domingo, abril 30, 2023

Olhos e Orelhas: Primeiro Quadrimestre de 2023

A literatura: «Europa à Vista?!», Michael Kountouris; «O Grande Livro dos Lofts», Alessandro Orsi, Mireia Casanovas Soley e Simone Schleifer; «Desenho de Logos», Julius Wiedemann (Paul Middleton, intro.); «XXL», Tom of Finland (pseudónimo de Touko Laaksonen) (Dian Hanson, org.); «1000 Capas de Discos», Michael Ochs; «Flores de Pedra», Gisela Monteiro, Sandra Mesquita e Sara Gonçalves; «Cartoons 1969-1975», João Abel Manta (José Cardoso Pires, intro.).
A música: «O Melhor De...», Alfredo Marceneiro; «200 Motels», Frank Zappa; «Made In Japan», Deep Purple; «Crystal Silence», Chick Corea & Gary Burton; «Seven», Soft Machine; «Almada 79», UHF; «Technique», New Order; «Sonic Temple», Cult; «The Stone Roses», Stone Roses; «Flying Cowboys», Rickie Lee Jones; «Mosquito», GNR; «13», Blur; «Nightlife», Pet Shop Boys; «Midnite Vultures», Beck; «S & M», Metallica; «Rodalinda», George Frideric Handel (por Barbara Schlick, Claudia Schubert, Christoph Prégardien, David Cordier, Gotthold Schwarz e Kai Wessel, com La Stagione dirigida por Michael Schneider); «Die Sieben Letzten Worte Unseres Erlosers Am Kreuze», Joseph Haydn (por Andreas Schmidt, Ingeborg Danz, Pamela Coburn e Uwe Heilmann, com o Bach-Collegium e o Gachinger Kantorei de Estugarda dirigidos por Helmuth Rilling).
O cinema: «Os Croods - Uma Nova Idade», Joel Crawford; «Imortais», Tarsem Singh; «O Cavaleiro Verde», David Lowery; «Febre das Túlipas», Justin Chadwick; «Um Pequeno Caos», Alan Rickman; «Casanova», Federico Fellini; «Engenhos Mortais», Christian Rivers; «A Estrada», John Hillcoat; «A Hospedeira», Andrew Niccol; «Mamã», Andy Muschietti; «Jane por Charlotte», Charlotte Gainsbourg; «Psico», Alfred Hitchcock; «Aço Azul», Kathryn Bigelow; «Senhora Sloane», John Madden; «Caçador da Noite», David Raymond; «Titânio», Julia Ducournau; «A Matriz - Ressurreições», Lana Wachowski; «Estado Cativo», Rupert Wyatt; «Um Monstro Chama», J. A. Bayona; «Histórias Assustadoras para Contar no Escuro», Andre Ovredal; «Um Filme em Forma de Assim», João Botelho; «Guarda-Costas da Esposa do Assassino», Patrick Hughes; «Espia», Paul Feig; «Vizinhos», Nicholas Stoller; «Mais Um», Andrew Rhymer e Jeff Chan; «Os Anos Parecem Flores», Wong Kar-Wai.
E ainda...: «Lux Eterna», (vídeo musical dos) Metallica; Biblioteca Nacional de Portugal - exposição «Tutankhamon em Portugal - Relatos na imprensa portuguesa 1922-1939» + exposição «A biblioteca de Gaspar Frutuoso» + exposição «Pedro da Silveira - Centenário 1922-2003» + exposição «(Re)Descobrir Teresa Sousa - Gravura, 60 anos depois» + mostra «Vítor Ramos - Uma trajectória no exílio»; Museu do Neo-Realismo - exposição de fotografias de Luísa Ferreira «A Ciência cura» + exposição de fotografias «A Família Humana - Erika Stone e Ingeborg Lippmann»; Canal História - (documentário) «Theodore Roosevelt»; FNAC - exposição de fotografias de Carlos Pereira «Wabi Sabi» (Chiado); Edições Colibri/Casa do Alentejo - apresentação em Lisboa do livro de Francisca Lopes Bicho «Gente da Nossa Terra - Memórias de Cuba»; Federação Internacional do Automóvel/Autódromo Internacional do Algarve - 6 Horas de Portimão (corrida do Campeonato do Mundo de Resistência 2023); Museu Municipal de VFX (Núcleo de Alverca) - comunicação por Anabela Ferreira «Património Cemiterial do Concelho de Vila Franca de Xira». 

