A 3 de Janeiro último assinalei, no blog MILhafre, o
80º aniversário do nascimento de Vasco Graça Moura. Cujos consideráveis
contributos para a cultura nacional incluiram, para além da sua vasta produção
literária (tanto própria como traduzindo outros), os seus desempenhos enquanto
Presidente da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos
Portugueses e co-criador da Expo 98 e, obviamente, a sua militância activa
contra o abjecto «acordo ortográfico de 1990». Que durou praticamente até à sua
morte, ocorrida quando era Presidente do Centro Cultural de Belém, onde –
demonstrando a sua coerência e a sua coragem ao passar das palavras (com todas
as consoantes) aos actos – ordenou que todos os meios de comunicação e de
informação daquela instituição voltassem a ser redigidos em Português Normal e
CorreCto.
É possível que uma situação semelhante aconteça em
breve na Fundação Calouste Gulbenkian. E isto porque o novo Presidente daquela, António Feijó, é, tem sido, era também (segundo as mais recentes afirmações
públicas sobre este tema) forte opositor do AO90. Em princípio será mais fácil,
ou menos difícil, voltar a impôr a ortografia certa numa entidade privada como
a FCG do que numa pública como o CCB. Porém, recuperar e revitalizar aquela
fundação não passa apenas por restaurar nela a prática de escrever bem e sem
erros. Com efeito, tal implica igualmente, por exemplo, não tomar decisões
ridículas como atribuir um «Prémio para a Humanidade» a uma adolescente
estrangeira com evidentes problemas mentais, doutrinada e manipulada desde a
infância para servir de «símbolo» de uma «causa» que mais não é do que uma
enorme fraude.
Entretanto, enquanto se
espera pelas acções de António Feijó (que só tomará posse do seu novo cargo em
Maio próximo), há que não esquecer que existem «guerreiros» contra o «acordo
pornortográfico» que não desistem de lutar, e que por isso são dignos guardiães
do legado de Vasco Graça Moura, entre os quais se pode e deve destacar
Francisco Miguel Valada, Isabel A. Ferreira, João Pedro Graça, Nuno Pacheco e
Rui Valente. Leiam-nos e divulguem-nos!
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