As
eleições para o Parlamento Europeu realizam-se em Portugal no próximo dia 26 de
Junho. E o meu critério principal na decisão sobre quem votar (ou não) é este:
partido, coligação, concorrente(s) que use(m) o ilegal, inútil e ridículo
«acordo ortográfico de 1990» na sua comunicação não receberá o meu voto.
Se da
parte das forças políticas «velhas» - com excepção, curiosamente, da mais velha,
o Partido Comunista Português, que em 2018 tentou terminar no «para-lamento» nacional, sem sucesso, a aberração pseudo-ortográfica – não se perspectiva de
moto próprio a reposição da nomalidade e da dignidade na língua portuguesa, também
pouco ou nada há a esperar neste âmbito da parte das «novas». Efectivamente, entre
os projectos mais ou menos recentes que pretendem ganhar a confiança e a
escolha dos eleitores estão a Iniciativa Liberal, Nós Cidadãos e
Chega/Basta, que, apesar de apresentarem diversas apreciações e propostas
merecedoras de atenção e até de adesão, inutilizam na prática aquelas ao
expressarem-nas em sujeição ao AO90.
O «aborto
pornortográfico» nada tem de liberal ou de liberalizador, antes pelo contrário;
a sua concepção e a sua imposição constituiram um atentado às mais básicas noções
de cidadania; pelo que quem não disser – e escrever – com convicção «basta!»
e/ou «chega!» contra ele não tem autoridade moral para exprimir o mesmo em
relação a outras situações. Cada vez mais o meu (e de bastantes outros) «partido»
é a Iniciativa Legislativa de Cidadãos Contra o Acordo Ortográfico; na sua
designação as palavras «iniciativa», «cidadãos» e «contra» correspondem
verdadeiramente aos actos. (Também no MILhafre.)
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