sexta-feira, maio 31, 2013

Orientação: Sobre o Benfica, no Público

Na edição de hoje (Nº 8451) do jornal Público, e na página 49, está o meu artigo «Da “mística” só a memória». Um excerto: «Como é que se pode afirmar, sem rir, que o Benfica é “a maior marca nacional”? Porque conta com seis milhões (?) de “consumidores” masoquistas? Antes ser o melhor do que o maior! Sinceramente: é isto que é “o maior clube do Mundo”? Antes estar no "Livro de Recordes do Guinness" pelos títulos conquistados do que pelo número de sócios. E se o SLB fosse uma (verdadeira) empresa há muito tempo que estaria falido. É em Portugal o maior caso de insucesso, não só competitivo mas geral. É a expressão máxima no nosso país de baixa produtividade, de expectativas (constantemente) frustradas, de desproporção entre o que se “investe” e o que se “recebe”. Tantas pessoas a “torcerem” por ele... e que em troca só levam com decepções, desilusões, depressões, humilhações.» (Também no MILhafre (72). Transcrição no Esquinas (171).)

segunda-feira, maio 27, 2013

Outros: Uma recensão ao meu livro…

… «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País», editado em 2012 pela Fronteira do Caos, pode ser lida na mais recente edição – Nº 9, 2013/5 – do boletim Correio Real, órgão oficial da Causa Real portuguesa, nas páginas 26 e 27. Foi escrita por Nuno Pombo, presidente da Direcção da Real Associação de Lisboa.
Alguns excertos: «(…) Não são muitos os que oferecem o seu percurso, deixando a nu as suas falhas pretéritas. Como intuo serem mais os que se louvam na congruência, ainda que reincidente no erro, do que os que se revêem no porfiado caminho em direcção à Verdade. (…) A citação de Jorge Sena com que o livro abre não é senão uma provocação - “(…) eu não mereço a pouca sorte de ter nascido nela [nesta Pátria]” (p.11). Quem parte deste princípio não se preocupa com o futuro da Pátria. Só se amargura com ele, com o futuro da Pátria, só sofre com a Pátria ou por causa dela quem se sente essencialmente imbricado com ela. É esse, manifestamente, o caso de Octávio dos Santos. (…) Alguns dos textos deste livro ficaram presos no tempo ou no espaço. São o seu testemunho do que vivia quando os escreveu e não perdem interesse por isso. Mas outros há que não foram beliscados pela cronologia. Podiam ter sido escritos … amanhã. (…) Mesmo quando não concordamos com todos os seus pontos de vista, e algumas vezes me afastei deles, o pensamento de Octávio dos Santos está longe de ser passadista, anquilosado e redutoramente conservador. (…)»
Ontem, 26 de Maio, estive na Feira do Livro de Lisboa, onde também autografei exemplares de «Um Novo Portugal», que continua à venda nos pavilhões (B56-B58-B60) da Gradiva até 10 de Junho. 

quinta-feira, maio 23, 2013

Orientação: Os meus livros na Feira de Lisboa

Começa hoje, e termina a 10 de Junho, a 83ª Feira do Livro de Lisboa, e nela vou ter uma presença a dois níveis.
Antes de mais, e como já anunciei, vou participar, com outros co-autores, no próximo dia 26 de Maio (Domingo), às 17 horas, numa sessão de autógrafos de «Mensageiros das Estrelas – Antologia de Contos de Ficção Científica e Fantástico»; será no espaço dos pavilhões da Gradiva – B56-B58-B60 – onde também poderão ser encontrados e adquiridos exemplares de outro livro meu, «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País», que poderei igualmente autografar
Além disso, mais livros meus poderão ser (espero!) encontrados e adquiridos nos pavilhões das respectivas editoras. Concretamente: «Os Novos Descobrimentos – Do Império à CPLP: Ensaios sobre História, Política, Economia e Cultura Lusófonas» na Almedina – A52-A54-A56-A58; «A República Nunca Existiu!» e «Poemas» de Alfred Tennyson na Saída de Emergência – D20-D22-D24-D26-D28; «Espíritos das Luzes» na LeYa/Asa/Gailivro – D54-D56. Se não os encontrarem… reclamem!
Para uma melhor localização pode-se consultar o mapa da feira. E, mais uma vez, deixo a sugestão, o apelo, para que unicamente sejam comprados livros (meus e não só) que não estejam submetidos ao aberrante, abjecto, ilegal, inútil e ridículo «aborto pornortográfico».

