; «Esquecendo Sarah Marshall», Nicholas Stoller; «O Desconhecido do Lago», Alain Guiraudie; «Florbela», Vicente Alves do Ó; «O que Esperar Quando se está de Esperanças», Kirk Jones; «Operação Outono», Bruno de Almeida; «Congelado», Chris Buck e Jennifer Lee; «Morte ao Smoochy», Danny DeVito; «A Campanha», Jay Roach; «Capitão América - O Soldado de Inverno», Anthony Russo e Joe Russo; «O Grande Kilapy», Zézé Gamboa; «Cosmopólis», David Cronenberg; «Branca de Neve e o Caçador», Rupert Sanders.
E ainda...: Biblioteca Nacional - exposição «David de Almeida - A ética da mão» + exposição «Uma colecção, dois coleccionadores - Pereira e Sousa - Mendonça Cortês» + exposição «A biblioteca do embaixador - Os livros de D. García de Silva e Figueroa (1614-1624)» + mostra «António Ramos Rosa - A poesia em diálogo com o Universo» + mostra «Ruy Coelho (1889-1986) - O espólio de um compositor» + mostra «Do manuscrito ao espectáculo - A colecção de teatro de António José de Oliveira» + mostra «Biografias de Teixeira de Pascoaes» + mostra «José Pedro Machado (1914-2005) - Uma vida de estudo»; «Shake It Off» e «Blank Space», Taylor Swift; Salvador Caetano-Vila Franca de Xira - «Dia Toyota»; Centro de Estudos Anglísticos da (Faculdade de Letras da) Universidade de Lisboa - colóquio internacional «Mensageiros das Estrelas - Episódio III»; QualAlbatroz - «Um livro feito à mão», José Alfaro; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira/Celeiro da Patriarcal - Bienal de Fotografia 2014; Museu do Neo-Realismo - exposição «Arsénio Mota - Uma vida como obra»; Biblioteca Municipal/Fábrica das Palavras de Vila Franca de Xira - exposição de fotografia «Nasci com passaporte de turista» de Afonso de Burnay; Espaço-Museu do Hospital de Vila Franca de Xira.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Obrigado: Aos que das «estrelas»…

… Serviram de «mensageiros», que trouxeram as «mensagens» aos meros terrestres. Foi há precisamente um mês, a 19 de Novembro, que teve início, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o «Episódio III» - isto é, a terceira edição – do colóquio internacional (bianual) de ficção científica e fantástico «Mensageiros das Estrelas». E foi também há um mês que eu participei, como já anunciara a 2 de Novembro, juntamente com João Barreiros e Luís Filipe Silva (Telmo Marçal faltou), no debate «Ficção Científica e Crise», que Margarida Vale de Gato, a moderadora, considerou no final ter sido um dos melhores do género a que havia assistido e/ou em que havia participado. Não se procedeu a um registo vídeo mas fizeram-se algumas fotografias.
O colóquio teve uma divulgação assinalável, talvez superior às dos seus dois antecessores, em 2010 e em 2012. De facto, além de menções em espaços exclusivamente digitais – Mundo Snitram, Notícias Ao Minuto, Os Fantásticos Mundos de Elsa, Ouroboros Lair, Pátria de Heróis – o evento organizado pelo Centro de Estudos Anglísticos da UL mereceu também destaque nos sítios de publicações em papel – no Correio da Manhã, no Diário de Notícias, na Fórum e no Sol através de breves textos, e no Público com um artigo alargado.
Agora, é aguardar «apenas» dois anos até ao «Mensageiros das Estrelas – Episódio IV», em 2016. Será «uma nova esperança»? ;-) (Também no Simetria.

quarta-feira, dezembro 10, 2014

Ocorrência: Louçã a espaços

Francisco Louçã é, juntamente com António Bagão Félix e Ricardo Cabral, um dos colaboradores permanentes no blog do jornal Público Tudo Menos Economia. Há precisamente uma semana, a 3 de Dezembro, decidiu escrever sobre cinema e, mais concretamente, sobre o mais recente filme realizado por Christopher Nolan: «Interestelar».
No texto, intitulado «A utopia resgata o presente do futuro?», o ex-líder do Bloco de Esquerda realça que «este é o segundo filme (o primeiro foi «Gravidade») de grande audiência que, em pouco tempo, nos faz olhar para o espaço. Mas “Interestelar” não é unicamente um passeio no cosmos e um filme-catástrofe: é uma narrativa sobre a fronteira da ciência quando a Terra se esgota. E essa fronteira é misteriosa. (…) Ao deixar as perguntas, o filme desenha uma utopia: o êxodo da humanidade salva-a de si própria, depois de esgotado o planeta da origem. Mas, desse modo, o filme afasta-se da tradição mais eloquente da ficção científica, a que procura outros seres que são como nós ou que são meios de nós próprios. (…) A ficção científica não imagina o passado, procura o futuro e por isso ocupa a incerteza mais radical, que as artes do feitiço não podem sequer simular. A nostalgia é conservadora, a ficção é ousadamente transformadora.»
É sempre salutar, e de saudar, que pessoas, político(a)s, figuras públicas que estamos mais habituados a ver - e a ouvir – intervir em matérias mais do interesse geral, nacional, relacionadas com a economia e o Estado, procedam também, mesmo que ocasionalmente, a reflexões sobre outros temas – da cultura, e não só – que eventualmente proporcionem concordância por parte de outros que habitualmente deles discordam. Porém, isso não quer dizer que essas reflexões estejam isentas de erros, e esta foi um desses casos. De facto, Francisco Louçã escreveu «Alfonso Cuarín» em vez de «Cuarón»; que Ridley Scott realizou «Aliens» - este, na verdade, foi dirigido por James Cameron, e Scott deu-nos, antes, «Alien»; que «Blade Runner» foi «adaptado de um conto» de Philip K. Dick – na verdade, foi adaptado de um romance, «Do Androids Dream of Electric Sheep?»
Depois de detectar estas falhas – que alguém, que dá mais importância ao CdP (Culto da Personalidade) e ao SI (Sectarismo Ideológico) do que à FC, optou por ignorar – decidi apontá-las, juntamente com as respectivas correcções, à Direcção do Público, que por sua vez as comunicou a Francisco Louçã. Este procedeu às alterações no dia seguinte – embora, quanto a «Blade Runner», tenha optado por indicar aquele filme como tendo sido feito «a partir de um texto de…» - mas não indicou que aquelas alterações tinham sido efectuadas nem quem as tinha induzido. O que, enfim, não é de espantar: à esquerda há sempre muita dificuldade em se admitir que se estava (está) enganado. (Também no Simetria.   

quinta-feira, dezembro 04, 2014

Outros: Contra o AO90 (Parte 10)

