Hoje, Dia do
Livro Português (e menos de uma semana depois do Dia Mundial da Poesia), é
também uma data adequada para fazer o primeiro anúncio: o meu livro «Espelhos»,
com cerca de 60 poemas da minha autoria escritos ao longo de mais de 30 anos, «e onde as alusões autobiográficas não afastam
as ilusões fantasistas», vai ser publicado este ano pela Polvo. Contará
com ilustrações do meu amigo Paulo Monteiro, que em 2010 lançou o seu primeiro livro (de banda desenhada) pela mesma editora. E pretende ser um contributo,
necessariamente modesto, para que a poesia volte
a ser «a linguagem literária mais clara e directa, mais imediata e pujante,
mais evocativa e relevante.» Mais novidades e pormenores em breve.
terça-feira, março 26, 2013
quarta-feira, março 20, 2013
Obituário: J. M. Prostes da Fonseca
Faleceu no
passado dia 3 de Fevereiro, e, se fosse vivo, completaria hoje 80 anos.
É por isso que escolhi esta data para uma breve, mas sentida, evocação de, e
homenagem a, José Manuel Prostes da Fonseca…
… Que eu
conheci no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa no final da
década de 80, não enquanto aluno dele mas sim enquanto colega dele, entre 1989
e 1990, no Conselho Directivo a que ele presidiu entre 1984 e 1990. Discreto e competente,
foi um homem de uma cordialidade e de uma correcção inexcedíveis. E, numa
escola tão dinâmica como era, e é, o ISCTE, onde coexistiam múltiplas áreas e
disciplinas científicas, muitas sensibilidades e tendências, muitos grupos, e
onde conflitos de interesses mais ou menos declarados ocorriam regularmente,
ele foi a pessoa certa no sítio certo no momento certo: porque soube – ou
tentou sempre – conjugar e conciliar permanentemente esses interesses
aparentemente divergentes, e congregá-los, canalizá-los, para a realização do
objectivo comum a todos, docentes, discentes e funcionários: modernizar e desenvolver a nossa escola, torná-la numa instituição de ensino de excelência e
de referência. O que de bom e de grande o ISCTE-Instituto Universitário de
Lisboa é actualmente começou a ser construído, verdadeiramente, na viragem da
década de 80 para a de 90, e o seu contributo foi decisivo. Naquele Conselho
Directivo de que eu fui membro muitas decisões foram tomadas, muitas soluções
foram estudadas. Por exemplo, os primeiros esboços do que viriam a ser a nova
biblioteca e o edifício 2 foram apreciados nas nossas reuniões.
A sua
personalidade e a sua visão ficaram evidentes numa entrevista que me concedeu,
e ao meu amigo e colega Filipe Vieira, publicada em Junho de 1989 no Nº 3 do
DivulgACÇÃO, boletim da Associação de Estudantes do ISCTE, que eu coordenava e de que
fora um dos criadores. Seis meses depois, no início de 1990, ele esteve comigo
e ainda com os meus amigos e colegas Rui Paulo Almas e Victor Cavaco, na tomada
de posse dos então novos corpos sociais da Associação Académica de Lisboa, que
o Rui (na Direcção) e o Victor (na mesa da Assembleia Geral) integraram – a
primeira vez em que estudantes do ISCTE participaram na liderança da AAL.
Guardo uma fotografia de nós os quatro tirada nessa ocasião, em que é visível a
satisfação e até o orgulho dele pelos «seus» alunos.
Sobre José
Manuel Prostes da Fonseca é de ler também o que escreveram Alexandre Rosa,
Paulo Pedroso, Raul Iturra (que foi meu professor na disciplina de Introdução à
Antropologia Social) e Rui Paulo Almas.
sábado, março 16, 2013
Opções: Defender o Futuro
Assinei hoje
a petição «Defender o Futuro». Quem quiser fazer o mesmo deve ir aqui. Tive
conhecimento da mesma apenas recentemente – mas antes de ela ter sido entregue na Assembleia da República no passado dia 5 – e decidi subscrevê-la exactamente, e
simbolicamente, um ano depois de ter sido lançada porque este é igualmente o
dia do aniversário do meu irmão.
