Rodrigo Moita de Deus revelou-se recentemente como uma grande (des)ilusão… para mim, pelo menos. Não por ter prescindido da sua independência político-partidária ao entrar para a comissão política nacional do PSD e reflectir esse novo «estatuto» no seu blog 31 da Armada, onde, nos últimos meses, tem vindo crescente e consistentemente a defender as pessoas e as posições do actual governo. Não há qualquer problema nisso, ele está no seu direito, e saúde-se, pelo menos, o facto de o assumir claramente, frontalmente, sem anonimatos ou «pseudonimatos», ao contrário, por exemplo, dos nojentos lambe-botas «súcia-listas» e «só-cretinistas» que defecavam para a blogosfera a partir do antro «goebbelsiano» denominado Corporações/Câmara Corporativa.
O que me
espanta sim, e muito, na nova atitude de Rodrigo Moita de Deus é a sua concomitante
conversão ao «aborto pornortográfico». Antes de avançar mais, recordo o que já
disse e afirmei, mesmo que por outras palavras, sobre o cerne deste problema: o
pior, o mais grave, não é que existam (alguns, poucos) pervertidos, loucos,
degenerados, capazes de conceber e de expelir aberrações como o AO90; o pior, o
mais grave, é que existam (muitos) indivíduos que, exibindo diferentes graus de
cobardia, se submetam a tais aberrações, que aceitem o inaceitável e que
justifiquem o injustificável. E, sim, continuo a espantar-me com as sucessivas
desistências a que assisto à minha volta, tanto de familiares, amigos, colegas,
pessoas que conheço, como de «figuras públicas». Destas já dei exemplos
anteriormente, e eis agora mais dois: Guilherme de Oliveira Martins e Marcelo
Rebelo de Sousa, dois conceituados (?) juristas com pretensões «colturais» (o
primeiro é – mas não merece ser – presidente do Centro Nacional de Cultura!)
que, precisamente devido a essa dupla «qualidade», deveriam ter sido dos
primeiros a rejeitarem inequivocamente o dito cujo; porém, e pelo contrário,
aceitam-no com o conformismo e a mediocridade tão característicos do «bloco
central» de cumplicidades e de interesses que tanto tem inquinado a sociedade
portuguesa, e de que eles são como que (um)a personificação.
O debate e o
combate sobre o AO90 é transversal à esquerda e à direita, a republicanos e a
monárquicos – há apoiantes e opositores do «coiso» em todos os campos. No
entanto, e como também já afirmei e demonstrei, é um facto que o conceito e a
práctica de «alterar a ortografia num dia através da burocracia» em Portugal
surgiram com (e é típica d)a República. É, pois, por isso que Rodrigo Moita de
Deus como que comete uma «traição» e renega todo o seu passado recente, e
bem-sucedido, de activista subversivo, mas imaginativo, inofensivo e
bem-humorado, pela Monarquia. Ele que, juntamente com mais alguns membros do
seu grupo, teve a coragem de afrontar as «múmias paralíticas» do regime no
próprio dia 5 de Outubro de 2010 e em plena Praça do Município de Lisboa, compensando,
mais ou menos, a ausência da Real Associação de Lisboa e da Causa Real nessa
data (na) capital, acabou por se «sentar» ao lado dessas «múmias» (do «Egito»?).
Será que ele não percebe que, ao escrever «adjetivo», «excecão» e «retidão», é
como se estivesse a arrear uma bandeira azul e branca e a hastear uma verde e
vermelha? Tal como Darth Vader, que ele tanto gosta de invocar, RMD «passou-se»
para o «lado negro da Força». Que lhe faça bom proveito. (Também no Esquinas (125) e no MILhafre (58).)
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