«15 dias a ler e ver desinformação», José Mendonça
da Cruz; «Fernando Venâncio, um nome e uma obra de grata memória», Nuno
Pacheco; «”Mensagem”, um projecto poético para o século XX», Daniel Santos
Sousa; «Intersetado não é gralha», Francisco Miguel Valada; «O “Ciberdúvidas” vai às escolas e, pelo que se vê no vídeo, mente descaradamente aos alunos, usando a desinformação para insistir na imposição ilegal do AO90», Isabel A.
Ferreira; «O último vergonhoso 10 de Junho de Marcelo», Cristina Miranda; «Belgitudes
(1, 2, 3)», Luís Seabra; «A guerra», José Meireles Graça; «Para ilusão benigna, escolha-se uma realista», João Távora; «Prurido de arguido», John Wolf; «Partidos transgénero», Telmo Azevedo Fernandes; «Palavrinhas», Maria do Rosário
Pedreira; «A cisão do PS», Luís Menezes Leitão; «A Picha (Pedrógão Grande)»,
João Afonso Machado; «O tempo em que se liam jornais», José António Barreiros; «Eu gosto mesmo é do Verão», Sérgio de Almeida Correia; «A estranha anomalia judaica», Henrique Pereira dos Santos; «Até eu já estou farto do espalhafato da “Crise Climática”», Pedro Almeida Vieira.
domingo, agosto 10, 2025
sexta-feira, julho 18, 2025
Outros: Galardoado, e com muito mérito
A 13 de Julho último, Dia da Cidade de Alverca
(quando se comemora a elevação desta urbe ribatejana a cidade), realizou-se na
sede da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense a cerimónia de atribuição de galardões de mérito, evento habitual e principal desta celebração anual. E em
que são homenageadas diversas «personalidades e entidades que se destacaram nas
suas áreas de actuação, em prol da nossa comunidade». Essas áreas são a
empresarial, cultural, social, desportiva e autárquica, e em 2025 mereceram a distinção,
respectivamente, a (empresa) Frutalverca, João Carlos Pereira, Ana Maria Lima, Angelina
Voloshchuk e Isabel Cavaleiro. Porém, há ainda uma sexta distinção, que é a
mais importante: o Galardão Cidade de Alverca, que reconhece «quem projecta o
nome da (...) cidade além-fronteiras, ou quem construiu uma história de vida
marcada pelo sucesso, pelo exemplo e pela dedicação ao bem comum». Este ano o
recipiente do principal galardão foi Luís Ferreira Lopes...
... Que é assim apresentado na brochura do evento (que continuo a citar, com correcção de «acordismos»): «Nascido em Alverca do Ribatejo, em 1969, (...) é licenciado em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada e tem o curso de Alta Direcção de Empresas pela AESE. Iniciou a sua carreira jornalística no final dos anos 80 (...), tendo passado por diversos órgãos de comunicação social, como a Rádio Renascença, a RTP, as revistas África Hoje e Rumo, a SIC e a SIC Notícias (de que foi fundador) e o jornal Portugal Amanhã, colaborando também com a Euronews. (...) Editor de Economia na SIC, entre 2001 e 2016, foi autor, coordenador e apresentador do programa semanal “Sucesso.pt” na SIC Notícias (...)». Foi também «assessor económico do Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa) para empresas e inovação, entre 2016 e 2022; presidiu ao Conselho para o Desenvolvimento Económico de Vila Franca de Xira; e foi membro do Conselho de Curadores da Fundação CEBI». É de destacar igualmente que «a sua ligação a Alverca remonta aos primeiros passos da sua vida profissional, tendo sido director-adjunto e depois co-proprietário do jornal Notícias de Alverca»...
... Onde, em 1985 (cumprem-se agora 40 anos!), eu e ele nos conhecemos, iniciámos as nossas carreiras jornalísticas e nos tornámos amigos. Nas nossas bibliografias temos em comum o livro «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP – Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas», editado em 2006 e cuja primeira apresentação, em Lisboa, proporcionou como que uma pequena cimeira de notáveis personalidades. Quando o Luís me informou de que iria ser honrado com o Galardão Cidade de Alverca, acrescentou, bem humorado, que «a malta da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia deve ter-se enganado». Ao que eu respondi «não, não se enganaram; aliás, vêm algo atrasados pois já há vários anos que mereces uma distinção destas». Depois, em nova mensagem, ele disse-me «muito obrigado por teres ido dar apoio na cerimónia de ontem», ao que eu respondi: «não tens de agradecer, foi com todo o gosto; só mesmo uma total impossibilidade me impediria de testemunhar, de partilhar mais um momento importante da tua vida, e, para mais, num ano de uma especial efeméride nossa». Outros desses tais momentos importantes incluíram o 18º aniversário dele, os nossos casamentos, e a apresentação de três livros meus em Alverca, em 2017, à qual ainda assistiu o pai do Luís, José Sabino Lopes, que também recordo com saudade. Tantas memórias que confluíram, no passado domingo, na sede da SFRA, e que reforçaram o orgulho que senti.