«É importante respirar, ter uma pausa, pensar, reflectir», «A grafia Schweinstnegger e o Record», «Aparentemente, as farturas dão sorte», «Acordo Ortográfico de 1990 – ortografia descaracterizada», «Einstein a mostrar a língua», «Polícia para o trânsito para patos atravessarem», «Despedimento colectivo», «Onde para o socialismo? Para onde vai o PS?», «De *fato e de direito, hoje, no sítio do costume», «Metro de Lisboa para todo o dia», «A “perspectiva” e a “perspetiva” – a unidade essencial», «A óptica é óptima – parabéns ao Expresso», «Ricardo Carvalho e a retractação», «Diálogo sobre a intervenção directa no processo de avaliação», «Contra o Orçamento de Estado para 2015», «Presidência do Brasil», «Vem aí a recessão» e «A imagem de Portugal no estrangeiro ficou com aftas?», Francisco Miguel Valada; «Carta aberta à Associação 25 de Abril», Maria José Abranches; «Isto admite-se?», Noémia Pinto; «Vasco Graça Moura», «Francisco José Viegas, o anjinho da procissão», «AO90 – vogais fechadas para balanço», «Um dos piores fatos que já vi» e «Redacções invadidas por “batéria” altamente contagiosa», António Fernando Nabais; «Vasco Graça Moura morreu!», António Marques; «O respeitador cosmopolita do português», João Gonçalves; «Deixem a ortografia em paz», Jaime Pinsky; «Reflexões sobre o AO», «Para quando o Ptydepe?» e «Ainda os puristas da língua…», Luís Miguel Rosa; «Tudo menos teimosias de um velho», «Saramago traduzido para português», «A velhíssima mãe e os seus diferentes filhos», «Língua rica, língua pobre e uma linha a menos», «Chumbem Vieira! Chumbem Pessoa!» e «Avesso às “leis" mas não à alma», Nuno Pacheco; «A importância da preservação da língua portuguesa» e «O acordo ortográfico e o arco-da-velha», Paulo Ramires; «Os responsáveis políticos pelo “acordo ortográfico” de 1990» e «Conversor Lince – uma estranha forma de estar na vida pública portuguesa», Ivo Miguel Barroso; «Cordatos, cordados… mas invertebrados» e «Enriquecimento pela divergência», Isabel Coutinho Monteiro; «Quando o dinheiro fala, ninguém repara na gramática que usa», Graça Maciel Costa; «O Acordo Ortográfico», Miguel Tamen; «O legado de Vasco Graça Moura», Jorge Colaço; «A palhaçada do Acordo Ortográfico» e «Diktat - imposição linguística», Tomás Goldstein; «Um relvado à beira-mar mal plantado», Madalena Homem Cardoso; «Porque não existe objecção de consciência em relação ao Acordo Ortográfico?», «O Acordo Ortográfico e o terrorismo do Estado português contra a cultura portuguesa» e «Fernando Pessoa escrito segundo a novilíngua brasileira», Orlando Braga; «Nota de leonino apreço…» e «”Só” dez por cento?!?», Rui Valente; «Quinze magníficos séculos de idioma», Fernando Venâncio; «Falta de respeito» e «Um caso de sucesso», Sérgio de Almeida Correia; «Penso rápido (19)», «Penso rápido (21)», «Onra aos omens onestos», «Nem como se lê nem como se diz» e «Estou com eles, obviamente», Pedro Correia; «Obiang e o Acordo Ortográfico» e «Retalhos da nossa língua», António Bagão Félix; «É “supra citado” ou “supracitado”? Porquê?», Helena Rebelo; «Ensaio sobre a loucura», «Um “esclarecimento” muito pouco ou nada claro», «Boato, ameaça ou manobra de diversão?» e «Da contradição», João Pedro Graça; «Monstruosidades contra a língua portuguesa», David Soares; «Barbaridades contra a língua portuguesa», António Justo; «Mais uma tomada de três pinos», Janer Cristaldo; «A hipótese de uma ortografia do português de Angola», Wa Zani; «Diz Pimentel que Cyro disse que Pimentel disse o que Cyro diz que não disse», Hermínia Castro; «Hora sem agá», Maria do Rosário Pedreira; «Enjoados do português», Fernando Dacosta; «Poetas portugueses refutam o novo acordo ortográfico», Barroso da Fonte; «O novo acordo ortográfico, uma pedrada na língua portuguesa», António Galopim de Carvalho; «Despachar o português – o dever de recusa», José Manuel Martins; «Delírio reformista», José Augusto Carvalho; «Mas a língua, Senhor Malaca?», Ana Cristina Leonardo. (Também no MILhafre (99).)                     

terça-feira, novembro 25, 2014

Observação: O Natal mais cedo

(DUAS adendas no final deste texto.)
Hoje está-se a um mês do Natal, mas, sinceramente, sinto desde este último fim-de-semana – e não serei certamente a única pessoa nessa situação – que a quadra festiva veio (um mês) mais cedo. E porquê? Sendo eu um homem directo, não hipócrita e sem rodeios, a explicação é óbvia e inevitável: a detenção, o interrogatório e a prisão preventiva de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, que constitui(u) para mim um motivo de muita alegria e de grande celebração. Que grande «prenda» antecipada caiu nos «sapatinhos» de todos nós!
Quem me acompanha regularmente aqui no Octanas, quem lê (já leu) os textos que eu escrevi sobre a actualidade política em Portugal, a maior parte dos quais incluídos no meu livro «Um Novo Portugal», sabe que este era o desfecho que eu há vários anos aguardava, e ansiava, para a carreira de um dos homens mais vis, revoltantes e indignos que tiveram acesso às mais altas instâncias de poder neste país no último meio século. As acusações de crimes de branqueamento de capitais, corrupção e fraude fiscal de que ele está indiciado estão em consonância com os muitos rumores, as muitas suspeitas, que há desde há muito circulavam, e resultantes dos diversos casos, e escândalos, político-jurídico-financeiros que têm agitado esta ridícula terceira república.
E mesmo que José Sócrates venha a ser ilibado em tribunal – o que eu não acredito e não quero – ele mereceria sempre este opróbrio porque, indiscutivelmente, tornou – com a cumplicidade de camaradas e comparsas do Partido Socialista, que deveriam igualmente prestar contas à Justiça – esta nação mais pobre devido à sua governação deliberadamente ruinosa, que aliás ele viria a admitir com a célebre afirmação «a dívida não é para se pagar, é para se gerir». Só por isso – e já seria muito! – ele merecia ficar preso, e por muito tempo. E também, para cúmulo, por, durante os (nefastos) seis anos em que foi primeiro-ministro, ter imposto – sem ratificação por voto popular, como normalmente se exigiria – a aberração cultural do «acordo ortográfico», além de outras de cariz «social».
Quase tão bom como gozar a agonia do «Grande Só-Cretino» é desfrutar da desilusão, e até do choque, dos seus apoiantes, que, hipocritamente, não hesitam em lançar insinuações conspirativas sobre polícias, procuradores e juízes. E é inevitável para mim lembrar-me – eu não tenho memória curta – mais uma vez do que aconteceu entre 2004 e 2005, quando o actual «cliente» Nº 44 do Estabelecimento Prisional de Évora se tornou chefe de governo e se cuspiram as atoardas mais inacreditáveis sobre o seu antecessor, Pedro Santana Lopes. As voltas que a vida dá… Enfim, não se deve esquecer nunca o nome daquele que é o primeiro culpado pelo que aconteceu a partir daí: Jorge Sampaio.
(Adenda – Em Vila Franca de Xira há, compreensivelmente, a preocupação com as prováveis (más) consequências, para a imagem – e para a economia – do concelho, do recente surto de legionella. Porém, apesar de muito grave, de ter causado (uma dezena de) mortes e (centenas) de hospitalizações, a infecção por aquela bactéria não foi o resultado de uma acção deliberada mas sim da incompetência de certas pessoas em certas empresas. Pelo contrário, algo que também prejudicou, e muito, a imagem de Vila Franca de Xira, e que resultou da decisão voluntária de muitos que nele residem, foi o facto de o concelho ter sido um dos poucos do país - de facto, não foram assim tantos - onde, em 2011, o PS ainda liderado por José Sócrates venceu as eleições legislativas daquele ano – envergonhando os (aparentemente) minoritários cidadãos sensatos que habitam naquele município junto ao Tejo.)
(Segunda adenda - Convém recordar que, em finais de Julho, já se prenunciava o que viria a acontecer em finais de Novembro.    

sábado, novembro 22, 2014

Orientação: Saúde-se o Sporting, no ILCAO

Apesar de ser benfiquista – mas «desiludido» - não tenho qualquer problema em reconhecer algum bom trabalho e/ou alguma boa iniciativa de outra instituição desportiva. Como é o caso do Sporting Clube de Portugal, cuja decisão, tomada este ano, de rejeitar oficialmente o AO90 eu recordo e reforço em texto, publicado hoje, no sítio da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico.

segunda-feira, novembro 17, 2014

Outros: «Espíritos…» que perduram

Foi publicada há exactamente um ano, e só há cerca de um mês a descobri: uma recensão ao meu livro «Espíritos das Luzes» feita por Rui Martins no seu blog Orfiário
… E em que se afirma que, naquela obra, «o jornalista Octávio dos Santos elabora uma desconstrução alegórica e fantástica do ambiente e cenário da época, misturando História e ficção científica, figuras reais com personagens de ficção, surpreendendo assim as expectativas do público leitor, visto que esta é uma obra de largo espectro capaz de agradar não só aos amantes do romance histórico, mas também aos fãs mais acérrimos da literatura fantástica.»
Este meu livro, publicado em 2009 pela Gailivro na colecção «1001 Mundos» mas que concluí antes, em 2005, com o objectivo de ser lançado aquando da evocação dos 250 anos do terramoto de 1755, foi igualmente incluído numa lista de 20 – ficção e não-ficção – de leitura recomendada sobre aquele tema. Porém, o seu âmbito é maior e mais diversificado do que a da grande catástrofe do século XVIII, mesmo que «reimaginada» numa dimensão, espaço e tempo, alternativos. São «espíritos» e das «luzes», mas, no que depender de mim, perduram. (Também no Simetria.)

