terça-feira, abril 30, 2019

Olhos e Orelhas: Primeiro Quadrimestre de 2019

A literatura: «A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar - Uma Espécie de Manual de Escrita Humorística», Ricardo Araújo Pereira; «Teodora e o Segredo da Esfinge», Luísa Fortes da Cunha; «As Crónicas de Nárnia - O Sobrinho do Mágico», Clive Staples Lewis; «Rimas», Francesco Petrarca (tradução de Vasco Graça Moura); «Manta 90/40 - 90 Anos de Vida/40 Anos da Edição das "Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar"», Pedro Piedade Marques, e outros; «Michel Vaillant - 300 à Hora em Paris», «(...) - Encontro em Macau» e «(...) - O Homem de Lisboa», Jean Graton; «A noite do sexo fraco», Ludovico Bombarda.
A música: «Paixões Diagonais», Mísia; «Blues Breakers With Eric Clapton», John Mayall; «Wheels Of Fire», Cream; «Layla And Other Assorted Love Songs», Derek And The Dominos; «Rainbow Concert», Eric Clapton; «Cai O Carmo E A Trindade», Amor Electro; «Peter Gabriel (1982)», Peter Gabriel; «The Man From Utopia», Frank Zappa; «Born In The U.S.A.», Bruce Springsteen; «Little Creatures», Talking Heads; «King Of America», Elvis Costello; «Luz», Pedro Abrunhosa; «Live At Leeds», Who; «Madman Across The Water», Elton John; «Harvest», Neil Young; «Catch A Fire», Bob Marley & The Wailers; «Here Come The Warm Jets», Brian Eno; «Gritos Mudos» e «Dados Viciados», Xutos & Pontapés; «Young Forever», BTS; «Antologia 66/84», Chico Buarque; «A Love Supreme», John Coltrane; «Orfeo Ed Euridice», Christoph Willibald Gluck (por Helen Donath, Marilyn Horne e Pilar Lorengar, com a Orquestra e o Coro da Real Casa da Ópera de Convent Garden sob a direcção de George Solti). 
O cinema: «O Meu Vizinho Totoro», Hayao Miyazaki; «Jack Ryan - Recruta Sombra», Kenneth Branagh; «Vingadores - Guerra do Infinito», Anthony Russo e Joe Russo; «Hora Mais Escura», Joe Wright; «Jogador Um Pronto», Steven Spielberg; «Zeus», Paulo Filipe Monteiro; «Carros 3», Brian Fee; «Verdadeira Garra», Ethan Coen e Joel Coen; «Sete Psicopatas», Martin McDonagh; «Happy Gilmore», Dennis Dugan; «Feito Americano», Doug Liman; «O Processo do Rei», João Mário Grilo; «Incríveis 2», Brad Bird; «Guerra pelo Planeta dos Macacos», Matt Reeves; «Saqueadora de Túmulos», Roar Uthaug; «Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme», Oliver Stone; «Cinquenta Tons Libertados», James Foley; «Conversa Acabada», João Botelho; «Ilha dos Cães», Wes Anderson; «Desesperadamente Procurando Susan», Susan Seidelman; «Todo o Dinheiro no Mundo», Ridley Scott; «O Que Aconteceu à Segunda-Feira», Tommy Wirkola; «Detroit», Kathryn Bigelow; «Grande Sarilho na Pequena China», John Carpenter; «Yves Saint Laurent», Jalil Lespert; «Voo», Robert Zemeckis; «A Livraria», Isabel Coixet; «Desejo de Morte», Eli Roth; «Pontapé-No-Rabo», Matthew Vaughn; «Mary Shelley», Haifaa Al-Mansour.
E ainda...: Museu do Neo-Realismo - exposição de Hugo Canoilas, Miguel Castro Caldas e Tatiana Macedo «Cosmo/Política #3/O Mundo começou às 5 e 47» + exposição «Candido Portinari em Portugal»; Arquivo Nacional Torre do Tombo - exposição «Fernão Lopes guardador das escrituras do Tombo (1418-1454)» + exposição «D. Maria da Glória (1819-1853) - Um registo intimista» + exposição «A Europa começa aqui! Marca do Património Europeu»; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Sob a chama da candeia - Francisco de Holanda e os seus livros» + exposição «Antes e depois do adeus - Centenário de Eduardo Teixeira Coelho» + mostra «Margarida Jácome Correia» + mostra «António Borges Coelho - "Dar voz aos que em baixo fazem andar a História"» + mostra «D. Maria II e a música no seu tempo» + mostra «Augusto da Costa Dias (1919-1976) - Centenário do nascimento» + mostra «700 anos da Ordem de Cristo»; Fundação Calouste Gulbenkian - exposição «Tudo o que tenho no saco - Eça e "Os Maias"»; Clube do Autor/El Corte Inglés - apresentação do livro «Marketing Performance - 80 Métricas de Marketing e Vendas» de Luís Bettencourt Moniz e Pedro Celeste, com Rui Miguel Nabeiro; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - exposição «Arqueologia em Vila Franca de Xira - O desvelar de um património milenar» (Centro de Estudos Arqueológicos) + BF18/Bienal de Fotografia 2019 (Celeiro da Patriarcal, Biblioteca e Museu Municipal); Embaixada do Brasil/Palácio da Independência - exposição «Aquarelas do Descobrimento - A carta de Pêro Vaz de Caminha»; «Deutschland» e «Radio», (vídeos musicais dos) Rammstein; «A Apanhada (segunda temporada)», Helen Gregory e Kate Atkinson.

