segunda-feira, novembro 30, 2009

Outros: Livros de espantar

Com o Natal a aproximar-se será apropriado dar algumas sugestões de livros que amigos, conhecidos e «colegas» meus das áreas da FC & F escreveram e editaram recentemente. Para que as festas também tenham, como «prendas», espantos... e sustos!
Bruno Martins Soares, que comigo colaborou em «A República Nunca Existiu!», lançou (sob o pseudónimo Martin S. Braun) «Alex 9 – A Guardiã da Espada». Outro colaborador d’«A República...», João Seixas, organizou «Com a Cabeça na Lua».
David Soares tem não um mas sim dois livros novos - «Mucha» (com a ajuda de Mário Freitas e Osvaldo Medina) e «Brinca Comigo!» (ainda com as «aparições» de João Barreiros, João Ventura e Luís Filipe Silva). E Telmo Marçal tem «As Atribulações de Jacques Bonhomme» - o segundo livro de um autor português na colecção 1001 Mundos da Gailivro depois do meu «Espíritos das Luzes».
Começámos com um Bruno, terminamos com outro: Bruno Fonseca, que prossegue a sua «campanha» de divulgação... alternativa da sua obra «Fachoda – Contos de História Alternativa» - depois de recorrer ao suporte da Lulu, utiliza agora a estrutura da Biblioteca24x7 e até já está presente na Amazon!

sexta-feira, novembro 27, 2009

Orientação: Artigo na Blitz

Na edição de Dezembro de 2009 (Nº 42) da revista Blitz, e nas páginas 54 e 55, está o meu artigo «O homem por detrás do espelho» - sobre Marilyn Manson e as suas ligações ao cinema; nele também é feita uma referência à Simetria Sonora – por via da presença de MM na lista com todos os seus discos de originais. Comprem e leiam!

terça-feira, novembro 17, 2009

Orientação: blog Simetria

Com o texto «”Avatar” de hoje a um mês!», publicado hoje, inicio uma nova fase na minha colaboração com a Associação Simetria, de que sou membro. Assim, e para além do projecto permanente Simetria Sonora, começado há três anos, a minha contribuição passará também pela inserção – mais ou menos regular – de breves apontamentos sobre factos e figuras, obras e autores relevantes nos domínios da ficção científica e do fantástico... e também, ocasionalmente, no domínio da ciência que se aproxima da ficção e da fantasia. E, tal como acontece com o Obamatório, não darei alertas imediatos e singulares das actualizações que faça – apenas (eventuais) alertas periódicos e plurais.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Obras: «Estados» (a propósito do Muro de Berlim)

Passam hoje 20 anos sobre a queda do Muro de Berlim. Ou, mais correctamente, sobre a autorização, dada pelas autoridades da então RDA aos seus cidadãos, de passagem da fronteira para a então RFA. Além do início da demolição do «muro da vergonha», esta data assinalou o começo do processo de reunificação da Alemanha, e, consequentemente, também do realinhamento e reformulação das relações e políticas europeias... e até mundiais.
Há duas décadas eu estava no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa a frequentar a licenciatura em Sociologia daquele instituto. E, curiosamente, tinha escolhido «Políticas Europeias Comuns» como uma das disciplinas optativas nesse ano lectivo de 1989/1990. Pelo que foi inevitável que o primeiro trabalho apresentado por mim, pensado e elaborado «em cima dos acontecimentos», tivesse, como tema, «As mudanças a Leste e a Comunidade Europeia».
Assim, e porque me parece oportuno e relevante este exercício de memória, deixo a seguir alguns excertos desse meu trabalho, que viria a integrar o livro (ainda não publicado) «Estados – Ensaios sobre Sistemas de Poder», que tem como autor, além de mim, o meu amigo (e colega no ISCTE) Rui Paulo Almas.

«(...) “Os países de Leste têm também raízes históricas europeias muito fortes para que estejam relegados para um plano de enquadramento comunitário demasiado remoto. Se a construção do mercado único entre os países da Europa Ocidental membros da Comunidade vier a implicar uma clivagem acrescida entre o comércio do novo mercado e os países de Leste, o desiderato da União Europeia fica fortemente prejudicado.”
As extraordinárias transformações ocorridas a Leste, impulsionadas pela “Perestroika” de Mikhail Gorbatchov e consideravelmente aceleradas após a queda do Muro de Berlim, só vieram confirmar a actualidade e a pertinência daquelas palavras. E vieram também relançar o debate sobre quais devem ser os principais objectivos da Comunidade Europeia. Mais: sobre o que deve ser a própria Comunidade Europeia. Na verdade, parece-nos que se tornou um pouco prematuro falar neste momento em “Políticas Comuns” antes de se (re)definir o que se entende por “Europeias”. Por isso mesmo nos parece também correcto afirmar que o debate cooperação/integração – que nos últimos tempos tinha sido substituído pelo debate integração/unificação – tem agora novas e melhores condições para se desenvolver... e uma maior legitimidade. (...)
Era mais ou menos este, numa síntese possível, o “estado das coisas” no interior da Comunidade Económica Europeia em finais de Outubro do ano passado. Porém, poucos dias depois, em 9 de Novembro de 1989 – uma data que ficará para a História – o Muro de Berlim cai. A partir de aqui, nada será como antes; e apesar de os acontecimentos a Leste não implicarem necessariamente, pelo menos de imediato, uma alteração profunda nos principais objectivos da Comunidade, eles vão todavia condicionar inevitável e decisivamente o timing e os modos da sua concretização. (...)
A Cimeira (extraordinária) de Paris de 18 de Novembro, que reuniu os chefes de Estado e de Governo dos países da Comunidade, constituiu a primeira tentativa de resposta concertada às mudanças aceleradas ocorridas nos países da Europa de Leste por parte dos Estados membros da CEE.(...)
Se já muito antes dos acontecimentos na Europa de Leste se duvidava da possibilidade da concretização efectiva do Acto Único em geral e do Mercado Interno em particular, depois da queda do Muro de Berlim as dúvidas avolumaram-se até um ponto em que é legítimo perguntar: faz hoje sentido continuar a insistir na união política da Europa?
Ao contrário do que afirmam, entre outros, François Mitterrand e Jacques Delors, as mudanças nos países de Leste não ocorreram devido principalmente ao facto de a CEE constituir um pólo de atracção, mas sim devido, essencialmente, ao movimento de reformas – a “Perestroika” - desencadeado pelo líder soviético Mikhail Gorbatchov, que permitiu a esses povos exigirem – e conseguirem – mais liberdade e mais democracia e, o que é mais importante, afirmarem a sua própria identidade nacional e cultural.
O que está a acontecer no Leste é a explosão – por vezes trágica – dos nacionalismos; ou seja, um fenómeno totalmente oposto à tendência que se está a tentar consolidar na Europa dos Doze. E apesar de os Estados membros do Comecon estarem agora a solicitar a ajuda dos Estados membros da CEE, não nos parece que isso signifique que aqueles desejam passar de um “federalismo” para outro. (...)»

