quinta-feira, junho 23, 2016

Observação: Uma questão de escala

No passado dia 12 registei a existência de (mais) uma recente recensão ao meu livro «Espíritos das Luzes», escrita e publicada cinco dias antes por Artur Coelho no seu blog Intergalactic Robot. E prometi para breve uma resposta. Pois bem, ela aqui está…
… E começo por reproduzir e destacar dessa recensão os elogios de âmbito geral, e até específico, àquela minha obra, que são vários: «Este livro assenta sobre aquilo que, de forma muito óbvia, foi uma forte investigação sobre a época. A bibliografia e discografia que o encerra é (são) muito interessante(s). Pega num momento marcante da história portuguesa e especula num misto de fantástico com Ficção Científica. Recupera na memória do leitor grandes vultos da cultura e política da época iluminista. Consegue invocar, ao longo dos capítulos, uma curiosa estética, misto da iconografia barroca com high tech. (…) Até me encantou (…) a curiosa cosmogonia do universo ficcional deste devaneio cyber-barroco. Octávio dos Santos imagina os países da Europa setecentista como planetas, interligados por vias galácticas sulcadas por passarolas. Confesso que é uma visão que me atrai, a recordar ilustrações novecentistas do sistema solar enquanto esferas nas mãos de malabaristas, invocando imagens de uma Lisboa barroca com passarolas gigantes suspensas nos céus. Tem o seu quê de fantasia mágica. (…) No meio de tudo isto, há uma história, um fio condutor que até tem interesse. Nesta Lisboa alternativa, o terremoto provocou uma fissura no espaço-tempo que mostra um vislumbre de uma outra Lisboa, arrasada pelo tremor de terra, onde as passarolas nunca voaram. (…) Na vertente périplo, consegue pontos de interesse, na recriação da Ópera do Tejo ou no infame capítulo onde a sensualidade mordaz da poesia de Bocage é explorada num boudoir subterrâneo do Café (Clube) Nicola. Um capítulo divertido na sua perversão e sanidade mental questionável, que merece ser lido. A sério, atrevam-se.»
Porém, a classificação final dada por Artur Coelho ao meu livro, revelada no GoodReads, foi, algo inesperada e contraditoriamente, de duas em cinco estrelas – aliás, foi aumentada, pois antes chegou a ser de uma! E qual foi a avaliação final, resumida, correspondente àquela reduzida («negativa») classificação? «Falha redondamente». E porquê? «Archizero» afirma que «Espíritos das Luzes» se «perde nas inconsistências». E quais são essas supostas «inconsistências»?
Uma será a própria designação que faço da minha obra enquanto «ficção científica»… embora para Artur Coelho não o seja, porque a FC é um «campo que exige todo um outro tipo de construção de mundo ficcional, mais assente em pressupostos rigorosos do que num imaginário solto mais próximo da fantasia.» Desde quando é que é obrigatório que na ficção científica existam sempre «pressupostos rigorosos»? E em que consistem exactamente esses pressupostos? Em explicar detalhadamente como se chegou à concepção de determinados métodos e técnicas de transporte, comunicação, trabalho e entretenimento, de determinados sistemas de organização política, social e económica? Quanto mais «próxima» de nós está a FC em causa, mais esse rigor, concordo, deve existir; porém, «Espíritos...» desenrola-se numa dimensão espaço-temporal alternativa, em que naquela os países que conhecemos são planetas! Maior «falta de rigor» inicial é impossível, ou pelo menos muito difícil. No mesmo sentido vai a «queixa» de que «elementos tecnológicos no livro, que aparecem sem contextualização, dando a sensação que estão lá só porque sim, porque pareceu bem meter nanotecnologia dentro de uma paisagem barroca ou autómatos a reconstruir a Ópera do Tejo». De certeza de que são «sem contextualização»? Olhe que não… esses elementos aparecem quando são necessários e não aleatoriamente. Será o Artur capaz de «jurar» que em outras obras de FC, incluindo muitas das «clássicas», das «consensuais», não existem por vezes elementos tecnológicos sem «contextualização» e «pressupostos rigorosos»?
Outra «inconsistência», ou «dissonância», «que torna esta leitura mais penosa é aquele(a) que prometia ser o(a) mais interessante»: a utilização, como diálogos, de «discursos» - enfim, textos autênticos – das personagens históricas introduzidas e «transformadas» (expressão minha) na narrativa; mas, atenção, não é esse recurso em si o problema para Artur Coelho mas sim a alegada «propensão do autor a despejar parágrafos e páginas inteiras dos escritos originais.» Poderá ser difícil a AC, e a outros, acreditar, mas o que lhe(s) parece «despejo» foi, e é, na verdade uma selecção cuidadosa, ponderada, com conta, peso e medida, e sempre adequada às diferentes «situações» que imaginei. Não, obviamente que nem todas as citações ocupam uma página. Mas, sim, algumas são longas, e isso foi deliberado, intencional; são densas e até mesmo desequilibrad(or)as, mas tal faz parte da estética da obra, porque replicam, reproduzem, os próprios excessos da época e das personagens que eu revisito e reformulo. «Archizero» parece admitir que «perde(u) logo o fio à meada». Sim, isso é um problema… mas dele, não meu. Seria de esperar que alguém que já leu tanto – incluindo bastantes livros de índole tecnológica – conseguisse aguentar, e sem se «perder», umas passagens mais compridas e que lidam com temas que não se podem exactamente considerar complexos.
