Não é a
primeira nem, certamente, será a última empresa portuguesa a lançar no mercado
nacional, e, logo, principalmente, preferencialmente, para os consumidores
portugueses, um produto ou um serviço com uma designação em inglês. Porém, a
Porto Editora não é, neste âmbito, uma empresa qualquer, e não só por se ter
especializado em dicionários e em manuais escolares: é «apenas» a entidade
privada que mais tem preconizado, no nosso país, a aplicação do malfadado
«acordo ortográfico de 1990»…
… Pelo que não
pode deixar de ser considerado incongruente, e até ridículo, que uma das suas
mais recentes iniciativas editoriais tenha sido denominada como… «Book Gift»!
Sim, tanto «amor» pela língua portuguesa, tanto «empenho» na sua defesa, tanto
«esforço» na sua valorização… e «uniformização»! Há, pois, motivos para esperar
que, se voltarem a dar um tom anglófono a um próximo lançamento, não hesitarão
em utilizar palavras com «ph» e consoantes repetidas, que só em português são
«arcaicas»… Por exemplo, «Reading Support»; ou «Philosophy Essentials»; ou,
emulando a SIC e a TVI, cujos espaços para as crianças são, respectivamente,
SIC K e K Kanal (mais um «k» e estariam a envergar capuzes brancos), uma
colecção para os mais novos intitulada «Kids Colection»… porque, enfim, «coletion»
não ficaria bem, não é verdade?
Como com
qualquer livro ostentando o símbolo da Porto Editora, estas «Book Gift(s)» são,
se possível, de evitar, de boicotar, não comprar. Nem dadas! (Também no Esquinas (134). Referência no sítio da ILCAO.)
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