terça-feira, abril 16, 2019

Orientação: Sobre «descolonização», no Público

A partir de hoje, no sítio na Internet do jornal Público, está o meu artigo «Descolonização ortográfica, já!». Um excerto: «Agora há que saber se em Portugal se vai acabar com a experiência catastrófica, não utópica mas sim distópica, de uma “novilíngua” que viola a etimologia europeia predominante em todas as nações civilizadas do Mundo e que resultou da “adoção” ilegal e reforçada, deste lado do Atlântico e isolando-nos daquelas, de uma subversão terceiro-mundista executada por uma ditadura brasileira da década de 40 do século passado decidida a diminuir os laços com o Velho Continente, e em especial com a nação ex-colonizadora de que muitos brasileiros se envergonha(va)m». (Também no MILhafre. Transcrição no Apartado 53, n'O Lugar da Língua Portuguesa e no ILCAO.)

segunda-feira, abril 08, 2019

Ocorrência: Uma década com «Espíritos»

Hoje cumprem-se dez anos desde a primeira apresentação, feita na FNAC Chiado, em Lisboa, do meu livro – e primeiro romance - «Espíritos das Luzes». Uma fotografia que a minha esposa me tirou, nesse já algo distante dia 8 de Abril de 2009, junto ao cartaz relativo ao evento colocado naquele espaço, ainda é a imagem que me identifica no Google (Blogger e Gmail) – só isto é indicativo do quanto esta obra foi, é, e será sempre importante para mim.
Naquela ocasião acompanharam-me, na mesa, Pedro Reisinho – então editor da Gailivro/1001 Mundos, a quem devo primeira e principalmente a publicação de «Espíritos das Luzes» - e Miguel Real, cuja intervenção seria pouco depois (a 22 de Abril) transcrita e desenvolvida no Jornal de Letras, Artes e Ideias. Tal foi a primeira análise, ou crítica, publicada sobre o meu livro; a mais recente, e bem menos extensa, embora também positiva, foi inserida na página do Wook referente àquele a 17 de Agosto de 2018, escrita pelo leitor Ricardo Gomes: «Romance criativo e inovador acerca de várias personagens importantes da história portuguesa. Uma mistura de ficção científica com romance histórico sendo um texto bastante criativo.» Pelo meio houve, obviamente, mais, nem sempre favoráveis; neste âmbito, é inevitável mencionar as feitas por Jorge Candeias e por Artur Coelho, ambas a suscitarem-me uma e outra respostas que diria serem conclusivas e até definitivas; e ainda a feita (no GoodReads, tal como as daqueles dois extremo-esquerdistas e acordistas) por uma leitora que não compreendeu o contexto e os pressupostos da obra. Pelo contrário, quem os percebeu perfeitamente foi Malcolm Jack, então presidente da Beckford Society, que me concedeu o privilégio de uma recensão no boletim daquela instituição inglesa.   
O que distingue igualmente «Espíritos das Luzes» na minha bibliografia, e até, quase de certeza, em comparação com as de muitos outros escritores, é que constituiu, bem como o processo criativo que esteve na sua origem, uma base para outras actividades, projectos e iniciativas. Um pouco de história: comecei a prepará-lo e a escrevê-lo em 2003, a seguir à edição de «Visões», e terminei-o, tal como pretendia, em 2005, a tempo dos 250 anos do terramoto de 1755, mas então nenhuma das editoras a quem o propus o aceitou; entretanto, nos quatro anos que ainda demoraria a sua publicação, consegui concluir e fazer editar «Os Novos Descobrimentos» (com