segunda-feira, maio 20, 2013

Oráculo: «Mensageiros…» na Feira do Livro

Alguns dos autores dos contos incluídos na antologia «Mensageiros das Estrelas» vão estar presentes na Feira do Livro de Lisboa no próximo dia 26 de Maio (Domingo), às 17 horas, para uma sessão de autógrafos que terá lugar no espaço da editora Gradiva, que é também distribuidora da editora Fronteira do Caos, que publicou a antologia mas que não terá um pavilhão próprio no certame. Eu lá estarei, e, entretanto, também já me confirmaram a sua participação: Luís Filipe Silva, Maria de Menezes, Miguel Garcia, Nuno Fonseca, Ozias Filho, Pedro Manuel Calvete e Sacha Andrade Ramos. (Também no Simetria. Referência n'O Relógio Avariado de Deus.

domingo, maio 12, 2013

Orientação: Sobre a Ópera do Tejo, na Glosas

Na edição de Maio de 2013 (Nº 8) da revista Glosas, apresentada ontem em Lisboa no Conservatório Nacional durante uma cerimónia que incluiu um concerto, está, nas páginas 64 a 67, o meu artigo «Estrela cadente – Recordando e recriando a Ópera do Tejo».
Um excerto: «Recordar e recriar a Ópera do Tejo não passa apenas pela sua reconstrução virtual, digital; também pode e deve fazer-se pela evocação musical, por tocar, gravar e divulgar as obras dos artistas contemporâneos daquela. Carlos Seixas e João Rodrigues Esteves morreram antes de ela ser construída, mas David Perez (de certeza), Pedro António Avondano, Francisco António de Almeida e António Teixeira (quase de certeza) conheceram-na e frequentaram-na. Já não tiveram esse privilégio, e entre outros, João de Sousa Carvalho, António Leal Moreira, Marcos Portugal e João Domingos Bomtempo – e isto só para referir os que nasceram no século XVIII. No entanto, todos merecem ser resgatados ao esquecimento em que (uns mais, outros menos) caíram e em que continuam; já é mais do que tempo que mais portugueses – e estrangeiros – saibam que houve compositores portugueses que atingiram a excelência – e, em alguns casos, a fama (raramente o proveito) – nas suas épocas. Em Portugal existe um passado musical magnífico que deve ser divulgado, aquém e além-fronteiras, e de que nos devemos orgulhar. E é uma valiosa herança que pode servir de caução a um presente musical que se pretende cada vez mais desenvolvido e relevante.»
A Glosas é uma das várias iniciativas desenvolvidas pelo Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa. Uma e outro têm direcção de Edward d’Abreu, a quem devo, e agradeço, o convite para escrever sobre um projecto que eu iniciei e que outras pessoas fizeram, e têm feito, por concretizar. (Também no MILhafre (71) e no Ópera do Tejo.

quinta-feira, maio 09, 2013

Observação: Os 20 anos da TV Mais

Foi só na semana passada, enquanto aguardava numa sala de espera de um consultório médico e, distraidamente, agarrei e folhei uma edição recente, que reparei e me recordei – e também estava indicado na capa – que em 2013 se assinalam os 20 anos do lançamento do primeiro número da revista TV Mais, onde me iniciei no jornalismo profissional…
… E em que fiz parte da equipa inicial do projecto, dirigida por João Aguiar, e naquele começámos a trabalhar ainda em 1992, numa redacção situada no Nº 202 da Avenida da Liberdade, em Lisboa. Um dos dois produtos resultantes do acordo entre o grupo suíço Edipress e os detentores do extinto O Jornal (o outro era a revista Visão, que também começou em 1993), a TV Mais começou por seguir, na fase inicial de preparação, um modelo mais «prestigiante» e menos «populista» do que aquele que viria a ser efectivamente adoptado, e que mais não fez do que ser acentuado durante as duas últimas décadas. Com efeito, tanto foram defraudadas as expectativas e as promessas iniciais que o saudoso autor de «A Voz dos Deuses» - e que viria a participar comigo, 15 anos depois, em «A República Nunca Existiu!» - saiu antes de ser lançado o primeiro número, ficando, à frente da publicação, José Rocha Vieira, de quem não guardo agradáveis memórias e por causa de quem saí ao fim de cerca de um ano. 
Pelo que li da ficha técnica, apenas duas pessoas restam daquela equipa inicial: Carlos Maciel, actualmente director-adjunto, e Moema Silva, uma das colaboradoras. Uma equipa que integrava ainda, e entre outros: Manuel Giraldes, a quem devo a entrada na revista; Moutinho Pereira, que, tal como João Aguiar, se iniciou no jornalismo em Angola, onde aliás se conheceram; Carlos Madeira, que viria a fundar, e ainda dirige, a revista Super Interessante; Armando Castela, que eu viria a reencontrar na Vida Ribatejana quando se tornou director daquele jornal de Vila Franca de Xira e me possibilitou tornar um «colunista ocasional» daquele; Nuno Sena, que viria a tornar-se um dos fundadores e dinamizadores dos festivais de cinema DocLisboa e IndieLisboa; Ana Oliveira e Ana Paula Homem, actualmente editoras da revista Caras; Daniel Adrião, que, como muitos outros, tem andado entre o jornalismo e a política – candidato à liderança da Juventude Socialista e à presidência da Câmara Municipal de Alcobaça (foi vereador nesta), assessor do secretário de Estado das Obras Públicas Paulo Campos, administrador da Fundação para as Comunicações Móveis.
Folheando a TV Mais em 2013, não tenho vontade de – e não vou – dar-lhe os parabéns. E não é por ela privilegiar, como tantas outras publicações do género, a coscuvilhice e a superficialidade; é por utilizar, como as restantes unidades do grupo Impresa, o abjecto «aborto pornortográfico». Na semana passada, depois de umas quantas páginas recheadas de «atores» e de «atrizes», não aguentei mais e larguei-a. Até uma ténue nostalgia o AO90 consegue conspurcar.   

