segunda-feira, novembro 19, 2007

Obras: “Rosa vermelha, rosa branca”

Naquele momento o corso* deixou de ser uma ameaça;
ele e ela esqueceram-se de que havia uma guerra entre nações.
Estavam sós num enorme palácio abandonado ao crepúsculo
e o bater dos seus corações era mais forte do que o troar dos canhões.

Ela não podia continuar bordando e lendo poesia
depois de receber aquela carta lacrada do seu amado.
Ele obtivera uma breve licença da frente de batalha
e implorava-lhe que não faltasse a um encontro, talvez o último a ser marcado.

Eles sabem que serão condenados pelas suas aristocráticas famílias,
mas por bailes românticos e jantares faustosos não podem esperar.
Há muito que não há corridas de carruagens puxadas por cavalos brancos sob fogo de artifício;
há muito que não há passeios de barco ao som de violinos em lagos banhados pelo luar.

Assim que se viram beijaram-se demorada e ternamente,
após o que ele lhe ofereceu uma bela e fresca rosa vermelha.
Sussurrando: «A flor da paixão violenta e arrebatada,
a que tudo submete, que tudo consome, tudo incendeia!»

E nessa noite a melancolia desapareceu e a felicidade explodiu.
Dois corpos flamejantes abriram feridas na esperança e no medo.
Mais profundas que as abertas nas planícies por soldados e cavalos
porque estas, embora dolorosas, cicatrizam sempre mais tarde ou mais cedo.

Quando ela acordou de madrugada ele já tinha partido
mas deixara uma bela e fresca rosa branca a seu lado sobre o travesseiro.
Com um bilhete que dizia: «A flor do amor puro e eterno,
que vai além da vida e da morte por ser verdadeiro.»


* Napoleão Bonaparte

Hoje, 19 de Novembro de 2007, passam 200 anos sobre o início das invasões francesas de Portugal.

Poema (Nº 190) escrito em 1988 e incluído no meu livro «Alma Portuguesa».

quarta-feira, novembro 14, 2007

Orientação: Esquinas (11)

Três meses depois da publicação da Lei Nº 37/2007 de 14 de Agosto, que «aprova normas para a protecção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a dependência e a cessação do seu consumo» (e que só entra em vigor a 1 de Janeiro de 2008), está a partir de hoje também disponível no Esquinas o meu artigo «É só fumaça!», publicado originalmente em 1997.

domingo, novembro 11, 2007

Outros: Ecos do Fórum

A edição Nº 6435 do jornal Público, publicada hoje, 11 de Novembro de 2007, inclui, nas páginas 10 e 11 do caderno P2, o artigo «É tempo de curtas», escrito pela jornalista Dulce Furtado, e que constitui um balanço do Fórum Fantástico 2007, que se realizou nos passados dias 8, 9 e 10 de Novembro na Universidade Lusófona em Lisboa. Nele é referido, entre outros livros de contos que começam a ganhar algum destaque, aquele que eu estou a organizar: «O FF 2007 veio dar a achega de que está a ocorrer uma inversão, também no panorama literário português. Primeira prova dada pela publicação das antologias de contos de vários autores portugueses “Por Universos Nunca Dantes Navegados”, “A República Nunca Existiu!” e “Contos de Terror do Homem-Peixe”, ao que se somam “A Conspiração dos Abandonados – Contos Neogóticos”, de António de Macedo, e “Pequenos Mistérios”, do norte-americano Bruce Holland Rogers.» Convirá esclarecer que, de todos os livros citados, «A República Nunca Existiu!» é o único que ainda não está publicado.
Entretanto, já estão disponíveis fotografias daquele evento, incluindo duas referentes à pré-apresentação do «Livro do Regicídio» que eu efectuei no dia 9 com Luís Corte Real, da Saída de Emergência. Uma foi tirada por Rogério Ribeiro, a outra por Safaa Dib, ambos organizadores do Fórum.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Obrigado: Aos que compareceram hoje

Exprimo aqui o meu agradecimento a todos aqueles que compareceram hoje à segunda sessão do Fórum Fantástico 2007 em que eu e Luís Côrte-Real, da editora Saída de Emergência, fizemos a «pré-apresentação» do livro «A República Nunca Existiu!», obra colectiva no sub-género «história alternativa» e que deverá ser apresentada no próximo dia 1 de Fevereiro de 1908, em que passarão 100 anos sobre o Regicídio que vitimou o Rei D. Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe. Digo um «muito obrigado» muito especial à Épica/Associação Portuguesa do Fantástico nas Artes, em particular a Rogério Ribeiro e a Safaa Dib, por terem aceitado a minha sugestão e satisfeito o meu pedido, praticamente à «última hora», de inclusão no programa do Fórum deste ano do anúncio e divulgação de um projecto que nasceu, pode dizer-se, no Fórum do ano passado.

Outros: Comentário ao «nome do aeroporto»

Na edição de hoje, 9 de Novembro de 2007, do jornal Destak, na página 22, vem transcrita uma mensagem de António Brotas com comentários ao meu artigo «Que nome para o aeroporto?», publicado na edição do passado dia 3 de Novembro do jornal Expresso. O mesmo texto está, aliás, igualmente reproduzido no blog Novo Aeroporto de Lisboa, em entrada também com data de hoje.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Oráculo: «Regicídio» no FF07

O Fórum Fantástico 2007, que decorrerá no auditório da Biblioteca Victor de Sá da Universidade Lusófona, em Lisboa (no Campo Grande), nos próximos dias 8, 9 e 10 de Novembro, vai incluir, no dia 9 (sexta-feira) e às 15.30 horas, uma pré-apresentação do livro «A República Nunca Existiu!». Este primeiro «anúncio oficial» da colectânea de contos de vários autores (que eu concebi e estou a organizar) estará a meu cargo e também de Luís Côrte-Real, da editora Saída de Emergência.

sábado, novembro 03, 2007

Orientação: Artigo no Expresso

A edição Nº 1827 do jornal Expresso, publicada hoje, 3 de Novembro de 2007, inclui, na página 36 (primeiro caderno), o meu artigo «Que nome para o aeroporto?» Comprem e leiam!

quinta-feira, novembro 01, 2007

Orientação: Esquinas (10)

Neste dia em que passa o 252º aniversário do Terramoto de Lisboa, fica mais uma vez o convite, agora através do Esquinas, para uma visita à Ópera do Tejo.