O
«Grande Só-Cretino» voltou à primeira linha da actualidade portuguesa devido ao
lançamento de um livro seu e à entrevista que deu ao jornal Expresso para o promover…
e para promover-se. Mas será que teve mesmo sucesso? Que alcançou o objectivo a que
se propunha?
Provando,
mais uma vez, e como se isso fosse necessário, que não mudou, que não aprendeu
com os erros (ou pior do que isso) que cometeu, que não se arrepende do que
fez, que não se responsabiliza pelo estado degradante – aos níveis financeiro,
social, cultural, moral – a que conduziu Portugal, José Sócrates Carvalho
Pinto de Sousa não se conteve, não se controlou, e, além de mandar as culpas
para os outros, ainda teve o desplante de insultar opositores políticos
internos e um (ex-) ministro estrangeiro! Ou seja, voltou a demonstrar que tem
muito em comum com… alguém do outro lado do Atlântico. O «menino de ouro» devia
estar a ver-se ao espelho: dificilmente haverá um «bandalho» e um «pulha» maior
do que ele, dificilmente haverá um «estupor» e um «filho da mãe» maior do que
ele.
Mário
Soares, em mais uma das suas várias e recentes demonstrações de estupidez
senil, ou de senilidade estúpida, afirmou que o actual governo tem
«delinquentes». Porém, e ironicamente, o maior «delinquente governativo» dos
últimos 25 anos (pelo menos) em Portugal esteve ao seu lado ontem no Museu da Electricidade, embora devesse estar a ser julgado em tribunal; e, ainda mais
ironicamente, também teve ao seu lado aquele que, se não é o maior «delinquente
governativo» do Brasil, pelo menos rodeou-se de vários. Como é «enternecedora»
a fraternidade socialista luso-brasileira, ou europeia-sul-americana! Para a
confraternização ser completa só faltou desenterrar o cadáver do camarada Hugo
Chávez e despachá-lo de Caracas para Lisboa!
No
entanto, tão ou mais ridícula do que a «assembleia» de 23 de Outubro último é o
livro que lhe esteve na origem, que lhe serviu de pretexto. Só faltava que o «maçador
de Vilar de Maçada» viesse armar-se em especialista! E de quê? De «tortura em
democracia», tema e subtítulo do seu livro «A Confiança no Mundo», que resulta
da sua tese de mestrado (terá sido enviada por fax a um domingo?) que realizou
no Instituto de Estudos Políticos de Paris (não deixo ligação porque, primeiro,
o grupo editorial Babel não actualiza o seu sítio há dois anos, e, segundo, porque
tenho limites na divulgação de lixo). Tentativa óbvia, e patética, de
«compensação» pelos alegados «voos da CIA por Portugal» que não conheceu ou não
impediu enquanto era primeiro-ministro, a suposta «tortura» a que este
desperdício de papel obviamente se refere principalmente é a técnica designada
como «waterboarding», instituída, ou autorizada, pela administração de George
W. Bush na sequência da «guerra ao terrorismo» iniciada há 12 anos.
Recordemos
mais uma vez para o «Grande Só-Cretino» em particular, e para todos os
portugueses em geral: se o «waterboarding» é (foi) «tortura», o que não é
consensual, só foi aplicada, e muito bem, a três-terroristas-três, todos eles
com culpas pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 e/ou por outros ataques.
Nenhum morreu na sequência daquela alegada «tortura». Pelo contrário, dos
muitos ataques com drones ordenados por Barack Obama – com quem, volto a
lembrá-lo, o «Zézinho» tem muitas semelhanças de atitude e de comportamento –
resultaram muitas dezenas, ou centenas, de vítimas inocentes, de «danos colaterais»,
assim contribuindo – Malala Yousafzai admitiu-o e afirmou-o ao próprio
Sr. Hussein, na Casa Branca! – para o recrutamento de mais terroristas; a Aministia Internacional publicou um relatório sobre o assunto, em que acusa a actual
administração de crimes de guerra! Não seria bem mais interessante um livro
sobre este tema? Ou sobre a vigilância que, suspeita-se, a NSA tem estado a
fazer das comunicações de Angela Merkel e também – o que é pior, pois são «camaradas»
- das de François Hollande e de Dilma Rousseff? Ou sobre as escutas, pressões, ameaças
e acusações dos democratas a jornalistas, da Associated Press e da Fox News, e
também – soube-se esta semana – da CNN? Nesta área, e pela experiência que
acumulou contra, nomeadamente, o Público e a TVI, José «Trocas-te» é um
autêntico especialista.
Todavia,
onde sem dúvida o seu próximo projecto académico deveria ser baseado e melhor
aproveitado é em Guantánamo. Ele que vá para a base militar/prisão norte-americana
em Cuba, em solidariedade com as «vítimas» de «tortura»! Que proceda a uma
observação participante – nas celas, nos balneários, no refeitório – com os «pacíficos»
muçulmanos lá «hospedados», que, «coitados», dispõem provavelmente de mais
comodidades, luxos e prerrogativas do que muitos de nós! Mas atenção: se daí
resultar uma tese de doutoramento, ele que não a escreva em «inglês técnico»!
Voltando
ao título do livro: «confiança» é o que este traste não merecia, e não merece;
«tortura» é o que ele nos deixou, neste país, e todos os dias. (Também no Obamatório.)