quinta-feira, junho 14, 2018

Ocorrência: Fraude na SPA

No jornal Público foi ontem publicado electronicamente, e hoje na edição (Nº 10281, página 32) em papel, o artigo (e notícia) «Rui Vieira Nery premiou como júri obra de que é um dos coordenadores», escrito por Rodrigo Nogueira.
Este é um facto do qual eu fui o primeiro a tomar conhecimento… fora da Sociedade Portuguesa de Autores, cujos principais (ir)responsáveis vieram a revelar-se cúmplices numa situação de autêntica fraude intelectual, e privando-me, e ao meu livro «Nautas – O início da Sociedade da Informação em Portugal» (e, eventualmente, a outros autores e a outras obras), de um prémio, com o nome de José Mariano Gago, já falecido e saudoso professor, investigador e ministro, nesta capacidade tendo dado início, em meados da década de 90, a um processo, a um projecto, de modernização tecnológica do país, do Estado e da sociedade civil, corporizado no «Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal», editado em 1997, e que, precisamente, constituiu o pretexto e o ponto de partida para a minha carreira enquanto jornalista especializado em tecnologias da informação e da comunicação. Reuni os que considero serem os melhores textos dessa carreira num volume publicado no ano passado, quando se assinalou o 20º aniversário do «Livro Verde…».
Custaria a acreditar que um livro feito por causa de José Mariano Gago, e em homenagem (explícita) a José Mariano Gago, não vencesse a primeira edição de um prémio com o nome de José Mariano Gago, com o objectivo declarado de «ser atribuído ao autor português do melhor livro de divulgação científica publicado no ano anterior». Porém, infelizmente e até escandalosamente, foi isso mesmo o que aconteceu. Para o artigo do Público dei o meu depoimento e, deste, excertos são citados, resumindo correctamente o que sucedeu desde 22 de Maio último: a minha surpresa após saber qual tinha sido a obra «vencedora», considerando as suas características, incluindo em especial o estar «escrita» em sujeição ao AO90; a minha ainda maior surpresa ao descobrir, quase por acaso, que um dos membros do júri era também um dos co-autores da obra – veja-se, e confirme-se, quem coordena(rá) o volume Nº 20 daquela; o meu contacto junto da SPA, com conhecimento do Presidente da Direcção daquela, José Jorge Letria, apelando a que a entrega do prémio fosse cancelada, o que não aconteceu; a minha mensagem a Carlos Fiolhais (que, enquanto director da colecção «Ciência Aberta» da Gradiva, recusou publicar o meu livro «Nautas» naquela editora, isto depois de se ter queixado, no seu livro «A Ciência em Portugal», de que faltavam obras escritas por jornalistas de ciência) sugerindo-lhe, e a José Eduardo Franco, que renunciassem ao prémio, e da qual, significativamente, não recebi resposta.
No momento em que escrevo e publico este relato não há indícios de que este caso de «compadrio cultural», de atropelo à ética, de «promiscuidade professoral», vá ter consequências, mais concretamente, e obviamente, (algumas) demissões. Afinal, é tão só mais um exemplo de como neste país certas pessoas sentem ter a autoridade e a impunidade para fazerem o que, como e quando querem, não obedecendo a regras ou adoptando regras diferentes para elas próprias. No entanto, e apesar de particularmente grave, este «incidente» com a SPA não constitui o único exemplo recente, e em que eu estou de algum modo envolvido, de prémios literários organizados e/ou atribuídos de forma duvidosa. Antes, mas já igualmente neste ano de 2018, (um júri nomeado pel)a Associação Portuguesa de Escritores concedeu o seu Prémio de Crónica e Dispersos Literários, não a «Nautas» mas sim a «A Alma Vagueante» de Mário Cláudio… que, por «coincidência» e curiosamente, é igualmente presidente da mesa da assembleia geral da APE! Todavia, aqui houve um regulamento, divulgado publicamente, que indicava claramente como (única?) incompatibilidade a de membros do júri não poderem ser autores concorrentes ao prémio. Contudo, será isso suficiente para afastar as suspeitas? (Também no MILhafre. Referência no Apartado 53.

terça-feira, junho 12, 2018

Oráculo: Falar da Lusofonia nos Olivais

No próximo dia 16 de Junho (sábado), a partir das 16 horas, estarei presente em Lisboa, n(a sala de convívio para condóminos, localizada na cave, d)o edifício Lote 398, situado na Rua Cidade de Bissau, junto à estação de metropolitano dos Olivais, para uma «tarde cultural», uma mesa-redonda que tem a língua portuguesa e a Lusofonia como temas de debate. A minha comunicação inicial será sobre o «acordo ortográfico de 1990» (que não está em vigor); intervirão também Renato Epifânio, sobre «Da Razão Atlântica à Razão Lusófona», e José Fernando Tavares, sobre «Avaliação Crítica do Ensino de Português». Esta é uma iniciativa com o apoio do Movimento Internacional Lusófono e da revista Nova Águia.