sábado, fevereiro 27, 2016

Outros: Aciprestes com «arestas»

É inaugurada hoje, 27 de Fevereiro, e prolonga-se até 16 de Março, a exposição «Ar de Arestas» de Ozias Filho, co-autor da antologia de contos de ficção científica e fantástico «Mensageiros das Estrelas», concebida por mim e editada em 2012 – o texto com que colaborou naquela, intitulado «A maratonista» e inserido no capítulo «A República Nunca Existiu! – Parte 2», foi mais uma demonstração do talento versátil deste meu amigo brasileiro, há vários anos a viver em Portugal, que se tem notabilizado mais enquanto poeta… e editor de poesia de outros (mas também já editou obras em outros géneros literários)…
… E ainda na fotografia. A referida exposição, que tem lugar no Palácio dos Aciprestes (Avenida Tomás Ribeiro, Nº 18, Linda-a-Velha, Oeiras), pertença da Fundação Marquês de Pombal e onde também tem decorrido a iniciativa «Sustos às Sextas», reúne fotos captadas por Ozias Filho que ilustram o livro do seu compatriota Iacyr Anderson Freitas intitulado precisamente… «Ar de Arestas». Neste sábado, a celebração de palavras e de imagens tem início às 16 horas «com leituras de partes do poema que originaram as fotografias e ainda um pequeno momento musical.» (Também no MILhafre.

domingo, fevereiro 21, 2016

Ordem: «Força», Jorge! ;-)