... Que é assim apresentado na brochura do evento (que continuo a citar, com correcção de «acordismos»): «Nascido em Alverca do Ribatejo, em 1969, (...) é licenciado em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada e tem o curso de Alta Direcção de Empresas pela AESE. Iniciou a sua carreira jornalística no final dos anos 80 (...), tendo passado por diversos órgãos de comunicação social, como a Rádio Renascença, a RTP, as revistas África Hoje e Rumo, a SIC e a SIC Notícias (de que foi fundador) e o jornal Portugal Amanhã, colaborando também com a Euronews. (...) Editor de Economia na SIC, entre 2001 e 2016, foi autor, coordenador e apresentador do programa semanal “Sucesso.pt” na SIC Notícias (...)». Foi também «assessor económico do Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa) para empresas e inovação, entre 2016 e 2022; presidiu ao Conselho para o Desenvolvimento Económico de Vila Franca de Xira; e foi membro do Conselho de Curadores da Fundação CEBI». É de destacar igualmente que «a sua ligação a Alverca remonta aos primeiros passos da sua vida profissional, tendo sido director-adjunto e depois co-proprietário do jornal Notícias de Alverca»...
... Onde, em 1985 (cumprem-se agora 40 anos!), eu e ele nos conhecemos, iniciámos as nossas carreiras jornalísticas e nos tornámos amigos. Nas nossas bibliografias temos em comum o livro «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP – Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas», editado em 2006 e cuja primeira apresentação, em Lisboa, proporcionou como que uma pequena cimeira de notáveis personalidades. Quando o Luís me informou de que iria ser honrado com o Galardão Cidade de Alverca, acrescentou, bem humorado, que «a malta da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia deve ter-se enganado». Ao que eu respondi «não, não se enganaram; aliás, vêm algo atrasados pois já há vários anos que mereces uma distinção destas». Depois, em nova mensagem, ele disse-me «muito obrigado por teres ido dar apoio na cerimónia de ontem», ao que eu respondi: «não tens de agradecer, foi com todo o gosto; só mesmo uma total impossibilidade me impediria de testemunhar, de partilhar mais um momento importante da tua vida, e, para mais, num ano de uma especial efeméride nossa». Outros desses tais momentos importantes incluíram o 18º aniversário dele, os nossos casamentos, e a apresentação de três livros meus em Alverca, em 2017, à qual ainda assistiu o pai do Luís, José Sabino Lopes, que também recordo com saudade. Tantas memórias que confluíram, no passado domingo, na sede da SFRA, e que reforçaram o orgulho que senti.
sábado, junho 14, 2025
Ocorrência: ... E, porém, existiram!
Quem visita o Octanas, regular ou ocasionalmente, e
que neste ano de 2025 já «clicou» nas imagens das capas dos livros «A República Nunca Existiu!» e «Poemas» de Alfred Tennyson – que estão, com os outros que
integram a minha bibliografia, na coluna à esquerda deste blog – deparou-se (e hoje
continuará a deparar-se) com a mesma página de erro, no sítio na Internet da
editora Saída de Emergência, que editou ambos: «Ups! Esta página não foi
encontrada.» Não seria propriamente difícil adivinhar o motivo da eliminação
das duas páginas, mas, apesar disso, enviei em Fevereiro último uma mensagem à
SdE em que pedi a reposição daquelas, e recebi a seguinte resposta, assinada
por Natacha Corte Real: «Os títulos referidos encontram-se descontinuados. Por esse
motivo já não são comercializados no nosso site.»
Respondi, por minha vez, com argumentos... e factos
que acreditava, e continuo a acreditar, serem indesmentíveis: «Sei
perfeitamente que as obras referidas se encontram descontinuadas – ou seja,
esgotadas, fora de circulação – há vários anos, e até hoje nunca recebi
qualquer indicação de que a Saída de Emergência tenha a intenção de
as reeditar. Porém, elas foram, e são, creio, pelas suas originalidade e
qualidade, trabalhos importantes, tanto para mim como para a vossa editora,
pelo que se trata de reconhecer a sua existência, de não as “apagar”. Aliás, e
passado todo este tempo desde que foram lançadas, ainda regularmente as divulgo
e as menciono – inclusive a estrangeiros – sempre que as ocasiões e as
circunstâncias o permitem e o justificam, pelo que seria, e é, fundamental que
continuassem activas as páginas respectivas no sítio da SdE – o que aconteceu,
saliento, até à recente reformulação daquele – para que eu pudesse continuar a
fazer essa promoção da melhor forma possível, mesmo que actualmente só possam
ser encontradas em bibliotecas (públicas e privadas).» «Tal decisão da
vossa parte é não só prejudicial para mim mas também, e talvez mais, para a
editora. Porque, e obviamente que eu já verificara isso, não são apenas aqueles
meus livros que foram “apagados”: muitos outros publicados pela SdE nos últimos
20 anos, e que são indiscutivelmente obras de referência no panorama da Ficção
Científica e Fantástico em Portugal, entretanto esgotadas e/ou fora de
circulação, já não dispõem igualmente de páginas próprias na principal “morada
digital” da Saída de Emergência. Exemplos? Além de “A República...”,
outras antologias colectivas de contos originais como “A Sombra Sobre Lisboa”, “Lisboa
no Ano 2000” e “Os Anos de Ouro da Pulp Fiction Portuguesa”, “A Saga de Alex 9”
de Bruno Martins Soares, “A Galxmente” de Luís Filipe Silva, vários volumes de
David Soares dos quais se destacam “A Conspiração dos Antepassados”, “Lisboa
Triunfante” e “O Evangelho do Enforcado”. Títulos como estes fizeram da SdE a
mais importante editora no âmbito da FC & F nacional contemporânea, a par
da Editorial Caminho e da sua “Colecção Azul”. É por isto que não consigo
compreender porque é que a vossa casa opta deliberadamente por ocultar a sua
história e, logo, por diminuir e até negar a importância do excelente trabalho
que desenvolveu. É compreensível que o vosso sítio na Internet funcione
principalmente como loja, para promoção e venda do que existe correntemente,
dos livros que estão disponíveis. Porém, não duvido de que manter em
permanência a memória dos que já integraram o vosso catálogo constitui(ria) uma
função igualmente fundamental.»