Enfim, a única «inconsistência» explicitamente indicada por Artur Coelho refere-se às «escalas» (distâncias) que «não são consistentes ao longo da narração». E porquê? Porque «umas vezes estão expressas, outras não». No entanto, e obviamente, não há qualquer «inconsistência» por eu não estar sempre a fazer, e a mostrar, «contas», números de quilómetros, ou outro tipo de medição; haveria, sim, se eu me enganasse, se eu desse valores numa certa instância que estivessem em contradição com os de outra. Todavia, e muito, muito mais significativa, é a confissão feita por AC de que «não consegue conceber uma distância de dezenas de quilómetros do Terreiro do Paço ao Palácio Foz.» Sim, isso é outro problema… mas também dele, não meu. Eu tanto consigo conceber… que concebi mesmo. E eu sou lisboeta! Uma Lisboa «pequena», como a que existe na realidade, num «planeta Portugal» é que seria (muito) «inconsistente». Logo, é indiscutível que «o imaginar de Lisboa como um espaço imenso, com as distâncias ampliadas em mega escalas, é outro elemento que também»… funciona. 
O principal problema - não meu, logicamente – está precisamente nisto: o de que há quem queira e consiga… conceber, e há quem não queira nem consiga. Paciência! Efectivamente, tudo se resumirá a uma questão de escala… pessoal, e não só. É por isso que uns criam e outros… criticam. E, porque muitos deles (a maioria) não têm essa experiência, essa faceta, de criadores, os críticos mais facilmente – e levianamente – desvalorizam e até desprezam o que aqueles, tantas vezes com elevados sacrifícios pessoais, fazem. Assim, nesse sentido, se por um lado devo congratular Artur Coelho por ter lido o meu livro na íntegra antes de opinar (algo deficientemente, é certo) sobre ele, por outro lado devo, ainda mais veementemente, condená-lo por – reincidindo num lamentável procedimento que eu, em ocasiões anteriores (com outras obras e outros autores), já lhe censurara – se permite armar em «spoiler» e revelar o final, o desenlace, daquele. Para tal ele dá a «justificação» (?) de que «não estou preocupado porque ao que parece nenhum leitor chega ao fim deste livro» - tanto mais insólita porque ele próprio chegou ao fim, e, obviamente, antes dele, e por mais incrível que isso possa parecer, outros também chegaram. Entre os quais, nomeadamente, este português e este inglês.
Esta atitude – indigna, não é de mais salientá-lo – de desrespeito por parte de Artur Coelho, à semelhança do seu derradeiro e desfavorável «veredicto» dado a «Espíritos das Luzes», acontecem fundamentalmente, acredito, por «group think», por «peer pressure»: AC refere «outros leitores deste livro, que (…) detestaram a curiosa cosmogonia» patente na minha obra, e admite que «gostaria de ter chegado ao final desta leitura com uma opinião contrária às que tenho ouvido sobre esta obra. Infelizmente, não consigo.» Não consegue… ou não quer? Quem são esses «outros que detestaram», que fazem com que o capítulo sexto seja «infame», e que «Archizero» tanto respeita – ou receia – a ponto de as opiniões deles ouvidas anularem os «elementos intrigantes» que encontrou? É pouco provável que os identifique ou que eles próprios se assumam… embora eu talvez fosse capaz de adivinhar quem são. De uma coisa pelo menos eu tenho a certeza quanto a essas «luminárias»: nunca até hoje secundaram a posição que eu enuncio e demonstro no meu artigo «A nostalgia da quimera», publicado há quase cinco anos, de que «o fantástico é o género dominante na literatura portuguesa». Preferem, aparentemente, continuar a ser membros de uma espécie de «Portugal dos Pequenitos da FC & F», conformados por estarem confinados a um sub-género que reconhecem (mas eu não) como inferior, se não por palavras, então por (falta de) actos. «Espíritos das Luzes» é a expressão, na ficção, daquela minha reflexão e da crença que a anima: imagina um Portugal grande, maior (um planeta!), e, logo, uma Lisboa grande, maior; e, sim, isso também pode implicar citações, e parágrafos, grandes, maiores.   
Não é de agora – aliás, e infelizmente, há uma antiga e funesta «tradição» disso – que a originalidade e até a radicalidade de certas obras sejam confundidas com a sua (suposta falta de) qualidade, e que na sequência disso sejam rejeitadas inicialmente. Acredito que «Espíritos das Luzes» se encontra nessa categoria. Porém, leitores, «críticos», editores, já há muito que deveriam ter aprendido com os exemplos e com as lições do passado para não continuarem a cometer os mesmos erros de avaliação e de decisão no presente. Quantas vezes aconteceu, ao longo da história cultural em geral, e literária em especial, que a «bizarria» de ontem (hoje) é a genialidade de hoje (amanhã)? Só por isso deveriam ter mais cuidado, não vá dar-se o caso de, depois, arrependerem-se amargamente… por os seus «retratos» para a posteridade não se revelarem, afinal, os mais favoráveis. (Também no Simetria.)  