(Efeméride referida igualmente no Esquinas (58).)

quarta-feira, novembro 04, 2009

Obras: “1984”

Eu deveria ter adivinhado...
Eu deveria ter calculado...
Bastava fazer as contas:
mil novecentos e oitenta e quatro, noves fora...
dá quatro.

Afinal, George Orwell estava enganado,
mas quatro cavaleiros apareceram
trazendo o meu apocalipse privado.

Eles deixaram sinais...
Eles deixaram avisos...
Porque antes levaram quatro imortais,
assim iniciando os choros e findando os risos.

António Variações, cantando, se calou.
Ary dos Santos, declamando, se parou.
Baptista Pereira, nadando, se secou.
Joaquim Agostinho, pedalando, se apeou.

E no desporto despontaram quatro memoráveis momentos desse ano:
derrotas deprimentes, ante italianos e franceses, do Porto e de Portugal;
três medalhas olímpicas, uma de ouro para Carlos Lopes, o nosso herói;
no Estoril regressou a Fórmula 1 e Niki Lauda foi, de novo, campeão mundial.

Mas esse Verão passou e com ele outra vida se desfolhou;
no Dia de Finados vi um carro funerário e pressenti que estava perto.
E a 4 de Novembro, às quatro da manhã, num quarto de um quarto andar,
o futuro surgiu branco como o lençol cobrindo quem nunca mais veria desperto.

Na música procurei alívio e ânimo para uma existência à beira da desistência.
Ouvi canções sobre liberdade, guiar, duas tribos, nascido nos Estados Unidos.
Eu sabia que era Natal, e a melhor prenda foi realmente o disco de um príncipe
que, qual feiticeiro, fez cair uma chuva púrpura que purificou os meus sentidos.


Poema (Nº 293) escrito em 2004 (a 4 de Novembro) e incluído no meu livro «Espelhos».

(Evocação também no Esquinas (57).)

domingo, novembro 01, 2009

Organização: «Lisboa 1755»... é para continuar!

Mais um ano que passa desde a grande tragédia do século XVIII, mais um ano que passa desde a destruição do Teatro Real do Paço da Ribeira... mais uma ocasião para informar sobre a situação do projecto que eu iniciei há cinco anos.
Como relatei aqui em Fevereiro, a recriação virtual da Ópera do Tejo evoluiu, expandiu-se – entretanto também com um sítio na Internet próprio – para a recriação virtual da Lisboa Pré-Terramoto 1755. Porém, o correspondente, e reformulado, projecto, denominado «Cidade e Espectáculo – Uma Visão da Lisboa Pré-Terramoto», apresentado à Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito de um concurso de projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico, não foi, surpreendentemente, aprovado pelo respectivo júri. Ou seja, não nos foi concedido o (avultado mas justificado) financiamento que havia sido requerido, e que nos permitiria realizar um trabalho de ainda maior qualidade. No entanto, não está afastada a probabilidade de voltarmos a concorrer numa próxima edição do mesmo concurso.
Se a nível nacional a nossa iniciativa não está a ter todo o reconhecimento que merece, a nível internacional está a começar a deixar uma boa impressão: marcámos presença (a 12 de Setembro) em Viena no VSMM 2009 – 15ª Conferência Internacional sobre Sistemas Virtuais e Multimédia, e (a 21 de Setembro) em Varsóvia no Congresso Internacional sobre a Cultura do Barroco Espanhol e Ibero-Americano e o seu Contexto Europeu; para além disto, a Ópera do Tejo/Lisboa Pré-1755 é a base que possibilitou à – portuguesa e nossa associada – Beta Technologies desempenhar o papel principal no desenvolvimento da fase 3 do projecto Theatron.
Neste ano que passou surgiram igualmente novas informações, e especulações, de que, afinal, até podem ter subsistido partes – concretas, físicas! – da Ópera do Tejo. Uma hipótese extraordinária, inesperada, que, obviamente, iremos analisar atentamente.