quinta-feira, maio 09, 2013

Observação: Os 20 anos da TV Mais

Foi só na semana passada, enquanto aguardava numa sala de espera de um consultório médico e, distraidamente, agarrei e folhei uma edição recente, que reparei e me recordei – e também estava indicado na capa – que em 2013 se assinalam os 20 anos do lançamento do primeiro número da revista TV Mais, onde me iniciei no jornalismo profissional…
… E em que fiz parte da equipa inicial do projecto, dirigida por João Aguiar, e naquele começámos a trabalhar ainda em 1992, numa redacção situada no Nº 202 da Avenida da Liberdade, em Lisboa. Um dos dois produtos resultantes do acordo entre o grupo suíço Edipress e os detentores do extinto O Jornal (o outro era a revista Visão, que também começou em 1993), a TV Mais começou por seguir, na fase inicial de preparação, um modelo mais «prestigiante» e menos «populista» do que aquele que viria a ser efectivamente adoptado, e que mais não fez do que ser acentuado durante as duas últimas décadas. Com efeito, tanto foram defraudadas as expectativas e as promessas iniciais que o saudoso autor de «A Voz dos Deuses» - e que viria a participar comigo, 15 anos depois, em «A República Nunca Existiu!» - saiu antes de ser lançado o primeiro número, ficando, à frente da publicação, José Rocha Vieira, de quem não guardo agradáveis memórias e por causa de quem saí ao fim de cerca de um ano. 
Pelo que li da ficha técnica, apenas duas pessoas restam daquela equipa inicial: Carlos Maciel, actualmente director-adjunto, e Moema Silva, uma das colaboradoras. Uma equipa que integrava ainda, e entre outros: Manuel Giraldes, a quem devo a entrada na revista; Moutinho Pereira, que, tal como João Aguiar, se iniciou no jornalismo em Angola, onde aliás se conheceram; Carlos Madeira, que viria a fundar, e ainda dirige, a revista Super Interessante; Armando Castela, que eu viria a reencontrar na Vida Ribatejana quando se tornou director daquele jornal de Vila Franca de Xira e me possibilitou tornar um «colunista ocasional» daquele; Nuno Sena, que viria a tornar-se um dos fundadores e dinamizadores dos festivais de cinema DocLisboa e IndieLisboa; Ana Oliveira e Ana Paula Homem, actualmente editoras da revista Caras; Daniel Adrião, que, como muitos outros, tem andado entre o jornalismo e a política – candidato à liderança da Juventude Socialista e à presidência da Câmara Municipal de Alcobaça (foi vereador nesta), assessor do secretário de Estado das Obras Públicas Paulo Campos, administrador da Fundação para as Comunicações Móveis.
Folheando a TV Mais em 2013, não tenho vontade de – e não vou – dar-lhe os parabéns. E não é por ela privilegiar, como tantas outras publicações do género, a coscuvilhice e a superficialidade; é por utilizar, como as restantes unidades do grupo Impresa, o abjecto «aborto pornortográfico». Na semana passada, depois de umas quantas páginas recheadas de «atores» e de «atrizes», não aguentei mais e larguei-a. Até uma ténue nostalgia o AO90 consegue conspurcar.   

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