domingo, maio 05, 2013

Observação: Língua-mãe… ou madrasta?

Hoje celebra-se não só o Dia da Mãe mas também o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura, instituído pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Pelo que se justificam breves referências a algumas individualidades e instituições que têm transformado – ou tentado transformar – a Língua-Mãe numa língua… madrasta, através, principalmente, da imposição dessa aberração ilegal, inútil e ridícula conhecida como «acordo ortográfico de 1990»…
… E pode-se começar exactamente pela CPLP, e, mais concretamente, pelo seu país mais representativo, o Brasil, cujo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a poucos dias da celebração…. da língua portuguesa, decidiu que as bolsas de estudo atribuídas, no âmbito do programa «Ciência sem Fronteiras», a cerca de sete mil estudantes brasileiros que haviam escolhido o nosso país como destino deveriam ser reafectadas para outras universidades que não as portuguesas. Porquê? Porque eles «têm que enfrentar o desafio da segunda língua. Por isso todos foram convidados a migrar para outros países». Que «magnífico» exemplo este de um Estado que desrespeita as opções dos seus cidadãos… Enfim, é mais uma falácia de uma «cooperação cultural lusófona» em que abundam as palavras – cada vez mais deturpadas – mas em que escasseiam os actos concretos, eficazes, relevantes, úteis.
Neste âmbito, mas não só, é difícil haver personificação mais patética do que o actual (p)residente da república portuguesa Aníbal Cavaco Silva. Primeiro e principal responsável pelo AO90 (iniciou-o enquanto primeiro-ministro e «ratificou-o» enquanto chefe de Estado), está reduzido a assinar discursos e artigos ridículos, como o que foi publicado no jornal Sol na edição de 3 de Maio último. Escrito, como não podia deixar de ser, em «acordês», e a propósito, precisamente, do «dia da língua portuguesa», exalta a lusofonia como «um conceito moderno, plural e evolutivo, moldado pela atualidade das sociedades vibrantes que a compõem e fundado na língua portuguesa» sendo esta «um dos principais ativos estratégicos dos países que a compõem, com a sua afirmação internacional a constituir um objetivo prioritário.» O facto de as «vibrações» dessas sociedades no que respeita ao AO sempre terem sido maioritariamente negativas é apenas um pormenor de reduzida ou nula importância…
Além dos políticos, outros «profissionais» existem que exibem considerável culpa e/ou cumplicidade na imposição acrítica do totalitarismo linguístico-cultural. Desses destacam-se os jornalistas, e aqui e agora há que referir dois casos de «excelentíssimos diretores» que são outros tantos maus exemplos. Primeiro, Ví(c)tor Serpa; enquanto ficcionista, não utiliza o «aborto pornortográfico», como aliás se pode confirmar no seu último livro, o romance «O Segredo dos Pássaros», onde consta a informação, na ficha técnica, de que «por vontade expressa do autor, a presente edição não segue as regras do Acordo Ortográfico de 1990»; porém, o jornal A Bola, de que ele é (supostamente) o responsável máximo, submeteu-se ao dito cujo, o que teve como consequência que aquele que já foi como que uma «bíblia», não só do desporto mas também da cultura e da cidadania nacionais, seja hoje apenas um reles pasquim. Na mesma situação está o Jornal de Letras, Artes e Ideias, embora o seu «diretor» constitua um exemplo muito, muito pior; José Carlos de Vasconcelos integra(rá) em lugar de relevo uma «galeria da infâmia» dos que colaboraram mais activamente com os fascistas da ortografia; e a sua mais recente demonstração desse colaboracionismo está no editorial da edição (Nº 1110) do JL de 17 de Abril último, em que o Sr. Vasconcelos tem o atrevimento de, criticando a oposição à edição da obra completa do Padre António Vieira em obediência ao AO90, se referir à «cruzada de alguns opositores» marcada pela «cegueira» e pelo «extremo radicalismo»; o Sr. Vasconcelos deveria estar a olhar-se ao espelho (de uma janela?), porque os verdadeiros «radicais», os autênticos «terroristas culturais», são aqueles que alteram toda uma ortografia à medida dos seus caprichos e devaneios utópicos, sem qualquer correspondência com as necessidades concretas das nações e das pessoas que utilizam aquela.    