Todos os meus esforços revelaram-se infrutíferos, os
meus «apelos» não foram atendidos, e, assim, a Saída de Emergência tornou-se a segunda
editora que deixou de mostrar em espaço (digital) próprio um livro meu que
publicou – aliás, e neste caso, são dois livros. A primeira foi a Hugin, que
lançou em 2003 a minha obra de estreia, «Visões», e que cessou de a divulgar
porque faliu e encerrou poucos anos depois. A SdE, pelo contrário, por enquanto, e
felizmente, continua (bem) viva. O que também permitiu ao seu fundador e editor
principal, Luís Corte Real, iniciar uma carreira de autor, em que são evidentes
e indesmentíveis as influências de algumas obras que publicou previamente, em
especial as colectâneas de contos concebidas e organizadas por mim, por Luís Filipe Silva e por João Barreiros. E, nesse âmbito, atente-se principalmente na
série «Lisboa Noir» e nos textos e nas imagens que a promovem: «Bem-vindos a um Portugal que nunca existiu», em que grandes dirigíveis voam sobre a capital e
outras cidades; «uma homenagem divertida e emocionante à ficção pulp dos anos
30, aos policiais dos anos 40, ao cinema noir dos anos 50 e à era dourada dos
comics dos anos 60»; «como seria Portugal se D. Miguel tivesse vencido a guerra civil?». Será interessante verificar se e quando forem «descontinuados», por
estarem esgotados e não forem reimpressos ou reeditados, os livros de LCR serão
também «apagados» (ou não) do sítio da sua editora.
terça-feira, maio 13, 2025
Observação: A nação, em vésperas de outra eleição
No próximo dia 18 de Maio decorrerá em Portugal mais
uma eleição legislativa, para a Assembleia da República. E antecipada, causada
pela rejeição naquela, a 11 de Março último (exactamente no dia em que se
assinalavam os 50 anos de uma alegada tentativa de golpe de Estado
«contra-revolucionário»), de uma moção de confiança apresentada pelo governo de
coligação AD (PSD e CDS) presidido por Luís Montenegro. Que é, sim, o culpado
por esta mais recente crise política porque recusou a formação de uma comissão parlamentar
de inquérito que teria como objectivo investigar uma possível situação de
incompatibilidade entre a Spinumviva, a sua empresa de consultoria, e o seu
cargo de primeiro-ministro.
Que acontecimentos, que factos, que problemas verificados
nas últimas semanas e até nos últimos meses, indicativos talvez do (mau) estado
da Nação, podem e devem ser destacados antes desta ida às urnas (de votos)? O
«apagão» ocorrido a 28 de Abril, que deixou Portugal e Espanha sem
electricidade durante mais de 12 horas, e que resultou do colapso do sistema
energético do país vizinho, que assenta em demasia nas chamadas «renováveis»,
claramente insuficientes para as necessidades básicas, mas ainda assim prioritárias
para os cultistas fanáticos que acreditam nas mentiras do «aquecimento global
antropogénico» e da «crise climática», os mesmos que no nosso país conseguiram
que fossem encerradas as centrais termo-eléctricas do Carregado e de Sines,
assim aumentando a nossa dependência em relação a «nuestros hermanos». A greve de uma semana na Comboios de Portugal, metade da qual sem quaisquer serviços
mínimos, e que dificultou ou mesmo impediu a deslocação de milhares de pessoas
para as suas casas e locais de trabalho, convocada futilmente perante um
governo de gestão, logo impossibilitado de atender às reivindicações contínuas
de funcionários privilegiados cujo reiterado comportamento irresponsável
justifica cada vez mais a restrição e até a eliminação do direito de greve no
sector público. A imigração em massa, crescente e descontrolada, causa de
colapsos na saúde, na educação, na segurança e na habitação, mais grave e mais perigosa
quando protagonizada por muçulmanos que uma e outra vez demonstram a sua
hostilidade permanente para com sociedades cristãs, mas que encontram nos
esquerdistas nacionais os cordatos colaboracionistas nos seus ensejos
expansionistas, serviçais sabujos que não hesitaram em hastear no Castelo de
São Jorge em Lisboa, um símbolo máximo da fundação da nacionalidade conseguida
em grande parte contra todo o Islão, uma bandeira de terroristas neo-nazis anti-semitas, um ultraje supremo que em pouco ou nada se distingue de alta
traição.
