Até 2019 fui um comentador regular no blog Delito de
Opinião. Aliás, fui mais do que comentador: em 2017 publiquei nele um (assumidamente polémico) texto de opinião, a convite do fundador e coordenador Pedro Correia;
no mesmo ano dei o meu contributo para o financiamento da edição do livro (com uma selecção dos melhores textos) do DdO, o qual também divulguei. Ainda em 2017 aconteceu um «incidente» com uma então colaboradora do blog, que, apesar de desagradável,
não alterou o meu posicionamento de participante constante naquele espaço de
comentário e de diálogo. Tal, porém, e infelizmente, aconteceu efectivamente
dois anos depois, quando uma atitude (que eu considerei) grave por parte de um
colaborador do DdO não mereceu do líder deste uma reprovação pública, que eu
considerei – e ainda considero – justificada e necessária. Talvez um dia eu
revele os pormenores do lamentável episódio. No entanto, continuei a visitar e
a ler, na prática diariamente, o Delito de Opinião...
... E entre 2020 e 2022 comecei a notar uma tendência
crescente de vilanização acérrima do Partido Republicano dos EUA e de Donald
Trump, que se diria mais típica do Esquerda.net; denunciei essa série de
disparates, por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui. Os ataques aumentaram de
intensidade no ano passado com a aproximação da eleição presidencial em
Novembro, e desde 20 de Janeiro último, com a tomada de posse de Trump em
Washington para o seu segundo mandato enquanto Presidente, eles tornaram-se em
média mais ou menos semanais, com alguns casos de «postas» sobre o mesmo tema
em vários dias sucessivos. Na sua esmagadora maioria esses textos são da
autoria de Pedro Correia, que, por coincidência ou talvez não, no mesmo período
dedicou igualmente muitas prosas verrinosas ao seu outro «ódio de estimação»:
André Ventura. Nestas críticas aos líderes das direitas norte-americana e
portuguesa são evidentes a desonestidade intelectual e a desinformação
sistemáticas, «temperadas» com q. b. de obsessão mesquinha. Quando são outros
os assuntos também acontece verificar-se uma surpreendente ignorância. Por exemplo,
ontem PC demonstrou não saber – e não acreditar – que Juan Péron e o Partido
Justicialista por ele fundado na Argentina se inserem, de facto, na área da
esquerda, e ainda que é um dos muitos ingénuos (e estou a ser eufemístico e
simpático) que pensam que os fascistas italianos e os nazis alemães eram de
direita. São insuficiências embaraçosas que, refira-se, eu já detectara quando li o livro «Política de A a Z» de que ele é co-autor...
... E essas insuficiências manifestam-se igualmente
em Pedro Correia enquanto «jornalista» ou, vá lá, investigador. Há exactamente um mês, a 13 de Agosto, ele escreveu e publicou no Delito de Opinião (mais) um texto
em que perguntava por que motivo Mário Cláudio é o escritor que mais vezes
(três) foi galardoado com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação
Portuguesa de Escritores, e por isso superando outros autores quiçá mais merecedores.
O espanto de PC foi agora aumentado com a leitura das linhas iniciais do romance
mais recente de MC, em que avultam excertos como «um toque da toalha do bidé na
rata» e ainda «baixava as cuecas, punha-me a observar (...) a pombinha
cor-de-rosa». Mais de 100 comentários não foram suficientes para encontrar a
resposta, mas eu vou dá-la; na verdade, «respondi» há mais de sete anos, num
texto que escrevi e que publiquei no Octanas em Junho de 2018, em que, apesar
de o tema principal ser uma trafulhice, uma sacanice perpetrada pela Sociedade
Portuguesa de Autores contra mim, não deixei de mencionar uma situação dúbia que
ocorria na APE – precisamente, o acumular de «troféus» literários por parte do
Sr. Mário, que havia recebido naquele ano o Prémio de Crónica e Dispersos
Literários, também atribuído por aquela Associação. Muito simplesmente, ele,
Cláudio, era há já algum tempo – e, presentemente, ainda é! – presidente da Assembleia Geral da APE! Enfim, uns são melhores do que outros a escrever... e a esclarecer.