sábado, novembro 08, 2014

Observação: Não foram queimados

Não é apenas por preconceito, e até por receio, em relação à Ficção Científica e Fantástico e à sua indubitável superioridade e (maior) relevância enquanto género literário e artístico, que intervenientes privilegiados no campo cultural – jornalistas, críticos, editores, jurados de prémios, políticos e funcionários públicos com responsabilidades naquele – a desvalorizam e tentam subalternizar, prejudicando assim as suas possibilidades de alcançar um público (mais) alargado. Também é, frequentemente, por ignorância. Dois casos recentes, e quase coincidentes, disso mesmo merecem ser aqui relatados.
O primeiro foi protagonizado por Eduardo Pitta, que escreveu no seu blog Da Literatura que «infelizmente, (Ray) Bradbury não tem tido fortuna na edição portuguesa, estando embora traduzidos os dois ou três livros mais conhecidos»; o que motivou uma resposta por parte de… uma certa pessoa no seu blog A Lâmpada Mágica, que esclareceu o «literato» colaborador das revistas Ler e Sábado que, na verdade, do autor de «Fahrenheit 451» foram publicados no nosso país quase 20 livros; é evidente a desilusão do militante do Bloco de Esquerda em relação ao apoiante do Partido Socialista, mais concretamente pela «desinformação algo grotesca» - na verdade, desconhecimento, desinteresse e desleixo – demonstrada pelo segundo ; e tanto deve ter custado ao primeiro escrever a «posta», pois, afinal, é tão grande a proximidade ideológica entre os dois…
O segundo caso foi protagonizado por Nuno Galopim, que escreveu no seu blog Sound + Vision - em que tem João Lopes como parceiro – que dois livros de Arthur C. Clarke, «2061 – A Terceira Odisseia» e «3001 – A Odisseia Final», nunca foram traduzidos e editados em Portugal; só que… foram mesmo, e eu enviei uma mensagem (até agora sem resposta) a dar essa informação, acrecentando que aquelas duas obras integra(ra)m a colecção «Nébula» das Publicações Europa-América, a primeira (que, aliás, eu possuo, numa 2ª edição de 1988) com o número 25 e a segunda com o número 63; apesar de, insolitamente, tal facto não constar actualmente no sítio na Internet das PEA, a «prova» pode encontrar-se, por exemplo, no índice da colecção incluído na edição portuguesa de «Roma Eterna» de Robert Silverberg - livro extraordinário que eu também tenho, que foi o meu «destaque na literatura» do segundo quadrimestre de 2006, e que constituiu ainda, como revelei na introdução, uma influência decisiva na concepção de «A República Nunca Existiu!»
Enfim, é igualmente de referir que tanto o Da Literatura como o Sound + Vision não permitem a inserção de comentários. O que não obsta, como se vê, a que existam sempre meios de repor «a(s) verdade(s) a que (todos) temos direito». Que, neste caso, é a de que aqueles livros existem, ou existiram, em Português; não foram enviados ao espaço, não foram queimados. ;-) (Também no Simetria.)    

domingo, novembro 02, 2014

Oráculo: Um dos «Mensageiros», outra vez

A terceira edição – ou «Episódio III» - do colóquio «Mensageiros das Estrelas», cuja realização foi anunciada pela primeira vez em Abril último, já tem o seu programa disponível. E eu tenho o privilégio, também pela terceira vez, de ser um dos oradores convidados nacionais – ou national guests – do encontro organizado pelo Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa: no dia 19 de Novembro, o primeiro dos três do evento, entre as 17.45 e as 18.45 horas, no anfiteatro 3 da FLUL, participarei na mesa-redonda/debate «Ficção Científica e Crise», com João Barreiros, Luís Filipe Silva e Telmo Marçal, e moderação de Margarida Vale de Gato.
Obviamente, outros temas interessantes e outros intervenientes qualificados integram o programa do «Mensageiros das Estrelas» de 2014.  A primeira sessão plenária abordará a «Literatura de fantasia e a Idade Média», e seguir-se-ão comunicações e análises sobre «Heróis, vilões e monstros», «Utopia e distopia», «Ficção científica e História», «Imagens do sobrenatural e do corpo», «Videojogos, imaginário e ficção», «Zombies e performance», «A mulher na ficção científica» e «Mundos possíveis», entre demais tópicos. A lista de oradores inclui Adelaide Serras, Angélica Varandas, David Klein Martins, João Félix, Mick Greer, Nelson Zagalo, Rachel Haywood Ferreira e Susana Valdez, entre demais participantes.
Como nas duas edições anteriores (em 2010 e em 2012) do «Mensageiros das Estrelas», haverá livros à venda no espaço do (e adequados ao) colóquio. E um deles será, inevitavelmente, a antologia «Mensageiros das Estrelas», apresentada pela primeira vez há dois anos. Uma nova oportunidade, um novo pretexto, para quem ainda não o fez a adquirir. (Também no Simetria.)         

segunda-feira, outubro 27, 2014

Outros: Querem também uma mudança de regime

Haverá, quase de certeza, mais, mas pelo menos uma outra pessoa é a favor, como eu, de uma mudança de regime em Portugal e da consequente redacção e aprovação de uma nova lei fundamental para o país: Pedro Braz Teixeira, que, no seu artigo «Constituições de facção», publicado no jornal i no passado dia 22 de Outubro, afirma que «Portugal precisa de mudar de regime e de Constituição, que deve deixar de ser de facção para passar a ser verdadeiramente nacional. A Terceira República é um regime que já está podre há vários anos e que deveria terminar. São múltiplas (demasiadas!) as instituições do regime que lançam um cheiro fétido por todo o lado. Infelizmente, ainda que os sucessivos regimes portugueses tenham caído de podres, essa putrefacção durou longos anos.» Tal como (re)afirmei recentemente, esta III República não tem regeneração. No respectivo espaço para comentários do i ainda ninguém, felizmente, chamou Braz Teixeira de «demente», com algum tipo de «problemas mentais», ou então (muito) «intolerante». Já é um progresso! (Também no MILhafre (98).)

quarta-feira, outubro 22, 2014

Ocorrência: Ontem na FENPROF

Estive ontem, juntamente com Hermínia Castro e João Pedro Graça, e em representação da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico, na sede em Lisboa da Federação Nacional de Professores para uma reunião que solicitámos àquela associação sindical, tendo como interlocutores os professores António Avelãs e Luís Lobo. Os objectivos foram, obviamente, apresentar a Iniciativa à FENPROF e convidar esta a juntar-se a nós na luta pela revogação do AO90. Um relato do encontro (com fotografias) está no sítio da ILCAO.

quarta-feira, outubro 15, 2014

Orientação: Sobre a Pátria e a Língua, na NA

Na edição Nº 14 da revista Nova Águia (relativa ao segundo semestre de 2014), e nas páginas 71 a 74, está o meu artigo «A minha pátria já não é a língua portuguesa». Foi escrito em obediência ao tema proposto - «80 anos da "Mensagem" – 8 Séculos da Língua Portuguesa» -  e é composto por sua vez de excertos de alguns outros, anteriores, artigos, que de alguma forma abordam aquele tema, uns incluídos no meu livro «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País», editado em 2012 pela Fronteira do Caos, e outros escritos e publicados posteriormente. A Nova Águia Nº 14 terá a sua primeira apresentação hoje, quarta-feira, 15 de Outubro, às 17 horas, no Palácio da Independência, em Lisboa; e, à semelhança das edições anteriores, outros lançamentos deverão seguir-se um pouco por todo o país.    