Luís Ferreira Lopes, em 2006) e «A República Nunca Existiu!» (com 13 outros autores, em 2008); antes, em 2004, iniciei os contactos para a formação de uma equipa que procederia à recriação virtual da Ópera do Tejo (edifício destruído, como muitos outros, aquando do cataclismo), cujo primeiro «protótipo» foi mostrado a 3 de Novembro de 2005 num colóquio realizado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; o projecto seria posteriormente reformulado e ampliado para abranger a Lisboa Pré-Terramoto de 1755, e, já neste formato, foi tema de comunicações levadas a vários encontros de âmbito académico, principalmente no nosso país - são de destacar um em Braga e outro na capital - mas também no estrangeiro. O meu trabalho em «Espíritos das Luzes» possibilitou-me igualmente o início de uma relação próxima e profícua com a Biblioteca Nacional de Portugal que se mantém ainda hoje: em 2004 tornei-me um dos mecenas da BNP ao financiar a restauração de um exemplar de «O Uruguai», de José Basílio da Gama, obra de 1769 que seria mencionada, tal como o seu autor, em «Espíritos…»; em 2006 decorreram na Biblioteca os dois primeiros eventos por mim propostos e co-organizados nela, ambos alusivos a celebrações de 250 anos – um sobre a Arcádia Lusitana e outro sobre cinco obras fulcrais datadas de 1756; vieram a seguir outros colóquios e congressos, dos quais apenas um de temática, pode dizer-se, claramente setecentista – o dedicado a Luís António Verney, em 2013 nos 300 anos do nascimento do autor de «Verdadeiro Método de Estudar», do qual resultaria também um livro, efeméride da qual me apercebi, obviamente, na preparação do meu romance. Nunca é de mais referir, aliás, que Verney é uma das personagens fundamentais de «Espíritos…»
… E outras duas personagens fundamentais do meu livro possibilitaram que o levasse e o divulgasse para fora de Lisboa, em encontros que, decorridos já vários anos, ainda recordo com afeição e gratidão para com aqueles que os tornaram possíveis: António Ribeiro Sanches, em 2009, na Câmara Municipal de Penamacor, aquando da comemoração dos 800 anos do foral daquela vila; e, como não podia deixar de ser, Manuel Maria du Bocage, em 2010, no Club Setubalense, na véspera do dia (feriado) daquela cidade, o do aniversário do nascimento do grande poeta. Enfim, uma década depois, é indubitável que «Espíritos das Luzes» me proporcionou bastantes momentos e motivos de alegria e de orgulho. E, quem sabe, talvez me venha a proporcionar mais alguns no futuro. (Também no MILhafre, Ópera do Tejo e Simetria.)

segunda-feira, abril 01, 2019

Observação: Rui Vieira Nery não teve vergonha…

… De escrever isto depois de ter protagonizado aquilo. Não, não é mentira, e, sim, é mesmo uma ironia. Pensará ele que mais ninguém sabe o que aconteceu com o Prémio José Mariano Gago atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores no ano passado? Ou que quem soube se esqueceu? Curiosamente, na manhã da passada sexta-feira estivémos na Biblioteca Nacional ao mesmo tempo, durante um congresso internacional realizado no auditório daquela – eu na assistência e ele na mesa, enquanto moderador. Se estivesse a par de que RVN se atrevera, hipocritamente, a publicar aquela «posta» na véspera talvez tivesse ido ter com ele para uma conversa. Paciência; tal ficará, quem sabe, para uma próxima ocasião.