segunda-feira, outubro 30, 2006

Opções: «Grandes Portugueses»

Hoje, 30 de Outubro, decidi participar na iniciativa «Grandes Portugueses», promovida pela RTP. Pelo que enviei um SMS com o nome da figura histórica que, na minha opinião, foi – pode ter sido – o maior (o melhor?) português de todos os tempos: Afonso de Albuquerque.
Primeiro que tudo, há um inegável factor de proximidade: aquele Vice-Rei da Índia nasceu praticamente no mesmo sítio onde eu vivo desde que nasci: o actual concelho de Vila Franca de Xira, mais concretamente em Alhandra. Porém, mais importante do que isso é o facto de Afonso de Albuquerque ter verdadeiramente corporizado o período, o momento da História em que Portugal foi efectivamente mais... grande – em terras e mares sobre os quais exerceu o seu poder – e mais forte. Sob o comando daquele nosso compatriota, meu conterrâneo, o nosso país alcançou o máximo de dimensão... e de coragem.
Actualmente, o seu perfil e o seu percurso estão algo esquecidos da memória colectiva dos portugueses – provavelmente porque ele é, sem dúvida, o símbolo supremo do nosso passado colonial, imperial, e, logo, «politicamente (e historicamente?) incorrecto». No entanto, talvez no próximo ano possam existir pretextos para o «redescobrimento» de Afonso de Albuquerque. Na verdade, em 2007 assinalam-se: os 500 anos (foi em 1507...) do início da sua vitoriosa campanha militar na Ásia – e da construção da Fortaleza de Ormuz; e os 450 anos (foi em 1557...) da publicação, pelo filho Brás de Albuquerque, dos «Comentários de Afonso de Albuquerque». Por isso, aguardem...

quinta-feira, outubro 19, 2006

Obrigado: Aos que compareceram hoje

Exprimo aqui o meu agradecimento a todos aqueles que compareceram hoje ao colóquio «Arcádia Lusitana – 250 Anos», bem como à inauguração da respectiva exposição bibliográfica, realizado na Biblioteca Nacional, em Lisboa. Digo um «muito obrigado» muito especial a Vanda Anastácio, Miguel Real, Maria Luísa Malaquias Urbano, Duarte Ivo Cruz e Maria de Lourdes Ferraz por nos terem dado a honra da sua presença e o valor das suas intervenções. E uma saudação especial à BN, nomeadamente nas pessoas de Jorge Couto e de António Braz de Oliveira, por ter aceite a minha ideia e concordado em co-organizar esta iniciativa. Espero que nos encontremos todos novamente a 9 de Novembro, no mesmo local, para o colóquio «Cinco Livros de 1756». Até lá!

quinta-feira, outubro 12, 2006

Oráculo: Dois novos nomes para os dois colóquios

Tanto no colóquio «Arcádia Lusitana – 250 Anos», a realizar de hoje a uma semana, 19 de Outubro, como no colóquio «Cinco Livros de 1756», a realizar a 9 de Novembro, ambos na Biblioteca Nacional, foi necessário proceder à substituição de um dos oradores. Assim, no primeiro, em vez de Fernando Pinto do Amaral estará presente Maria de Lourdes Ferraz; e, no segundo, em vez de Vasco Graça Moura estará presente Viriato Soromenho Marques.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Obras: "Fazer amor com a República"

Vou fazer amor com a República;
vou fazê-lo muito, muito e bem!
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
será a nossa divisa na cama também!

Foram tantos os que receberam os teus favores,
quase todos velhos senis, decrépitos e impotentes.
Eles usaram e abusaram da tua ingenuidade;
violaram-te até te corromperem completamente.

A anarquia foi uma doença que te estuprou;
os golpes de Estado foram os males que te desfloraram.
Ditadores civis e militares saltaram para cima de ti;
as tuas carnes roliças lamberam, morderam e apalparam.

