sexta-feira, dezembro 31, 2021

Olhos e Orelhas: Terceiro Quadrimestre de 2021

A literatura: «Dedicácias», Jorge de Sena; «Anos 70 - Poemas Dispersos», Alexandre O'Neill; «Escrítica Pop - Um Quarto da Quarta Década do Rock, 1980-1982». Miguel Esteves Cardoso; «Só Desisto se For Eleito», Manuel João Vieira; «Acordo Ortográfico - Um Beco com Saída», Nuno Pacheco; «Fialho de Almeida - Um Homem sem Medo», Paulo Monteiro; «A Nua Beleza Antes de Deus», Filipe de Fiúza; «Como Escavar um Abismo», Fernando Ribeiro (ilustrações de David Soares).
A música: «My Point Of View» e «Empyrean Isles», Herbie Hancock; «For Your Love» e «Roger The Engineer», Yardbirds; «Encontro», Amália Rodrigues & Don Byas; «Music Of My Mind», Stevie Wonder; «The Wild, The Innocent & The E Street Shuffle», Bruce Springsteen; «Roxy & Elsewhere», Frank Zappa; «Blow By Blow», Jeff Beck; «Um Beco Com Saída», Fausto; «Q: Are We Not Men? A: We Are...», Devo; «Candy-O», Cars; «More Specials», Specials; «Roberto Carlos (1980)», Roberto Carlos; «Baile No Bosque», Trovante; «Missae», Johann Sebastian Bach (por Agnès Mellon, Christoph Prégardien, Gérard Lesne e Peter Kooy, com a Orquestra e o Coro do Collegium Vocale de Ghent dirigidos por Philippe Herreweghe); «Música Sacra Portuguesa Do Século XVIII», António da Silva Leite, Carlos Seixas, João Rodrigues Esteves, João de Sousa Carvalho e José da Madre de Deus (pela Capela Lusitana dirigida por Gerhard Doderer).
O cinema: «Malèna», Guiseppe Tornatore; «Capone», Josh Trank; «Missa Negra», Scott Cooper; «Estrelas de Cinema não Morrem em Liverpool», Paul McGuigan; «Steve Jobs», Danny Boyle; «Irreversível», Gaspar Noé; «Época da Bruxa», Dominic Sena; «A Torre Negra», Nikolaj Arcel; «Scott Pilgrim vs. o Mundo», Edgar Wright; «Sétimo Filho», Sergei Bodrov; «O Ano da Morte de Ricardo Reis», João Botelho; «Renegados», Steven Quale; «Morte Boa», Andrew Niccol; «Hanna», Joe Wright; «Londres Caíu», Babak Najafi; «Encontrando Dory», Andrew Stanton; «Mulher em Ouro», Simon Curtis; «A Teoria de Tudo», James Marsh; «Chappaquiddick», John Curran; «Jogo de Molly», Aaron Sorkin; «Lascívia, Cuidado», Ang Lee; «Lolita», Adrian Lyne; «Na Estrada», Walter Salles; «Secretária», Steven Shainberg; «Golpistas», Lorene Scafaria; «Beija-me!», Cyprien Vial e Océane Rose Marie; «Jovem Sr. Lincoln», John Ford; «Fantasmas de Goya» e «Valmont», Milos Forman; «Os Quatro Mosqueteiros - A Vingança da Senhora», Richard Lester.               
E ainda...: RTP (Canal Memória) - (gravação do) espectáculo de teatro musical «Maldita Cocaína» (concepção, textos e encenação de Filipe la Féria, música de Nuno Feist, realização de Fernando Ávila, com Carlos Quintas, João Baião, Rita Ribeiro, Ruy de Carvalho, Simone de Oliveira, Vera Mónica, e outros); Canal História - (documentário) «Guerras das Colas» + (documentário) «Alienígenas Antigos - As Guerras da Ciência»; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «A diáspora da palavra - Obras de autores portugueses impressas fora de Portugal no século XVI (1521-1550)» + exposição «A Bibliotheca iluminada - Produção e circulação da Bíblia em Portugal, itinerários dos manuscritos iluminados românicos» + exposição «Mestres & Monstros - Pedro Proença» + mostra «Seara Nova, editora de livros» + mostra «João da Rocha - Um escritor a descobrir» + mostra «24 de Agosto de 1820 - A revolução em imagens» + mostra «Bicentenário do Peru - 1821-2021»; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - exposição de fotografia por Paulo Eduardo Campos «Infinitude» (Galeria do Palácio da Quinta da Piedade, Póvoa de Santa Iria) + exposição «Vila de Alverca do Ribatejo 1900-1990» (Núcleo de Alverca do Museu Municipal) + exposição «Mague - Espaço de memórias» (idem); Movimento Internacional Lusófono - 2º Congresso Internacional Eça de Queiroz, 150 Anos (BNP, Lisboa, Palácio Valenças, Sintra); National Geographic TV - (documentário) «Europa de Cima - Portugal»; FNAC - Exposição de Filipe Melo e Juan Cavia «Balada para Sophie-Os Vampiros-Comer/Beber» (Chiado).

