Na edição de hoje (Nº 9416) do jornal Público, e na página 44, está o meu artigo «Não se endireita».
Um excerto: «O próprio António Costa admitiu que,
politicamente, é como um autêntico refém quando afirmou no hemiciclo de São
Bento, a 2 de Dezembro, durante o debate do programa do seu governo, que “o que o PCP não está disponível para apoiar é
o que nós não estamos disponíveis para propor.” É de supor que a
disponibilidade se estenda igualmente ao BE… É uma posição periclitante e mesmo
patética? Sim, é, mas trata-se do inevitável preço a pagar pela arrogância de
querer e conseguir substituir o anterior secretário-geral do PS por este ter
obtido não uma, não duas mas sim três vitórias eleitorais (regionais nos
Açores, europeias e autárquicas) consideradas insuficientes e, depois, o novo
secretário-geral ter obtido não uma mas sim duas derrotas eleitorais (regionais
na Madeira e legislativas)… indubitavelmente insuficientes.» (Também no MILhafre.)
quarta-feira, janeiro 27, 2016
quarta-feira, janeiro 20, 2016
Opções: Todos menos Marcelo
Não é só quando se realizam
em Portugal eleições para a presidência da mesma que se deve recordar e
reforçar a verdade, os factos: no nosso país a República é um regime ilegítimo,
imposto em Portugal por uma minoria através de um golpe de Estado em 1910 e de
um duplo crime (o assassinato do então Chefe de Estado e do seu filho e
sucessor no cargo) em 1908, nunca legitimado por um referendo específico e que,
na sua actual (e terceira) «versão», persiste em não ser plenamente democrático
por, na corrente Constituição, não só preconizar (ainda) no preâmbulo «abrir
caminho para uma sociedade socialista» mas também limitar (ainda), no artigo
288º, as leis de revisão à «forma republicana de governo». Tudo isto sob o
estandarte verde e vermelho, símbolo de iberistas e de terroristas, «ignóbil
trapo» para Fernando Pessoa e que até Guerra Junqueiro rejeitou.
Porém, e
porque Portugal tem sempre prioridade, enquanto não se faz a restauração há que
ser pragmático e, perante a realidade, as situações, deve-se adaptar e actuar,
se não pelo ideal e pelo preferível, então pelo mal menor, neste caso na
escolha do próximo Chefe de Estado. E, a 24 de Janeiro, a opção, ou opções, não
oferece(m) dúvidas: todos menos Marcelo Rebelo de Sousa. Para um cargo
uninominal como o de Presidente da República, o carácter importa e interessa,
pelo menos, tanto quanto a ideologia. E Marcelo não o tem; ele é, ou pode, ser,
dizer e fazer tudo e o seu contrário; ninguém duvida de que o crónico
comentador é capaz de mentir, de se contradizer, constantemente, consoante as
circunstâncias e os contextos; a hipocrisia é a sua segunda natureza. Para o
demonstrar, nem é preciso recuar muito no passado e ir buscar o episódio de uma
certa sopa que se serve fria. Já na presente campanha eleitoral, ele: desmentiu
ter considerado inconstitucional a rejeição, pelo Tribunal respectivo, do Orçamento de Estado para 2012, apesar de existir uma gravação que demonstra o
oposto; manifestou-se favorável à adopção por «casais» do mesmo sexo, apesar de
continuar a declarar-se cristão, católico, que reza «o terço todos os dias»; e
assumiu-se como estando na (ou vindo da) «esquerda da direita», apesar de, uma
semana antes, ter garantido que «não sou o candidato da direita».
No entanto,
nenhum aspecto da personalidade e do posicionamento de Marcelo Rebelo de Sousa
é mais preocupante do que a sua atitude, de total e acrítica aceitação e
sujeição, perante o dito «Acordo Ortográfico de 1990» - aliás, é o único dos
principais candidatos a tê-la. Preocupante não só por aquele que é supostamente
um dos mais competentes e eminentes juristas portugueses nunca ter detectado
nem denunciado as flagrantes ilegalidades, tanto ao nível nacional como ao
nível internacional, inerentes à imposição do AO90; também por acreditar que «para Portugal conseguir lutar pela lusofonia no mundo tem de lutar por dar a supremacia ao Brasil» - disse-o em 2008 e não
consta que entretanto tivesse mudado de opinião. Por outras palavras, a pessoa
que poderá ser o principal líder deste país entende que é seu dever contribuir
para que aquele se submeta, se inferiorize, em relação a outro. Só isto seria
suficiente para o desqualificar da corrida ao Palácio de Belém. Ele é indigno
de presidir aos destinos nacionais… tal como Aníbal Cavaco Silva foi e (ainda)
é, por ter iniciado o processo do AO90 enquanto primeiro-ministro e o ter
finalizado (?) enquanto «residente da república». (Também no MILhafre. Transcrição no Apartado 53.)
terça-feira, janeiro 19, 2016
Outros: Pedaços d(e um)a história (Parte 2)
João Pedro Graça, que foi o
principal e incansável impulsionador e dinamizador da Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico, continua a escrever e a contar, no seu blog Apartado 53, (um)a «história (muito) mal contada» da luta contra o AO90. No vigésimo nono «capítulo» desta «história», publicado hoje, JPG aborda também um
desagradável incidente ocorrido no ano passado – o do convite que a TVI fez à ILCAO para participar num programa em que se discutiria o AO90, convite esse
que depois retirou quando soube que o representante da Iniciativa seria eu.
quarta-feira, janeiro 13, 2016
Oráculo: É até dia 23
A partir de
hoje faltam dez dias para o encerramento da mostra documental, patente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, inserida na iniciativa «Afonso de
Albuquerque, 500 Anos – Memória e Materialidade», que incluiu o colóquio
realizado na Biblioteca Nacional de Portugal a 16 de Dezembro e na Sociedade
Histórica da Independência de Portugal a 17 de Dezembro de 2015. É pois o tempo
que resta a todos os que ainda não viram «ao vivo» três das cartas escritas
pelo Vice-Rei da Índia ao Rei D. Manuel. Entretanto, o blog Albuquerque 500 continua(rá)
activo: a captar e a reproduzir os «ecos» da efeméride e da evocação, de que os
exemplos mais recentes são os artigos de Deana Barroqueiro no Jornal de Letras,
Artes e Ideias e de Renato Epifânio n’O Diabo e no Público; e a noticiar os
eventuais adicionais eventos que venham ainda a concretizar-se, neste ano novo
de 2016, dedicados ao ilustre alhandrense e/ou à época em que viveu. (Também no Albuquerque 500 e no MILhafre.)
quinta-feira, janeiro 07, 2016
Ocorrências: A 5 dois, a 7 um
Anteontem, dia
5 de Janeiro, e hoje, dia 7, passa(ra)m, respectivamente, dois anos e um
ano desde a ocorrência de acontecimentos funestos, embora com contextos e
características muito diferentes: em 2014 Eusébio da Silva Ferreira faleceu e
em 2015 a sede em Paris do jornal Charlie Hebdo foi atacada por terroristas. Sobre o
primeiro escrevi aqui no Octanas e sobre o segundo escrevi ali no Obamatório. Creio que
se justifica esta dupla evocação.
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