quinta-feira, outubro 05, 2023

Opinião: Sob um segundo «PREC»

Eis-nos em mais um dia 5 de Outubro. E a cada ano que passa é cada vez mais difícil, se não impossível, contrabalançar, atenuar, a desgraça da implantação da república em 1910 com a glória da assinatura do Tratado de Zamora em 1143, em que foi reconhecida pela primeira vez a independência de Portugal. Celebrar esta, hoje, reveste-se porém de uma acrescida ironia, porque ontem a FIFA anunciou que a organização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2030 caberá não só ao nosso país mas também a Espanha e a Marrocos! Nações que, como se sabe, ao longo da História muito «contribuíram» para a nossa auto-determinação e para a nossa identidade. Os republicanos portugueses conseguiram finalmente o que sempre almejaram, uma «união ibérica», mesmo que meramente desportiva, no caso futebolística, e com umas «pitadas» de islamismo. 
Esta é apenas, no entanto, a instância mais recente em que os «descendentes» de Afonso Costa demonstram a sua perene falta de patriotismo, o seu profundo desprezo por este país, a sua prolongada negligência perante a verdadeira valorização que se deve fazer dele, a modernização e o desenvolvimento de que este recanto da Europa tanto carece, o que implica principalmente, ou primeiramente, o respeito pela cultura e a afirmação da dignidade nacionais, e não só ao nível institucional. Todavia, nada disto existiu, aconteceu, de uma forma significativa durante «a longa noite socialista» que começou a 25 de Abril de 1974, e, apesar de o período mais negro ter sido, indubitavelmente, aquele em que José Sócrates foi primeiro-ministro, estes últimos quase dez anos protagonizados pela «dupla» Marcelo Rebelo de Sousa & António Costa têm proporcionado muitos, demasiados, momentos constrangedores, embaraçosos, ridículos, vergonhosos; ambos adoram fazer longas viagens de avião para assistirem a jogos de futebol; ambos se subjugaram, como muitos outros, ao «aborto pornortográfico», pelo que até nem foi surpreendente que tanto um como o outro elogiassem - e prefiram - o sotaque brasileiro, nem que recebessem de braços abertos Luís Inácio «Lula» da Silva, comunista criminoso cadastrado que reocupou a presidência da república do Brasil graças à tirania judicial e à fraude eleitoral; bem acolhido em Lisboa foi também Miguel Díaz-Canel, actual ditador de Cuba e herdeiro dos irmãos Castro. E, não, Marcelo a comentar decotes nem é o pior que ele tem feito... A situação já seria suficientemente má unicamente pela corrupção e pela ineptitude crónicas, que possibilitam que, hoje, a «comemoração» da república seja também a da nossa ultrapassagem pela Roménia em indicadores económico-sociais e a da existência de mais de 30 hospitais em diferentes níveis de «desespero»; sucedem-se as greves, não só no sector da saúde mas também nos da justiça e da educação, embora, como é típico de uma sociedade estatizada, a prioridade seja dada aos que prestam os serviços e não aos que «beneficiam» daqueles, mais consumidores (insatisfeitos) do que cidadãos (interventivos)...
... Que, em última análise, são em grande parte culpados do que acontece. Sem dúvida que o governo de António Costa – não apenas a actual «versão» mas sim desde que aquele se tornou, ilegitimamente, primeiro-ministro – é caracterizado, na sua actuação, por «maldade, podridão e perversão», por uma generalizada incompetência e um desavergonhado nepotismo. Porém, há que nunca esquecer que os principais (ir)responsáveis pela existência do dito cujo são todos aqueles que vota(ra)m no PS, em especial nas mais recentes eleições legislativas, que proporcionaram aos «súcia-listas» (mais) uma maioria absoluta. Que não haja ilusões: em Portugal estamos mesmo, desde que José Sócrates tomou o poder, sob um autêntico, segundo, «Processo Revolucionário em Curso», pior do que o de 74-76 porque imposto com a acrítica passividade de uma larga faixa (a maioria?) da população, e que o breve interregno liderado por Pedro Passos Coelho não conseguiu – ou não quis – reverter no essencial. Não se duvide de que estamos em mais um «tempo infame» à conta da extrema-esquerda, e nesta passou a estar incluído o PS após a ascensão do «engenheiro de domingo». Este segundo «PREC» até tem os seus próprios, novos, «ocupas», não de herdades no Alentejo mas sim de estradas e ruas, os terroristas «melancia» da Climáximo («verdinhos» por fora mas «vermelhões» por dentro), estúpidos, irresponsáveis, manipulados, m*erd*s*s agressores de pessoas e de património, que contam, no entanto, com a condescendência das autoridades e a cumplicidade da comunicação social propagandista, «fracturante» e activista.
Aos que se lamentam e que afirmam que «não há esperança, não há saída à vista desta mediocridade de regime», pode-se e deve-se contrapor, perguntar: porque não dedicar também parte dos tempos livres – em especial o das pessoas que supostamente têm essa função por terem cargos de direcção em determinadas organizações – a acções de «agit-prop» com impacto a favor da mudança de regime? Mais do que «matar simbolicamente o socialismo», é preciso matá-lo literalmente, bem como à República. Logo, acabar com o preâmbulo da Constituição não chega: toda ela deve ser rasgada, mandada para o lixo, e substituída por outra. Quanto à pergunta sobre «onde estão os novos capitães (e quiçá outros oficiais, e soldados) indignados para levar a cabo tal empreitada» (de mudança de regime), eu responderia que estão nos quartéis e nas bases, furiosos com a falta e/ou a insuficiência de material e de condições de trabalho – que faz com que, por exemplo, não tenham um navio capaz de vigiar o que russos andam a fazer no nosso espaço marítimo – e ainda com a facilidade com que os paióis neste país são assaltados.
Enfim, e para que a primeira semana de Outubro seja menos deprimente do que o habitual, encontre-se contentamento no casamento, depois de amanhã, dia 7 de Outubro de 2023, de Maria Francisca de Bragança, no Convento de Mafra, uma casa construída por um seu antepassado. Todos sabem, compreendem, que a cerimónia representa(rá) mais do que um simples matrimónio, pelo que seria de esperar que alguns ressabiados revelassem o seu desagrado pelo enlace; nessa circunstância, nada melhor a fazer do que reduzi-los à sua insignificância porque «os cães ladram e a caravana passa». Parabéns aos noivos, e ficam os votos que os filhos deles e os nossos possam viver num restaurado Reino de Portugal. 

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