terça-feira, dezembro 09, 2008

Outros: Carta ao VR

Enviei hoje, por correio electrónico, a seguinte carta a uma jornalista da redacção do jornal Vida Ribatejana.
Cara Vera Galamba:
A propósito da entrevista que fez a Eduardo Rodrigues, publicada na edição Nº 4516 do Vida Ribatejana, do passado dia 26 de Novembro de 2008 (suplemento de economia, páginas 2 e 3), permita-me fazer as seguintes observações:
1ª - Como qualquer pessoa minimamente informada, com um mínimo de cultura geral, sabe, não existe um «Prémio Nobel da Arquitectura». O que existe sim é um prémio, o Pritzker, que é consensualmente visto como o o mais importante da arquitectura, que Renzo Piano efectivamente já ganhou (em 1998), e que por isso é visto como uma espécie de «Nobel da arquitectura»... assim, com aspas. Ora, na referida entrevista (página 2, sexta coluna), essas aspas não estão lá. Por isso, das duas uma: ou o patrão da Obriverca desconhece a existência do Pritzker e acredita que um seu colaborador ganhou o «Nobel da Arquitectura»; ou ele sabe, deu isso a entender durante a entrevista, mesmo que com uma subtil referência (por exemplo, «... que já ganhou o que é considerado o "Nobel da Arquitectura"...»)... e que a entrevistadora não captou. De qualquer modo, o que fica impresso, preto no branco, é um grande atestado de ignorância, mesmo de incompetência, do Sr. Rodrigues, para mais na sua área de actividade!
2ª - Um pouco mais à frente (página 3, primeira coluna), o entrevistado faz uma afirmação gravíssima que a entrevistadora deixou passar em claro, não tentando aprofundar o seu sentido (ou então tentou, só que foi cortada...): a de que «um conjunto de malfeitores» entrou «em conluio com o Ministério Público» para embargar a construção do Edifício Jardim, em Alverca. Seria bom esclarecer: que o «conjunto de malfeitores» mencionado é uma instituição, uma associação, devidamente legalizada, e já prestigiada pelas iniciativas que toma, chamada Xiradania – mas que, por os seus dirigentes terem ideias de urbanismo e (da interpretação) do Plano Director Municipal de Vila Franca de Xira diferentes das do Sr. Rodrigues, só podem ser «malfeitores»; e que «provas» é que o entrevistado tem de que uma entidade como o Ministério Público se «conluia» com criminosos, ou é, ela própria, uma agremiação criminosa. Porém, o verdadeiro «malfeitor» é o Sr. Rodrigues: no sentido literal do termo – o Prémio Personalidade 2008 do Salão do Imobiliário de Lisboa também deve ter sido atribuído por vários edifícios... mal feitos pela Obriverca, em especial aquele na Quinta das Drogas que há uns anos teve de ser implodido; e no sentido criminal do termo – no início dos anos 90 o Sr. Rodrigues foi levado a tribunal (em Vila Franca de Xira) acusado do abate ilegal de árvores em Alverca (perto da Casa S. Pedro), e foi condenado, se não me engano, a três anos de prisão... com pena suspensa. Foi pena ele não ter ido bater com os «costados» numa cela; mas, pelo menos, valeu a pena vê-lo, como eu vi, a «suar as estopinhas» para se safar, mesmo que para isso tivesse sistematicamente atirado as culpas da decisão (de derrubar as árvores) para um sócio que entretanto tinha morrido... e a ter como testemunhas abonatórias individualidades como José Álvaro Vidal, José António Carmo... e Luís Filipe Vieira!
3ª - Um assunto que inicialmente eu estranhei não ser mencionado na entrevista foi o da denominada «Nova Vila Franca». Mas, pensando melhor, talvez não: afinal, trata-se de um projecto megalómano e irresponsável, planeado para ser construído numa zona de inundação do Tejo, e que tem sido regularmente «arrasado» por especialistas de renome, a começar pelo Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.
Termino dizendo que, se o quiserem, têm a minha autorização para publicar esta minha mensagem na secção de «Correio do Leitor». Todavia, não acredito que o Vida Ribatejana, e em especial os seus directores, tenham coragem para tanto.
Cumprimentos,
Octávio dos Santos

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