terça-feira, abril 25, 2023

Ocorrência: Subscrevi o Apelo em Defesa da Língua

A convite, que obviamente e de imediato aceitei, de Isabel A. Ferreira, subscrevi o «Apelo de cidadãos portugueses ao Presidente da República em defesa da língua portuguesa e contra o Acordo Ortográfico de 1990». Na lista de nomes em anexo sou o Nº 98. O texto foi publicado no blog O Lugar da Língua Portuguesa a 18 de Abril último, tendo sido antes, e no mesmo dia, enviado ao Palácio de Belém. Eis um excerto:
«Trata-se, na verdade, da defesa do nosso Património Linguístico - a Língua Portuguesa - da nossa Cultura e da nossa História, os quais estão a ser vilmente desprezados. Apelamos a Vossa Excelência que, nos termos consagrados na Constituição da República Portuguesa e no uso dos poderes conferidos ao Presidente da República, diligencie uma efectiva promoção, defesa, valorização e difusão da Língua Portuguesa. Apelamos a Vossa Excelência que defenda activa e intransigentemente uma Língua que conta 800 anos de História. Apelamos a Vossa Excelência que contrarie a imposição aos Portugueses da Variante Brasileira do Português, composta por um léxico que traduz acentuadas diferenças fonológicas, morfológicas, sintácticas, semânticas e ortográficas, e essencialmente baseado no Formulário Ortográfico Brasileiro de 1943.»
Esta iniciativa, honrosa e meritória, é mais uma que demonstra que muitos são os portugueses que continuam – e continuarão – inconformados e indignados com a degradação e a destruição que a nossa ortografia em particular, e a nossa cultura em geral, têm sofrido desde que, há mais de 30 anos, alguns politicos de inferior intelecto e diminuta decência decidiram submeter, subalternizar, Portugal aos interesses egoístas de certos sectores do Brasil. Marcelo Rebelo de Sousa, o destinatário deste apelo agora emitido, é sem dúvida um membro de pleno direito desse grupo infame, e há factos que sugerem que no caso dele tal também se deve a motivos pessoais e familiares.
Enfim, este apelo constitui uma excepção no panorama desolador que a Terceira República actualmente proporciona; é um regime em tão acentuado estado de decomposição que as suas mais «altas» figuras decidiram comemorar o dia de hoje convidando para uma sessão solene um criminoso, corrupto e ladrão, um chefe de Estado ilegítimo que é amigo e admirador de terroristas e de ditadores. O que demonstra que «a longa noite socialista» pode sempre ficar mais tenebrosa. 

domingo, abril 16, 2023

Oráculo: Sobre as «sete vidas» de Agostinho

Na próxima terça-feira, 18 de Abril, às 15 horas e n(a sala D. Antão de Almada d)o Palácio da Independência (sito no Largo de S. Domingos, 11, em Lisboa, ao lado do Teatro D. Maria II), Renato Epifânio, Presidente da Direcção do Movimento Internacional Lusófono, dará a primeira de sete aulas de um curso de Filosofia e Cultura Lusófona com o tema «As sete vidas de Agostinho da Silva», aula essa com o título «Até meados dos anos 40». Seguir-se-ão no mesmo local: «Até finais dos anos 60», a 2 de Maio; «Até meados do anos 80», a 9 de Maio; «Até às “Conversas Vadias”», a 16 de Maio; «Os últimos anos de vida», a 23 de Maio; «Os anos após a sua morte», a 30 de Maio; «Os anos mais recentes», a 6 de Junho.
A realização deste ciclo de palestras é uma iniciativa louvável e meritória por ser mais um contributo para manter na memória colectiva o nome, a vida e a obra de um homem que muito fez para a melhoria e o desenvolvimento das relações entre os países e os povos de língua portuguesa. Aliás, pode dizer-se que Agostinho da Silva terá sido o primeiro inspirador da criação da CPLP e também do próprio Movimento Internacional Lusófono. E a evocação e a invocação da sua figura e da sua personalidade têm sempre para mim um significado especial porque eu tive a honra e o privilégio de o conhecer pessoalmente, em 1984, e de ser visita frequente na sua casa. Dessa experiência fiz um relato, e um retrato, no meu artigo «Mestre, Profeta, Santo», publicado em 2004, dez anos depois da sua morte, e incluído no meu livro «Um Novo Portugal».
Agostinho da Silva viveu muitos anos no Brasil e lá fez um trabalho notável ao nível do ensino universitário, leccionando em diversas universidades e ajudando a criar outras. Não duvido de que muito o desgostaria saber que, 200 anos depois da independência, naquele país «não irmão mas sim filho» ainda há quem acuse e culpe Portugal pelos problemas que a ex-colónia ainda enfrenta, e também que muitos portugueses, alguns ocupando cargos e/ou desempenhando funções da maior relevância, parecem dispostos e resignados a submeterem-se a posições subalternas perante as ambições e os interesses de certos sectores na Terra de Vera Cruz.