terça-feira, dezembro 14, 2021

Observação: Erros de «especialistas»

O que não falta em Portugal – e é de supor que também em outros países, mas por agora vou limitar-me ao que (infelizmente) conheço melhor – são alegados «especialistas», entendidos em diversas áreas de actividade e assuntos, que vão da política ao desporto passando pela ciência e pela cultura, com assento permanente ou quase na imprensa, em programas de rádio e de televisão e em meios digitais, sempre disponíveis para debitar «bitaites» inconsequentes e irrelevantes, invariavelmente (bem) pagos, e, logo, sobrevalorizados. Com muita frequência esses mesmos «especialistas» erram não só porque se arriscam a fazer previsões que não se concretizam mas também porque se enganam – por distracção, falha de memória ou ignorância – relativamente a factos e a figuras do passado.
João Lopes, há décadas um «renomado» e «respeitado» (?) crítico de cinema, presença permanente no Diário de Notícias e regular na SIC, tem-se revelado nos últimos anos um dos mais pródigos e me(r)diáticos criadores e difusores nacionais de disparates. Tal tornou-se mais notório desde a eleição de Donald Trump em 2016 como Presidente dos Estados Unidos da América e muito em especial no seu blog Sound+Vision, onde passaram a ser... crónicas as suas asneiras e inclusivamente as mentiras sobre o Nº 45 e o Partido Republicano em particular e sobre a política e a história norte-americanas em geral. No meu blog Obamatório já denunciei João Lopes (e não só) em várias ocasiões por, acrítica e repetidamente, aceitar e propagar praticamente todas as acusações falsas dos activistas esquerdistas do outro lado do Atlântico; e faço-o também por o S+V não permitir comentários e JL nunca ter respondido às mensagens que lhe enviei. Numa das mais recentes, remetida a 25 de Julho deste ano, o tema foi um texto sobre Lin-Manuel Miranda, famoso por ter criado o musical «Hamilton». Nele João Lopes afirma que «Alexander Hamilton é uma figura emblemática entre os “founding fathers” (à letra: “pais fundadores”) da nação americana, isto é, aqueles que assinaram a Declaração de Independência, a 4 de Julho de 1776.» Pelo que esclareci o «especialista»: «Na verdade, Hamilton não foi um dos signatários da Declaração de Independência. Mas não foi o único dos “pais fundadores” nessa situação: o principal de todos, George Washington, também não assinou - obviamente, não porque ambos não concordassem com o teor do documento mas porque, por um motivo ou por outro, não estiveram presentes no encontro que aprovou aquele.» Porém, não satisfeito com «apenas» ter demonstrado mais uma vez a sua ignorância, JL ostentou igualmente, e novamente, a sua estupidez, não resistindo a fazer outra apreciação negativa, e infundada, de DJT, ao referir-se ao «contexto político-cultural americano, atravessado por conflitos históricos e sociais, materiais e simbólicos que, como foi notório, a presidência de Trump agravou.» Pelo que lhe escrevi que «obviamente, e como qualquer pessoa minimamente (bem) informada sabe, quem tem agravado, e até causado, esses conflitos, começando com os raciais, são os democratas, ontem como hoje. “Notório” é o seu desfasamento da realidade, norte-americana pelo menos, e quiçá de outras.»
O caso de João Lopes não seria (demasiado) ridículo se as suas insuficiências intelectuais apenas se manifestassem quando ele aborda tópicos fora do seu âmbito profissional principal, qual «sapateiro» que tenta tocar «rabecão». No entanto, são já vários os exemplos de textos sobre cinema e música em que ele comete falhas clamorosas, espantosas. Como, aquando da morte de Kirk Douglas em 2020, afirmar que aquele actor tinha sido nomeado três vezes para o Óscar de melhor actor secundário – e, na única instância de que tenho conhecimento de uma mensagem minha ter tido algum efeito (embora sempre sem resposta), ele depois corrigiu para actor principal. Todavia, aquela que eu considero ser a sua maior, e mais bizarra, gaffe aconteceu há exactamente um mês: a 14 de Novembro último escreveu e publicou no Sound+Vision que a canção «Stairway to Heaven» - e o quarto álbum dos Led Zeppelin, de que faz parte – celebrava(m)... 60 anos! Um erro grave mas hilariante, em formato «triplo», no título, na primeira frase, e na terceira – em que, para não restarem «dúvidas», se especifica que a primeira edição ocorreu em 1961!! Já o dia e o mês indicados, 8 de Novembro, estão correctos, mas, obviamente, o ano certo é 1971 – e esta efeméride de 50 anos constituiu também um dos motivos para a minha escolha da capa de «IV» como ilustração da versão de 2021 da Simetria Sonora. O que terá acontecido que explique este descalabro? Uma ingestão excessiva de bebidas alcoólicas? De qualquer forma, de pouco servirá a JL proceder a uma eventual, mas sempre tardia, correcção: é que desta vez eu captei e guardei uma imagem da «posta» (ou bosta) inicial.