domingo, outubro 05, 2014

Observação: Não tem regeneração

Não posso ser certamente a única pessoa a achar insólito, incongruente, irónico, que um dia que deixou de ser considerado, em decisão de um governo ratificada por um presidente da república, um feriado oficial, ainda seja merecedor de… comemorações oficiais. Que, para mais, contam com as presenças do governo – através do primeiro-ministro – e do PR acima citados! Hoje, 5 de Outubro de 2014, tal aconteceu em Lisboa, tendo como anfitrião o presidente da câmara municipal daquela, recém-eleito novo líder do maior partido da oposição e desejoso de assumir uma pose ainda mais institucional que tente ocultar, e se possível apagar, a sua indiscutível incompetência enquanto autarca.  
É evidentemente uma situação ridícula, mas há muito tempo que tudo o que se relaciona com a (evocação da) implantação da república em Portugal é ridículo. As «altas individualidades» que hoje acorreram aos Paços do Concelho quase de certeza nunca pensaram que, mais do que a tomada do poder por terroristas através de um golpe de Estado em 1910, esta data podia e devia ser celebrada enquanto a do reconhecimento formal da fundação da nacionalidade – pela assinatura do Tratado de Zamora em 1143. Tal como não costumam celebrar o 1º de Dezembro nem o 14 de Agosto, que não são mas deviam ser feriados, preferindo, ao invés, assinalar a união ibérica a 10 de Junho, que ainda é.
Porém, e apesar de qualquer festejo da república ser mais patético de que patriótico, há sempre a possibilidade de, relacionado com ela, surgir um qualquer incidente grotesco adicional. Desta vez foi a controvérsia a propósito de uma exposição na assembleia da re(les)pública intitulada «Cem anos de presidência», e que é constituída por 18 bustos (no sentido de «carantonhas», infelizmente) de outros tantos figurões que ocuparam o cargo de chefe de Estado; mais concretamente, de protestos do BE e do PCP por a referida iniciativa incluir representações em barro de Carmona, Craveiro Lopes e Thomaz, residentes do Palácio de Belém no período entre 1926 e 1974, isto é, durante a 2ª república. No entanto, se fossem coerentes e intelectualmente honestos, bloquistas e comunistas teriam igualmente exigido a retirada dos retratos dos presidentes da 1ª república, que, por também ter sido uma ditadura, nunca proporcionou a eleição em democracia do «mais alto magistrado da nação».
Enfim, a verdade é que representa pouco mais do que um desperdício de tempo e de esforço qualquer discussão a respeito deste regime. Que permite ou mesmo promove a gradual destruição do país – pelo abandono do território, pelo descontrolo migratório, pelo financiamento do aborto, pela espoliação fiscal – e que por isso não tem – e não é de agora – qualquer recuperação ou regeneração possível. Quantos mais escândalos de âmbito político-económico – o do Banco Espírito Santo é só o mais recente – serão ainda necessários para convencer os que ainda se iludem? Pela minha parte, e como já afirmei, estou pronto para (um)a revolução. De preferência, e se possível, pacífica. (Também no MILhafre (97).

quarta-feira, outubro 01, 2014

Orientação: Simetria Sonora 2014

Hoje celebra-se mais um Dia Mundial da Música, o que significa também uma nova edição do projecto Simetria Sonora. E, tal como nos anos anteriores, a esta grande lista foram adicionados 50 discos de «música de ficção científica e de fantástico»: são agora 450.

sexta-feira, setembro 26, 2014

Observação: O Costa dos naufrágios

Não eram necessárias as – graves – inundações que afectaram Lisboa, na sequência de chuva muito intensa, no passado dia 22 de Setembro para se ter a certeza definitiva da incompetência de António Costa, da sua vereação na Câmara Municipal de Lisboa e, sim, também do Partido Socialista em qualquer nível de poder político, do local ao nacional.
As imagens (fixas) divulgadas, entre outros, por Filipe Nascimento, Maria Teixeira Alves e Nuno Castelo-Branco nos blogs que integram, e as imagens (em movimento, e com som) transmitidas na RTP, na SIC e na TVI demonstraram, sem qualquer… margem para dúvidas, o que pode acontecer após sete anos de desleixo e do desvio de recursos – humanos e financeiros – para outros objectivos e outras actividades que pouco ou nada têm de relevante. David Soares, em texto recente publicado no seu blog intitulado, apropriadamente, «Lisboa, a cobaia», veio também criticar, condenar, aquilo que eu já havia criticado e condenado: a prioridade dada à aparência, à propaganda, à «experimentação social», em prejuízo da resolução efectiva dos autênticos problemas dos cidadãos. Afinal, nada de novo: um comportamento típico da esquerda – incluindo a portuguesa – é o de procurar a utopia, o de construir o «homem novo», a «sociedade nova», o «mundo novo», enfim, neste caso, a «cidade nova», independentemente das circunstâncias, dos factos... da realidade. O que, habitualmente, implica a criação de restrições à liberdade de expressão e até de circulação!.. A não ser, claro, que, neste caso, essa circulação se faça com carroças e bicicletas, «adequadas» a uma capital conhecida pelas suas colinas!
Porém, o «dilúvio» que na última segunda-feira se abateu sobre Lisboa veio demonstrar que há outro tipo de transporte alternativo e ecológico «ideal» para os olisiponenses: o barco – desde que, claro, a remos e/ou a vela e sem motor. Mais não seria do que o retomar da nossa gloriosa tradição de navegantes e de descobridores… apesar de agora os «cabos» a dobrar serem as esquinas das ruas da Baixa. E está, pois, realizado o desejo de António Mendonça: a Ulisseia tornou-se a «praia de Madrid», e poderá tornar-se em mais do que isso se António Costa vier a ser secretário-geral do PS e, vencendo as próximas eleições legislativas, vier a ser igualmente primeiro-ministro. Porque, como «bom» socialista que é, e à semelhança daquele ex-ministro «só-cretinista» e de tantos outros dos seus «camaradas», revelou ser um obediente iberista disposto a ir a Castela «prestar vassalagem».    
O (António) Costa dos naufrágios em Lisboa, cúmplice em 2011 (e antes disso…) no afundamento – cultural, económico, social – de Portugal, porque está do «lado certo» e segue o «politicamente correcto», pode sempre contar com defesas e com desculpas, por mais ridículas que sejam. E convinha mesmo que o protegessem, porque não pareceu bem ele estar ausente em campanha enquanto a cidade de que é o principal edil era atravessada por enxurradas. Pelo que houve quem: tivesse o descaramento de acusar o Instituto Português do Mar e da Atmosfera de não ter previsto com precisão a (forte) precipitação e de não ter avisado a CML que, assim, não pôde preparar-se a tempo – mas não seria em poucas horas que, mais do que fazer limpezas, fariam as melhorias nos sistemas de canalização, drenagem e escoamento que não fizeram desde 2007; e tivesse o descaramento de afirmar peremptoriamente que «Lisboa terá sempre inundações» como se tal fosse uma fatalidade bíblica… e não é – a não ser que tal «certeza» se deva a essa fraude designada por «aquecimento global antropogénico». O que se pode fazer a pessoas como essas é… virar-lhes as (nossas) costas. (Também no MILhafre (96).) 

sábado, setembro 20, 2014

Obras: Livro sobre Verney em revisão

Iniciei esta semana a revisão final do livro que reúne (a grande maioria d)as comunicações e intervenções (incluindo a minha) apresentadas e feitas no âmbito da celebração dos 300 anos do nascimento de Luís António Verney, em 2013, e que teve como principal iniciativa o congresso «Luís António Verney e a Cultura Luso-Brasileira do seu Tempo», realizado a 16, 17 e 18 de Setembro do ano passado em Lisboa, no auditório da Biblioteca Nacional. Esta será também a editora da obra, para a qual ainda não há, porém, datas de publicação e de lançamento. A seu tempo mais novidades – quando existirem – serão dadas, aqui no Octanas, e também no Nova Águia e no MILhafre     

quarta-feira, setembro 10, 2014

Outros: Mais comentários contra o AO…

… Escritos por mim e publicados, desde Março último, nos seguintes blogs: LER; Delito de Opinião (um, dois); Corta-Fitas (um, dois); Blogtailors; 31 da Armada (um, dois); Malomil; MILhafre (um, dois, três).  

