Vou fazer amor com a República;
vou fazê-lo muito, muito e bem!
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
será a nossa divisa na cama também!
Foram tantos os que receberam os teus favores,
quase todos velhos senis, decrépitos e impotentes.
Eles usaram e abusaram da tua ingenuidade;
violaram-te até te corromperem completamente.
A anarquia foi uma doença que te estuprou;
os golpes de Estado foram os males que te desfloraram.
Ditadores civis e militares saltaram para cima de ti;
as tuas carnes roliças lamberam, morderam e apalparam.
Empunhando a tua bandeira, dar-te-ei orgasmos
que serão manifestações populares de alegria.
Quando se está em cima de uma mulher como tu
quem é que precisa mesmo da Monarquia?
Poema (Nº 90) escrito em 1983 e incluído no meu livro «Alma Portuguesa».
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