Amanhã,
5 de Julho de 2017, está prevista a realização, em Lisboa, de uma manifestação
de oficiais do Exército nacional. Motivo? Protestar contra a exoneração de
cinco comandantes de unidade, anunciada no dia 1 por Rovisco Duarte, chefe do
Estado-Maior do Exército – uma decisão tomada na sequência do roubo, ocorrido
no final de Junho último, de armamento de guerra no paiol do Aeródromo Militar
de Tancos.
Lê-se
na mensagem de correio electrónico que serve de convocatória da iniciativa: «Estão
em causa valores e o bom nome de vários dos nossos camaradas, arrastados pela
lama por chefes militares que há muito já deveriam ter sido demitidos. (…) Os
princípios e valores que nortearam a Instituição Exército, e nos quais fomos
forjados, correm hoje sérios riscos, numa sociedade sem norte, à beira do
inaceitável, onde a indignidade, a desonestidade e a incompetência são ameaçadoras
moléstias em período de forte contágio. Ignorar sofrimentos, princípios de
generosidade e de solidariedade, de dignidade e de honra, não é um procedimento
certo!» Os manifestantes deverão concentrar-se a partir das 11.30 em frente ao
Monumento aos Mortos, perto da Torre de Belém, e depois seguir em marcha
silenciosa até ao Palácio de Belém. Aí, na residência oficial do Presidente da
República, que é o comandante supremo das Forças Armadas, os oficiais presentes
deverão depor simbolicamente as suas espadas.
Deixo,
mais do que uma sugestão, um apelo, não só aos militares que irão participar no
protesto mas também a todos os outros que, não podendo deslocar-se à capital, estarão
à distância e em espírito com os seus colegas: aproveitem a ocasião e, além das
espadas, deponham também a República! Sem utiizarem as armas, mas invocando a
força dessas mesmas armas. Comuniquem ao actual locatário do casarão
cor-de-rosa, e, através dele, a todos os que ocupam cargos de eleição e/ou de nomeação
política, que estão demitidos, removidos dos cargos, corridos das suas posições
de poder. Que o corrente regime acabou. Que se fará uma renovação, uma nova
revolução, a restauração da Monarquia, único regime legítimo em Portugal. Porque,
depois de décadas – mais de um século! – de irresponsabilidade e de corrupção,
com custos inúteis e inglórios de tantas vidas, é tempo de dizer «basta!»,
precisamente, porque estamos «numa sociedade sem norte, à beira do inaceitável,
onde a indignidade, a desonestidade e a incompetência são ameaçadoras moléstias
em período de forte contágio»…
…
Ameaçadoras moléstias, mais uma vez, que não são de agora, e que têm afectado
tanto a comunidade civil como a castrense. Nesta terceira república, como agora
se vê, militares são feitos bodes expiatórios - «carne para canhão» figurada –
de erros de que o actual governo, e os anteriores, são culpados. Na segunda
república, militares foram feitos «carne para canhão» literal numa guerra
colonial em África. Na primeira república, militares foram feitos «carne para
canhão» literal numa guerra mundial na Europa. Constantemente, consecutivamente,
usados e abusados por reles «estadistas» que desconhecem o que é a autêntica
ética, que fidelidade lhes devem os militares? Nenhuma…
… E,
deposta a República pela desautorização definitiva do cessante presidente da
mesma, que a seguir seja arriada, no Palácio de Belém, a infame bandeira verde
e vermelha, estandarte de assassinos, criminosos e terroristas, e que seja
pisada pelos pés de verdadeiros patriotas. Que tal seja um prelúdio a que os
milhares de outras existentes, que conspurcam tantos pontos deste país, sejam igualmente
retiradas e destruídas, de preferência empilhadas e queimadas até ficarem
reduzidas a cinzas. (Também no Monarquia-Lisboa.)
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