Hoje, 2 de Dezembro de 2005, desloquei-me ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial, em Lisboa, onde procedi – concluindo um processo que se iniciou em 21 de Novembro de 2003 - ao registo nacional definitivo, em meu nome, da marca MAR, que é também o título da revista que constitui, há mais de três anos, o meu principal projecto profissional.
A ideia surgiu-me há quase dez anos. A 5 de Fevereiro de 1996 apresentei no Palácio Foz, na então Direcção Geral de Espectáculos, actualmente Inspecção Geral das Actividades Culturais, um requerimento de registo em meu favor do direito de autor sobre um «projecto de uma revista mensal, de edição nacional e (também) com distribuição internacional, sobre os factos e as figuras das culturas dos povos lusófonos.»
Em 1998 uma primeira versão da MAR esteve perto de se tornar realidade. Na editora onde eu então trabalhava um grupo de trabalho chegou a ser formado, um primeiro estudo gráfico chegou a ser realizado... mas não se foi além disso. Só em 2002 o projecto viria a registar não só um novo dinamismo mas também uma nova direcção. E a causa da mudança foi... o Campeonato do Mundo de Futebol desse ano, que decorreu no Japão e na Coreia do Sul. Para ser mais preciso, foi a prestação vergonhosa da selecção nacional nesse campeonato, que, à semelhança de anteriores «humilhações futebolísticas», mergulhou o país num exagerado mas inegável estado de frustração colectiva. Como se o destino de uma nação se jogasse única e exclusivamente na forma como onze marmanjos chutam uma bola. O sentimento generalizado de desilusão, de desânimo, de decepção, ficou bem ilustrado numa caricatura de António Maia publicada no jornal O Ribatejo de 4 de Julho desse ano: nela viam-se dois homens que levantavam uma faixa onde se lia «Queremos ser campeões de qualquer coisa!!» Quando a vi pensei: «Mas... nós somos, ou fomos, campeões de muita coisa!!» E então na minha mente fez-se «luz»!
Assim, o nome mantém-se, as secções então pensadas estão praticamente todas, o «espírito» é o mesmo, os destinatários não mudaram. O que mudou sim foi o âmbito, que se alargou, e a abordagem, que se especializou.
A MAR tem como lema «Sucesso que fala português» (registado em 21 de Janeiro de 2004 na IGAC), e é esse também o seu objectivo: procurar os nossos vencedores - individualidades e instituições - em todos os sectores; dar a conhecer (melhor) todos os falantes da nossa língua – sejam eles portugueses, brasileiros, africanos, timorenses, luso-descendentes - que alcança(ra)m o «pódio» - ou quase – em qualquer área de actividade (política, economia, ciência, cultura, desporto...), que ganharam fama e/ou proveito não só no presente, como também no passado.... mas sempre numa perspectiva internacional: agora, o critério básico, determinante, é a (vitória em) competição com estrangeiros e/ou o reconhecimento (distinção) por estrangeiros – isto é, não falantes de português.
Houve quem me dissesse que este seria um mau momento para se lançar uma nova publicação. Muito pelo contrário: esta é a melhor altura para se lançar um novo tipo de revista, de um género que nunca até hoje havia existido no nosso país... precisamente porque faz (fazia) falta algo para contrariar o negativismo que nos rodeia. Que, é certo, não é só recente, mas que se agravou, e muito, nos últimos dois, três anos. Devido, sim, ao Campeonato do Mundo de Futebol, mas também à multiplicação dos estudos, das sondagens, das comparações, dos relatos e das opiniões que apontam invariavelmente na mesma direcção, que retiram a mesma conclusão: somos dos piores da Europa, quando não do Mundo, em diversos indicadores de desenvolvimento, na saúde, na educação, na (reduzidas produtividade e competitividade da) economia, na segurança (ou seja, na criminalidade...) As situações escandalosas, os exemplos de fracasso, os casos de insucesso, os últimos lugares nas tabelas estatísticas sucedem-se. A nossa auto-estima está muito por baixo. A desmotivação, a depressão, são dominantes.
Nem tudo é sempre uma «apagada e vil tristeza»; é preciso igualmente pensar, dizer e agir pela positiva. Recusamos a «ditadura da negatividade»... e também recusamos a «ditadura da actualidade». À MAR não interessa, dentro do seu âmbito, apenas o que aconteceu no dia, na semana ou no mês anterior. Se for relevante para o seu objectivo, também nos interessa o que aconteceu há um, dez, cinquenta, cem anos atrás. Ou mais! Há histórias que devem ser reveladas; há outras que merecem ser recordadas. E os casos de sucesso «em português», de hoje e de ontem, são muitos e não são difíceis de encontrar; eles estão espalhados um pouco por todo o lado; encontramos com frequência referências a compatriotas, ou a irmãos no idioma, que se tornaram, em várias áreas, o «número um»... ou ficaram muito perto disso. Era pois necessária uma revista que reunisse, que centralizasse, aprofundasse, e, logo, que valorizasse, todos esses casos, todas essas referências.
A MAR surge também como um meio, um contributo, para tentar estabelecer um equilíbrio no panorama da informação no - e sobre o - espaço dos países e dos povos de língua portuguesa; é um projecto plural. A MAR quer estar onde estiver um falante (ou leitor) de português, constituindo assim um factor de identificação, um elo de ligação, entre uma comunidade mundial que partilha uma língua e uma cultura. São muitas as possibilidades; a questão está em saber se queremos – porque de certeza que podemos – torná-las realidades. Para a MAR, a frase «a minha pátria é a língua portuguesa» não é uma figura de retórica: é um ideal que é real, em que acredita(re)mos e que vive(re)mos todos os dias.