sexta-feira, junho 17, 2016

Outros: Livros MIL

Passaram ontem seis meses desde a apresentação do meu mais recente livro publicado, «Q – Poemas de uma Quimera», aquando do colóquio «Afonso de Albuquerque, 500 Anos – Memória e Materialidade». Porém, aquela minha obra é apenas uma entre várias de uma «colecção» que o Movimento Internacional Lusófono tem vindo a editar nos últimos meses, e que incluem: «A Filosofia Jurídica Luso-Brasileira do Século XIX»; «A Literatura Russa Vista por Autores Portugueses»; «André Brun – Antologia de Textos e Anedotas Sobre a Grande Guerra de 1914-1918»; «Eduardo Lourenço em Roda Livre»; «Filosofia, Arte e Literatura – Uma abordagem sobre a Formação Poética, Literária e Estética do Povo Cabo-Verdiano»; «O Acto de Escrita de Fernando Pessoa»; «Olhares Luso-Brasileiros». O meu livro é, de facto, até ao momento, a única excepção… poética entre um lote de prosas de não-ficção, do qual deve ser realçada a grande diversidade de temas.  

domingo, junho 12, 2016

Ordem: Sim, também irei ripostar…

… A uma nova, mais recente, recensão do meu livro «Espíritos das Luzes». Foi feita por Artur Coelho, que a publicou, no passado dia 7 de Junho, no seu blog Intergalactic Robot. Em breve, aqui no Octanas e também no Simetria, divulgarei a minha resposta. Será como a anterior? Esperem e verão. ;-) 

