Em
artigo publicado hoje no (sítio na Internet do) jornal Público, intitulado «O entusiasmo dos galegos a desconfinar o idioma e a anglicização portuguesa», o
jornalista Nuno Pacheco, vencedor em 2018 do Prémio de Jornalismo Cultural atribuído pela SPA e autor do livro «Acordo Ortográfico – Um Beco com Saída», publicado em 2019 pela Gradiva, faz referência a mim e a dois textos que publiquei naquele jornal:
«Esse “Azores” já tinha sido referido, e criticado, no espaço de opinião do
Público em 2014 e 2015, em artigos assinados pelo jornalista e
escritor Octávio dos Santos. Criticava ele, também, o recurso excessivo ao
inglês em títulos de programas televisivos: “Chef’s Academy”, “Off-Side”, “I
Love It”, “RTP Running”, “Shark Tank”, “Cinebox” ou “The
Money Drop”, entre muitos.»
As
três principais estações de televisão portuguesas estão de facto entre as
entidades que mais praticam a contradição de se submeterem ao ridículo, ilegal,
inútil e prejudicial «AO90» e, em simultâneo, abusarem dos anglicismos
(palavras inglesas) caracterizados por duplas consoantes e pelo «ph», que os
acordistas apontam e condenam como símbolos do que é supostamente obsoleto na
língua. Mas não são as únicas, e o (des)governo nacional pode mesmo ser o
principal exemplo desta imbecil incongruência, como se comprova igualmente pelo
adopção do lema «Estamos On!» como denominação da plataforma que congrega as
informações sobre o Covid-19. Porém, e ao contrário do que teve origem na China comunista, para o «vírus» da ordinarice ortográfica parece tardar mais o
desenvolvimento de uma adequada «vacina». (Também no MILhafre.)