Outro exemplo mais recente, e mais anedótico, de «hipocrisia linguística» é o da edição do livro «Out of the Office», de que um dos autores é o jornalista da TVI José Gabriel Quaresma e que contou com o prefácio e a apresentação de José Alberto Carvalho, director de informação da mesma estação. Para eles, que se submeteram igualmente ao AO90, aparentemente não há contradição na utilização de palavras estrangeiras (com um duplo «f» numa delas!) no título, e que a promoção inclua a possibilidade de conexão com… smartphones – uma palavra com o «arcaico» ph!
Sim, é verdade que nem toda a comunicação social se rendeu ao «acordo». No entanto, também é verdade que uma parte significativa dela se rendeu, com destaque, precisamente, para as três estações de televisão portuguesas. A pior delas, claro, é a RTP, porque, ao contrário de SIC e da TVI, é financiada com dinheiro dos contribuintes, a maioria dos quais se opõe ao AO90; e porque mais do que o utilizar, faz propaganda ao dito cujo, em especial (mas não só) nessa dose diarreica diária que é o «Bom Português» no «Bom Dia Portugal»; ironicamente, com o patrocínio da Porto Editora, cujo administrador e director editorial, Vasco Teixeira, em audiência recente no parlamento no âmbito do grupo de trabalho sobre o «acordo ortográfico», admitiu que aquele não tem, não traz, qualquer vantagem. Está visto que para muitos «jornalistas», neste tema como em outros, o fundamental é obedecer a uma «agenda», a uma narrativa, e/ou obedecer... ao(s) «chefe(s)»; para eles isso é mais importante do que dar voz aos opositores do «aborto», o que até poderia proporcionar o aumento de audiências e de tiragens; é mais importante do que a deontologia profissional básica - ouvir, e respeitar, as diferentes partes de um conflito, de um confronto.
Todavia, mais do que dos jornalistas, é dos professores que se deveria esperar a primeira atitude mais corajosa e mais firme contra a sabotagem cultural e comunicacional que é o AO90. Contudo, e apesar de várias e louváveis excepções individuais, as organizações – associações, sindicatos – que agregam e representam os docentes continuam a caracterizar-se pela mais lamentável e indecente capitulação. Não consta que nos «atentados quotidianos à educação» denunciados por Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, e que têm justificado várias greves e manifestações nos últimos anos, esteja incluído o «aborto pornortográfico». A conclusão inevitável – e talvez (algo) injusta – é que, desde que as colocações, as remunerações e as carreiras estejam asseguradas, qualquer porcaria pode ser ensinada aos nossos filhos e às nossas filhas. Já agora, porque não voltar a pendurar fotografias de Caetano, Salazar e Thomaz nas paredes das escolas?      
Finalmente, como ilustração máxima do absurdo a que este assunto chegou, veja-se a «justificação» dada por um dos (ir)responsáveis do WordPress Portugal para a submissão ao «aborto», em que «dois consensos alargados, a oposição quase unânime e uma enorme resistência em aplicá-lo» se transformam num «entendimento geral de que se deveria avançar para a adoção do AO90» (leiam-se igualmente os comentários, entre os quais o meu). Não restam dúvidas: o «acordo ortográfico» é a «mãe (ou o pai?) de todas as parvoíces» na língua portuguesa, neste dia e em todos os outros. (Também no Esquinas (170) e no MILhafre (70).)