terça-feira, julho 26, 2011

Outros: Uma «porta» para os «Espíritos…»

Paulo Brito, no seu sítio Porta VIII, inseriu hoje uma referência ao meu livro «Espíritos das Luzes», e em que faz a seguinte apreciação: 
«“Espíritos das Luzes”, de Octávio dos Santos, é uma obra muito densa – plena de camadas e que recomendo vivamente. Foi um livro que à primeira leitura coloquei de lado – o facto das personagens reais “falarem” com os textos originais tornou em algumas páginas a leitura mais difícil. Reconheço que a leitura seria mais fluída se os textos estivessem “traduzidos” para um português moderno, mas a estarem perdia-se a mais-valia e originalidade da obra. Ultrapassada esta dificuldade é-nos relevado um planeta Portugal inteligentemente alternativo que compensa descobrir.»
(Esta breve recensão é também referida no blog Rascunhos.) 

domingo, julho 24, 2011

Orientação: Todas as Comunicações

O sítio na Internet da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações já começou a disponibilizar digitalmente todas as edições da revista da instituição, a Comunicações – onde eu trabalhei, enquanto redactor, durante quatro anos, mais concretamente entre o Nº 90/Fevereiro 1999 e o Nº 140/Abril 2003. A visitar, consultar… e recordar.

segunda-feira, julho 11, 2011

Observação: O francês é «arcaico»!

O Embaixador de Portugal em França, Francisco Seixas da Costa, escreveu e publicou no jornal francês Les Echos, a 8 de Julho, o artigo «Les efforts du Portugal sont bien mal récompensés...», sobre a redução, pela empresa Moody’s, do «rating» da dívida pública portuguesa para o nível Ba2 (equivalente a «junk», isto é, lixo). Ele divulgou esta intervenção no seu blog Duas ou Três Coisas, onde eu deixei o seguinte comentário:
Sinto-me no dever de expressar a minha mais «sincera» «solidariedade» ao Senhor Embaixador Francisco Seixas da Costa. Apenas posso imaginar – e levemente! – o quanto lhe terá custado escrever este artigo.
Não só pelo tema: de facto, é muito difícil, é mesmo trágico, comentar a desqualificação do país natal para a categoria «lixo» - algo que, pensando bem, representa  a consequência lógica de cem anos de regime republicano (que «magnífica» maneira de encerrar as comemorações!) e em que predominaram «homens de avental» - logo, habituados a lidar com vários tipos de sujidade. Mas também, e precisamente, pela forma de o escrever: então não é que o Senhor Embaixador, emérito defensor e seguidor do «acordo ortográfico» da língua portuguesa, se vê obrigado a utilizar essa «arcaica», «obsoleta», «ultrapassada» língua francesa, em que abundam as consoantes «mudas», os acentos e ainda as vogais e as consoantes repetidas?
Sim, eu sei, são os «ossos do ofício», os «sacrifícios» que se têm de fazer quando se representa Portugal. Mas, caramba, há coisas que são de mais! Atente-se em algumas das palavras presentes no artigo do Senhor Embaixador, cada qual, acredito, uma autêntica punhalada que desferiu no seu coração luso-tropical: «atteindre», «annoncée», «nouvelles», «objectif», «effets», «accepté», «accord», «européennes», «apparu», «dette», «immédiats», «privées», «étonée», «actuelle», «années», «mettre», «meilleure», «cette», «laquelle», «effort», «ailleurs», «différente», «acteurs», «donnaient», «successives», «apporter», «ponctuelles», «elles», «restructuration», «regrettable». Não faltou até – ignóbil insulto auto-infligido! – essa relíquia secular que é «cacophonie», que, com o seu «ph» (não alcalino), é parente distante das nossas «pharmacia» («pharmacie») e «physica» («physique»), «palavras-parasitas» que os nossos «gloriosos» revolucionários de 1910 não tardaram em exterminar.
Sim, o francês já foi a língua da cultura e da civilização. Agora… é a decadência! Lamentável! Pelo que só ficaria bem ao Dr. Seixas da Costa, ilustre elemento da vanguarda da classe operária… perdão, literária, instruir e iluminar os franceses na urgente tarefa e nobre causa de modernizar a sua língua, tornando-a, como a nossa, mais próxima da oralidade. Poderia até requisitar os serviços do Professor Malaca Casteleiro, que, não duvido, estaria disponível e motivado – por um preço adequado, claro – para viajar e para converter estes novos bárbaros. E, já que ele vai para Paris estudar… «philosophie», o anterior primeiro-ministro, Senhor Pinto de Sousa, decerto não recusaria dar a sua ajuda. Que trio! Obviamente que os gauleses, quais descendentes de Astérix, se ririam nas vossas caras e vos chamariam de loucos, mas isso não deveria ser motivo e pretexto para desanimarem e para desistirem!
(Mensagem reproduzida também no Esquinas (97) e no MILhafre (36).) 

