A partir de hoje, também no Esquinas, o meu artigo «MeDiana», publicado há 10 anos sobre a morte de Diana Spencer.
quinta-feira, setembro 27, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
Organização: «A marcha sobre Lisboa» na IGAC
Entreguei hoje, 26 de Setembro de 2007, na sede da Inspecção-Geral das Actividades Culturais, situada no Palácio Foz, em Lisboa, o requerimento de registo de direito de autor - que deu entrada sob o número 4051/07 - sobre mais uma obra: «A marcha sobre Lisboa» é um conto que constitui igualmente a minha contribuição para a obra colectiva «Livro do Regicídio» (título provisório), projecto que eu concebi e que estou a organizar, e que pretende assinalar os 100 anos do atentado em que foram assassinados o Rei D. Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe. Deverá por isso ser apresentado a 1 de Fevereiro do próximo ano, em Lisboa.
segunda-feira, setembro 17, 2007
Orientação: Esquinas (4)
Neste dia de recomeço das aulas, fica mais uma vez o convite, agora através do Esquinas, para uma visita à Associação de Pais e Encarregados de Educação do Sobralinho.
domingo, setembro 09, 2007
Orientação: Esquinas (3)
Hoje, 9 de Setembro de 2007, prestei o meu terceiro contributo ao sítio Esquinas – desta vez, decidi «republicar» o meu artigo «Por uma nova literatura», já inserido aqui no «Octanas» e publicado originalmente na (já extinta) revista Tempo, na sua edição Nº 79 de 25 de Maio de 2005.
sábado, setembro 01, 2007
Opinião: «MeDiana»
Agora, olhando para trás, recordando tudo o que aconteceu, como começou, como acabou, parece perfeito. Morbidamente, perversamente perfeito. Uma verdadeira tragédia, ideal para uma peça dramática ou uma ópera séria de grande impacto.
Sabendo tudo o que sabemos, parece hoje «lógico», «natural», «normal», que Diana Spencer, Princesa de Gales, mãe do futuro Rei do Reino Unido, tenha morrido desta maneira. Violenta. Horrível. Imerecida. Prematura.
A morte de Diana parece-nos «lógica», tal como nos pareceram «lógicas» as mortes de Ayrton Senna – também num carro em alta velocidade – e de Freddie Mercury – vítima da Sida. Ou, mais remotamente, as mortes de James Dean – também num carro em alta velocidade! – de Marilyn Monroe e de Elvis Presley – ambos, alegadamente, vítimas de comprimidos em demasia. Violentas ou não, as suas mortes pareceram estar em consonância com as vidas que levaram: excessivas, rápidas, nos limites, mas em que foram seguidos e imitados por multidões de adoradores que viam neles modelos e exemplos de imagem e de comportamento, rigorosos e exigentes consigo próprios e com os outros.
Embora tendo muitas semelhanças com os de outras figuras que são símbolos culturais do nosso tempo, o caso de Diana é diferente. A sua notoriedade começou por ser instantânea, imediata e extremamente alta, ao contrário das «estrelas» referidas, e outras, cuja fama foi construída progressivamente, lentamente, à medida que os seus talentos iam sendo reconhecidos e as suas obras difundidas. Isto não aconteceu com Diana por dois motivos principais. Primeiro, ela não era uma pessoa qualquer – esposa do herdeiro do trono de Inglaterra, e logo, futura rainha! Segundo motivo, e talvez o mais importante: a fama de Diana iniciou-se e prolongou-se numa era em que os meios de comunicação conheceram o extraordinário desenvolvimento que hoje está à vista de todos. Os outros ídolos, os outros artistas, não tiveram ao seu dispor a quantidade e a qualidade de meios a que Diana teve acesso.
Diana constituiu o primeiro, e talvez por isso o maior, «objecto de estudo e de trabalho» da revolução mediática que transformou o Mundo em que vivemos. Consolidou-se durante 16 anos em que as novas tecnologias da informação e da comunicação abalaram o Mundo.
O «mito Diana» começou na altura em que o vídeo caseiro se generalizou. Em que o computador pessoal se tornou uma realidade útil e acessível, e cada vez mais sofisticada. Em que surgiram, ou se expandiram, todas as maravilhas da digitalização, a televisão por cabo, por satélite e de alta definição, a câmara de vídeo pessoal, os jogos de computador, o CD, o mini-disc, a DCC, a realidade virtual, a Internet. O mito Diana começou com uma transmissão televisiva internacional em directo – a do seu casamento – e acabou com outra – a do seu funeral.
Porém, o mais provável é que não tenha acabado. E que só agora, e verdadeiramente, tenha começado. Porque se antes ela já era considerada uma santa, pelas suas inúmeras, e cremos que sinceras, acções de caridade, generosidade e solidariedade, depois de morta a sua figura ganha definitivamente um contorno divino. Diana tem uma aura, e é electrónica. Para a maioria esmagadora de nós, que só a víamos nas imagens da televisão, das revistas e dos jornais, e nunca «ao vivo», as diferenças não serão muitas… porque continuaremos a vê-la, durante muitos e muitos anos, nessas mesmas imagens e talvez em outras, inéditas, que entretanto possam surgir. E continuaremos a não acreditar que ela tenha morrido.