Tudo o que acima foi mencionado comprova qual é, em
última análise, o principal problema deste país, e que não é novo: a
preocupante falta de competência e de coragem por parte de quem, em princípio,
está mandatado para lidar de forma firme com criminosos de diferentes
proveniências e características, criminosos esses que incluem os atrevidos
«ocupas» de propriedades alheias (que a polícia, vá-se lá saber porquê, não tem
poder para expulsar) e os eco-extremistas anti-progressistas da Climáximo e do
Fim ao Fóssil, que um dia irão descobrir de um modo muito, muito desagradável
que nem todos os seus potenciais «alvos» são cobardes ao ponto de pacificamente se deixarem «pintar». Entretanto, prossegue a acelerada destruição da
ortografia, e, por arrastamento, da língua e da cultura nacionais por via de um «acordo» concebido e imposto por deficientes mentais que acreditam que há
«uniformização» quando – num exemplo entre vários – no Brasil se continua a escrever
«recepção» e em Portugal se tornou «obrigatório» escrever «receção». Enfim, são
coisas a considerar quando no domingo se for votar.
quarta-feira, abril 30, 2025
Olhos e Orelhas: Primeiro Quadrimestre de 2025
A literatura: «Erótica Universalis - De Pompeia a Picasso», Gilles Néret; «Tatuagem - Colecção Privada da Arte e dos seus Fazedores, 1730-1970, de...» Henk Schiffmacher (Noel Daniel, ed.); «Brinquedos - 100 Anos de Anúncios de Brinquedos Todo-Americanos» e «Anúncios Todo-Americanos - 80's», Jim Heimann (org.) e Steven Heller (intro.); «A Arte da Alfinetada», Dian Hanson (com Louis K. Meisel e Sarah Jane Blum); «Cartazes Chineses de Propaganda», Max Gottschalk (Anchee Min, Duo Duo e Stefan R. Landsberger, intro.).
A música: «O Melhor Dos Melhores...», Herminia Silva; «Underground», Thelonious Monk; «Live At The Fillmore '68», Santana; «Yellow Submarine», Beatles; «Songs From A Room», Leonard Cohen; «Tinta Permanente», Sérgio Godinho; «Cure For Pain», Morphine; «Hell Freezes Over», Eagles; «The Great Escape», Blur; «Läther», Frank Zappa; «Horas Vazias», Camané; «Sour», Olivia Rodrigo; «Patient Number 9», Ozzy Osbourne; «Scarlet», Doja Cat; «One Assassination Under God - Chapter 1», Marilyn Manson; «Israel In Egypt», George Frideric Handel (por Alan Watt, Elizabeth Gale, Ian Partridge, James Bowman, Lillian Watson e Tom McDonnell, com o Coro da Catedral da Igreja de Cristo e a Orquestra de Câmara Inglesa dirigidos por Simon Preston); «Symphonien (Nº 44, Nº 48, Nº 49)», Joseph Haydn (pela Orquestra de Câmara Inglesa dirigida por Daniel Barenboim).
O cinema: «O Filme dos Super Irmãos Mário», Aaron Horvath e Michael Jelenic; «Guy Livre», Shawn Levy; «Caça-Fantasmas - Império Congelado», Gil Kenan; «Perdidos no Espaço», Stephen Hopkins; «Homem Gémeo», Ang Lee; «Batalha Real», Kinji Fukasaku; «O Clarão», Andy Muschietti; «Homem-Formiga e Vespa - Quantumania», Peyton Reed; «Pantera Negra - Wakanda Para Sempre», Ryan Coogler; «Morbius», Daniel Espinosa; «Hotel Transilvânia 3 - Umas Férias Monstruosas», Genndy Tartakovsky; «Qualquer um Menos tu», Will Gluck; «Sem Ressentimentos», Gene Stupnitsky; «Uma pelo Dinheiro», Julie Anne Robinson; «Admissão», Paul Weitz; «Cinco Dias, Cinco Noites», José Fonseca e Costa; «Telstar - A História de Joe Meek», Nick Moran; «O que Tem o Amor a ver com Isso», Brian Gibson; «Girando Ouro», Timothy Scott Bogart; «Esquisito - A História de Al Yankovic», Eric Appel; «20 Dias em Mariupol», Mstyslav Chernov; «Homem em Baixa», Dito Montiel; «O Convénio», Guy Ritchie; «Terra do Tigre», Joel Schumacher; «H. C. M. E.», Robert Altman; «O Barco», Wolfgang Petersen; «Ruas de Fogo», Walter Hill.