domingo, agosto 31, 2014

Olhos e Orelhas: Segundo Quadrimestre de 2014

A literatura: «O Neoprofetismo e a Nova Gnose - Da Cosmovisão Rosacruz aos Mitos Ocultos de Portugal» e «O tempo tudo cura menos velhice e loucura», António de Macedo; «A Identidade Cultural Europeia» e «As botas do sargento», Vasco Graça Moura; «Ar», Geoff Ryman; «O Homem no Castelo Alto», Philip K. Dick; «A Ministra», Miguel Real; «O Longo Halloween», Jeph Loeb e Tim Sale;  «Através dos portais da chave de prata». H. P. Lovecraft e E. Hoffman Price.
A música: «The Man I Love» e «Things Are Swingin'», Peggy Lee; «Sons And Fascination», «Sparkle In The Rain» e «Street Fighting Years», Simple Minds; «Bloody Kisses» e «October Rust», Type O Negative; «Elixer», Bria Valente; «MPLSound», Prince; «Rita», Rita Guerra; «Os Anormais - Necropsia de um Cosmos Olisiponense», Charles Sangnoir e David Soares; «Cowboys From Hell», Pantera; «Informal Jazz», Elmo Hope Sextet; «Cattin' With Coltrane And Quinichette», John Coltrane e Paul Quinichette; «All Mornin' Long» e «Dig It!», Red Garland Quintet.
O cinema: «J. Edgar», Clint Eastwood; «Um Homem Solteiro», Tom Ford; «Extremamente Alto e Incrivelmente Perto», Stephen Daldry; «O Hobbit - A Desolação de Smaug», Peter Jackson; «Promessas de Leste», David Cronenberg; «A Pianista», Michael Haneke; «Desprezível Eu 2», Chris Renaud e Pierre Coffin; «Predadores», Nimrod Antal; «A Neblina», Frank Darabont; «Caminho das Estrelas - Para a Escuridão», J. J. Abrams; «Monty Python e o Cálice Sagrado», Terry Gilliam e Terry Jones; «Vénus Negra», Abdellatif Kechiche; «A Pele que Habito», Pedro Almodóvar; «Conduz», Nicholas Winding Refn; «América», João Nuno Pinto; «Nebulado com Possibilidade de Almôndegas 2», Cody Cameron e Kris Pearn; «Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo», Mike Newell; «Forte», Boaz Yakin; «Chamada Marginal», J. C. Chandor.
E ainda...: (documentário na RTP2) «A cantiga era uma arma», Joaquim Vieira; (entrevista na RTP2) «Livre Pensamento - Maria Filomena Mónica», Mário Carneiro; FNAC/Vasco da Gama - exposição de fotografias de Nuno Tavares «Meus»; FNAC/Chiado - exposição de fotografias de Stefano Pacini «A revolução está na rua»; Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa - exposição de desenhos colectiva «Anatomia artística: A memória do corpo»; (artfanzine) Eyesight Nº 3 - Abstracting the Essence/Kristine Norlander;  Associação Portuguesa de Editores e Livreiros - Feira do Livro de Lisboa 2014; Biblioteca Nacional - exposição «Judaica nas colecções da Biblioteca Nacional de Portugal - Séculos XIII a XVIII» + exposição «Uma história de jardins - A sua arte na tratadística e na literatura» + mostra «Portugal e a Grande Guerra» + mostra «Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013)» + mostra «Álvaro Salema e Joaquim Namorado - cultura e intervenção»; Museu do Neo-Realismo - exposição antológica «Pintor Nuno San-Payo» + exposição «Além da Ucronia - Histórias não vividas do 25 de Abril» + exposição biobibliográfica «Augusto dos Santos Abranches» + mostra «Ciclo vinte mil livros - Carlos de Oliveira»; Museu Municipal de Vila Franca de Xira - exposição «José Augusto e Maria Gabriel - Uma vida ao encontro da pintura»; Câmara Municipal de Loulé/Galeria de Arte da Praça do Mar de Quarteira - exposição «El Menau - Sociedade Triste»; Museu do Caramulo; Museu de Grão Vasco; Museu Almeida Moreira; (revista) Wink Nº 7.

terça-feira, agosto 26, 2014

Observação: O poltrão de Portimão

Jorge Candeias decidiu dedicar-me no passado Domingo, dia 24 de Agosto, uma «posta» a que deu o título de «Um zero à esquerda», e que é, além de outra «descarga» – direccionada e degradante – das frustrações e das raivas que ele vai acumulando, também um extraordinário – e revelador – exercício de projecção. Pode-se deduzir que ele se vê ao «espelho» quando… «evacua» tais impropérios. Ele «cospe» para cima… e leva com o seu próprio «escarro».
Na mais recente invectiva de JC abundam as invenções, as difamações, as distorções. Contactei-o algumas vezes nos últimos anos por causa do Bibliowiki? Sim, claro: é uma excelente iniciativa, e, quanto à minha página, achava – e acho – relevante que, concretamente, estivesse lá uma referência ao meu artigo «A nostalgia da quimera», para além de outras aos meus projectos de ficção. E será que JC também inclui no «anos a chatear-me por um motivo ou por outro» as mensagens (não respondidas) que lhe enviei a propósito do pai, primeiro de encorajamento aquando da doença e depois de condolências pela morte? Para se demonizar o oponente é sempre «conveniente» ocultar todos os pormenores que possam desmentir o «retrato».
Agora, um esclarecimento que, creio, já ter feito em outras ocasiões, mas que é sempre importante reiterar: eu não faço comentários anónimos. Digo, escrevo, tudo com o meu nome verdadeiro, dando a «cara», mesmo que seja «virtual», e também não tenho qualquer problema em fazê-lo pessoalmente. Já por várias vezes desafiei a que, quem quisesse, me abordasse em cerimónias públicas em que participo, e que anuncio antecipadamente aqui no Octanas. Eu posso «jogar», e «jogo», duro, mas «jogo» limpo. E não corto comentários, as afirmações e as opiniões dos outros, sob pretexto algum: já fui censurado muitas vezes (não, o poltrão de Portimão não foi o primeiro a fazê-lo) e prometi cedo a mim mesmo que não o faria a outros. Eu não «intimido» seja quem for para que se cale, muito pelo contrário: se eu «intimido» é para que falem! Quem diz que não é assim… que o demonstre! E, já agora, que demonstrem também, se conseguirem, que eu tenho por hábito «percorrer compulsivamente a Internet, à caça de tudo e de todos os que possam ter o desplante de não lhe (me) estender passadeira vermelha e o (me) colocar no pedestal que acha(o) que merece(ço)».
Mais uma vez… projecção. Quem é que, pouco ou nada mais tendo para fazer do que construir afincadamente o seu mundo de fantasia (já eu, para além do trabalho e do lazer, também tenho família, esposa a apoiar, filhas a cuidar), passa o tempo a compilar compulsivamente dezenas, centenas, milhares de entradas em Facebook, Twitter e Scoop, para além de blog? Quem é que procede sistematicamente ao «apagamento», ou à tentativa de «apagamento», das palavras e quiçá das pessoas que lhe desagradam? A que acresce, para cúmulo da desonradez, a descrição deturpada – e mesmo mentirosa – do que lá estava? Típico de adepto de ditadura, de quem se sentiria à vontade como «comissário cultural» na Rússia estalinista, na Cuba castrista ou na China maoísta. Ou como «examinador prévio» português de lápis azul em punho que, não se apercebendo das suas próprias contradições e limitações, tem o descaramento de querer dar lições de bom Português (de construção frásica e de estilo) enquanto escreve, deliberada e histericamente, com «erros ortográficos».
Esta mais recente «enunciação prematura» de JC mais não é do que uma tentativa desesperada, mas falhada, de: desculpabilização pelo que ele fez na «recensão» ao meu conto «A marcha sobre Lisboa» - ele tem consciência (mesmo que seja má consciência) de que procedeu mal ao revelar o final daquele, que, não, não «é óbvio desde a primeira página»; e ainda de ocultação da sua ignorância quanto à História, ao afirmar que a Áustria e a Hungria eram países monárquicos aquando da Segunda Guerra Mundial e ao não mencionar os reinos que, naquele período, se opuseram à Alemanha. O meu conto na - e contributo para - «A República Nunca Existiu!» não está isento de críticas, e eu convido todos a lê-lo e a fazê-las … mas não esperem que eu me cale se considerar aquelas injustas e/ou enviesadas por animosidade ideológica.
Finalmente, e quanto às insinuações feitas por JC quanto aos objectivos, ao funcionamento e às actividades da Simetria, a resposta será dada no espaço e no momento adequados. Porém, não posso deixar de registar desde já, e sem surpresa, que, entre as suas «qualidades», Jorge Candeias tem a da ingratidão: a Associação a que pertenço publicou, divulgou, electronicamente, na mudança de milénio, no formato designado por Webfiction, pelo menos quatro contos dele… e um do pai. Há pessoas cuja memória (entre outras características…) é efectivamente, e infelizmente, demasiado curta.         

