sábado, dezembro 31, 2022

Olhos e Orelhas: Terceiro Quadrimestre de 2022

A literatura: «Os Benefícios de Dar Peidos Explicados, ou a Causa Fundamental dos Episódios de Indisposição do Belo Sexo Investigada», Jonathan Swift; «Milton, um Poema em Dois Livros», William Blake; «O Livro dos Snobs», William M. Thackeray; «De Profundis», Oscar Wilde; «Manual de Civilidade para Jovens Meninas a Usar em Casas de Educação», Pierre-Félix Louys; «Uma família sentada à volta de uma mesa», Isidore Ducasse Comte de Lautréamont.
A música: «Lágrima», Amália Rodrigues; «Power, Corruption & Lies», New Order; «Nocturne», Siouxsie & The Banshees; «The Works», Queen; «Thing-Fish», Frank Zappa; «O Despertar Dos Alquimistas», Fausto; «Trompe Le Monde», Pixies; «Human Touch» e «Lucky Town», Bruce Springsteen; «Very», Pet Shop Boys; «Danças», Maria João & Mário Laginha; «Bloodflowers», Cure; «Machina - The Machines Of God», Smashing Pumpkins; «Stories From The City, Stories From The Sea», P. J. Harvey; «Is This It», Strokes; «Tamerlano», George Frideric Handel (por Gregory Reinhart, Henri Ledroit, Isabelle Poulenard, John Elwes, Mieke van der Sluis e René Jacobs, com La Grande Écurie et La Chambre du Roy dirigida por Jean-Claude Malgoire); «Missa Cellensis In Honorem Beatissimae Virginis Mariae», Joseph Haydn (por Marga Hoffgen, Maria Stader, Josef Greindl e Richard Holm, com o Coro e a Orquestra da Rádio Bávara dirigidos por Eugen Jochum).
O cinema: «O Testamento do Dr. Mabuse», Fritz Lang; «Kong - Ilha Caveira», Jordan Vogt-Roberts; «Homem-Formiga», Peyton Reed; «O Fim do Mundo», Edgar Wright; «Planeta Terror», Robert Rodriguez; «Este Obscuro Objecto do Desejo», Luis Buñuel; «Calígula», Tinto Brass; «Quo Vadis», Mervyn LeRoy; «Pompeia», Paul W. S. Anderson; «A Águia», Kevin Macdonald; «Querido Diário», Nanni Moretti; «Não Outro Filme de Adolescentes», Joel Gallen; «Noite Áspera», Lucia Aniello; «Coisas Muito Más», Peter Berg; «O Jogo de Odiar», Peter Hutchings; «Lá Fora», Fernando Lopes; «Bobby», Emilio Estevez; «Sacrifício do Peão», Edward Zwick; «Homem Negro do Clã», Spike Lee; «Frost/Nixon», Ron Howard; «Peter Rabbit 2 - O Fugitivo», Will Gluck; «Mulher Maravilha 1984», Patty Jenkins; «Caça-Fantasmas - Pós Vida», Jason Reitman; «Veneno - Que Haja Carnificina», Andy Serkis; «Homem-Aranha - Nenhum Caminho Para Casa», Jon Watts; «Artur Natal», Sarah Smith; «A Sociedade Literária e da Tarte de Cascas de Batata de Guernsey», Mike Newell.
E ainda...: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira - exposição «A (re)afirmação de um elemento identitário - 70 anos da Ponte Marechal Carmona» (Museu Municipal) + exposição de pintura e desenho de Ana Cristina Dias «Da crisálida ao mundo maravilhoso» (galeria do Palácio da Quinta da Piedade) + exposição «Bienal de Fotografia 2022» (Celeiro da Patriarcal, Museu Municipal e Fábrica das Palavras); Museu do Neo-Realismo - exposição «Voltar - Mário Sacramento, a hora do ensaio»; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Rituais públicos no império português (1640-1821)» + exposição «A Biblioteca Cosmos e a propagação das luzes» + exposição «A oficina de Saramago» + mostra «Restauração e a fortificação moderna - Nicolau de Langres e as praças no Alentejo» + mostra «Un mirabile Inferno - Dante ilustrado por Amos Nattini» + colóquio «Pinharanda Gomes, historiador do pensamento português»; FNAC - exposição de fotografias de António Faria «A água e o livro» (Chiado); Universidade Católica Portuguesa/Pavilhão Carlos Lopes - Cerimónia de graduação de Mestres pela Escola de Negócios e Economia do ano 2022; Canal História - (documentário) «A Verdadeira Caça ao Outubro Vermelho» + (documentário) «O dia que abalou o pensamento»; Plataforma de Associações da Sociedade Civil - 2ª sessão do ciclo «O Esplendor Caótico do Mundo» - «Brasil contra Brasil»; EuroSport - (documentário) «Sétimo Céu».