Empunhando a tua bandeira, dar-te-ei orgasmos
que serão manifestações populares de alegria.
Quando se está em cima de uma mulher como tu
quem é que precisa mesmo da Monarquia?


Poema (Nº 90) escrito em 1983 e incluído no meu livro «Alma Portuguesa».

domingo, outubro 01, 2006

Orientação: «Simetria Sonora» já está «no ar»

A partir de hoje, 1 de Outubro de 2006, Dia Mundial da Música, está acessível no sítio da Simetria o espaço do projecto «Simetria Sonora».
Proposto por mim a esta associação portuguesa de ficção científica e fantástico, da qual eu sou associado, a «Simetria Sonora» consiste fundamentalmente numa base de dados, numa lista de discos de artistas portugueses (alguns) e estrangeiros (principalmente) – para começar estão 100 - que se inserem no que poderíamos designar de música popular contemporânea de expressão – ou de influência – anglo-americana. Porém, o que distingue as obras nela indicadas é o facto de os seus temas (na sua totalidade, maioria ou até numa minoria significativa e preponderante), os sons, as suas letras, a ideia-chave ou o conceito principal – incluindo gráfico e audiovisual (capa, livrete, vídeos) – os colocarem num «género» que poderíamos designar de... ficção científica e fantástico; e que pode incluir, além de futurologias diversas e de revisionismos históricos variados, o bizarro, a fantasia, o terror, o horror... Ou nem tanto: estados alterados, sonhos e pesadelos, realidades alternativas ao estilo «Quinta Dimensão» («Twilight Zone»).
A «Simetria Sonora» estará sujeita a um processo de actualização permanente, coordenado por mim, e tal como haverá «entradas» também poderá haver «saídas» - se entretanto se concluir que afinal não se justifica que determinada obra se mantenha na lista. Para ambos os casos a Simetria conta com o contributo, com a participação de todos. Por isso, enviem as vossas propostas, informações, pensamentos e outras sugestões sobre este assunto para o endereço de correio electrónico indicado naquele espaço.

Ordenação: 20 discos...

... Inesquecíveis. Que me impressiona(ra)m. Que me marca(ra)m. Que me influencia(ra)m. Que constituíram, ou ainda constituem, de certa forma, e pelo menos em relação a determinadas fases da minha vida, a minha «banda sonora». São eles:
«The Doors» (1967), Doors; «Hunky Dory» (1971), David Bowie; «Coisas Do Arco Da Velha» (1976), Banda Do Casaco; «News Of The World» (1977), Queen; «Rumours» (1977), Fleetwood Mac; «Jazz» (1978), Queen; «Closer» (1980), Joy Division; «Remain In Light» (1980), Talking Heads; «Black Sea» (1980), XTC; «Juju» (1981), Siouxsie & The Banshees; «Ser Solidário» (1982), José Mário Branco; «Frontiers» (1983), Journey; «Purple Rain» (1984), Prince; «17» (1984), Chicago; «Around The World In A Day» (1985), Prince; «Os Dias Da Madredeus» (1987), Madredeus; «1987» (1987), Whitesnake; «Sign O’ The Times» (1987), Prince; «Coming Up» (1996), Suede; «Mechanical Animals» (1998), Marilyn Manson.
Hoje, 1 de Outubro de 2006, celebra-se o Dia Mundial da Música.

sábado, setembro 30, 2006

Outros: «OND» na Revista Macau

A edição Nº 4, IV Série, de Setembro de 2006, da Revista Macau (propriedade do Gabinete de Comunicação Social da Região Administrativa Especial de Macau), inclui, na página 125, o seguinte comentário (ilustrado com a respectiva imagem de capa) ao livro «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP: Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas», escrito por mim e por Luís Ferreira Lopes: «Comprometidos com os valores da lusofonia, os autores analisam o conhecimento da génese e da evolução do projecto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que este ano comemora o décimo aniversário. Alguns dos capítulos são “Celebrar a Lusofonia”, “Comunidade Lusófona: para que te quero?”, “Herdeiros de Camões: alguns factos e tendências recentes das culturas lusófonas” e “Timor, daqui Portugal!”»