terça-feira, agosto 19, 2014

Outros: «Candeias» que vão atrás e não «alumiam»

(DUAS adendas no final deste texto.)
Mais de seis anos depois de ter sido publicado (foi em Fevereiro de 2008, aquando do centenário do Regicídio), «A República Nunca Existiu!», antologia colectiva de contos no sub-género FC & F de «história alternativa» que tem como premissa que a Monarquia nunca foi derrubada em Portugal, começou finalmente a ser lida e «criticada» por Jorge Candeias no seu blog A Lâmpada Mágica. E pela ordem dos contos: iniciou com o de João Aguiar e continuou com os de Luísa Marques da Silva, Bruno Martins Soares, Luís Bettencourt Moniz…
… E ontem chegou a vez do meu, «A marcha sobre Lisboa», sobre o qual JC escreveu (com «erros ortográficos», aqui devidamente corrigidos): «(…) O conto (…) poderia ser interessante se não fossem duas coisas, que se interligam uma à outra: o tom de propaganda e o estilo. Aquele vê-se em duas ou três dissertações sobre a situação política e económica (isto e aquilo), infodumps que poderiam ser bem mais curtos se não servissem principalmente para exaltar as qualidades do regime monárquico, e sobretudo no tom exclamativo, exaltado e exaltante com que tudo o que rodeia el-rei é tratado, chegando ao ponto de bastar um olhar a D. Luís para silenciar um dos acompanhantes de Salazar. Já este é bastante fraquinho, hiperadje(c)tivado, em especial no início (o rei é "sábio e ponderado", Duarte Pacheco, logo a seguir, é "inventivo e incansável" e por aí fora, isto e aquilo, isto e aquilo, isto e aquilo), e mostrando do princípio ao fim uma preocupação dir-se-ia patológica por deixar cair nomes. São nomes em catadupa e apenas nomes de gente conhecida, como se outro regime político não tivesse o mais pequeno impacto na composição das elites (…), como se alterações da história global das nações não tivessem qualquer influência nas histórias individuais das pessoas que as compõem, quando a verdade é que basta mudar a hora do a(c)to de conce(p)ção para já ser outro o espermatozóide a fecundar o óvulo e portanto já ser outro o indivíduo que dele resulta. Em suma: muito fraquinho.»
Que algaraviada pedante... Não é de rir às gargalhadas?
A manter-se o «método», seguir-se-ão os contos de Gerson Lodi-Ribeiro, Miguel Real, Maria de Menezes, Luís Miguel Sequeira, Alexandre Vieira, João Seixas, José Manuel Lopes, Sérgio Sousa-Rodrigues (Sérgio Franclim) e Cristina Flora. Só depois de todos terem sido abordados em particular, e de a obra ter sido avaliada em geral, é que eu darei a minha «resposta global», é que eu farei o meu «comentário aos comentários», e tal ocorrerá no sítio da Simetria.
Porém, a propósito desta «avaliação» feita ao meu conto, não pude deixar de colocar lá um comentário – mais concretamente, a correcção de erros de âmbito histórico – e não posso deixar de fazer aqui a seguinte observação: alguma esperança que ainda houvesse de que esta patética criatura tivesse um «lampejo» (afinal, trata-se de uma «lâmpada», mas dela não sai qualquer «génio») de honestidade intelectual, e de que ao menos por uma vez não se deixasse «encadear» pelo facciosismo e pelo preconceito político-ideológico, «apagou-se» definitivamente. No entanto, é verdade que não se perdeu grande coisa… «Muito fraquinho» (onde será que eu já li isto?) só mesmo o cérebro de determinadas pessoas… Uma das quais, provavelmente, ainda não «recuperou» dos efeitos «adversos» (para ele) de uma discussão sobre ortografia e da demonstração de que um autor estrangeiro que ele traduz (e idolatra) é um idiota. (Também no Simetria.)   
(Adenda – Jorge Candeias apagou o meu primeiro comentário no seu blog cerca de duas horas e meia depois de eu o ter inserido. Um comportamento que não é, de todo, surpreendente, e que é «justificado» por, alegadamente, eu ter sido, ser, «insultuoso» e «despeitado», e ainda por ser necessário manter a «higiene» (!!!) daquele espaço. A seguir transcrevo integralmente o que lá escrevi, e os leitores que tirem as suas conclusões:  
«Darei – em outro local e em outro momento – uma resposta abrangente a todas as "apreciações críticas" feitas aqui aos contos incluídos em "A República Nunca Existiu!", mais concretamente nos seus aspectos literários e políticos – e as desfavoráveis (como esta, relativa ao meu conto) serão, obviamente, devida e facilmente refutadas.
Porém, impõe-se que se façam imediatamente correcções ao nível histórico, para que os que aqui vêm não sejam induzidos em erro.
Nem a Áustria nem a Hungria eram efectivamente monarquias aquando do início da Segunda Guerra Mundial. A primeira não o era nem formal nem factualmente desde o final da Primeira Guerra Mundial, e a segunda, apesar de ter sido designada formalmente – e simbolicamente - "Reino da Hungria" entre 1920 e 1946, nunca teve qualquer Rei a dirigi-la nesse período: o pretendente, Carlos IV (I da Áustria), da Casa de Habsburgo, nunca chegou a ascender ao trono, e morreu em 1922 na Madeira (seria beatificado pelo Papa João Paulo II em 2004); nesses anos, a nação magiar foi governada pelo almirante Miklós Horthy, que pertencera às forças armadas do império austro-húngaro e que ostentava o título de "regente".
Se é correcto referir as (verdadeiras) monarquias que combateram do lado das forças do Eixo, também é correcto referir as que combateram do lado dos Aliados. A começar, claro, pelo Reino Unido, e depois pela Austrália, Canadá e Nova Zelândia. Estas são as que nunca foram ocupadas nem por alemães nem por japoneses, apesar das baixas humanas e dos danos materiais que sofreram. No entanto, deve-se referir igualmente as monarquias correspondentes a países que foram invadidos, ocupados, pelos nazis e fascistas, e que, melhor ou pior, combateram, resistiram às forças totalitárias: Bélgica, Dinamarca, Holanda, Luxemburgo, Noruega. E até se poderia referir ainda a Suécia, que, apesar de neutral, provavelmente favoreceu mais os Aliados do que o Eixo.
Analisar os trabalhos dos outros, opinar sobre eles, exige, além de conhecimento (cultura geral), também honestidade intelectual e rigor. Uns têm estes atributos, outros não.»
Imagine-se o que poderia (não) acontecer se eu fosse tão «sensível», tão «susceptível» - isto é, tão medroso - quanto... determinado indivíduo. Por exemplo, não teriam ficado registados para a posteridade «diálogos» como o que se estabeleceu aqui.)
(Segunda adenda - Inseri um segundo comentário e, obviamente, também foi apagado. Porém, desta vez captei antes uma imagem daquele. E o texto era o seguinte:
«Com que então correcções de erros são "comentários insultuosos"? Insulto maior é revelar o final de uma história escrita por outra pessoa, o que é uma falta de educação, de boas maneiras, absolutamente inadmissível… Mas vindo de quem vem, de um autêntico e permanente despeitado, esse comportamento nem surpreende…
Quanto à "higiene", isso não tem de constituir um problema. Como eu não tenho esses "pruridos" com a "limpeza", nem costumo censurar os outros, proponho que a "conversa" continue no meu blog… a não ser que alguém não "compareça" por falta de argumentos… e de coragem.»
Entretanto, o dito cujo «twittou» isto. Será dirigido a mim? Se sim, é caso para dizer que, na verdade, alguém se viu ao espelho...

