Não é o único do país em que tal acontece, mas o concelho de Vila Franca de Xira é marcado por um paradoxo: dispõe de diversas vias de comunicação que o atravessam mas que acabam por ser, também, autênticas barreiras. A A1, a EN 10 e a Linha (ferroviária) do Norte, apesar dos benefícios, óbvios, em acessibilidade e mobilidade que proporcionam, têm constituído igualmente sérios constrangimentos à organização e gestão do território.
Porém, existem outras barreiras, mais recentes, que se têm revelado, literalmente, verdadeiras paredes que impedem, indirecta ou mesmo directamente, o aumento da qualidade de vida deste município: os sucessivos - e excessivos - empreendimentos urbanísticos, promovidos invariavelmente pela mesma entidade com a conivência dos órgãos autárquicos, e dos quais tem resultado, basicamente, o congestionamento do seu espaço e a destruição da sua fisionomia.
Existe uma freguesia que, até agora, e felizmente, se tem mantido à margem deste pseudo-progresso: Alhandra. Tal deve-se em muito ao facto de ser a única a ficar situada «para lá» dos carris... e, também por isso, a única a poder desfrutar em pleno da mais importante, e ancestral, via de comunicação – e fronteira - desta região, e que é, em simultâneo, a sua maior marca de identidade: o Tejo. O que era uma desvantagem tornou-se uma vantagem. E, hoje, possibilitar à população deste concelho um completo contacto com o rio é, mais do que um grande desejo, o maior desafio que se coloca a uma política local digna desse nome.
Artigo publicado no jornal Notícias de Alverca, Nº 210, 2005/6.
Porém, existem outras barreiras, mais recentes, que se têm revelado, literalmente, verdadeiras paredes que impedem, indirecta ou mesmo directamente, o aumento da qualidade de vida deste município: os sucessivos - e excessivos - empreendimentos urbanísticos, promovidos invariavelmente pela mesma entidade com a conivência dos órgãos autárquicos, e dos quais tem resultado, basicamente, o congestionamento do seu espaço e a destruição da sua fisionomia.
Existe uma freguesia que, até agora, e felizmente, se tem mantido à margem deste pseudo-progresso: Alhandra. Tal deve-se em muito ao facto de ser a única a ficar situada «para lá» dos carris... e, também por isso, a única a poder desfrutar em pleno da mais importante, e ancestral, via de comunicação – e fronteira - desta região, e que é, em simultâneo, a sua maior marca de identidade: o Tejo. O que era uma desvantagem tornou-se uma vantagem. E, hoje, possibilitar à população deste concelho um completo contacto com o rio é, mais do que um grande desejo, o maior desafio que se coloca a uma política local digna desse nome.
Artigo publicado no jornal Notícias de Alverca, Nº 210, 2005/6.
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