E ainda...: CBS/STAR Comedy - (série televisiva de ficção) «Dois Homens e Meio (primeira, segunda e terceira temporadas)»; «Se vincitor tu sei» (ária inédita de Francisco António de Almeida, em concerto, a 22 de Novembro de 2024, no Museu do Dinheiro gravado e emitido pela RDP-Antena2), Os Músicos do Tejo; TF1/STAR Crime - (série televisiva de ficção) «Mercato (primeira temporada)»; Arquivo Nacional Torre do Tombo - exposição (virtual) «Bartolomeu Lourenço de Gusmão e a Passarola»; «Good 4 U», (vídeo musical de ) Olivia Rodrigo; CBS/SyFy - (série televisiva de ficção) «Pessoa de Interesse (segunda, terceira e quarta temporadas)»; Everything Is New/Lenny Kravitz - «Blue Electric Light Tour (primeira parte, Amaura)» - Meo Arena, 2025/4/8; Museu do Neo-Realismo - exposição «Resistir! - Os Portugueses no Sistema Concentracionário do III Reich» + exposição «Onde Estão Elas? Mulheres Artistas na Colecção do Museu do Neo-Realismo» + exposição «Uma guitarra com gente dentro - Carlos Paredes e o Neo-Realismo» + vídeo-instalação (de Alexandre Lyra Leite) «She´s Lost Control»; Autódromo do Estoril/Classic Team Lotus - (exposição sobre os) 40 anos da primeira vitória de Ayrton Senna na Fórmula 1 (Grande Prémio de Portugal, 1985).
A música: «O Melhor Dos Melhores...», Herminia Silva; «Underground», Thelonious Monk; «Live At The Fillmore '68», Santana; «Yellow Submarine», Beatles; «Songs From A Room», Leonard Cohen; «Tinta Permanente», Sérgio Godinho; «Cure For Pain», Morphine; «Hell Freezes Over», Eagles; «The Great Escape», Blur; «Läther», Frank Zappa; «Horas Vazias», Camané; «Sour», Olivia Rodrigo; «Patient Number 9», Ozzy Osbourne; «Scarlet», Doja Cat; «One Assassination Under God - Chapter 1», Marilyn Manson; «Israel In Egypt», George Frideric Handel (por Alan Watt, Elizabeth Gale, Ian Partridge, James Bowman, Lillian Watson e Tom McDonnell, com o Coro da Catedral da Igreja de Cristo e a Orquestra de Câmara Inglesa dirigidos por Simon Preston); «Symphonien (Nº 44, Nº 48, Nº 49)», Joseph Haydn (pela Orquestra de Câmara Inglesa dirigida por Daniel Barenboim).
O cinema: «O Filme dos Super Irmãos Mário», Aaron Horvath e Michael Jelenic; «Guy Livre», Shawn Levy; «Caça-Fantasmas - Império Congelado», Gil Kenan; «Perdidos no Espaço», Stephen Hopkins; «Homem Gémeo», Ang Lee; «Batalha Real», Kinji Fukasaku; «O Clarão», Andy Muschietti; «Homem-Formiga e Vespa - Quantumania», Peyton Reed; «Pantera Negra - Wakanda Para Sempre», Ryan Coogler; «Morbius», Daniel Espinosa; «Hotel Transilvânia 3 - Umas Férias Monstruosas», Genndy Tartakovsky; «Qualquer um Menos tu», Will Gluck; «Sem Ressentimentos», Gene Stupnitsky; «Uma pelo Dinheiro», Julie Anne Robinson; «Admissão», Paul Weitz; «Cinco Dias, Cinco Noites», José Fonseca e Costa; «Telstar - A História de Joe Meek», Nick Moran; «O que Tem o Amor a ver com Isso», Brian Gibson; «Girando Ouro», Timothy Scott Bogart; «Esquisito - A História de Al Yankovic», Eric Appel; «20 Dias em Mariupol», Mstyslav Chernov; «Homem em Baixa», Dito Montiel; «O Convénio», Guy Ritchie; «Terra do Tigre», Joel Schumacher; «H. C. M. E.», Robert Altman; «O Barco», Wolfgang Petersen; «Ruas de Fogo», Walter Hill.
E ainda...: CBS/STAR Comedy - (série televisiva de ficção) «Dois Homens e Meio (primeira, segunda e terceira temporadas)»; «Se vincitor tu sei» (ária inédita de Francisco António de Almeida, em concerto, a 22 de Novembro de 2024, no Museu do Dinheiro gravado e emitido pela RDP-Antena2), Os Músicos do Tejo; TF1/STAR Crime - (série televisiva de ficção) «Mercato (primeira temporada)»; Arquivo Nacional Torre do Tombo - exposição (virtual) «Bartolomeu Lourenço de Gusmão e a Passarola»; «Good 4 U», (vídeo musical de ) Olivia Rodrigo; CBS/SyFy - (série televisiva de ficção) «Pessoa de Interesse (segunda, terceira e quarta temporadas)»; Everything Is New/Lenny Kravitz - «Blue Electric Light Tour (primeira parte, Amaura)» - Meo Arena, 2025/4/8; Museu do Neo-Realismo - exposição «Resistir! - Os Portugueses no Sistema Concentracionário do III Reich» + exposição «Onde Estão Elas? Mulheres Artistas na Colecção do Museu do Neo-Realismo» + exposição «Uma guitarra com gente dentro - Carlos Paredes e o Neo-Realismo» + vídeo-instalação (de Alexandre Lyra Leite) «She´s Lost Control»; Autódromo do Estoril/Classic Team Lotus - (exposição sobre os) 40 anos da primeira vitória de Ayrton Senna na Fórmula 1 (Grande Prémio de Portugal, 1985).
