Ao lado do bairro onde resido existiu, até 2002, uma das mais importantes – porque das mais antigas e das que mais pessoas empregou - empresas do concelho: a Pentealã, ou Empresa Nacional de Penteação de Lãs de Alhandra, ou, como era mais conhecida, a Fábrica da Figueira.
Com o passar do tempo vieram as dificuldades financeiras e a falência. O espaço foi vendido e todos os edifícios derrubados, juntamente com algumas árvores centenárias e uma alta chaminé onde cegonhas faziam ninhos. Objectivo dos novos proprietários: a construção de... armazéns com escritórios.
Porém, nesta vasta área não existem (no momento em que escrevo) armazéns com escritórios mas sim muito entulho e muita vegetação; tanta que receei consequências graves quando detectei, num dia do último Verão, um foco de incêndio do qual logo avisei os bombeiros. É de supor que burocracias e a crise económica – afinal, este é um segmento de mercado onde, também neste concelho, a oferta é elevada - têm atrasado o início das obras.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira não deveria ter autorizado a destruição da fábrica. Ela era um património importante que merecia ser preservado e reconvertido. Durante as férias visitei a Fábrica do Inglês, em Silves, lembrei-me da Fábrica da Pólvora, em Oeiras, e imaginei o que a Fábrica da Figueira podia ter sido: um local para a cultura, o trabalho e o lazer; um legado modernizado.
Uma futilidade, claro: nesta terra nem os sonhos feitos de tijolos têm, por isso, mais hipóteses de se tornarem realidade.
Artigo publicado no jornal Notícias de Alverca, Nº 213, 2005/10.
Com o passar do tempo vieram as dificuldades financeiras e a falência. O espaço foi vendido e todos os edifícios derrubados, juntamente com algumas árvores centenárias e uma alta chaminé onde cegonhas faziam ninhos. Objectivo dos novos proprietários: a construção de... armazéns com escritórios.
Porém, nesta vasta área não existem (no momento em que escrevo) armazéns com escritórios mas sim muito entulho e muita vegetação; tanta que receei consequências graves quando detectei, num dia do último Verão, um foco de incêndio do qual logo avisei os bombeiros. É de supor que burocracias e a crise económica – afinal, este é um segmento de mercado onde, também neste concelho, a oferta é elevada - têm atrasado o início das obras.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira não deveria ter autorizado a destruição da fábrica. Ela era um património importante que merecia ser preservado e reconvertido. Durante as férias visitei a Fábrica do Inglês, em Silves, lembrei-me da Fábrica da Pólvora, em Oeiras, e imaginei o que a Fábrica da Figueira podia ter sido: um local para a cultura, o trabalho e o lazer; um legado modernizado.
Uma futilidade, claro: nesta terra nem os sonhos feitos de tijolos têm, por isso, mais hipóteses de se tornarem realidade.
Artigo publicado no jornal Notícias de Alverca, Nº 213, 2005/10.
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