terça-feira, julho 05, 2011

Outros: «Visões» com (Jorge) Candeias

Os leitores mais atentos do Octanas saberão que entre mim e Jorge Candeias não existe propriamente um relacionamento cordial… e isto é um eufemismo. Houve uma discussão virtual (não nos conhecemos pessoalmente, apesar de eu já o ter tentado) de grande violência verbal devido às nossas opiniões antagónicas sobre o «acordo ortográfico», além de que o seu posicionamento político de extrema-esquerda também não ajuda a um maior e melhor entendimento…
Porém, isso não obsta a que lhe reconheça capacidade e talento (o que, aliás, lhe cheguei a transmitir) enquanto crítico, tradutor, autor… e organizador desse empreendimento notável que é a Bibliowiki. E, hoje, fui agradavelmente surpreendido por um texto seu em que, fazendo um balanço dos melhores (ou menos maus…) livros de FC & F em português da última década que leu, inclui nele o meu «Visões», editado em 2003. Justifica-se, pois, que lhe diga aqui «obrigado» - depois de já ter feito o mesmo no seu blog.

Obrigado: A António de Macedo…

… Que celebra hoje, 5 de Julho de 2011, o seu 80º aniversário. Eu sou apenas uma entre muitas pessoas que têm muito a agradecer-lhe: no meu caso, nem mais nem menos do que o início – após muitos anos de tentativas – da minha carreira literária, pois foi ele quem propôs a publicação de «Visões». E o prefácio que ele escreveu para o meu primeiro livro ainda hoje pode servir de comprovativo para todos os que, eventualmente, ainda hoje, questionam o meu talento… incluindo eu próprio, em momentos de maior desalento.
Arquitecto de formação, mas mais conhecido enquanto homem do cinema e da televisão, António de Macedo dedicou ao grande e ao pequeno ecrãs três décadas de actividade intensa, durante a qual se afirmou também como um dos maiores «activistas» portugueses da ficção científica e do fantástico, numa filmografia em que se destacam títulos como «Os Abismos da Meia-Noite», «Os Emissários de Khalom» e «A Maldição de Marialva». Impossibilitado de continuar a sua carreira audiovisual, dedicou-se decididamente ao ensino… e à escrita, tanto em ficção como em não-ficção, tendo congregado à sua volta uma nova legião de admiradores, amigos e discípulos. Desde a fundação da Simetria, de que foi e é um dos grandes vultos, tornou-se presença assídua e interveniente em practicamente todos os grandes encontros nacionais de FC & F. Entretanto, tornou-se um eminente especialista em Esoterismo e em estudo de religiões, num percurso em que o ponto culminante foi o seu doutoramento, concluído em 2010, e de que resultou o seu mais recente livro, «Cristianismo Iniciático».
Curiosamente, no ano em que nasceu – 1931 – foram estreados vários filmes que viriam a tornar-se marcantes. Antes de mais, a grande «trilogia clássica» do terror: «Drácula», de Tod Browning, com Bela Lugosi; «Frankenstein», de James Whale, com Boris Karloff; «Dr. Jekyll and Mr. Hyde», de Rouben Mamoulian, com Fredric March. E ainda: «City Lights», de (e com) Charles Chaplin; «The Public Enemy», de William A. Wellman, com James Cagney; «Little Caesar», de Mervyn LeRoy, com Edward G. Robinson; «Monkey Business», de Norman Z. McLeod, com os irmãos Marx; «Platinum Blonde», de Frank Capra, com Jean Harlow; «M», de Fritz Lang; «À Nous la Liberté», de René Clair; «Tabu», de F. W. Murnau… Pode-se dizer que veio ao Mundo sob bons auspícios… cinematográficos, pelo menos! Parabéns, Mestre! (Celebração também no Esquinas (96) e no MILhafre (35), e ainda no Simetria Blog.)