terça-feira, março 24, 2015

Ocorrência: A TVI recusou-me…

… Ou, dito de outra forma talvez mais correcta, receou-me. No passado dia 6 de Março, no programa «A Tarde é Sua», de Fátima Lopes, realizou-se um debate sobre o «acordo ortográfico de 1990» que contou com as participações de João Malaca Casteleiro (a favor), «linguista» e um dos principais «autores (i)morais» do «desacordo», e de António Chagas Baptista (contra), da (Direcção da) Associação Portuguesa de Tradutores. Porém, era eu quem deveria ter participado, enquanto opositor ao AO90, no espaço da Televisão Independente…
… Porque a Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico foi contactada e convidada pela equipa do «A Tarde é Sua» para se fazer representar na emissão daquela data. Em mensagem enviada a 2 de Março à ILCAO, Pedro Quaresma, jornalista da «redação» daquele programa, informava que este «conta, às sextas-feiras, com uma parte mais informativa (entre as 19h00 e as 20h00), que procura discutir e debater temas fra(c)turantes da a(c)tual sociedade portuguesa. Nas últimas semanas, abordámos assuntos tão diversos como o consumo de álcool entre os jovens, a eutanásia, a maternidade de substituição ou a legalização da prostituição, entre outros. Já contámos, neste espaço, com a participação de pessoas de vários quadrantes, nomeadamente deputados, juristas, médicos ou filósofos, entre outros. Na próxima sexta-feira, dia 06 de Março, propomo-nos falar de uma temática à qual os senhores não estarão, por certo, alheios: o acordo ortográfico. Parece-nos pertinente debater este assunto em horário nobre (antes do Jornal das 8 de sexta-feira, um dos programa mais vistos de toda a grelha semanal de televisão), pelo que seria para nós muito prestigiante contar com a participação de um elemento da ILC neste excerto do programa, que terá um formato de debate. A conversa será moderada pela apresentadora, encontrando-nos a(c)tualmente a desenvolver diligências para ter em estúdio uma pessoa que defenda este acordo ortográfico. Assim, gostaríamos de formular-lhes um convite para estar presente no programa “A Tarde é Sua” na próxima sexta-feira, 06 de Março, entre as 18h30 e as 20h00. Em caso de resposta afirmativa, solicito também que nos facultem um contacto telefónico pois seria importante falar antecipadamente, de modo a combinar alguns pormenores da vinda ao programa. Por motivos de planeamento do programa em questão, solicito uma resposta tão breve quanto possível, de preferência até ao final do dia de amanhã.»
A resposta, indicando o meu nome como representante da ILCAO, foi enviada por João Pedro Graça antes do final de terça-feira, 3 de Março – mais concretamente, às 16.55. Porém, e para nossa surpresa, posteriormente recebemos, ainda naquele dia, a seguinte mensagem de Pedro Quaresma: «Agradeço a rápida resposta ao nosso e-mail. Por imposições superiores, e como hoje por volta da hora de almoço ainda não tinha qualquer indício de que a ILC poderia disponibilizar alguém para participar no debate, vi-me na obrigação de encontrar uma alternativa para fechar o alinhamento do programa da próxima sexta-feira. Assim, acabámos por concordar com a participação de um elemento da Associação de Tradutores, que também é contra a adopção deste acordo. Em todo o caso, agradeço a sua simpatia e disponibilidade.» Repare-se nas bizarrias e nas contradições que caracteriza(ra)m este desagradável incidente: a ILCAO respondeu indubitavelmente dentro do prazo pedido… que não era, aliás, obrigatório – e tanto assim foi que PQ começou por agradecer, precisamente, a «rápida resposta»! No entanto, antes disso, e talvez devido a uma crise de bipolaridade, à «hora de almoço» (seria fome?) decidiram «encontrar uma alternativa» por «imposições superiores». Mas só nos comunicaram essa decisão depois de saberem quem seria o representante da ILCAO… ou seja, eu.
Sejamos sérios, deixemo-nos de ilusões e chamemos as coisas pelos seus nomes: este «des-convite» da TVI em relação à ILCAO é uma inacreditável e inadmissível demonstração de falta de cortesia, de educação, de profissionalismo, de respeito; todavia, é igualmente uma evidente acção de discriminação, e até de censura, em relação a mim… e não é a primeira vez que o «Canal Quatro» a faz. Os «superiores» que «impuseram» o meu afastamento fizeram-no, acredito, não só pelas críticas que tenho feito à TVI (e à SIC e à RTP, e não só) pela sua submissão ao «aborto pornortográfico», aqui no Octanas, no MILhafre e no Público, críticas essas que demonstram, passe a imodéstia, a minha capacidade para debater este tema e para confrontar e derrotar qualquer defensor do dito cujo, incluindo o Prof. Malaca; também o fizeram pela denúncia da – anterior e comprovada – discriminação e censura de que eu e o meu outro blog Obamatório fomos objecto em 2012 por parte da estação de Queluz de Baixo. No que depender de mim, baixezas como esta nunca serão silenciadas…
… Mesmo que tal implique mais censura, mais discriminação e, eventualmente, até difamação e… deformação. Chagas Baptista, que, há que admiti-lo e reconhecê-lo, esteve muito bem no debate de 6 de Março, que venceu, superiorizando-se indubitável e claramente a Malaca Casteleiro, teve o seu nome a(du)lterado para António Chagas «Batista» na legenda surgida no ecrã. Recordo que na TVI um famoso grupo musical já foi identificado como «One Diretion». Estivesse lá eu e provavelmente colocariam «Otávio» dos Santos, e assim se juntariam à (longa) lista daqueles que tira(ra)m o «c» do meu nome. (Também no ILCAO.

quinta-feira, março 19, 2015

Orientação: Sobre FC «real»

A partir de hoje está, no MILhafre e no Simetria, o meu artigo «Ficção Científica… Real», em que apresento mais um, e recente, livro que comprova a tese que defendi no meu artigo «A nostalgia da quimera» - a de que o fantástico é o género dominante na história da literatura portuguesa. 

sexta-feira, março 13, 2015

Orientação: Sobre um «apocalise», no Público

Na edição de hoje (Nº 9098) do jornal Público, e nas páginas 48 e 49, está o meu artigo «”Apocalise abruto”». Um excerto: «bastantes “anomalias” adicionais têm vindo a ocorrer induzidas pela ideia – errada mas compreensível – de que, com o AO90, qualquer consoante de pronunciação minimamente “duvidosa” provavelmente não deve estar antes de outra. Este perigo de proliferação, de multiplicação, de erros, de deturpações foi previsto e alertado atempada e acertadamente por muitos opositores do dito cujo, que então não receberam toda a atenção que mereciam mas que agora vêem os seus receios confirmados.» (Também no MILhafre. Transcrição no ILCAO.)

terça-feira, março 10, 2015

Ordem: Esclarecer quem precisa

Não é de agora que estou permanentemente disponível para, na blogosfera e não só, dar o meu contributo à discussão e ao esclarecimento de temas importantes, tanto nacionais como internacionais. E também não é novidade que é à esquerda que se regista habitualmente uma maior ignorância, e uma maior incredulidade, perante assuntos que só aparentemente são controversos. Três exemplos recentes, no blog Aventar, demonstram e ilustram essa situação: no primeiro, expliquei porque não é surpreendente o apoio crescente que a Frente Nacional em França tem em determinados sectores da população; no segundo, expliquei porque o totalitarismo não é uma característica de Israel; no terceiro, expliquei como a misoginia é aceitável se as visadas forem de direita.