terça-feira, setembro 19, 2006

Oráculo: 5 nomes para 19 de Outubro

O primeiro dos dois colóquios/exposições cuja realização eu propus à Biblioteca Nacional também já tem o alinhamento de oradores praticamente definido. Intitulado «Arcádia Lusitana – 250 Anos», está marcado para o próximo dia 19 de Outubro e contará com as presenças de Duarte Ivo Cruz, Fernando Pinto do Amaral, Maria Luísa Malaquias Urbano, Miguel Real (que também participará no de 9 de Novembro) e Vanda Anastácio. A exposição bibliográfica que acompanhará este colóquio será inaugurada no mesmo dia e prolongar-se-á até 28 de Outubro. Quanto à exposição relativa ao segundo colóquio, «Cinco Livros de 1756», inicia-se a 2 de Novembro e encerra a 25 do mesmo mês.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Outros: Duas referências estrangeiras

As pesquisas regulares que eu faço no Google proporcionam ocasionalmente algumas pequenas surpresas interessantes. A mais recente dessas buscas fizeram-me descobrir duas referências inesperadas a obras minhas em sítios estrangeiros. Assim, «Visões», em áudio-livro, faz parte do catálogo desta empresa alemã (ver a página 8, no lado direito, do documento em formato pdf). Por sua vez, «Os Novos Descobrimentos», que eu escrevi com Luís Ferreira Lopes, faz parte do catálogo desta empresa norte-americana.

quinta-feira, agosto 31, 2006

Olhos e Orelhas: Segundo quadrimestre de 2006

A literatura: «O Uruguai», José Basílio da Gama; «(Sub)Realidades», Pedro Lúcio; «O Sol Naquele Dia ou A Árvore de Zeus», S. Franclim; «Roma Eterna», Robert Silverberg; «O Anjo de Pasqual» («A Invenção de Leonardo»), Paul McAuley; «O Último Cabalista de Lisboa», Richard Zimler; «O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa» e «A Voz da Terra», Miguel Real.
A música: «Renegade», Thin Lizzy; «Mummer», XTC; «Tusk», Fleetwood Mac; «Outside», David Bowie; «Parallel Lines» e «Eat To The Beat», Blondie; «Os Homens Não Se Querem Bonitos» e «Psicopátria», GNR; «Parachutes» e «A Rush Of Blood To The Head», Coldplay; «Mind, Body & Soul», Joss Stone; «Medúlla», Bjork; «Floribella», Luciana Abreu, e outros; «Sabbath Bloody Sabbath», Black Sabbath; «Miserere, Lamentations, Stabat Mater», João Rodrigues Esteves (pelo Ensemble Européen dirigido por Graham O’Reilly).
O cinema: «Pollock», Ed Harris; «Rio Mystic», Clint Eastwood; «Fintar O Destino», Fernando Vendrell; «Cabine Telefónica», Joel Schumacher; «Caçador de Sonhos», Lawrence Kasdan; «Adriana», Margarida Gil; «O Dragão de Fumo», José Carlos Oliveira; «X-Men: O Confronto Final», Brett Ratner; «Starship Troopers 2: Herói da Federação», Phil Tippett; «A Supremacia de Bourne», Paul Greengrass; «Era uma Vez no México», Robert Rodriguez; «S. W. A. T.», Clark Johnson; «Delicatessen», Jean Pierre Jeunet e Marc Caro; «História de Tubarões», Vicky Jenson, Bibo Bergeron e Rob Letterman; «Espectáculo Cinematográfico de Horror Rocky», James Sherman; «Medo Primário», Gregory Hoblit.
E ainda...: «1755: O Grande Terramoto», Miguel Real e Filomena Oliveira, Teatro da Trindade, Lisboa; Zoomarine, Algarve.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Outros: «OND» na Exame