Eu já havia dito que iria – contrafeito, mas iria – ripostar, ainda durante este mês de Fevereiro. E é hoje. Mas, antes de começar, podemos todos concordar, reconhecer, que não sou eu que começo, que não sou eu que provoco, que apenas me limito a responder… porque «quem não se sente não é filho de boa gente»? Não há dúvidas quanto a isso, pois não? Óptimo. Então…
… Sim, eu sei, (ainda) custa a acreditar, mas é verdade: Jorge Candeias, recordo, decidiu escrever e publicar no seu blog A Lâmpada Mágica (e divulgar no seu Twitter, Scoop, e, eventualmente, Facebook) outro texto sobre mim e sobre um livro meu. Mais correcta e concretamente: outro texto a insultar-me e, desta vez, a denegrir «Espíritos das Luzes». Agora fê-lo de uma forma «desenvolvida» - estúpida, mas «desenvolvida» - mas antes tinha como que «anunciado» o que aí vinha (e como então fiz notar) na sua (lacónica e literal) «crítica» de m*rd* no GoodReads, e no balanço das suas «leituras de 2015», em que fui «distinguido» com a (dúbia) «honra» de ter sido o autor do «pior» livro que o «poltrão de Portimão» leu no ano passado – sim, exactamente, o «Espíritos…» - e de ainda ter «ganho» como que uma «menção (des)honrosa» com «A República Nunca Existiu!» Dir-se-ia que o gajo está obcecado, e não de uma forma saudável.
Porém, um facto fulcral mantém-se inalterável: o «tormento do Barlavento» não leu «Espíritos das Luzes» na sua totalidade, pelo que a nova «apreciação» que agora fez dele também não tem qualquer consistência, qualquer credibilidade, qualquer validade. E – soube-se neste mais recente e raivoso arrazoado – ele mentiu ao ter dito (escrito) que «resisti um capítulo». Afinal, nem isso, porque, como agora admitiu, fechou «definitivamente» (?) o livro na página 36… e o primeiro capítulo, «Lustrosos regimentos», vai até à 48! No entanto, não surpreende que falte – descaradamente – à verdade alguém que é um esquerdista (extremista), faccioso, invejoso, (também por eu ter publicado dois livros de minha autoria na Saída de Emergência, onde ele nunca passou de tradutor?), defensor e impos(i)tor do fascismo ortográfico, adepto de todas as (falsas) «causas fracturantes», imerso no seu deficiente e deprimente mundo de fantasia delimitado pelas leituras do Esquerda.net e das colunas de Paul Krugman no New York Times. Afinal, quem é que é «anão» e «patético»? Uma pista: não sou eu.
E o que é que está na página 36 que é tão intolerável, que revela uma tão insuportável «incoerência»? Tão grave que faz da minha obra «puro lixo» e o abate de «pobres árvores» necessárias para produzir o papel para a imprimir algo ofensivo, quiçá criminoso? O seguinte excerto: «Esta nação (…) tornou os súbditos por igual dependentes do trono e possuidores dos mesmos privilégios. Pequenina, portanto, mas autónoma, e como se sozinha atentasse à segurança e à grandeza da Europa, enquanto esta se dilacerava nas suas divisões, os portugueses conquistavam as costas de África; descobriam os mares e os desertos daquela região inculta; abriam a navegação até às Índias Orientais; ali faziam potentes diversões ao ímpeto dos turcos; talvez fornecendo as luzes, de onde outros se aproveitaram com maior sucesso; acrescentavam a quarta parte à Terra (…).» Segundo JC, esta passagem está em contradição com o conceito de Portugal como planeta e o de Europa como sistema solar… mas, na verdade, não: então um planeta não pode albergar uma só nação, e não há tantos exemplos disso na literatura de FC? Então as divisões no «sistema solar Europa» não podem ser políticas e militares? África não pode ser, precisamente, outro sistema solar, cujos planetas possuem desertos, costas e mares? As Índias Orientais não podem ser… sim, outro sistema? E, não, não perguntem ao «alarve do Algarve» o que é a «Terra» neste cenário, neste contexto… perguntem-me, que eu respondo: obviamente, é uma galáxia.
Igualmente risíveis são as insinuações – ou mesmo acusações – de falta de «decência» e de «ética» por eu me assumir como único autor de uma obra que inclui textos de outras pessoas… Repare-se no ridículo: sendo os citados cerca de 20, seria (muito) difícil – para não dizer impossível – inserir os nomes de todos na capa e na lombada… Efectivamente, trata-se de mais uma idiotice do tradutor do idiota: pense-se nos artigos académicos, científicos, que invariavelmente incluem muitas (dezenas?) de citações. Acaso os citados são indicados como autores? Claro que não, só quem faz as citações. «Espíritos das Luzes» pode, por isso, ser também entendido, nessa perspectiva, como um «artigo em forma de romance»… que não deixa de mencionar, com rigor, e homenageando, os autores, e as fontes, das citações.
Elucidado? Entendido? Esclarecido? Ou acaso precisam de (outro) explicador?
«Coitado» do Candeias: tanto esforço, tanta «ginástica mental», tanto trabalho, tanto «torce, e retorce, e volta a retorcer» para (tentar) justificar a sua cobardia, a sua demagogia, a sua fraqueza, a sua incapacidade, a sua inferioridade, a sua preguiça… para nada! Ou para se tornar (novamente) um motivo de chacota... «Abandonado», o meu «Espíritos das Luzes»? Se é para ser «albergado» por gente desta laia antes só do que mal acompanhado, antes «perdido» do que «achado»!
Todavia, devo, sinceramente, agradecer a JC o facto de ter comprado um exemplar… para (desistir de o) ler (após) cerca de 10% das suas páginas – porque, indirectamente, acabou por me pagar (não muito, infelizmente, porque os rendimentos resultantes dos direitos de autor não são grande coisa). Foi um «favor» que não tenho qualquer intenção de retribuir. Contudo, o que ele podia e devia fazer, quanto mais não fosse para não dar por perdido o «rico dinheirinho» despendido, era voltar a tentar, envidar um esforço suplementar, e ler mais (de preferência todo) o meu livro. Talvez, quem sabe, encontrasse uma passagem, um excerto, uma citação que realmente colocasse em causa a premissa que estabeleci para o meu romance – isto é, que verdadeiramente a colocasse em causa, porque a que agora apresentou como «prova» não serviu para isso, como demonstrei. Sim, é pouco provável que isso acontecesse… mas porque não experimentar? Pensa nisso, Jorge! «Força»! Não te dês por vencido! «Estamos» contigo! Ou não… ;-) (Também no Simetria.)  

sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Orientação: Para quem ainda não leu…

… Textos recentes da minha autoria que considero relevantes, saídos em outros blogs nos quais também participo, e que não divulguei directamente no Octanas quando foram publicados (alguns, bastantes, são inseridos por mim em mais do que uma «plataforma» em simultâneo, mas outros não), aqui ficam as indicações e a ligações: no Obamatório, que entrou em Janeiro no seu «ano oito» de actividade, procedi também à escolha da (frase e personalidade) «mais estúpida de 2015», reiterei que «nenhuma “batalha” é pouco importante» e demonstrei que o actual presidente dos EUA é (pode ser visto como) um «comediante»; no Simetria, e a propósito da sua morte, evoquei David Bowie designando-o de «criador e criatura de FC»; no Ópera do Tejo referi os mais recentes desenvolvimentos no projecto que visa estudar e divulgar a poesia de Luís António Verney; e no Albuquerque 500 inventariei (mais) menções, «ecos», não só da efeméride dos 500 anos da morte de Afonso de Albuquerque, mas também da evocação (colóquio e mostra documental) que, por minha iniciativa, o Movimento Internacional Lusófono organizou em 2015 em colaboração com o Arquivo Nacional Torre do Tombo, a Biblioteca Nacional de Portugal e a Sociedade Histórica da Independência de Portugal.      

segunda-feira, fevereiro 08, 2016

Observação: Muito bem um para o outro

Aparentemente, o «apelo» que fiz no passado dia 19 de Janeiro não surtiu grande efeito (que «surpresa»!), e Marcelo Rebelo de Sousa foi mesmo eleito Presidente da República, e à primeira volta, cinco dias depois. E, já agora, fica a pergunta: quem teve a infeliz – e imbecil - ideia de levar a verdadeira bandeira portuguesa, azul e branca, monárquica, para a festa do triunfo do professor-comentador na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa?
Com António Costa como primeiro-ministro, é apropriado dizê-lo: estão muito bem um para o outro! Dois homens sem (ou com mau) carácter, sem escrúpulos, sem honra, apenas preocupados com o seu perfil, o seu percurso, o seu «prestígio»… enfim, com o poder. Vão dar-se lindamente, às «mil-maravilhas»! Não sobrarão, decerto, «factos políticos»! A «reles-pública» portuguesa tem, no Palácio de Belém e no Palácio de São Bento, «inquilinos» ao seu (baixo) nível. O que, aliás, já aconteceu antes… mas, desta vez, os actuais distinguem-se também por terem assumido publicamente atitudes de subserviência perante outros países. 
Curiosamente, eu próprio tenho, tanto de um como de outro, motivos de queixa pessoais, específicos, concretos. O que demonstra até que ponto são abrangentes e profundas as capacidades de ambos na criação de conflitos.

quinta-feira, fevereiro 04, 2016

Ordem: Sim, irei ripostar

Aos que eventualmente – e virtualmente – se (me) interroga(ra)m sobre se eu já vi… respondo que sim, já vi, li, a mais recente excreção palavrosa de Jorge Candeias no seu blog contra mim, e, mais concretamente, contra o meu livro «Espíritos das Luzes». E, sim, irei ripostar em breve, ainda durante este mês de Fevereiro. Não que tenha muita vontade… mas lá tem de ser. E não antes de tratar de assuntos bem mais importantes do que aturar outra birra do poltrão de Portimão, definitivamente desequilibrado, desonesto e delirante. Tais como coçar os c*lh**s e ver a erva crescer. ;-) 

segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Outros: Testemunhos… reais

