Assinei
hoje, dia em que se celebra o 82º aniversário do nascimento do artista, a
petição «Classificação da obra de José Mário Branco como de interesse nacional»,
promovida por um grupo de cidadãos – cujos primeiros subscritores incluem
alguns conhecidos cantores e compositores portugueses – e dirigida ao «Exmo Sr Presidente da
Assembleia Da República» e ao «Exmo Sr Ministro da Cultura» (agora é uma
ministra – a petição foi criada antes de o actual governo tomar posse). Quem quiser fazer o mesmo deve ir aqui.
Lê-se
no texto que apresenta e que explica a iniciativa: «José Mário Branco,
para além da sua obra pessoal, uma corajosa sementeira de novidade que mudou a
nossa canção logo desde as primeiras gravações, no final da década de 60, e que
foi vertida em numerosos trabalhos discográficos, no teatro e no cinema, foi
também responsável por uma irreversível viragem estética na música popular
portuguesa, de que é exemplo máximo o disco “Cantigas do Maio” (1971), de José
Afonso. Este trabalho, vestido instrumentalmente pelo jovem JMB, tornou-se um
marco e inspiração para todos os criadores de canções e arranjadores musicais.»
Tal como
para muitas outras pessoas, as obras de José Mário Branco – uma das quais é um
dos meus 20 discos favoritos – são componentes fundamentais da «banda sonora»
da minha vida, e provas de que as diferenças ideológicas não têm de constituir
obstáculos intransponíveis a uma autêntica apreciação e admiração. É por isso
que muito gostaria de o ter conhecido pessoalmente mas ele faleceu (em 2019) antes de
isso ter sido possível. De destacar também que neste ano de 2024 se assinala o
vigésimo aniversário da edição do que seria o seu último álbum de originais,
«Resistir É Vencer», uma efeméride evocada esta semana por Nuno Pacheco no Público.