quarta-feira, abril 16, 2025
Ordenação: 20 filmes (nova versão)
Foi há quase 20 anos, em Agosto de 2005, que publiquei aqui no Octanas a primeira versão da minha lista dos 20 filmes «inesquecíveis, que me impressiona(ra)m, que me marca(ra)m, que me influencia(ra)m». Mas então também fiz a ressalva de que essa lista não era necessariamente definitiva. E, efectivamente, duas décadas depois decidi fazer uma alteração, isto é, um filme «saiu» para outro «entrar». Ei-los, por ordem cronológica e com os realizadores respectivos: «The Crowd» (1928), King Vidor; «A Canção de Lisboa» (1933), Cottinelli Telmo; «The Great Dictator» (1940), Charles Chaplin; «O Pátio das Cantigas» (1942), Francisco Ribeiro; «It’s a Wonderful Life» (1946), Frank Capra; «North by Northwest» (1959), Alfred Hitchcock; «Ben-Hur» (1959), William Wyler; «The Sound of Music» (1965), Robert Wise; «2001: A Space Odyssey» (1968), Stanley Kubrick; «Roma» (1972), Federico Fellini; «O Rei das Berlengas» (1978), Artur Semedo; «Apocalypse Now» (1979), Francis Ford Coppola; «Excalibur» (1981), John Boorman; «Raiders of the Lost Ark» (1981), Steven Spielberg; «Blade Runner» (1982), Ridley Scott; «Aliens» (1986), James Cameron; «The Abyss» (1989), James Cameron; «Terminator 2: Judgement Day» (1991), James Cameron; «Titanic» (1997), James Cameron; «Inception» (2010), Christopher Nolan.
quarta-feira, abril 02, 2025
Ocorrência: 20 anos de «combustão»
Hoje assinala-se, e celebra-se, o vigésimo
aniversário do início do Octanas. Este blog constitui o meu mais prolongado,
contínuo, constante, projecto de sempre. São duas décadas de actualizações
regulares, no mínimo mensais, e sem falhar um único mês. É a minha página
oficial, principal, o sítio central em que podem ser encontradas as informações
fundamentais – menos as privadas, obviamente – sobre mim e as minhas
actividades, e as minhas opiniões...
... E tem a sua origem, e a sua justificação, na publicação do meu primeiro livro, «Visões», em 2003, e da necessidade que então
senti de ter um espaço próprio na Internet que servisse de canal de comunicação
privilegiado para divulgar não só aquela minha primeira obra editada mas também
outras que se seguissem. E porque, por motivos financeiros e técnicos, outras
soluções não me pareceram as mais adequadas então, acabei, após um atraso de
quase dois anos, por optar por utilizar a plataforma Blogger. O nome surgiu-me
de repente, numa inspiração súbita, mas obviamente influenciado pela semelhança
com o meu nome, e ainda pelo grafismo que escolhi, e que sempre foi o mesmo, o dos
círculos. Depressa decidi que Abril seria o mês de estreia, mas nem consegui
esperar pelo dia do meu aniversário; e como dia 1 é o das mentiras, o primeiro
post é do dia 2, com um dos meus poemas – que, pelo tema, considerei ser o adequado
para marcar o início desta aventura – e o segundo, no dia 7, teve outro poema,
este marcando uma efeméride de 200 anos na data exacta; no dia 16 foram nem
mais nem menos do que seis entradas, uma delas com o prefácio escrito por António de Macedo para «Visões». Entretanto, igualmente à partida decidi que o
título de cada texto seria antecedido de uma palavra – designando uma
categoria, ou assunto – começada por «O»; e que as designações das secções, à
esquerda, de igual modo começariam por «O». Uma... opção estética que serve
também de marca distintiva, diferenciadora, e que dá consistência, coerência, a
todo este percurso que já leva 20 anos...
... E que, contando com este, soma um total de 819
posts publicados, que variam entre «muitos factos e algumas ficções,
potencialmente “inflamáveis”». Aquele com o maior número de visualizações –
5758, no momento em que escrevo – é, como revelei no mês passado, um que viu a luz em Novembro último. Mais do que um exercício em egocentrismo, que inevitável e
compreensivelmente é, o Octanas tem constituído também, ocasionalmente e sempre que se
justifica, um esforço de empatia quando nele são destacadas outros indivíduos e
outras instituições, as suas posições e as suas produções. Seja como for, e em
última instância, só posso esperar que algo de positivo, algo de útil, tenha
resultado deste trabalho. O qual, sim, tenho a intenção de manter, apesar de as
minhas ilusões com uma «carreira» de alguma importância e alguma influência já
terem desaparecido.
quinta-feira, março 13, 2025
Outros: Ainda mais «verdejantes»
A 4 de Novembro último assinalei os 40 anos da morte
do meu pai aqui, no Octanas, com um texto a que dei o título de «Verdes são»,
em que o evoquei, referi episódios sobre a sua vida (e a minha) e especulei
sobre o que ele poderia ter pensado e/ou feito a propósito de acontecimentos
nacionais e internacionais que ocorreram após o seu falecimento. Hoje, dia em
que ele completaria 86 anos de idade se ainda fosse vivo, parece-me ser o
momento adequado para voltar ao tema e àquele meu texto, antes de mais por causa
de um facto relativo a ele, que não esperava de todo, e que muito me
surpreende(u): o seu notável e, para as minhas circunstâncias, enorme sucesso;
no instante em que publico isto, (a página específica de) «Verdes são» tem mais
de 4500 visualizações (4588, para ser mais exacto)...
