Sendo eu um apaixonado e, de certa forma, um estudioso da música, não poderia deixar de me regozijar pela criação do Centro de Informação da Música Portuguesa. Pelo que decidi enviar ontem, 26 de Janeiro, uma mensagem aos seus fundadores e dinamizadores.
Começando por lhes dar os parabéns pela constituição do Centro, classificando-a como «uma iniciativa importantíssima, indispensável, que, de facto, já tardava», a seguir fazia um apelo para que «efectivamente, e assim que vos for possível, alarguem a vossa acção a outros géneros... e, muito especialmente, a outras épocas. Sou um apreciador de música portuguesa em geral, mas, recentemente, tornei-me grande admirador – e consumidor – de música portuguesa do século XVIII.» Tal aconteceu, obviamente, por ter escrito o livro «Espíritos das Luzes» e ter iniciado o projecto de reconstituição virtual da Ópera do Tejo – que, aliás, «convidei» o CIMP a «visitar» no sítio da ARCI. E prossegui dizendo acreditar que já era mais que tempo que compositores como Carlos Seixas, Francisco António de Almeida, João de Sousa Carvalho, Marcos Portugal e João Domingos Bomtempo, entre outros, «sejam resgatados ao esquecimento quase completo em que permanecem; já é mais que tempo que os portugueses – e os estrangeiros – saibam que, contemporâneos de Bach, Haendel, Mozart, Rossini, Beethoven, e outros, houve compositores portugueses que atingiram a excelência – e, em alguns casos, a fama - nas suas épocas, e que pouco ou nada ficaram a dever a essas grandes figuras estrangeiras que continuamente são reverenciadas e tocadas pelas nossas orquestras (e passadas nas nossas rádios e televisões...). Em Portugal existe um passado musical magnífico que deve ser divulgado, aquém e além fronteiras, e de que nos devemos orgulhar... e que representa igualmente uma herança, e uma validação, de um presente musical que se pretende cada vez mais desenvolvido e relevante.»
Hoje, 27 de Janeiro, recebi a resposta da CIMP, através de João Carlos Callixto:
«Caro Octávio dos Santos: muito obrigado pelo seu contacto e pelo interesse no trabalho desenvolvido pelo Centro de Informação da Música Portuguesa. Parabéns pelas importantes iniciativas que tem desenvolvido e pelo contributo que tem prestado para o reconhecimento e divulgação da cultura musical portuguesa: é uma motivação e afinidade que certamente nos une. Em relação ao seu segundo ponto, é evidente a necessidade de alargar géneros e épocas representadas actualmente no site do CIMP. Todavia, e por estranho que possa parecer, é sobretudo o século XX português que apresenta as maiores carências em termos de levantamento de documentação e de trabalho musicológico, tendo sido essa uma das principais razões que nos levou a começar a orientar o nosso estudo por essa época. Com o tempo, e em função dos recursos humanos e financeiros de que dispusermos, ocupar-nos-emos de outras épocas e géneros. Neste momento, o compositor com a mais antiga data de nascimento é Luís de Freitas Branco, mas progressivamente iremos recuando algumas décadas e abrangendo criadores de outras áreas musicais. (...) Mantemo-nos desde já ao seu dispor para qualquer outro tipo de sugestão ou comentário que pretenda fazer, na certeza que só com a colaboração de todos os interessados poderemos de facto prosseguir da melhor forma o nosso trabalho.»
O Centro de Informação da Música Portuguesa é uma – nova - instituição cujo trabalho merece, de facto, ser acompanhado e apoiado.
Começando por lhes dar os parabéns pela constituição do Centro, classificando-a como «uma iniciativa importantíssima, indispensável, que, de facto, já tardava», a seguir fazia um apelo para que «efectivamente, e assim que vos for possível, alarguem a vossa acção a outros géneros... e, muito especialmente, a outras épocas. Sou um apreciador de música portuguesa em geral, mas, recentemente, tornei-me grande admirador – e consumidor – de música portuguesa do século XVIII.» Tal aconteceu, obviamente, por ter escrito o livro «Espíritos das Luzes» e ter iniciado o projecto de reconstituição virtual da Ópera do Tejo – que, aliás, «convidei» o CIMP a «visitar» no sítio da ARCI. E prossegui dizendo acreditar que já era mais que tempo que compositores como Carlos Seixas, Francisco António de Almeida, João de Sousa Carvalho, Marcos Portugal e João Domingos Bomtempo, entre outros, «sejam resgatados ao esquecimento quase completo em que permanecem; já é mais que tempo que os portugueses – e os estrangeiros – saibam que, contemporâneos de Bach, Haendel, Mozart, Rossini, Beethoven, e outros, houve compositores portugueses que atingiram a excelência – e, em alguns casos, a fama - nas suas épocas, e que pouco ou nada ficaram a dever a essas grandes figuras estrangeiras que continuamente são reverenciadas e tocadas pelas nossas orquestras (e passadas nas nossas rádios e televisões...). Em Portugal existe um passado musical magnífico que deve ser divulgado, aquém e além fronteiras, e de que nos devemos orgulhar... e que representa igualmente uma herança, e uma validação, de um presente musical que se pretende cada vez mais desenvolvido e relevante.»
Hoje, 27 de Janeiro, recebi a resposta da CIMP, através de João Carlos Callixto:
«Caro Octávio dos Santos: muito obrigado pelo seu contacto e pelo interesse no trabalho desenvolvido pelo Centro de Informação da Música Portuguesa. Parabéns pelas importantes iniciativas que tem desenvolvido e pelo contributo que tem prestado para o reconhecimento e divulgação da cultura musical portuguesa: é uma motivação e afinidade que certamente nos une. Em relação ao seu segundo ponto, é evidente a necessidade de alargar géneros e épocas representadas actualmente no site do CIMP. Todavia, e por estranho que possa parecer, é sobretudo o século XX português que apresenta as maiores carências em termos de levantamento de documentação e de trabalho musicológico, tendo sido essa uma das principais razões que nos levou a começar a orientar o nosso estudo por essa época. Com o tempo, e em função dos recursos humanos e financeiros de que dispusermos, ocupar-nos-emos de outras épocas e géneros. Neste momento, o compositor com a mais antiga data de nascimento é Luís de Freitas Branco, mas progressivamente iremos recuando algumas décadas e abrangendo criadores de outras áreas musicais. (...) Mantemo-nos desde já ao seu dispor para qualquer outro tipo de sugestão ou comentário que pretenda fazer, na certeza que só com a colaboração de todos os interessados poderemos de facto prosseguir da melhor forma o nosso trabalho.»
O Centro de Informação da Música Portuguesa é uma – nova - instituição cujo trabalho merece, de facto, ser acompanhado e apoiado.
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