A edição Nº 269, Setembro de 2006, da revista Exame, inclui, na página 123 (rubrica Livros), o seguinte comentário ao livro - sob a imagem da respectiva capa - «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP: Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas», escrito por mim e por Luís Ferreira Lopes: «Novo Império: os autores fazem do que foi o império colonial o motor da viagem ao universo da lusofonia, estratégico para o futuro de Portugal.»

domingo, agosto 13, 2006

Outros: «Carta» (agora «aberta») a MRS...

... Enviada hoje para asescolhasdemarcelo@rtp.pt

Caro Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa:
A emissão de hoje (domingo, 13 de Agosto) do seu programa «As Escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa», emitido na RTP, foi a terceira consecutiva em que aguardei que o senhor corrigisse um erro que cometeu na emissão de 23 de Julho. Infelizmente, e mais uma vez, tal não aconteceu.
Naquela data um dos temas que o senhor abordou foi o décimo aniversário da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, que se assinalou no passado dia 17 de Julho – nomeadamente, com uma cimeira de chefes de Estado e de Governo na Guiné-Bissau. Então, e após fazer um balanço da actividade da organização nestes últimos dez anos, apontando os pontos positivos e os negativos, o senhor disse mais ou menos o seguinte: que em Portugal ninguém se havia lembrado da efeméride, que no nosso país nada havia sido feito para evocar o acontecimento.
Ora, tal não corresponde à verdade.
Sou um dos dois autores – o outro é o meu amigo e também jornalista Luís Ferreira Lopes – de um livro intitulado «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP: Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas». Com prefácio de José Manuel Durão Barroso e editado pela Almedina com apoio do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o nosso livro foi apresentado na livraria daquela editora no Atrium Saldanha no passado dia 17 de Julho – exactamente, foi propositado, para coincidir com o décimo aniversário da CPLP. Na mesa estavam - além de, obviamente, nós, os autores – Adriano Moreira, Carlos Pinto Coelho, Manuel Ennes Ferreira e Nicolau Santos – que, mais do que comentarem o nosso trabalho, debateram a importância da criação e da acção daquela Comunidade na passada década.
Estas informações não deveriam constituir novidade para si: além de umas estarem constantes, claro, no livro, outras podiam ser confirmadas no convite que, juntamente com um exemplar da nossa obra, lhe foi enviado pela Almedina logo a 24 ou a 25 de Julho – para o senhor poder confirmar, precisamente, a inexactidão da sua afirmação, e fazer menção disso mesmo no seu programa. A questão que se deve colocar agora é se essa menção alguma vez será feita...
... Porque, sinceramente, penso que temos direito a ela. À partida, não contaríamos que o senhor se referisse ao nosso livro no seu programa – afinal, sabemos e compreendemos que são muitas as solicitações que o senhor recebe e que são poucos os livros que o senhor pode mostrar no pouco tempo de que dispõe. Porém, o nosso «caso», espero que concorde, tornou-se em algo mais do que uma mera «sugestão de leitura»: trata-se de repor a verdade sobre um determinado – e importante - assunto junto dos (muitos) telespectadores que semanalmente assistem ao seu programa.
Aliás, e voltando à emissão de hoje, e comentando uma decisão de Aníbal Cavaco Silva – a promulgação da chamada Lei da Paridade – que não decorreu como previa, o senhor disse: «Eu enganei-me. E gosto de dizer quando me engano.» Não quero acreditar que tal atitude se aplique apenas quando estão em causa o Presidente da República, outros políticos ou individualidades de... maior notoriedade.
Os meus cumprimentos,
Octávio dos Santos

Esta mensagem foi depois reencaminhada para o Provedor do Telespectador da RTP.