... Pelo que o número total, verdadeiro, até deverá
ser superior, se considerarmos as leituras feitas através da página principal
deste blog. Trata-se de um registo bem elevado para alguém cujas «postas»
habitualmente recebem visitas entre as muitas dezenas e as poucas centenas;
algumas, não muitas, passaram o milhar, mas essas foram excepções à «norma».
Obviamente, este meu texto mereceu o interesse e a atenção de muitas, mas mesmo
de muitas pessoas... que não sei quem são; as únicas reacções de que tenho
conhecimento vieram de familiares, de que são exemplos os dois únicos
comentários feitos até agora. A divulgação do texto terá sido feita
principalmente por correio electrónico e, talvez, também por Facebook, mas não
tenho certezas, provas, quanto a isso. De alguma forma o conteúdo de «Verdes
são» teve «ecos» prolongados em bastantes mentes (e corações?), mas espero sinceramente que
tal tenha acontecido não apenas pela «bizarria» de um homem que, quase aos 60
anos, deixou de ser adepto do Benfica para passar a sê-lo do Sporting. Seja
como for, expresso a minha profunda gratidão a todos os que o leram e que o
recomendaram...
... E decidi, como um modo adicional de
agradecimento, proceder ao aumento do texto original; resolvi fazer, digamos,
uma espécie de «edição especial». Pelo que inseri um novo parágrafo e cinco
frases nos parágrafos existentes, e em itálico para que melhor se perceba onde
estão e quais são as diferenças, que espero que sejam igualmente
apreciadas. Nem sempre maior equivale a melhor, mas tentei que neste caso assim
fosse. Continuo receptivo a comentários e a perguntas. E esclareço que, sim, o
título é uma alusão ao poema de Luís de Camões.
sexta-feira, fevereiro 14, 2025
Outros: O amigo americano
Não é novidade que o maior problema que os autores
portugueses de Ficção Científica e Fantasia enfrentam desde... sempre é o muito
deficiente, se não mesmo reduzido e até inexistente, apoio editorial
(publicação e promoção) que recebem. Porém, tal constituí também um factor que,
apesar de ocasionais divergências e disputas que possam ocorrer, tem
contribuído para estabelecer e reforçar laços de solidariedade entre eles,
laços esses que são os fundamentos de uma comunidade onde a troca de
informações e de experiências é vital.
Na mesma lógica, e compreensivelmente, o contacto
com autores estrangeiros é tão ou mais importante do que o do com nacionais.
Nesse aspecto eu já tinha tido o privilégio de, mais do que comunicar
remotamente, falar pessoalmente com duas relevantes personalidades de outros
países que trabalham na FC & F. Uma é Gerson Lodi-Ribeiro, brasileiro, que
conheci em 2006 aquando do Fórum Fantástico realizado naquele ano, cujo
trabalho no sub-género da História Alternativa, expresso em várias obras notáveis
(romances, novelas e contos), foi uma influência decisiva na concepção e na
organização da antologia colectiva de contos «A República Nunca Existiu!», em
que ele, aliás, participou a meu convite, juntamente comigo e outros 11
escritores. A outra personalidade estrangeira a que aludi é Mariano Martín Rodriguez, este não um ficcionista mas sim um investigador, que me contactou
inicialmente em 2013 depois de tomar conhecimento da existência do meu livro
«Visões» e, em especial, do conto «Decreto-Lei Nº 54» nele incluído, que MMR
considerou poder enquadrar-se num estilo que ele designou de «fictoprescrição»;
viria a encontrar-me com ele em 2014 na Biblioteca Nacional de Portugal, quando
se deslocou àquela para efectuar pesquisas bibliográficas, uma ocasião que
também aproveitei para o apresentar a, entre outros, António de Macedo, Daniel
Tércio, João Barreiros e Luís Filipe Silva.