As «imagens reais», paradas ou em movimento, asseguram muito mais a imortalidade do que os desenhos ou as pinturas dos séculos passados. E se as imagens em duas dimensões podem desempenhar essa função, imagine-se como será uma Diana reproduzida em três dimensões, para realidade virtual, ou recriada em imagens de síntese de computador, dizendo coisas que nunca disse, fazendo coisas que nunca fez. Poderemos assim dizer, exclamar: «Ela está entre nós!» Se não em corpo, pelo menos em espírito. Um espírito feito de «bits» de computador, de impulsos eléctricos, de ondas hertzianas.
Hoje, 1 de Setembro de 2007, passam 10 anos sobre a morte de Diana Spencer.
Artigo publicado na revista Cyber.Net Nº 27, 1997/10
Sabendo tudo o que sabemos, parece hoje «lógico», «natural», «normal», que Diana Spencer, Princesa de Gales, mãe do futuro Rei do Reino Unido, tenha morrido desta maneira. Violenta. Horrível. Imerecida. Prematura.
A morte de Diana parece-nos «lógica», tal como nos pareceram «lógicas» as mortes de Ayrton Senna – também num carro em alta velocidade – e de Freddie Mercury – vítima da Sida. Ou, mais remotamente, as mortes de James Dean – também num carro em alta velocidade! – de Marilyn Monroe e de Elvis Presley – ambos, alegadamente, vítimas de comprimidos em demasia. Violentas ou não, as suas mortes pareceram estar em consonância com as vidas que levaram: excessivas, rápidas, nos limites, mas em que foram seguidos e imitados por multidões de adoradores que viam neles modelos e exemplos de imagem e de comportamento, rigorosos e exigentes consigo próprios e com os outros.
Embora tendo muitas semelhanças com os de outras figuras que são símbolos culturais do nosso tempo, o caso de Diana é diferente. A sua notoriedade começou por ser instantânea, imediata e extremamente alta, ao contrário das «estrelas» referidas, e outras, cuja fama foi construída progressivamente, lentamente, à medida que os seus talentos iam sendo reconhecidos e as suas obras difundidas. Isto não aconteceu com Diana por dois motivos principais. Primeiro, ela não era uma pessoa qualquer – esposa do herdeiro do trono de Inglaterra, e logo, futura rainha! Segundo motivo, e talvez o mais importante: a fama de Diana iniciou-se e prolongou-se numa era em que os meios de comunicação conheceram o extraordinário desenvolvimento que hoje está à vista de todos. Os outros ídolos, os outros artistas, não tiveram ao seu dispor a quantidade e a qualidade de meios a que Diana teve acesso.
Diana constituiu o primeiro, e talvez por isso o maior, «objecto de estudo e de trabalho» da revolução mediática que transformou o Mundo em que vivemos. Consolidou-se durante 16 anos em que as novas tecnologias da informação e da comunicação abalaram o Mundo.
O «mito Diana» começou na altura em que o vídeo caseiro se generalizou. Em que o computador pessoal se tornou uma realidade útil e acessível, e cada vez mais sofisticada. Em que surgiram, ou se expandiram, todas as maravilhas da digitalização, a televisão por cabo, por satélite e de alta definição, a câmara de vídeo pessoal, os jogos de computador, o CD, o mini-disc, a DCC, a realidade virtual, a Internet. O mito Diana começou com uma transmissão televisiva internacional em directo – a do seu casamento – e acabou com outra – a do seu funeral.
Porém, o mais provável é que não tenha acabado. E que só agora, e verdadeiramente, tenha começado. Porque se antes ela já era considerada uma santa, pelas suas inúmeras, e cremos que sinceras, acções de caridade, generosidade e solidariedade, depois de morta a sua figura ganha definitivamente um contorno divino. Diana tem uma aura, e é electrónica. Para a maioria esmagadora de nós, que só a víamos nas imagens da televisão, das revistas e dos jornais, e nunca «ao vivo», as diferenças não serão muitas… porque continuaremos a vê-la, durante muitos e muitos anos, nessas mesmas imagens e talvez em outras, inéditas, que entretanto possam surgir. E continuaremos a não acreditar que ela tenha morrido.
As «imagens reais», paradas ou em movimento, asseguram muito mais a imortalidade do que os desenhos ou as pinturas dos séculos passados. E se as imagens em duas dimensões podem desempenhar essa função, imagine-se como será uma Diana reproduzida em três dimensões, para realidade virtual, ou recriada em imagens de síntese de computador, dizendo coisas que nunca disse, fazendo coisas que nunca fez. Poderemos assim dizer, exclamar: «Ela está entre nós!» Se não em corpo, pelo menos em espírito. Um espírito feito de «bits» de computador, de impulsos eléctricos, de ondas hertzianas.
Hoje, 1 de Setembro de 2007, passam 10 anos sobre a morte de Diana Spencer.
Artigo publicado na revista Cyber.Net Nº 27, 1997/10
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