sábado, julho 29, 2006

Outros: «OND» no Expresso

Hoje, 29 de Julho de 2006, na edição Nº 1761 do Expresso, mais concretamente na sua rubrica «Cem por Cento» inserida no suplemento de economia (página 2) daquele jornal, Nicolau Santos faz uma referência ao livro «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP: Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas», escrito por mim e por Luís Ferreira Lopes e editado este mês pela Almedina.
No seu (pequeno) artigo «Dez anos de CPLP», o jornalista e director-adjunto daquele semanário – que conheci pessoalmente aquando da sessão de apresentação do livro, que decorreu, recorde-se, no passado dia 17 na Livraria Almedina do Atrium Saldanha em Lisboa, e em cuja mesa estiveram, além dele e dos autores, Adriano Moreira, Manuel Ennes Ferreira e Carlos Pinto Coelho – escreve, entre outras, as seguintes considerações: «A Comunidade de Países de Língua Portuguesa cumpriu dez anos de existência, com uma cimeira na Guiné-Bissau. (...) Em Portugal, a data só foi assinalada pelo lançamento do livro "Os Novos Descobrimentos", de que é co-autor o jornalista da SIC, Luís Lopes. (...) A CPLP é uma excelente ideia, que já teve algumas vitórias (...) mas está muito aquém de realizar todo o seu potencial. (...) Temos a obrigação e o dever de ser o grande motor de afirmação da CPLP, porque esse é um vector fundamental da estratégia de afirmação de Portugal no século XXI.»
Note-se que Nicolau Santos terá feito uma referência ao nosso livro a 21 de Julho, no programa «O Expresso da Meia Noite», emitido na SIC Notícias.

sábado, julho 22, 2006

Oráculo: 5 nomes para 9 de Novembro

Dos dois colóquios/exposições cuja realização neste ano eu propus à Biblioteca Nacional (que aceitou), um já tem o alinhamento de oradores praticamente definido: é o de 9 de Novembro, o segundo a ter lugar no grande edifício do Campo Grande, e que tem como título/tema «Livros de 1756».
Felizmente, todos as cinco personalidades que eu sugeri para esta iniciativa aceitaram o convite da BN. Vasco Graça Moura, Jorge P. Pires, Miguel Real, Faustino Cordeiro e António de Araújo irão falar, principal e respectivamente, de Voltaire, Francisco Xavier de Oliveira, Gabriel Malagrida, António Ribeiro Sanches e Immanuel Kant. Vasco Graça Moura traduziu o «Poema sobre o Desastre de Lisboa» (Alêtheia); Jorge P. Pires também traduziu aquela obra do grande filósofo francês e ainda o «Discurso Patético» do Cavaleiro (Frenesi); Miguel Real e Faustino Cordeiro dedicaram muito tempo à investigação das vidas, obras e épocas, respectivamente, do padre italiano e do médico português – de que resultou, nomeadamente, para o primeiro, o romance «A Voz da Terra» (QuidNovi), e, para o segundo, duas colectâneas de textos inéditos do cientista natural de Penamacor (edição da respectiva Câmara Municipal); e António de Araújo foi o organizador do livro «Escritos Sobre o Terramoto de Lisboa» do grande filósofo alemão, editado no ano passado pela Almedina.
Em relação à outra (e primeira – será a 19 de Outubro) iniciativa, «250 Anos da Arcádia Lusitana», continua-se a fazer contactos e convites. Espero apresentar em breve os nomes dos respectivos oradores.