quinta-feira, agosto 07, 2014

Orientação: No Simetria pode também ler-se…

… Entre os vários textos que tenho escrito e publicado naquele blog, e para além daqueles que são referidos e/ou inseridos igualmente aqui no Octanas, os seguintes em especial, saídos neste ano de 2014: um sobre o continuado interesse na vida e na obra de J. R. R. Tolkien, também em Portugal e ao nível universitário; um sobre o reconhecimento internacional – em especial, duas nomeações para prémios – que Pedro Piedade Marques tem recebido pelo seu trabalho gráfico; e um sobre a atenção dada em Espanha à ficção científica e ao fantástico feitos por portugueses, exemplificado pela edição de um artigo de António de Macedo numa revista (digital) do país vizinho, e pela menção de três livros meus (e outras obras de outros autores nacionais) numa tese de doutoramento de uma professora e investigadora da Universidade de Santiago de Compostela!
Porém, convém recordar que não sou só eu que contribuo regularmente para a produção própria do Simetria: também Luís Miguel Sequeira o faz (e melhor), e entre os temas das suas recentes entradas no «órgão oficial» da mais antiga associação dedicada em Portugal à FC & F incluem-se: análises dos filmes «Gravidade» e «Transcendência»; (mais) inovações tecnológicas pela Google e pela Facebook; um possível projecto futuro de propulsão por parte da NASA; o anúncio de uma convenção de FC & F no Second Life… Enfim, é certo que as nossas actualizações estão longe de serem diárias… mas tentamos que sejam sempre relevantes.       

segunda-feira, julho 28, 2014

Observação: De volta aos velhos «descobrimentos»

(Uma adenda no final deste texto.)
Foi em Dili, capital de Timor, cidade e país que assistiram a demasiadas atrocidades até há não muito tempo, terras de um povo subjugado por um regime, e um país estrangeiro, invasor, ditatorial, criminoso, autoritário, quase genocida, que na semana passada a Comunidade de Países de Língua Portuguesa se assumiu, em mais uma das suas cimeiras, como uma organização internacional que contemporiza com, e que até promove, a repressão totalitarizante, não democrática…
… E não só por causa da admissão, como membro de pleno direito, da Guiné Equatorial, país liderado por Teodoro Obiang desde 1979, onde não vigora uma democracia minimamente digna desse nome, onde ainda existem presos políticos, aplica-se a pena de morte e não há liberdade de expressão – e escusam de vir com o caso de (e a comparação com) Angola, país que de facto tem a língua portuguesa como idioma oficial (na GE é o espanhol) e onde as conquistas democráticas, apesar de ainda não completas, são inegáveis: também por causa da aceitação e da imposição dessa aberração inútil, prejudicial, neofascista e neocolonialista que é o «Acordo Ortográfico de 1990». Creio que os timorenses mereciam mais e melhor…   
… E não era isto que eu e Luís Ferreira Lopes tínhamos em mente quando criámos o conceito de «Os Novos Descobrimentos», e o desenvolvemos e o divulgámos, primeiro num artigo publicado pela primeira vez em 1987 e a seguir no nosso livro com o mesmo título, editado em 2006 precisamente e propositadamente aquando da celebração do décimo aniversário da CPLP. Adriano Moreira, uma das individualidades que então aceitou o nosso convite para estar presente no lançamento da nossa obra e para a apresentar, agora resumiu bem os motivos que deveriam ter levado à rejeição deste «alargamento» da Comunidade, ao nível político e ao nível cultural…
… «Alargamento» esse que foi decidido, note-se, não numa votação mas sim a partir de um «consenso generalizado»! É inegável a humilhação a que Portugal, por culpa dos seus levianos (ir)responsáveis políticos, foi sujeito, e a perda de autoridade moral (não que ela fosse muita antes…) que o nosso país sofre no contexto internacional. Em última instância, está-se perante (mais) um resultado de um pragmatismo perverso, da teoria e da práctica da «ética republicana»… de uma república das bananas e dos bananas. (Também no MILhafre (95).)
(Adenda - Escrevi comentários sobre este tema no Delito de Opinião e no MILhafre.)

sexta-feira, julho 18, 2014

Orientação: Sobre o Farrobo, no Público

Na edição de hoje (Nº 8862) do jornal Público, e na página 46, está o meu artigo «Farrobo, arroubo, roubo». Um excerto: «Quantos neste país sabem da existência deste autêntico “irmão mais velho” do Teatro D. Maria II, há décadas em ruínas, quase completamente destruído e deixado ao abandono? Que após o 25 de Abril foi alvo de um roubo colectivo dos seus materiais e objectos, a ponto de hoje só restarem as paredes? Por aquilo que foi, por aquilo que significou, pelas pessoas que o mandaram construir e que nele passaram muitos dias e muitas noites, pela época histórica em que foi erigido, plena de acontecimentos marcantes e de mudanças significativas em Portugal, este edifício merece ser recuperado e devolvido, tanto quanto possível, à sua antiga glória… mas boas intenções expressas em disposições testamentárias têm, ironicamente, atrasado, e até impedido, esse desiderato.» (Também no MILhafre (94).       

domingo, julho 13, 2014

Orientação: No Obamatório pode também ler-se…

… Entre os vários textos que tenho escrito e publicado naquele meu outro blog, e em especial neste ano de 2014: que o New York Times não é – nunca foi – um «jornal de referência», e não tem – nunca teve - credibilidade; que Barack Obama parece estar a aprender para ser ditador, que provavelmente foi «substituído» por um sósia, e que para prevenir e evitar mais problemas (que ele causa) já deveria ter apresentado a sua demissão; que Bill de Blasio, mayor (presidente da câmara) de Nova Iorque é, essencialmente, um comunista; que Hillary Clinton é um «ídolo com pés (e não só) de barro»; que o enfraquecimento deliberado da política externa e das forças armadas norte-americanas está a possibilitar o ressurgimento de terroristas e a pôr Israel em perigo; que nem a NASA escapa à degradação provocada pelo «obamismo»; que o 4 de Julho parece ser cada vez mais o «Dia da Dependência»… Enfim, muitos factos, e muitas opiniões baseadas em factos, que nunca ou raramente se encontram na «isenta» comunicação social portuguesa, e numa grande parte da blogosfera. De que o Obamatório é – continua a ser – uma excepção.       

quarta-feira, julho 02, 2014

Ocorrência: Apresentei queixa na PSP…

… Ontem, mais especificamente na esquadra da Polícia de Segurança Pública da minha área de residência, contra desconhecido(s), que causaram danos na minha casa – mais concretamente, desenharam tags, graffitis, numa das paredes daquela. Apesar de ser pouco provável que os culpados venham a ser descobertos, acusados, julgados e condenados, e de não ser de facto um crime (muito) grave, denunciei o caso às autoridades por uma questão de princípio, de coerência; não faria sentido não o fazer depois de, no meu artigo «Terra queimada», me ter insurgido também contra a permissividade que existe em Portugal, principalmente em Lisboa mas não só, relativamente ao que são, objectivamente, actos, mais do que de desrespeito, de destruição de propriedade alheia, tanto pública como privada. 