Hoje assinala-se mais um – triste, trágico, terrível – aniversário do Regicídio de 1908, o que representa também, novamente, mais uma oportunidade de voltar a abordar «A República Nunca Existiu!», antologia de contos de história alternativa que eu concebi, organizei e em que participei, editada há oito anos. Desta vez, por causa de dois dos livros que li no terceiro quadrimestre do ano passado, e nos quais existem excertos que de algum modo se podem relacionar com a efeméride e com aquele meu projecto literário.
Um dos livros é «As Máscaras do Destino», colectânea de contos de Florbela Espanca, contos esses susceptíveis de serem inseridos – todos! – no género fantástico, o que faz da poetisa alentejana, cujo 85º aniversário da morte se assinalou em 2015, mais um nome a juntar ao «cânone» que eu tentei construir no meu artigo «A nostalgia da quimera». Porém, a ligação desta obra com «A República Nunca Existiu!» faz-se não por palavras da sua autora mas sim por palavras de outra escritora, que elaborou o prefácio (da edição que eu li – a 7ª, Bertrand, 1998): Agustina Bessa Luís. Recordo que, na «República…», escrevi o seguinte, no último parágrafo da introdução: «No Verão de 2007, durante as férias com a minha família, estive em Vila Viçosa, bela terra à qual não regressava há 20 anos. Revisitei o Paço Ducal e quase consegui sentir a “presença” de D. Carlos e da sua família. Visitei a antiga estação ferroviária, agora um Museu do Mármore, e quase consegui “ver” a Família Real entrar num comboio para a sua última viagem juntos. Aclamados por uma pequena multidão onde, quem sabe, estaria uma ainda muito jovem Florbela Espanca…» Pois bem, o que escreveu – e revelou – a autora de «A Sibila»? Isto: «Temos de ler “As Máscaras do Destino” com a confiança amigável que nos merece o diário duma adolescente, em que certa mediocridade talentosa anuncia os desejos que se evitam. É a jovem de Vila Viçosa a quem a rainha falou um dia, despertando nela uma noção de valor próprio que a marca de tristeza para sempre.»
O outro livro que li no final do ano transacto e que tem a ver, directamente, com o crime de 1908, e, indirectamente, com a primeira antologia colectiva que concebi e organizei, é «Folhas Soltas (1865-1915)», colectânea de crónicas (editada pela Livraria Clássica Editora em 1956) de Ramalho Ortigão, cujo centenário da morte se assinalou em 2015. Um dos textos incluídos intitula-se «A tarde de 1 de Fevereiro de 1908», e foi publicado no jornal O Portugal a 1 de Fevereiro de 1909. Nenhuma criação da imaginação é mais poderosa do que o relato factual – comovido e indignado – de um contemporâneo: «Parece que foi ontem, e faz hoje um ano! Era num dos mais lindos dias do doce Inverno lisboeta. (…) O sol no ocaso estendia a sua grandiosa púrpura por todo o estuário do Tejo. No profundo e inefável azul do espaço, sobre a calma baía, enxames adejantes de gaivotas, como lírios alados, envolviam as velas das faluas que bolinavam no rio. A vidraçaria dos prédios nas colinas do Castelo e da Graça chamejavam em reflexos de ouro num fulgor de colossal apoteose. (…) Minutos depois, à esquina do Terreiro do Paço, uma descarga de vinte tiros atingia a carruagem aberta, sorridente e florida, do Rei e da sua família. O resultado do tiroteio à queima-roupa foi morrerem fulminantemente o Rei e o Príncipe Real, ser ferido o Infante, e unicamente ficar ilesa a Rainha, se por ironia se pode dizer ilesa a mãe dolorosa que sobrevive, cingindo nos braços, espingardeado, o corpo do seu filho. Sucedeu isto há um ano, e sobre a investigação judicial desse monstruoso atentado pesa ainda hoje o mutismo da nossa História. (…) Para contrapor à indiferença dos homens, eu recorro para a impassibilidade da Natureza. Creio não me desmandar muito na invocação de prerrogativas régias desejando para a cândida memória de um Rei e de um Príncipe a diluição apetecida para a memória sangrenta de um facínora. (…)» (Também no MILhafre e no Simetria.