segunda-feira, julho 17, 2006

Obrigado: Aos que compareceram hoje

Exprimo aqui o nosso agradecimento – meu e de Luís Ferreira Lopes – a todos aqueles - familiares, amigos, colegas, conhecidos - que compareceram hoje na sessão de apresentação do nosso livro «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP: Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas», realizada na Livraria Almedina, no Atrium Saldanha, em Lisboa. Dizemos um «muito obrigado» muito especial a Adriano Moreira, Manuel Ennes Ferreira, Carlos Pinto Coelho e Nicolau Santos por nos terem dado a honra da sua presença e o valor das suas intervenções. E uma saudação especial à SIC por ter emitido, no final do seu Jornal da Noite de hoje, uma reportagem sobre a sessão de apresentação do nosso livro e o décimo aniversário da fundação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

sexta-feira, junho 30, 2006

Oráculo: «Os Novos Descobrimentos» é apresentado a 17 de Julho

É no próximo dia 17 de Julho – data em que se assinala também o décimo aniversário da fundação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – que se realiza, a partir das 17.30 horas e na Livraria Almedina do centro comercial Atrium Saldanha, em Lisboa, a sessão de apresentação do livro - escrito por mim e por Luís Ferreira Lopes - «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP: Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas».
O Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros apoiou a edição, pela Almedina, deste livro – cujo prefácio foi escrito por José Manuel Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia, ex-primeiro ministro, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-secretário de Estado da Cooperação de Portugal. O também ex-presidente do Partido Social Democrata não estará presente na sessão de apresentação; porém, estarão presentes os professores Adriano Moreira e Manuel Ennes Ferreira e os jornalistas Carlos Pinto Coelho e Nicolau Santos.

sábado, junho 10, 2006

Oráculo: Celebrar 1756 em 2006

A Biblioteca Nacional de Lisboa vai realizar, no próximo Outono, duas iniciativas (colóquios/exposições) que eu propus à sua direcção no final do ano passado – primeiro a Diogo Pires Aurélio, depois a Jorge Couto – e que podem ser relacionadas com a evocação do Portugal do século XVIII, e em especial com o Terramoto de 1755. São elas: «250 Anos da Arcádia Lusitana», a 19 de Outubro; e «Livros de 1756», a 9 de Novembro. Ambas as datas são, por enquanto, provisórias.
A segunda iniciativa terá como objectivos recordar livros fundamentais publicados há 250 anos, enunciar e analisar os seus significados e impactos na época em que foram publicados, e avaliar a sua relevância na actualidade. São eles: «Discurso Patético», de Francisco Xavier de Oliveira; «Tratado da Conservação da Saúde dos Povos», de António Ribeiro Sanches; «Juízo da Verdadeira Causa do Terramoto», de Gabriel Malagrida; e «Poema sobre o Desastre de Lisboa», de Voltaire. Serão ainda abordados os «Escritos sobre o Terramoto de Lisboa», de Immnuel Kant – escritos esses publicados originalmente em jornais alemães também em 1756 e só posteriormente reunidos em livro.
Os mesmos objectivos podem ser aplicados à primeira iniciativa, embora nesta estejam principalmente em destaque, antes dos livros, os seus autores – mais especificamente, uma associação de poetas. Trata-se de assinalar, um quarto de milénio depois, a fundação de uma instituição que viria a influenciar decisivamente, não só a literatura, mas também toda a cultura em Portugal, tanto na sua primeira «encarnação» - que incluiu nomes como Pedro Correia Garção, Domingos dos Reis Quita, António da Cruz e Silva – como na segunda – Manuel Barbosa du Bocage, Domingos Caldas Barbosa, José Agostinho de Macedo.
Estas duas iniciativas poderão constituir igualmente o pretexto para a organização, paralela e/ou posterior, de outros eventos, artísticos e não só, relativos aos factos e às figuras nacionais daquela época.