quinta-feira, dezembro 15, 2022

Ocorrência: Alternativa, mas concreta

Pode a Cidade Invicta reclamar para si, definitivamente ou quase, o título de capital nacional da ficção especulativa em Portugal, isto no sentido de ter os mais importantes eventos e iniciativas regulares do género no nosso país? Se Lisboa dispõe do MoteLx (no Verão) e do Fórum Fantástico (no Outono), o Porto dispõe, há muitos anos (mais de 40), do FantasPorto (na Primavera), e, mais recentemente (há quatro anos), da What If (Outono), ou, mais correcta e completamente, e na sua designação original em Inglês, Conference of «What If» World History. Esta conferência anual dedicada à história alternativa, com efeito, teve neste ano de 2022, entre 22 e 25 de Novembro, a sua quarta edição, que foi simultaneamente a segunda internacional. Na verdade, e para além de convidados estrangeiros, dos três pólos do programa dois situaram-se na metrópole do Douro e um em Puebla, no México...
... Mais concretamente na Universidade Popular Autónoma do Estado de Puebla, onde se realizou, logo no primeiro dia da conferência, a Primeira Oficina Internacional de Gestão de Hipóteses e Económicas, com ligação virtual em directo para o outro lado do Atlântico. Neste, e na Universidade do Porto, os restantes dois pólos foram especificamente: a Casa Comum (da Reitoria daquela), onde as actividades incluíram o Salão Literário da Bela Época da Vinoterapia, «O “Museu da Falso” – Uma proposta de modelo para a criação de uma Paisagem Mental Patrimonial» por Rui Macário, «Na década de 20 do século passado» com DJ Sardão, e a (inauguração da) exposição «Catastrophe Honorável» com curadoria de Sílvia Simões e Ana da Silveira Moura; e a Casa dos Livros, designação «popular» do Centro de Estudos da Cultura em Portugal da UP, localizado no Palacete Burmester, onde as actividades incluíram as comunicações «E se o 25 de Abril de 1974 (Revolução dos Cravos) não tivesse acontecido?» por Irene Pimentel, «Os Naga na história indiana antiga – Budismo e Brahmanismo» por Daipayan Paul, «Ser ou não ser – identidade, história e desenlaces sociais alternativos na arte contemporânea brasileira» por Pedro Pousada e Vera Araújo, e «E se estivéssemos a viver no mundo distópico de “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro?» por Iren Boyarkina.
Nunca é de mais recordar, reconhecer, reiterar que a «cabeça» e o «coração» deste acontecimento anual, a sua grande força impulsionadora, dinamizadora (constitui como que um autêntico «dínamo», uma fonte de energia individual) é Ana da Silveira Moura, talvez mais conhecida pelo seu pseudónimo literário AMP Rodriguez, que, lembro novamente, generosamente me convidou para ser um dos participantes, oradores, na primeira edição do encontro, em 2019, o que levou igualmente a que eu fizesse parte do Comité Científico Honorífico permanente para as edições subsequentes. Ela é também, claro, a principal autora e organizadora do projecto literário de história alternativa «Winepunk», de que se aguarda com alguma expectativa a publicação do segundo volume. Um empreendimento cultural multifacetado cuja capacidade criadora é bem concreta. (Também no Simetria.