sexta-feira, junho 27, 2014

Observação: Desta vez, aconteceu no Brasil

(UMA adenda no final deste texto.)
Já o disse, e escrevi, mais do que uma vez: com a selecção nacional sénior de futebol de Portugal a questão nunca é saber se vai ganhar algum campeonato, europeu ou mundial, mas sim em que momento da prova vai perder. Neste ano de 2014, no Campeonato do Mundo disputado no Brasil, igualou o pior resultado de sempre em torneios finais (há que não esquecer as vezes em que nem foi apurada na qualificação): ficou-se pela fase de grupos… o que não acontecia desde 2002, no campeonato que decorreu na Coreia do Sul e no Japão.
O que também se repete rotineiramente na representação nacional em futebol e nos seus maus resultados são as (mesmas) causas: (fraca) atitude, (maus) comportamentos, (previsíveis) erros. É a ausência de ambição, que leva «profissionais» bem remunerados a portarem-se como uma «excursão de solteiros e casados» em pré-férias; a displicência que frequentemente se confunde com arrogância; o amadorismo e a incompetência que levam a que não tenham cuidado na defesa (sofrer golos), na disciplina (ver cartões) e na saúde (sofrer lesões). Enfim, a crónica dependência de «milagres» (que nunca acontecem) quando se devia apostar num trabalho de (quase) todos os dias.
Porém, e volto igualmente a afirmá-lo e a registá-lo, a culpa destes sucessivos desastres é também dos que «estão de fora». Isto é, (quase) todos nós (eu não me incluo, porque há muito tempo que deixei de acreditar e, logo, de me comportar como um idiota), desde os milhões de meros espectadores, «torcedores» (e sofredores), às centenas, milhares, de profissionais da comunicação, jornalistas, comentadores, alegados «especialistas». Que, antes, e apesar dos (maus) antecedentes, estão sempre disponíveis para dar o benefício da dúvida; e, depois, estão sempre disponíveis para arranjar uma desculpabilização… e até uma consolação. Na verdade, e pelo contrário, o que eles (jogadores principalmente, mas também técnicos e dirigentes) deveriam receber era indiferença, quando não desprezo – e logo antes da partida, o que implicaria, igualmente, evitar recepções no Palácio de Belém…
No entanto, os piores, neste aspecto, estão sempre no mesmo local: a RTP. A agitação, o frenesim, a propaganda em tons verdes e vermelhos, sempre abunda(ra)m na estação pública de televisão durante estas ocasiões. Não têm – nunca tiveram – naquela casa qualquer vergonha na cara ou qualquer noção do ridículo: os vídeos de incentivo à «seleção» assumem um tom «épico» que mais não é do que risível, e naquele que foi emitido antes do jogo com o Gana chegaram ao cúmulo de evocar os que combateram em Aljubarrota e os que dobraram o Cabo das Tormentas! Infelizmente, nenhum dos que estiveram a «representar-nos» futebolisticamente no outro lado do Atlântico tem qualquer semelhança com – e qualquer herança de – esses heróis de outrora, que venciam invariavelmente apesar de partirem em desvantagem. E Cristiano Ronaldo, cujo estatuto de «melhor jogador do Mundo» não se tem reflectido na suposta «equipa de todos nós», que em poucos dias passou da fanfarronice («este vai ser o ano de Portugal») ao fatalismo («nunca imaginei ser campeão»), não é uma reencarnação de Vasco da Gama, de Pedro Álvares Cabral ou de Afonso de Albuquerque. Será, talvez, quando muito, de Fernão de Magalhães...
Todavia, a humilhação não é sempre necessariamente idêntica: pode variar, e varia, consoante as circunstâncias, entre as quais, e em especial, o país em que a derrota definitiva, a eliminação prematura, o fracasso final, acontecem. Já em 2010 havia sido muito mau (também) simbolicamente por ter decorrido na África do Sul, terra em que, precisamente, o Cabo «das Tormentas» se transformou em «da Boa Esperança». Mas em 2014 foi ainda pior porque, desta vez, aconteceu no Brasil. Pelo que o escárnio, o paternalismo e a soberba – ou, numa palavra, as anedotas - vão continuar, e, provavelmente, até aumentar. Como disse Paulo Bento, tivemos (e temos e teremos) «o que merecemos». Em ano de centenário da Federação Portuguesa de Futebol não poderia mesmo haver uma «prenda» melhor? (Também no MILhafre (93).)
(Adenda - Deixei comentários e entrei em «diálogos» sobre futebol no Malomil e no Sporting/ÉsANossaFé.)

sexta-feira, junho 20, 2014

Ocorrência: Foram quase 900

Ontem, e tal como tenho feito diariamente desde que ele foi publicado no passado dia 7 de Junho no Público, acedi ao sítio na Internet daquele jornal e à página que contém o meu artigo «Proíbam o Inglês!» No dia anterior verificara que o número de recomendações/partilhas no Facebook estava em 880; porém, agora esta(va)m em apenas… uma! Contactei de imediato a Direcção do Público, que considerou o ocorrido «anormal» e «inacreditável» e para o qual não encontrava (até ao momento) explicação; também desapareceram as ligações a blogs que referiram o artigo, mais concretamente o Octanas e o ILCAO. No entanto, que fique claro e sem lugar a dúvidas: foram quase 900 as pessoas que «gostaram» e que divulgaram o meu artigo, no que terá sido, nesse aspecto e no que se refere a textos de opinião, um recorde no Público.
Entretanto, e curiosamente, nenhum dos comentários desapareceu, e ainda bem. Farei uma breve análise aos de duas pessoas. Primeiro, Alberto Queiroz, de que nunca tinha ouvido falar, e que se tornou mais um, lá está, a (des)tratar-me por «Otávio» e que insinuou que eu não sei que foi em Portugal que a mania das alterações/«reformas» ortográficas abrangentes, burocráticas e não democráticas começou… Sim, eu sei, e foi em 1911 e não na «década de 20»; ou seja, e por eu ser português, não teria por isso direito a manifestar-me contra mais um «(des)acordo ortográfico»; o Sr. Queirós é que devia ter juízo, e já tem mais do que idade para isso. Segundo, Manuel Freitas, e este, sim, eu já «conhecia», e ele «conhece-me», porque é um editor com quem já falei ao telefone e troquei mensagens de correio electrónico; propus-lhe a edição de três livros meus, um dos quais era, é, o meu segundo «romance», recentemente concluído, uma distopia de ficção científica, que o Sr. Freitas considerou ter «um tema desconfortável e que no nosso caso não se enquadra no nosso posicionamento de grande público» - de notar que ele chegou a afirmar, num dos seus perfis profissionais (escrito em Inglês), ter «alta tolerância ao risco» e estar «sempre à procura de novos desafios»; pelo que lhe enviei, a 10 de Junho, uma mensagem…
… À qual ele ainda não respondeu (nem deverá responder), e que a seguir transcrevo: «Caro Manuel de Freitas, vi hoje que deixou um comentário no meu mais recente artigo no Público... Pergunto-lhe: porque é que (também) não me contactou directamente, e me colocou as questões e os comentários que quisesse? Perdeu este meu “e-ndereço” de correio electrónico? Você, tal como muitos outros que têm a consciência pesada neste assunto, mais não faz do que utilizar distracções, subterfúgios, enfim, merdices. Começando com o tema da “percentagem”, do número de palavras afectadas ou não pelo AO... sim, são menos de metade do total, mas são centenas, quiçá milhares, em que se incluem muitas que têm utilização frequente, constante, como todas as que derivam de “acção” e de “direcção”, por exemplo; mais do que a quantidade, está em causa o princípio (ou falta dele...) E bastariam “maravilhas” como “espetáculo” e “receção” para, sim, (des)classificar de cobarde e de imbecil quem concebeu esta aberração... e quem se submete a ela. E, claro, não podia faltar o “argumento” de que “porque a ortografia que utiliza já é ela própria o resultado de uma alteração, de uma ‘simplificação’, então não tem de estar a protestar”... Ou seja, não podemos dizer “já chega!” Até quando é que isto durará? Até a língua estar reduzida, ortograficamente, ao “SMS básico”, e, vocalmente, a grunhidos? E, para que conste, eu não teria qualquer problema em escrever como se escrevia antes de 1911... Porque, então, estávamos ainda mais próximos das ortografias francesa e inglesa. E este meu artigo serve principalmente para demonstrar e denunciar a hipocrisia daqueles que, aceitando deformar o Português com o “acordês”, não têm vergonha de, em simultâneo, abusar individualmente, socialmente, profissionalmente, do Inglês, onde não faltam “c's” e “p´s” repetidos e “mudos” e “ph's”. Como alguém que, sendo português e trabalhando em Portugal, decidiu designar uma das suas editoras como “Booksmile”. “Lamentável”, eu? Olhe-se ao espelho.»
Na verdade, o que não faltam são (mais) exemplos de pessoas e de entidades em Portugal que, ao mesmo tempo que se submetem ao «aborto pornortográfico», contradizem este ao incorporar expressões em Inglês na sua actividade. Um dos mais recentes é dado pela EDP, que, apesar de já não ser «eléCtrica», decidiu designar um dos seus serviços como «energy2move». Não há dúvida de que, em alguns, a estupidez está sempre «ligada à corrente». (Também no MILhafre (92).)