quinta-feira, maio 25, 2006

Outros: SbH - e «Visões» - na Feira do Livro

Hoje, 25 de Maio de 2006, abriu ao público, no Parque Eduardo VIII, a 76ª Feira do Livro de Lisboa, que se prolonga até 13 de Junho. A Solutions by Heart está presente neste certame através de um expositor colocado no pavilhão das pequenas editoras, e nesse expositor está o meu áudio-livro «Visões», juntamente com as duas outras obras já editadas pela SbH: (os dois volumes de) «Contos», de Hans Christian Andersen, e «O Islão segundo um Ocidental», de S. Franclim.
Deste autor, pseudónimo do meu amigo Sérgio Sousa Rodrigues, estão também disponíveis outros livros em pavilhões de outras editoras: «O Alfarrabista que mandou falsificar Os Lusíadas», na Prefácio; e «Os Dois Corvos de Odin» e «O Sol Naquele Dia ou A Árvore de Zeus», na Zéfiro/Tribuna da História. Outros amigos escritores com obras à venda na Feira do Livro 2006 incluem: António de Macedo, com «As Furtivas Pegadas da Serpente», na Caminho, e «Esoterismo da Bíblia», na Ésquilo; Cristina Flora, com «A Saudade do Rei», na Minerva, e «A Inconstância dos teus Caprichos», na Presença; e Luís Sequeira, com «Quatro Andamentos», na Caminho.

quarta-feira, maio 24, 2006

Ocorrência: Livros salvados

Hoje, 24 de Maio de 2006, abriu ao público, na Biblioteca Nacional, em Lisboa, a Exposição da Campanha Salve um Livro II (que se prolonga até 28 de Julho), que reúne e mostra obras antigas que foram objecto de trabalhos de conservação e de restauro. Eu estive presente... na qualidade de (um dos) mecenas desta campanha.
Foi há mais de dois anos, a 14 de Maio de 2004, que me desloquei à BN para entregar um cheque no valor de 285 euros «para pagar a intervenção de conservação e restauro da obra Nº 7 ao abrigo da campanha “Salve um Livro”.» Essa intervenção incluiu: a «realização de (nova) encadernação em pele» – porque a anterior, «embora esteja em bom estado de conservação, descaracteriza a obra» por ter sido feita «com materiais de má qualidade e cujo estilo não é contemporâneo da obra em questão»; o «tratamento integral do corpo do livro» - porque este apresenta(va) «sujidade superficial depositada, foxing, intervenções anteriores de restauro e orifícios provocados pela acção dos insectos»; o «acondicionamento em caixa de cartão isento de acidez»; e a execução de um microfilme.
E qual é a «obra Nº 7» da lista de quase uma centena desta (segunda) campanha «Salve um Livro» (a primeira foi em 1994)? É «O Uruguai», de José Basílio da Gama, cuja primeira edição – a do exemplar que foi restaurado – é de 1769. A importância deste livro e do seu autor pode melhor ser aferida através da leitura das citações que se seguem, apenas duas das que recolhi e transcrevi durante as pesquisas que efectuei para escrever o meu livro «Espíritos das Luzes». António José Saraiva e Óscar Lopes afirmam que «o primeiro poema heróico em que se encarecem as populações nativas do Brasil e em que a sua paisagem perpassa, embora muito palidamente, é o “Uruguai” de Basílio da Gama, nascido em Minas Gerais, educado pelos jesuítas, homem culto e viajado, que, apesar das suspeitas resultantes do seu noviciado na Companhia de Jesus, soube conciliar o favor do Marquês de Pombal e nobilitar-se. O poema tem como assunto principal a campanha do governador Gomes Freire de Andrade contra certas tribos ameríndias que o Tratado de Madrid de 1750 incluiu dentro do território colonial português, mas nas quais os missionários jesuítas haviam fortificado as aspirações autonomistas. Basílio da Gama preenche cinco pequenos cantos de verso decassilábico branco sem recorrer aos artifícios da mitologia clássica, utilizando o árido desenrolar histórico da campanha militar como enquadramento de um romance ameríndio, em que se salienta o pundonor dos chefes guerreiros, a tragédia de amor da jovem Lindóia, a caricatura de um factótum dos jesuítas e, finalmente, uma visão dantesca das maquinações em prol do império universal que atribui à Companhia de Jesus. É significativo o contraste entre o convencionalismo com que Basílio da Gama retrata os militares portugueses e a desenvoltura do romance ameríndio, e deve notar-se a justeza, conquanto esmaecida, da cor local. O “Uruguai” não fica mal ao lado do “Camões” de Garrett, o primeiro poema geralmente tido como romântico na nossa literatura, e que visivelmente influenciou; contribuiu, mais do que qualquer outra obra setecentista, para uma autonomia temática da literatura brasileira. (SARAIVA, António José, LOPES, Óscar, «O Século das Luzes», em História da Literatura Portuguesa, Porto, Porto Editora, 1979 (11ª edição), pp. 680-681).
Vinte anos mais tarde, Jorge Henrique Bastos, depois de referir – e repetir – as características da obra e as circunstâncias em que ela surgiu, realçará o facto de o poema - «considerado um dos principais marcos fundadores da nacionalidade literária brasileira» - ter sido publicado «no ano em que Pombal recebera o título de Marquês, e teve um tão intenso impacto sobre ele que mesmo (as pinturas d)o tecto do palácio de Pombal, em Oeiras, parece ter sido inspirado em passagens do poema.» (BASTOS, Jorge Henrique, «O Marquês e o Rei», em Expresso, Lisboa, 1999/8/14, pp. 69-73 (Revista)).