terça-feira, junho 07, 2016

Observação: Lágrimas púrpuras

No passado dia 21 de Abril, à tarde, estava, como quase sempre, em frente do computador, lendo e escrevendo. E, também como normalmente, tinha acabado de fazer mais uma «ronda» pelos principais sítios noticiosos que consulto preferencialmente. Porém, a notícia que não queria saber, que estava longe de imaginar que pudesse acontecer, foi-me dada por telefone. A minha esposa telefonou-me. Perguntou: «Já sabes o que aconteceu com o Prince?» Sobressaltei-me: «Não. O que foi?» A resposta gelou-me: «O pior que poderia ser». Acedi de imediato à Fox News, onde estivera não mais do que quinze minutos antes, e vi, li… em grande destaque, no topo da página. No Público também. Entretanto, a Prince.org, comunidade virtual de admiradores, havia «crashado». Gritei «não!» e bati várias vezes com a mão direita no tampo da secretária. Uma das minhas filhas espantou-se e preocupou-se; entristeceu-se depois… desde muito nova que eu – tal como às irmãs – lho tinha dado a ouvir. Porquê, porquê, porquê?..
À noite, telefona-me a minha mãe: «Filho, já sei que ele morreu. Imagino como deves estar triste. Lembro-me de como gostavas dele, de como estavas sempre a ouvi-lo, mas ignoro se, nos últimos anos, continuava a ter a mesma importância para ti…» Sim, sempre continuou a ser muito importante. À minha frente, erguido num suporte próprio em madeira, está o (grande) livro (de fotografias) «21 Nights» (que inclui o disco ao vivo «Indigo Nights»), editado na sequência dos concertos que deu em Londres em 2007. Desde Outubro de 2015, isto é, desde que coloquei a capa de «Around The Word In A Day», então a celebrar 30 anos de edição, como ilustração da Simetria Sonora do ano passado, que vinha ouvindo novamente todos os discos dele que possuo, que são quase todos. E, mais comovente… e mais inquietante, nesse próprio dia 21 de Abril adquirira uma das mais recentes obras dele que ainda não fazia parte da minha discografia, «Art Official Age»; o recibo da FNAC indica 14 horas e 31 minutos; se não me engano, mais ou menos nesse preciso momento, do outro lado do Atlântico, estariam a encontrá-lo, inconsciente, num elevador da sua casa, estúdio, museu, mausoléu…          
Em Paisley Park, Chanhassen, no Estado do Minnesota, não terá nevado naquele dia…
O que mais me custou, o que mais me surpreendeu? O facto de ele ter morrido sozinho – aliás, e aparentemente, de ele viver, estar, sozinho em períodos prolongados. Algo ainda mais inadmissível por, poucos dias antes, ter apanhado um susto que o fez aterrar no Illinois para receber assistência hospitalar de emergência. Não era suposto haver alguém com ele, a acompanhá-lo, a vigiá-lo? É certo que não tinha família mais chegada – esposa, filhos – mas não faltariam, supostamente, outras pessoas, tais como assistentes, colaboradores, amigos (músicos e não só) que durante toda a sua carreira o rodearam, que poderiam – e deveriam – fazer isso; aliás, ele sempre esteve longe de ser um eremita; era um génio, mas não um recluso.
Numa palavra, Prince morreu por negligência – dele próprio e de outros. Tal também deve ter acontecido devido a arrogância, a uma excessiva confiança, a um sentimento de invulnerabilidade, talvez a uma sensação de imortalidade. Há quem fale em «ignorância e medo». Sim, ele, tanto quanto se sabe, nunca terá caído nos excessos em que Michael Jackson caiu; no entanto, se é certo que ele nunca terá tentado alterar a sua aparência estritamente física, embora o tenha feito continuamente no penteado e nas roupas, terá tentado (é essa a minha avaliação) manter-se jovem, ou, melhor dizendo, manter o mesmo estilo de vida, feita de digressões e de espectáculos prolongados e exigentes, cansativos, extenuantes, noitadas e «directas» de gravações, quando não de festas. Enfim, ele talvez ter-se-á convencido de que, passados os 50 anos, e já a caminho dos 60, conseguiria manter o ritmo que tinha aos 20 anos e aos 30. Suspeitava-se de que ele abusava de analgésicos… e a autópsia, cujas conclusões foram anunciadas na semana passada, revelaram que ele morreu devido à auto-administração de uma dose excessiva de Fentanyl, «o mais potente narcótico conhecido, um opióide artificial 50 vezes mais forte do que a heroína e 100 vezes mais do que a morfina», e usado para tratar «dor severa e crónica».