No final de 2023 recebi
uma mensagem de correio electrónico de um terceiro estrangeiro ligado à FC
& F através do meu segundo «e-ndereço», que ele encontrou depois de
descobrir e de ler artigos meus publicados no sítio da Simetria. Chama-se Heath
Row, é norte-americano e, profissionalmente, o seu currículo ao longo do tempo indica actividades no jornalismo, nas novas tecnologias e no marketing. Reside
a maior parte do ano na maior cidade da Califórnia, onde integra actualmente a
equipa dirigente da Sociedade de Fantasia Científica de Los Angeles como
escrivão («scribe»); numa menor parte do ano reside... em Portugal, mais
concretamente em Póvoa de Lanhoso, onde ele e a esposa compraram uma casa. Aqui
chegado, decidiu tentar saber quem é quem, e o que se faz, no nosso país em
matéria de FC & F. Em 2024 encontrámos-nos pessoalmente em duas ocasiões na
capital, a primeira em Abril no Festival Contacto (organizado pela Imaginauta na
Biblioteca de Marvila), e a segunda em Novembro no restaurante Alto Minho perto
da Praça do Marquês de Pombal, esta com a presença de Bruno Martins Soares, a
meu convite. Uma e outra foram mencionadas por HR no seu boletim digital/ezine
The StF Amateur, respectivamente nas edições de Junho (páginas 9 a 11) e de Janeiro (páginas 6 a 8) últimos. Este novo amigo americano adquiriu entretanto exemplares de
«Espíritos das Luzes» e de «Mensageiros das Estrelas», apenas duas das várias
obras, tanto antigas como modernas, que fazem parte da história da ficção especulativa portuguesa, de cuja existência o informei e cuja leitura lhe
sugeri. Também lhe dei uma lista de filmes baseados em livros de José Saramago,
alguns dos quais são produções de Hollywood, e um rol dos principais eventos do
género no nosso país, com destaque para o FantasPorto. Sendo Heath Row um
grande consumidor e divulgador de tudo o que é Ficção Científica e Fantasia
numa perspectiva multimédia, é de esperar que ele possa contribuir de algum
modo para dar maior visibilidade e valor, pelo menos nos EUA (o que já não
seria pouco), ao trabalho que uma comunidade artística diminuta, algo
deprimida, mas nunca desistente, teima em fazer neste pequeno «jardim à
beira-mar plantado» por vezes tão mal tratado.
quarta-feira, janeiro 15, 2025
Opinião: Pateada para o Panteão
Infelizmente, aconteceu: após vários anos de confrontos
e de diferendos que incluiram decisões em tribunais, os restos mortais de José
Maria Eça de Queiroz foram oficialmente transferidos, trasladados, para o
Panteão Nacional, em Lisboa, no passado dia 8 de Janeiro. Mas dificilmente a
controvérsia e o debate terão terminado.
Eu, que concebi e co-organizei congressos em 2019 e
em 2021 dedicados ao criador de «O Primo Basílio», «A Relíquia» e o «Os Maias»,
sinto-me com mais autoridade para criticar, para condenar, esta iniciativa:
para o Panteão, esse mórbido «depósito de celebridades» do regime, vai a minha
mais sonora... pateada. E o facto de terem coberto o caixão de Eça de Queiroz
com o «ignóbil trapo» (Fernando Pessoa o disse), estandarte de terroristas e de
assassinos, regicidas e criminosos, representou o pior numa cerimónia, e num
processo, já de si demasiado indignos. José Maria era monárquico,
anti-republicano; os seus filhos combateram, com armas, muito bem e
honrosamente, o regime ilegítimo saído do golpe de Estado de 5 de Outubro de
1910. Pelo que «embrulhá-lo» naquele «casulo» infame foi como cuspir em cima
dele e de todos os seus descendentes.
No seu blog Horas Extraordinárias Maria do Rosário Pedreira escreveu, em
tom fantasista, que Eça agora «poderá ter interessantíssimas conversas com
Sophia (de Mello Breyner Andresen) (...) apesar de para já estar sozinho numa
sala». Comentando no mesmo tom, eu diria que ele sem dúvida preferiria
permanecer no cemitério de Santa Cruz do Douro, onde não estava só pois
repousava ao lado da filha, com quem teria certamente diálogos mais
enternecedores. Aliás, o que mais espanta nesta anunciada e concretizada
profanação de sepultura é a deslealdade – para não usar uma palavra mais forte
começada por «t» - de alguns indivíduos e instituições em Baião, a começar por
José Luís Carneiro, socialista que foi presidente da câmara daquela vila,
ministro de António Costa e agora deputado, e a terminar na Fundação Eça de
Queiroz (esta, sim, «sempre a mexer», mas nem sempre no melhor sentido) e no
actual, imaturo, presidente daquela. Porquê tirar o autor de «A Cidade e as
Serras» de perto do local, de Tormes, que lhe inspirou a criação daquela obra?
O que poderá levar pessoas aparentemente sensatas a «darem tiros nos pés», se
não os seus próprios, então os da terra à qual, em princípio, deveriam maior
fidelidade? Apenas granjear alguns favores junto de pseudo-elitistas e
«burrocratas» instalados n'A Capital?
Enfim, porquê ficar por aqui? Porque não continuar a
roubar escritores aos locais em que têm as suas últimas (?), escolhidas,
moradas? Por exemplo, Fialho de Almeida a Cuba? Florbela Espanca a Vila Viçosa?
Camilo Castelo Branco – cujo bicentenário do nascimento se celebra neste ano de
2025 – ao Porto, apesar de, ele sim e curiosamente, ter nascido em Lisboa? A abusiva e ofensiva apropriação dos ossos de Eça de Queiroz constitui apenas mais uma ilustração,
mais uma confirmação, de uma das hipocrisias fundamentais da sociedade
portuguesa contemporânea, a que concerne à desigualdade entre o litoral e o
interior, à oposição entre núcleos urbanos e áreas rurais; que depois os
«suspeitos do costume» não venham queixar-se da falta de regionalização e do
centralismo olissiponense.
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