A ideia surgiu-me há quase dez anos. A 5 de Fevereiro de 1996 apresentei no Palácio Foz, na então Direcção Geral de Espectáculos, actualmente Inspecção Geral das Actividades Culturais, um requerimento de registo em meu favor do direito de autor sobre um «projecto de uma revista mensal, de edição nacional e (também) com distribuição internacional, sobre os factos e as figuras das culturas dos povos lusófonos.»
Em 1998 uma primeira versão da MAR esteve perto de se tornar realidade. Na editora onde eu então trabalhava um grupo de trabalho chegou a ser formado, um primeiro estudo gráfico chegou a ser realizado... mas não se foi além disso. Só em 2002 o projecto viria a registar não só um novo dinamismo mas também uma nova direcção. E a causa da mudança foi... o Campeonato do Mundo de Futebol desse ano, que decorreu no Japão e na Coreia do Sul. Para ser mais preciso, foi a prestação vergonhosa da selecção nacional nesse campeonato, que, à semelhança de anteriores «humilhações futebolísticas», mergulhou o país num exagerado mas inegável estado de frustração colectiva. Como se o destino de uma nação se jogasse única e exclusivamente na forma como onze marmanjos chutam uma bola. O sentimento generalizado de desilusão, de desânimo, de decepção, ficou bem ilustrado numa caricatura de António Maia publicada no jornal O Ribatejo de 4 de Julho desse ano: nela viam-se dois homens que levantavam uma faixa onde se lia «Queremos ser campeões de qualquer coisa!!» Quando a vi pensei: «Mas... nós somos, ou fomos, campeões de muita coisa!!» E então na minha mente fez-se «luz»!
Assim, o nome mantém-se, as secções então pensadas estão praticamente todas, o «espírito» é o mesmo, os destinatários não mudaram. O que mudou sim foi o âmbito, que se alargou, e a abordagem, que se especializou.
A MAR tem como lema «Sucesso que fala português» (registado em 21 de Janeiro de 2004 na IGAC), e é esse também o seu objectivo: procurar os nossos vencedores - individualidades e instituições - em todos os sectores; dar a conhecer (melhor) todos os falantes da nossa língua – sejam eles portugueses, brasileiros, africanos, timorenses, luso-descendentes - que alcança(ra)m o «pódio» - ou quase – em qualquer área de actividade (política, economia, ciência, cultura, desporto...), que ganharam fama e/ou proveito não só no presente, como também no passado.... mas sempre numa perspectiva internacional: agora, o critério básico, determinante, é a (vitória em) competição com estrangeiros e/ou o reconhecimento (distinção) por estrangeiros – isto é, não falantes de português.
Houve quem me dissesse que este seria um mau momento para se lançar uma nova publicação. Muito pelo contrário: esta é a melhor altura para se lançar um novo tipo de revista, de um género que nunca até hoje havia existido no nosso país... precisamente porque faz (fazia) falta algo para contrariar o negativismo que nos rodeia. Que, é certo, não é só recente, mas que se agravou, e muito, nos últimos dois, três anos. Devido, sim, ao Campeonato do Mundo de Futebol, mas também à multiplicação dos estudos, das sondagens, das comparações, dos relatos e das opiniões que apontam invariavelmente na mesma direcção, que retiram a mesma conclusão: somos dos piores da Europa, quando não do Mundo, em diversos indicadores de desenvolvimento, na saúde, na educação, na (reduzidas produtividade e competitividade da) economia, na segurança (ou seja, na criminalidade...) As situações escandalosas, os exemplos de fracasso, os casos de insucesso, os últimos lugares nas tabelas estatísticas sucedem-se. A nossa auto-estima está muito por baixo. A desmotivação, a depressão, são dominantes.
Nem tudo é sempre uma «apagada e vil tristeza»; é preciso igualmente pensar, dizer e agir pela positiva. Recusamos a «ditadura da negatividade»... e também recusamos a «ditadura da actualidade». À MAR não interessa, dentro do seu âmbito, apenas o que aconteceu no dia, na semana ou no mês anterior. Se for relevante para o seu objectivo, também nos interessa o que aconteceu há um, dez, cinquenta, cem anos atrás. Ou mais! Há histórias que devem ser reveladas; há outras que merecem ser recordadas. E os casos de sucesso «em português», de hoje e de ontem, são muitos e não são difíceis de encontrar; eles estão espalhados um pouco por todo o lado; encontramos com frequência referências a compatriotas, ou a irmãos no idioma, que se tornaram, em várias áreas, o «número um»... ou ficaram muito perto disso. Era pois necessária uma revista que reunisse, que centralizasse, aprofundasse, e, logo, que valorizasse, todos esses casos, todas essas referências.
A MAR surge também como um meio, um contributo, para tentar estabelecer um equilíbrio no panorama da informação no - e sobre o - espaço dos países e dos povos de língua portuguesa; é um projecto plural. A MAR quer estar onde estiver um falante (ou leitor) de português, constituindo assim um factor de identificação, um elo de ligação, entre uma comunidade mundial que partilha uma língua e uma cultura. São muitas as possibilidades; a questão está em saber se queremos – porque de certeza que podemos – torná-las realidades. Para a MAR, a frase «a minha pátria é a língua portuguesa» não é uma figura de retórica: é um ideal que é real, em que acredita(re)mos e que vive(re)mos todos os dias.
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