sexta-feira, maio 05, 2006

Opinião: Não (n)os esqueceremos

Não. Não nos esqueceremos. Não os esqueceremos. Mas... como poderíamos? Como poderemos esquecer que pessoas que amámos desapareceram, da maneira mais cruel e injusta?
Eles não mereciam isto.
Morreram antes de experimentarem tantas emoções, tantas sensações que a vida pode, e deve, oferecer. Quantos sonhos ficaram por realizar? Muitos, muitos, muitos.
Saber que eles ficaram ali, esmagados, mutilados, crucificados, entre os ferros da carruagem da morte, é ainda difícil de acreditar. Ter-se-ão eles apercebido do que ia acontecer? Será que eles sofreram muito? Que dor, que agonia!
Nós, os que ficámos, também sentimos a dor e a agonia. Poderia ter sido connosco em vez de com eles.
Já se passou um mês, mas o sofrimento persiste. E daqui a um, cinco, dez, muitos anos, continuaremos a sofrer.
Que posso eu fazer? Poucos dias antes da tragédia, eu e o Chico, meu grande, meu querido amigo, tínhamos conversado longamente, sobre as nossas vidas, as nossas experiências, sobre aquilo que gostaríamos de fazer. A sua imagem e a sua voz ficaram marcadas em mim para sempre. Digam-me: que posso eu fazer? Que podem fazer os pais, os irmãos, os parentes, os amigos?
Enterrar os mortos e cuidar dos vivos? Está feito.
Nestas ocasiões, nunca faltam as condolências, os sentimentos de pesar, o luto oficial, os gestos de solidariedade, as tomadas de posição, os pedidos de esclarecimento, as exigências. No entanto, tudo isto não os trará de volta. Nada se pode fazer pelos que morrem.
Os inquéritos da CP também não os farão regressar. Os administradores, os gestores, os responsáveis, estão demasiado ocupados em conseguir o equilíbrio financeiro da empresa. Para eles, o acidente não passou de um pequeno contratempo. Vai ser necessário que sintam na carne horrores como este para se decidirem a fazer alguma coisa pelos que – por enquanto – estão vivos.
Entretanto, continuamos a correr riscos diariamente.
Quando é que a vida deixará de ser uma eterna fuga à morte? Quando?

Hoje, 5 de Maio de 2006, passam 20 anos sobre o grande acidente ferroviário da Póvoa de Santa Iria. Onde, entre os mortos, estavam amigos meus. Onde, entre os feridos, estavam amigos meus. Onde, entre os assustados, estavam amigos meus. Não me esqueci. Não os esqueci.

Artigo publicado no jornal Notícias de Alverca, Nº 17, 1986/6.