Lê-se no texto que explica
a iniciativa: «Portugal afunda-se hoje numa profunda crise económica e social,
a que não é alheia a teia legislativa dos últimos seis anos de governação,
destruidora dos pilares estruturantes da Sociedade. A reforma da Sociedade não deve ser
realizada apenas na área económica e fiscal. Carece de uma intervenção mais
profunda, designadamente no que diz respeito à Dignidade da Pessoa, em todas as
etapas da sua vida, desde a concepção até à morte natural, à cultura da
Responsabilidade, do compromisso no Casamento e na Família; por outras
palavras, é necessária uma verdadeira cultura da Liberdade. (…) A nova Assembleia da República tem hoje um dever histórico de
mudar o rumo do País. O desleixo e negligência anteriores devem dar lugar a uma
política de responsabilidade e solidariedade expressa em leis que: coloquem e reconheçam a Família como
fundamento da Organização Social na promoção de responsabilidade pessoal,
solidariedade intergeracional e fomento da Economia; reconheçam ao casamento as
funções para que está vocacionado, com vínculos e laços de responsabilidade
pessoal que promovam e protejam todos e cada um dos seus membros; apelem a uma
maternidade e paternidade responsáveis, generosamente abertas à vida; protejam
e promovam a natalidade e a vida humana em todas as suas fases, desde a
concepção até à morte natural; promovam
uma verdadeira política de liberdade de educação onde os pais,
independentemente de terem ou não recursos, possam escolher a escola dos seus
filhos; reconheçam aos pais o direito a educar os filhos segundo as suas opções
éticas e de valores. (…)»
As opiniões e
posições ideológicas subjacentes a esta iniciativa explicam porque a mesma foi
pouco menos que ignorada por uma comunicação social portuguesa quase toda
«encostada» à esquerda. Curiosamente, o espaço mediático que, segundo pensamos
saber, mais atenção terá dedicado à petição «Defender o Futuro» e/ou os seus
pressupostos foi o programa «Você Na TV» da TVI, na sua emissão de 8 de Março último. Aí Isilda Pegado, uma das primeira(o)s signatária(o)s daquela,
enfrentou representantes do BE, do PCP e do PS – e, como os dois apresentadores
também se opunham ao teor da petição, verificou-se na práctica uma desigualdade
de um(a) para cinco. O que também explica que não tenha sido possível à antiga
deputada do PSD, apesar da sua boa vontade e coragem, suster e sobrepor-se às (previsíveis
e habituais) falácias teóricas dos «fracturantes» de serviço, cuja demagogia e
desonestidade intelectual parecem não conhecer limites.
Comigo não
levariam – nunca levariam – a melhor, mesmo que em vez de cinco fossem 10, 15,
20 ou mais: já observo e analiso estas criaturas há muitos anos e sei como
responder e desmontar (a)os seus «argumentos» da treta (e de trampa). Mas seria
pouco provável que do quarto canal me convidassem para isso ou para qualquer
outra coisa, tendo em conta que, ainda recentemente, me discriminaram de uma
forma deliberada e ostensiva (e ofensiva). Pois é, 20 anos depois de ter sido
fundada, como está diferente a «televisão da igreja»… (Também no Esquinas (138).)
segunda-feira, março 04, 2013
Obrigado: Aos que compareceram…
… Ontem, no
Teatro Rivoli, no Porto, para a apresentação na Cidade Invicta de «Mensageiros das Estrelas – Antologia de Contos de Ficção Científica e de Fantástico», no
âmbito do Fantasporto 2013. Agradeço também à organização do mais importante
festival internacional de cinema português, e em particular a Beatriz Pacheco
Pereira, que com muita simpatia nos recebeu, a oportunidade que tão generosamente
nos proporcionou. E este agradecimento não é apenas meu; é também dos restantes
autores e organizadores e, especialmente, da editora Fronteira do Caos e dos
editores Victor Raquel e Carla Cardoso, que experimentaram de forma especial
esta ocasião por serem também da capital do Norte.
À mesa
estiveram sentados, além de mim e de Victor Raquel, também Ana Cristina Luz, um(a)
da(o)s autora(e)s do livro, e António Reis, da organização do festival. Para
além da descrição e da explicação do processo que possibilitou a concretização
de «Mensageiros das Estrelas», com destaque para o colóquio com o mesmo título,
com duas edições (em 2010 e em 2012) já realizadas na Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, que esteve directamente na sua origem, ainda se falou, e por mais
que um interveniente, de António de Macedo e da sua importância enquanto
cineasta, escritor… e amigo, enquanto alguém a quem muitos de nós devem a entrada,
e «viagens», pelos mundos maravilhosos do mistério e da fantasia… e que, muito justamente, foi homenageado nesta 33ª edição do «Fantas». Ficou ainda a certeza
de que a Ficção Científica & Fantástico tem uma importância e uma
influência em Portugal muitos superiores à que continua a ser generalizadamente
reconhecida. E deixou-se o desafio para que os organizadores do Fantasporto continuem
a levar ao conhecimento dos cineastas as histórias – como as que estão incluídas
no «Mensageiros…» - que podem proporcionar filmes, de curta, média e longa-metragem…
que, quem sabe, poderão vir a ser exibidos em futuras edições do festival.
Outros temas
poderiam ter sido debatidos no encontro de ontem? Sem dúvida, apesar de ter
sido apenas a apresentação de um livro e não um colóquio literário. Mas cabe
também a quem assiste, aos espectadores, aos leitores, e se quiserem, colocarem
questões e corrigirem afirmações dos oradores que considerem estar erradas. Esse
convite à discussão foi feito. Pelo que não se compreende que alguns se queixem
do que ficou por dizer quando não só não tomaram qualquer iniciativa nesse
sentido como nem sequer se deram a conhecer. Quem está «do lado de lá», como eu
e os meus colegas de mesa no Rivoli, não tem (sempre) a obrigação de
se lembrar de tudo a todo o momento. (Também no Simetria.)
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