Ele não mudou a sua maneira de estar e de agir, não descansou, não abrandou a velocidade a que vivia… e por isso parou definitivamente, prematuramente. Uma enorme desilusão, a maior que ele causou, a mim e a muitos outros. E em quase 40 anos de carreira não foram assim tantas nem graves as decepções: artísticas, praticamente nenhumas; pessoais… dir-se-ia a promiscuidade, mas nunca alguma mulher se queixou ou o acusou de ter um comportamento menos próprio; religiosas… a sua conversão às Testemunhas de Jeová espantou, e terá eventualmente dificultado a obtenção atempada e correcta de auxílio médico; políticas… ao contrário de vários (demasiados) colegas de profissão, nunca se notabilizou negativamente por afrontar e ofender partes significativas do público com afirmações, atitudes e acções controversas e divisivas – uma excepção terá sido, em 2015, o seu envolvimento (acredito que bem intencionado) com figuras tão sinistras como os «Black Lives Matter», Al Sharpton e outros racistas criminosos e «progressistas» aquando dos motins em Baltimore, tendo inclusivamente escrito e gravado uma canção sobre o assunto (depois soube-se também que doara dinheiro à família de Trayvon Martin). Poucos «pecados»… facilmente perdoados. Nada de (muito) grave para todos quantos, como eu, lhe devem tanto.        
Agora, a grande questão, a grande incógnita, é o que vai acontecer ao seu legado, ao seu património, tanto cultural como financeiro. Tudo indica que ele nunca redigiu nem deixou um testamento… o que expressa, uma (última) vez mais, uma reprovável negligência. A quem caberá, pois, a sua enorme fortuna? Aos seus irmãos e sobrinhos? Aos seus amigos? Às ex-mulheres e amantes? Será concretizada a campanha de reedição dos seus discos – remasterizados, remisturados, «completos» com faixas-extra – pela Warner Brothers Records, anunciada em 2014 e que era suposto ter produzido, para começar, a edição especial do 30º aniversário de «Purple Rain»? Serão divulgadas, e, se sim, como, as canções inéditas guardadas no seu «cofre» (que, apesar de muito provavelmente serem bastantes, não acredito no entanto que sejam cerca de duas mil, como alguém calculou)? Em 1993 escrevi - em artigo publicado na revista TV Mais – que Paisley Park poderia tornar-se numa nova Graceland; mantenho esta previsão, e há quem concorde comigo.
Prince Rogers Nelson nasceu a 7 de Junho de 1958, pelo que completaria hoje, se fosse vivo, 58 anos de idade. Uma data que muitos admiradores, do seu Minnesota natal mas não só, gostariam que fosse transformada num feriado no seu Estado, e já há uma petição nesse sentido. Todavia, o actual governador, (o democrata) Mark Dayton, (ainda) não fez isso… mas decidiu designar 23 de Maio como «Dia de Beyoncé», artista que não tem qualquer ligação à «terra dos dez mil lagos». Porquê? Talvez porque, ao contrário da esposa de Jay-Z, «sua alteza púrpura» nunca votou em Barack Obama nem apelou a que se votasse no actual presidente, não obstante ter tocado e cantado para ele na Casa Branca. E, eventualmente, também porque no fundo, por detrás da sua aparência exuberante, ele era socialmente conservador, o que incluía ser opositor do «casamento» entre pessoas do mesmo sexo. Controverso… contudo, no que respeita ao mais importante, do lado certo. Celebremos a sua vida e a sua obra... como se fosse, ainda e sempre, 1999. (Também no Obamatório.)